quinta-feira, 12 de julho de 2012

Indicadores de Impacto Socioambientais


LUIS FELIPE - domingo, 1 julho 2012
 
Olá Pessoal, 
Postei alguns documentos que sugiro a leitura e debate. O ppt da Renta faz uma síntese de diferentes indicadores. 
O documento final da Rio+20 fala também em novos indicadores.
Atualmente o PIB é que mede se um país está bem ou mal. Se o PIB cresceu acima de 4%, todos estarão felizes. 
Será que indicadores como o FIB (Felicidade Interna Bruta) do Butão serão utilizados em outros países? 
Se vocês tivessem o poder de criar um indicador para medir os estágios de desenvolvimento de um país, que indicador seria este? Quais os itens que seriam considerados?
Avaliem os diferentes indicadores e identifiquem o pontos positivos e negativos de cada um, a sua aplicabilidade a realidade brasileira, etc. 
Tragam novos artigos e documentos para a discussão.
Abs
Felipe

RODRIGO - domingo, 1 julho 2012
 
Por vir de uma formação mais matemática, defendo que somente aquilo que poder ser medido é gerenciável. Assim, julgo que os indicadores são necessários como ferramentas de apoio as decisões governamentais e empresariais. O problema (tratando-se de indicadores de desenvolvimento sustentável) é a complexidade que existe para se compreender o ambiente. Desta forma, qualquer mensuração acaba sendo deficitária e sempre acaba desprezando dados importantes. Apesar disso, acredito que deve ser continuada a aplicação de indicadores e, mais, deve ser adotado um indicador (ou conjunto de indicadores) de âmbito global, com uma compreensão semelhante ao PIB. Desta forma, será possível desenvolver um ranking e comparar as situações de diferentes localidades. Com isso, organismos globais como a ONU podem planejar mais efetivamente suas ações em torno do mundo.

LUIS FELIPE - domingo, 1 julho 2012
 
Olá Pessoal,
Anexei os indicadores de sustentabilidade do IBGE, mencionados pelo Alan no Forum passado ( 
Sustentabilidade: IBGE lança Indicadores do Desenvolvimento Sustentável 2012
http://www.altosestudos.com.br/?p=49674 ). Confiram!
Encaminhei por e-mail a proposta para assistirmos juntos na próxima quinta o filme "Quem se importa?", que lhes parece? Eu assisti o filme e achei ótimo, ele engloba vários tópicos que discutimos ao longo do semestre. Seria um bom fechamento para a disciplina. 

Ana Paula - domingo, 1 julho 2012
 
Boa noite, povo!!!
Lendo o artigo que o Felipe postou, sobre medir o progresso, fui procurar sobre o que seria o Processo Montreal, o qual foi citado como exemplo de uma meta-abordagem para o desenvolvimento de indicadores. De acordo com o texto, o Processo de Montreal tem sete critérios como base para organizar os indicadores de sustentabilidade florestal (p.4).
Encontrei um artigo que aborda o tema de indicadores sociais e econômicos para o monitoramento de florestas plantadas no Brasil. O objetivo do trabalho é sugerir alguns indicadores e instigar os participantes a pensar em novos indicadores que possam avaliar o efetivo grau de justiça social e viabilidade econômica das operações envolvendo o manejo das florestas plantadas no Brasil. O autor inicia o estudo relatando dois tipos de tendências de florestas plantadas – a floresta verticalizada e a floresta independente. Então, apresenta uma lista de indicadores para o monitoramento dos aspectos socioeconômicos relacionados com o manejo de tais florestas plantadas. São sugeridos indicadores enquadrados em seis categorias: macroeconômicos, da saúde humana, de emprego, de qualidade do trabalho, de produção e de relações comunitárias. A partir da descrição das categorias de indicadores, o autor relata as iniciativas que considera mais significativas no cenário internacional acerca de indicadores sociais e econômicos, dentre eles, o Processo Montreal (p.4). Conforme o trabalho, em seguida à Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (UNCED) de 1992 no Rio de Janeiro, diversos países reuniram-se em Montreal em 1993 para discutir o Desenvolvimento Sustentável de Florestas Temperadas e Boreais. Como desdobramento da reunião, criou-se, em 1994, o Grupo de Trabalho em Critérios e Indicadores para a Conservação e Manejo Sustentado de Florestas Temperadas e Boreais, cujo trabalho ficou conhecido como Processo Montreal. Em 1995, o grupo assinou no Chile um documento que ficou conhecido como a Declaração de Santiago, contendo 7 princípios e 67 indicadores para uso países signatários. Esses C&I’s têm como objetivo expressar as tendências nacionais das condições de manejo florestal e oferecer um mecanismo único para descrever, monitorar e avaliar o progresso na direção da sustentabilidade do ponto de vista nacional.
Além disso, são citados:
- o Processo Helsinque: A Reunião de Helsinque foi uma resposta europeia à reunião das Nações Unidas no Rio de Janeiro em 1992, e resultou na adoção de 4 resoluções.
- a Proposta de Tarapoto, um documento contendo critérios e indicadores de sustentabilidade da floresta Amazônica produzido por representantes dos vários países signatários do Tratado de Cooperação Amazônica (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela), em 1995. O documento apresenta 12 critérios e 77 indicadores, agrupados em três níveis: nacional (7 critérios e 47 indicadores), unidade de manejo (4 critérios e 23 indicadores) e global (1 critério e 7 indicadores).
- o Processo para a Zona Árida da África, realizado em 1995.
- o Processo de Lepateric, integrando diversos países da América Central. Além da definição de 7 princípios, este processo ratificou em termos regionais 4 critérios e 40 indicadores, e em termos nacionais 8 critérios e 52 indicadores.
- o Processo do Oriente Médio, realizado em 1996.
Achei muito interessante que existam indicadores para cada região, uma vez que cada zona geográfica tem sua particularidade. Entretanto, como o Rodrigo comentou, é preciso que os indicadores sejam aplicados de maneira contínua, para que possa haver avaliação e comparação. Será que existe diferença entre o que foi decidido em cada processo e a prática?
Artigo na íntegra: http://www.ipef.br/publicacoes/stecnica/nr31/cap2.pdf.
Além disso, calculei o tamanho da minha pegada: dois planetas! Posso dizer que a minha pegada calça 38, uma situação mediana hehehe A minha situação se torna mais crítica na pegada da alimentação e a pegada de consumo... Bem interessante, vale a pena calcular, é bem fácil! E para reduzir o tamanho da nossa pegada, basta começar!

Ismael - segunda, 2 julho 2012
 
Acredito que uma passagem significativa no artigo é quando ele diz que para um indicador ser eficaz ele precisa:
- ser relevante;
- ser útil; 
- ser utilizável para a comunidade para a qual são desenvolvidas. 
Esses 3 pontos são fundamentais, realmente para que um indicador seja considerado importante e instrumento gerencial e político para ações privadas ou públicas sobre os pontos que o indicador se objetiva avaliar.
Assim como o Rodrigo postou, a dificuldade dos indicadores é conseguir mensurar adequadamente e considerar requisitos chaves para o que se propõe- Essa dificuldade não é privilégio dos indicadores ambientais, mas também de ativos intangíveis das organizações, por exemplo. Contudo, é importante seguir nesta batalha e nas tentativas de se criar um indicador, não perfeito, mas suficientemente bom para capturar um AGREGADO AMBIENTAL.
Se formos analisar, muito recentemente apenas na história da humanidade que se conseguiu um indicador para calcular o agregado macroeconômico da Produção=produto. Apenas em 1936 que Keynes publicou o seu modelo èY=Ca+PMc(Y-T)+G+X-N+I, que é base para o cálculo do PIB.
Então, na minha opinião, é nessas tentativas de indicadores e nas pesquisas que vai sair um indicador agregado da sustentabilidade.

Patrícia - segunda, 2 julho 2012
 
Boa noite pessoal! Vou tentar responder as questões do Felipe.
Começo dizendo que concordo com Rodrigo e Ismael sobre a questão dos indicadores valerem apenas se podem realmente "medir", porque isso tem tudo a ver com o fundamento das minhas tentativas de resposta.
Será que indicadores como o FIB (Felicidade Interna Bruta) do Butão serão utilizados em outros países? 
Se o Budismo se disseminar pode ser que sim. Considero muito complicado justamente "medir" felicidade, é um conceito subjetivo. Qual é a equação da felicidade? Saúde + amor + trabalho + lazer? Ou seria Saúde + amor + ócio? 
Ou ainda Saúde + paz + harmonia + amor + solidariedade + prosperidade?
Complicado criar uma medida para a felicidade, a não ser que como no caso do FIB, baseada em valores espiritualizados, ou seja, considerando que o desenvolvimento material e espiritual devem ser equilibrados. Mas ainda assim, qual seria a medida desse equilíbrio? 
Eu não acredito nesse tipo de "índice", não tem como mensurar um conceito tão subjetivo.
Se vocês tivessem o poder de criar um indicador para medir os estágios de desenvolvimento de um país, que indicador seria este? Quais os itens que seriam considerados?
Como eu acredito em desenvolvimento sustentável, buscaria criar indicadores "verdes", ou seja, indicadores que pudessem medir o desenvolvimento a partir da Economia Verde, ou Economia de baixo carbono. Para tanto, deveria considerar tanto as iniciativas de redução de emissões quanto de criação e desenvolvimento de insumos e processos produtivos de menor impacto ambiental/social. Também teria que se considerar a redução da desigualdade social, da criação de oportunidades naquele sentido de buscar soluções efetivas, ou seja, ajudando as pessoas a sanar as necessidades urgentes mas com projetos que principalmente forneçam condições a essas pessoas de seguir com as próprias pernas ao final dos projetos. 

Uiara - segunda, 2 julho 2012
 
Galerinha,
Quando o professor mencionou o PIB fiquei pensando, realmente ele não mensura muita coisa, visto que mede superficialmente. Se a riqueza gerada não fica na localidade (estado, país ou município) ele é realmente nada representativo.
Um tipo de indicador como o de felicidade pode ser bastante interessante. Considerando Liberdade individual, família estável, boa saúde, educação, perspectiva de carreira, lazer, percepção dos cidadãos quanto à qualidade da água, do ar, do solo e da biodiversidade etc.. podem englobar mais dimensões indispensáveis para as pessoas.
Essa notícia da Folha apresenta algumas informações bem legais sobre esse indicador.
Tem uma figura bem legal que apresenta as dimensões utilizadas para avaliar a felicidade, mas não consegui colar no meu post.
Achei mais alguns materiais que trazem esse indicador e algumas considerações.
Professor Eduardo de Almeida
FIB - Índice de Desenvolvimento Sustentável
O índice da felicidade: evolução e crítica
Até mais,

Patrícia - segunda, 2 julho 2012
 
Oi de novo! 
Na última aula falei - só não lembrava o nome - sobre o Millennium Ecosystem Assessment, e fiquei de postar o link: http://www.millenniumassessment.org/en/index.html
É um bom ponto de partida para pensar em indicadores, porque ele trata de elencar os elementos constituintes de bem-estar humano e a importância do ecossistema para alcançar esse bem estar. Anexei a parte do relatório que trata disso, mas quem quiser pegar o resto no site é só baixar por capítulos.

Patrícia - segunda, 2 julho 2012
 
Verdade Ana! Muito interessante ter indicadores por região, considerando as peculiaridades. Sustentabilidade é uma questão tanto regional quanto global, uma vez que as atividades feitas em um lugar causam impactos nos outros lugares - as emissões da China não alteram apenas o ambiente da China e afetam o planeta de maneira global, ou seja, deve chegar um momento em que todo o mundo realmente possa olhar os indicadores regionais e verificar de que maneira as atividades de determinadas regiões estão afetando o resto do mundo!

Patrícia - terça, 3 julho 2012
 
Vendo a figura que está nessa notícia da Folha que a Uca postou, me veio a seguinte pergunta: e a questão de desigualdade social? As pessoas que passam fome e não tem condições de vida digna? Posso ser realmente feliz tendo infelicidade à minha volta? 

Gabriele - terça, 3 julho 2012
 
Boa noite,
Acredito que os indicadores sejam uma das principais ferramentas de gestão. Logo, concordo com os pontos que os colegas colocaram. Acho, ainda, que pelo fato de o indicador ter esse papel tão importante, deveria receber maior atenção principalmente na fase de planejamento, já que a tomada de decisão muitas vezes será baseada nos resultados gerados pelos indicadores.
Fiquei muito interessada nessa questão do fIB- felicidade interna bruta. Encontrei um artigo que traz diferentes críticas ao PIB como medida de bem-estar http://www.seplan.go.gov.br/sepin/pub/conj/conj14/artigo05.pdf. Especialistas encontraram que a “maior felicidade provém, além de um certo nível mínimo de renda, de conexões sociais uma sensação de controle sobre sua vida, um trabalho significativo, boa saúde, segurança econômica básica, confiança nas outras pessoas e no governo, bem como outras oportunidades menos conectadas com remuneração monetária como o trabalho voluntário, o trabalho doméstico não remunerado e os serviços providos pelo ecossistema – essas relações o PIB não avalia”.
Interessante que esse artigo traz uma citação da conferência do FIB realizada no Brasil: “... quaisquer que sejam as metas que tenhamos – e não importa o quanto essas metas mudem neste cambiante mundo – em última instância, sem paz, segurança, e felicidade, nada temos. Essa é a essência da filosofia da Felicidade Interna Bruta. Eu também rezo para que, enquanto for o rei de uma pequena nação no Himalaia, possa, durante o meu reinado, fazer muito para promover o maior bem-estar e felicidade de todas as pessoas neste mundo – de todos os seres sencientes. Maestade o Rei Jigme Khesar, discurso de abertura da V Conferência Internacional do FIB, Brasil 2009”. Ou seja, esse indicador considera outros quesitos para avaliação do bem-estar, além do desenvolvimento econômico, como questões de sustentabilidade – âmbito ambiental, social e cultural. Na verdade o FIB é composto por 9 dimensões: 
1- Bem estar psicológico: avalia o grau de satisfação e de otimismo que cada indivíduo tem em relação a sua própria vida
2- Saúde: mede a eficácia das políticas de saúde, com critérios como auto avaliação da saúde, invalidez, padrões de comportamento arriscados, exercícios, sono, nutrição
3- Uso do Tempo – o uso do tempo é um dos mais significativos fatores na qualidade de vida, especialmente o tempo para lazer e socialização com família e amigos. A gestão equilibrada do tempo é avaliada, incluindo tempo no transito, no trabalho, nas atividades educacionais, etc. 
4- Vitalidade Comunitária – foca nos relacionamentos e interações nas comunidades.
5- Educação – leva em conta vários fatores como participação em educação formal e informal, competências, envolvimentos na educação dos filhos, valores em educação ambiental.
6- Cultura – avalia as tradições locais, festivais, valores nucleares, participação em eventos culturais, oportunidades de desenvolver capacidades artísticas, e discriminação por causa de religião, raça ou gênero.
7- Meio Ambiente – mede a percepção dos cidadãos quanto à qualidade da água, do ar, do solo, e da biodiversidade. Os indicadores incluem acesso a áreas verdes, sistema de coleta de lixo, saneamento. 
8- Governança – avalia como a população enxerga o governo, a mídia, o judiciário, o sistema eleitoral, e a segurança pública, em termos de responsabilidade, honestidade e a transparência. Também mede a cidadania e o envolvimento dos cidadãos com as decisões e processos políticos e, principalmente, com a construção de políticas públicas. 
9- Padrão de Vida – avalia a renda individual e familiar, a segurança financeira, o nível de dívidas, a qualidade das habitações, etc.
O Brasil aderiu ao projeto FIB através do Instituto Visão, para o qual foi concedida pelo PNUD a coordenação do projeto para a América Latina.
Mas cada uma dessas dimensões do FIB é bastante complexa, fato que aumenta a dificuldade de gerar um bom indicador, como comentou o Rodrigo. Mas ainda assim acredito que o FIB apresenta grande potencial para avaliar a qualidade de vida de uma população, (muito mais que o PIB pelo menos).
Abs

Alan terça, 3 julho 2012
 
Olá pessoal, tudo bem?
Dei uma lida nos artigos postados pelos colegas e achei eles bastante interessantes. Havia ouvido falar sobre o FIB, mas não de forma "científica". Aquele da Seplan, irei disseminar por aí para que as pessoas tenham ideia de que existe outro indicador e de que ele seria possível. Porém, ao ler o artigo da pucrs e ver principalmente o mapa que relaciona o FIB e o PIB de diversos países, fiquei na dúvida. Uma por que eu não sei de onde tiraram os dados da FIB (não me perguntaram se eu estava feliz com minha vida ou o país no último Censo) - busquei na referencia, mas por se tratar de um livro de 500 páginas, não me arrisquei a ler hehehe. Outra porque a comparação entre os países é totalmente subjetiva. 
O Brasil é realmente um país feliz? Ou será que são felizes porque não sabem que poderiam ser mais? Existe uma escala de felicidade para as pessoas?
De acordo com a mesma Figura, seria de -2 a 5. Aí concordo com a Patrícia que perguntou: Posso ser feliz tendo infelicidade à minha volta? 
Me parece bastante difícil mensurar isso, mas acredito que seja uma das melhores formas de mudar algo nesse planeta. Se não para agora, para que as próximas gerações saibam que ter um IPAD ou Iphone não é ter felicidade (apesar de que eu seria bem feliz se tivesse um deles). Viram como é subjetivo isso? Ao menos, vejo que esse tipo de indicador poderia ajudar a conciliar a felicidade com a sustentabilidade e manutenção do ambiente,
aliando tecnologia com saúde, entretenimento, liberdade, etc etc etc...

Ismael - terça, 3 julho 2012
 
Eu tenho que discordar da opinião da Uiara sobre o PIB. Este indicador pode não ser uma maravilha, mas de acordo com um professor meu de Macroeconomia, o qual considero bastante, a Economia era uma antes de Keynes e o seu modelo (que é base para o PIB) e é completamente outra depois dele. Muitos anos se tentou encontrar uma equação para calcular o produto=renda de um país, mas existia o problema da dupla contagem, e foi a partir deste momento que foi possível termos um indicador global que considera a produção=renda gerada nos países. Este foi para a Economia um grande avanço.
Não entendi a observação da Uiara de que a riqueza não fica na localidade.??
Claro que, o PIB não é um indicador perfeito para mostrar o quão bem a população em geral está. Tanto é que somos a sexta economia do mundo e temos infinitos problemas.
O que quero dizer é que os indicadores são importantes, possuem uma função social e de gestão relevanta. Mas com certeza eles podem ser melhorados. Tanto é que o modelo de Keynes foi melhorado por Hicks e depois por Mundel e Fleming.

Fernando - terça, 3 julho 2012
 
Saiba mais sobre o FIB (Felicidade Interna Bruta):
BUTÃO E O PROGRESSO MEDIDO PELA FELICIDADE INTERNA BRUTA (FIB):
http://www.youtube.com/watch?v=lyXAD5HS2dY
Bog sobre FIB do Instituto VisãoFuturo:
http://felicidadeinternabruta.blogspot.com.br/
Felicidade no trabalho é sinônimo de produtividade
http://www.fiesp.com.br/agencianoticias/2010/08/25/felicidade_trabalho_sinonimo_produtividade.ntc
"As medidas do PIB não medem a degradação do meio ambiente, o esgotamento dos recursos naturais nem o agudo declínio na qualidade de vida dos cidadãos. Acho que, em todos os espectros políticos, existe o reconhecimento dessas deficiências e a convicção que é importante desenvolver medidas mais adequadas", afirma Joseph Stiglitz, economista reconhecido com o Prêmio Nobel 2001 de Economia.

Ana Paula - terça, 3 julho 2012
 
Boa tarde povo!!
Assim como o Alan, eu também já tinha ouvido algo sobre o FIB, mas nada muito específico, basicamente o que foi repassado pela mídia. Achei muito legal esse artigo que a Gabi postou, não fazia ideia que essa nova fórmula para medir o progresso de uma comunidade (o FIB) englobava as nove dimensões anteriormente descritas. Uma parte que achei muito interessante foi a comparação feita pelos autores do movimento mundial e outros indicadores de progresso: (a) “Índice do Planeta Feliz”, o qual divide a satisfação com a vida por pontuação da pegada ecológica; (b) “Projeto Global” da OCDE, que busca coletar as melhores práticas (políticas, sociais e econômicas) que claramente demonstraram o potencial de aumentar a satisfação com a vida, para criar medidas mais inteligentes de melhoria de progresso; (c) Parceiros do Índice de Felicidade de Vitória,  versão internacional do questionário FIB para o Ocidente (o indicador utilizado pelo Brasil!); (d) Índice de Progresso Nacional, indicador da comunidade tailandesa; (e) Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que  tenta medir fatores sociais, como as taxas de educação, longevidade e renda, para determinar o nível de desenvolvimento humano de cada país, estado e município.
Encontrei um artigo na Internet que fala sobre o FIB Empresarial (não tinha ouvido falar desse!).  O FIB Empresarial é apresentado como uma metodologia eventualmente capaz de preparar as empresas e seus funcionários para que primeiramente vivenciem em si a responsabilidade social, e posteriormente integrem em seu negócio práticas responsáveis e éticas, sem perder, em nenhum momento, foco na produtividade da empresa. De acordo com os autores, é comum vermos uma empresa posicionando-se como socialmente responsável quando contribui, por exemplo, para o desenvolvimento de uma comunidade carente vizinha a sua planta. Embora não se despreze nenhum esforço empresarial neste sentido, não parece coerente, tampouco sustentável, que esta empresa parceira da comunidade descumpra leis trabalhistas ou ainda não considere em nenhum aspecto relacionado à qualidade de vida de seus empregados no trabalho. As informações geradas pelo processo FIB têm se revelado potencialmente úteis para as empresas melhorarem suas relações com seus funcionários, que apresentam menor rotatividade de mão-de-obra, alta satisfação por parte dos clientes e crescente produtividade e inovação.
Em 2008, Susan Andrews, pesquisadora e cientista norte-americana (moradora do Brasil desde 92) e representante do FIB na América Latina, estava a frente de um grupo de estudo e implantação do FIB como política pública em algumas cidades de São Paulo. O Brasil não apresentava os pressupostos para trabalhar com o FIB apenas com os governos, como política pública preponderantemente utilizada em outros países. Considerando suas características sócio-culturais, o FIB no Brasil apresentaria mais efetividade, se tivesse sua origem nas pessoas. Após seis meses de discussões com empresários avaliando o sentido do FIB nas empresas, concluiu-se que as pessoas passam o maior tempo de suas vidas nas empresas, e sendo assim, não há como se buscar a felicidade, sem considerar este lugar. As pessoas irão criar a partir da provocação para a análise da essência da felicidade de cada um (FIB) no ambiente que a empresa está propiciando para o mesmo, envolvendo as pessoas, trazendo-as para um nível de conhecimento sobre o que traz felicidade para ela, através do seu conhecimento tácito, cria-se o aprendizado. Trata-se da co-criação de uma organização, baseada no protagonismo das pessoas.
As autoras citam Gomes, que afirma que ao tocar o coração das pessoas poderemos acelerar o processo de sustentabilidade. As empresas privadas podem usar os indicadores para avaliar e melhorar o bem estar dos seus funcionários e das partes interessadas pela atuação da empresa no seu ambiente externo, incluindo clientes, fornecedores e a comunidade. As autoras dizem que é com grande expectativa que aguardam a fase de testes do FIB empresarial. Acreditam, por evidências empíricas apontadas em diferentes pesquisas realizadas no Brasil e no exterior, que a adoção do FIB empresarial permitirá criar situações positivas para todos.  E, ainda, projetam um futuro onde a felicidade impacta positivamente na receita, produtividade e lucro das empresas.
Fonte: http://fibrio.org.br/wp-content/uploads/2012/04/Artigo-Fabiane.pdf.
Fazendo um link com as perguntas do Alan... Será que pessoas felizes produzem mais? Existirão escalas para medir a felicidade das pessoas? As pessoas farão com que uma empresa seja mais feliz do que outra? Aí não entraria uma questão de clima organizacional? Ambiente institucional? E... Quanta coisa relacionada!!! Acredito que são inúmeras variáveis que influenciam no comportamento médio das pessoas de cada país, e que são muito complexas!  O que eu acho muito interessante no FIB é justamente considerar não apenas variáveis econômicas, mas tentar abranger as demais variáveis que impactam no modo de vida das sociedades. Talvez o FIB não seja o indicador perfeito (como a Pati disse, felicidade é um conceito muito subjetivo), mas o vejo como um começo para tentar compreender as diferenças das nações mundiais.

Ana Paula - terça, 3 julho 2012
 
Povo!!!
Procurando por materiais acerca do FIB, encontrei uma matéria que saiu no site Planeta Sustentável da Abril, intitulada “A Economia da Felicidade” (http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/felicidade-interna-bruta/a-economia-da-felicidade/). A matéria inicia com o seguinte trecho (que achei muito legal!!): Economia e felicidade são palavras que podem fazer parte de uma mesma frase? Agora parece que sim.
A matéria fala de um encontro promovido pelo governo do Botão na sede da ONU, em abril de 2012. O encontro teve como objetivo estabelecer um novo paradigma econômico. De acordo com o secretário-geral da ONU, pensar somente em termos de crescimento quantitativo não é adequado; precisamos de um novo paradigma econômico que dê valor ao desenvolvimento sustentável. O encontro, ainda, objetivou buscar resultados propostas a serem apresentadas na conferência planetária Rio+20.
Um ponto comum entre quase todas as apresentações é o desafio de estabelecer critérios objetivos para a mensuração da Felicidade Interna Bruta (FIB). É preciso adotar medidas de desenvolvimento que contemplem aspectos mais amplos do que o crescimento econômico.  Por fim, a reportagem traz o relatório World Happiness Report, que introduz e desenvolve o tema. Para quem quiser dar uma olhada: http://www.earthinstitute.columbia.edu/sitefiles/file/Sachs%20Writing/2012/World%20Happiness%20Report.pdf, o relatório traz conceitos e exemplos de casos.

Patrícia - terça, 3 julho 2012
 
Muito legal essa matéria sobre "Economia da Felicidade"  que a Ana postou. Aliás, o FIB está bombando no fórum! Eu continuo não acreditando no índice, mesmo com toda a literatura apresentada. Penso que no Butão, pela questão religiosa, as coisas são diferentes. O desenvolvimento espiritual aliado ao desenvolvimento material, essa é a lógica da "economia da felicidade" do Butão, pelo que eu percebo. O que me incomoda nesse tipo de iniciativa é justamente a questão de medição que também já foi levantada desde o início do fórum pelo Rodrigo. E como disse o Alan, o IBGE não me perguntou se estou feliz em meu país. Mas pior do que isso é o fato de que podem existir pessoas que se sintam/digam felizes sem que realmente exista o desenvolvimento sustentável em suas vidas. Há crianças brincando (felizes?) em locais sem saneamento, sem segurança alimentar, sem nutrição adequada...
Quem nunca escutou alguém dizer que não é problema o modo como os trabalhadores da indústria são tratados na China, afinal, a vida deles melhorou, eles antes não tinham renda. A vida deles melhorou, talvez tenha aumentado o FIB, mas e o desenvolvimento sustentável?
Não gosto mesmo dessa ideia, mesmo eu sendo minoria, mantenho minha posição.
E por acaso, antes de entrar no fórum eu vinha lendo exatamente uma conclusão acerca de felicidade que compartilho aqui:
"A felicidade constitui, certamente, a plenitude da vida. Mas pode adotar múltiplos rostos: amor, bem-estar, satisfação plena, ação, contemplação, conhecimento. Não há, talvez, uma felicidade imperiosa subordinando todas as outras, a não ser a que cada um pode eleger conforme o seu sentimento ou ideia própria. A pluralidade dos fins significa também a pluralidade dos meios para realizar-se." (Morin, Edgar. O método 5 - a humanidade da humanidade, p. 155)
Feliz noite a todos!

Uiara - terça, 3 julho 2012
 
Oi Ismael,
O que eu disse é que: Se a “riqueza” não ficar na localidade onde o PIB é medido, ele não mensura muita coisa.
Mas, para complementar minha resposta, eis algumas críticas levantadas ao indicador:
O PIB é uma adição de bens e serviços vendidos e comprados, sem nenhuma distinção entre os que são ou não benéficos para a sociedade. Despesas com acidentes, poluição, contaminações tóxicas, criminalidade ou guerras são consideradas tão relevantes quanto investimentos em habitação, educação, saúde ou transporte público. Exemplos disso são economias oriundas da destruição, das guerras e acidentes ambientais, que movimentam bilhões em custos diretos e indiretos e são contabilizadas erroneamente no verde, e não no vermelho.
O cálculo do PIB, apesar de ser um “indicador de progresso”, não faz distinções entre o que é produtivo ou destrutivo, ou entre despesas que elevem ou rebaixem a condição humana. Nem sequer são computados o trabalho doméstico e voluntariado, que não são remunerados, por não envolverem transações monetárias. Muito menos inclui depreciações de recursos naturais. As estatísticas mostram, também, que o PIB não é significativamente correlacionado com vários dados, como o desemprego e as desigualdades econômicas, variáveis que são, no entanto, freqüentemente citadas como importantes para a sociedade “que vai bem”.
Ou seja, as críticas ao PIB, como padrão aceito internacionalmente, derivam do fato de ser uma medição bruta de qualquer atividade econômica, independentemente de sua natureza, desde que gere fluxos monetários e desconsidere a depreciação do “capital natural” necessário para mantê-lo.
O PIB tem recebido muitas críticas, que já vêm de alguns dos mais conhecidos economistas, incluindo os laureados com Nobel de Economia (por exemplo, Simon Smith Kuznets, Daniel Kahneman, Robert Solow, Joseph Stiglitz, Amartya Sen e Muhammad Yunus), mas é “claro, em sua defesa sempre poderá ser dito que não foi inventado para medir o progresso, o bem-estar ou a qualidade de vida, mas tão somente para medir o crescimento econômico, que é meio sem o qual não se atingem tais fins. Mas a armadilha não é desfeita, pois a ideia de riqueza que deu origem ao PIB foi excessivamente influenciada pela atmosfera da Segunda Guerra Mundial. Concepção que logo ficou anacrônica, por só dar importância à produção de mercadorias e ao capital físico. Daí que a única utilidade que talvez ainda lhe reste seja a de permitir comparação entre as produtividades nacionais do trabalho, desde que bem contadas as horas trabalhadas.” (Zeeli).
A economista Hazel Henderson entende, por exemplo, que o padrão de riqueza das nações deve incluir, além de recursos financeiros, ativos da Natureza e os capitais social e intelectual dos povos. Sob esse aspecto, falha o PIB, porque não monitora a dilapidação do planeta, tampouco as condições de vida de sua população. Seria importante desenvolver, nessa perspectiva, indicadores que considerem o bem-estar dos povos. Só assim poderemos ter a verdadeira dimensão do progresso e introduzir novos critérios de decisão para a sociedade sustentável.
Assim, definir em que consiste a riqueza de um país se tornou uma tarefa que exige o exame de vários aspectos econômicos, sociais e ambientais. Sob essa perspectiva, índices elevados de PIB não são mais garantia de desenvolvimento sustentável.
Vejamos algumas das principais críticas atribuídas ao PIB. (Fonte: Jean Gadrey. Os Novos Indicadores de Riqueza).
1.Tudo o que se pode vender e que tem um valor monetário agregado aumentará o PIB e o crescimento, o que não significa necessariamente desenvolvimento sustentável e aumento do bem-estar individual e coletivo.
2. Em parte alguma se contabilizam as perdas de bem-estar provocadas pelo crescimento econômico, o que, embora não tenha valor comercial, pode ter um valor enorme para o nosso bem-estar e o das futuras gerações.
3. Numerosas atividades e recursos que contribuem para o bem-estar não são contabilizados simplesmente porque não são comerciais ou porque não têm custo monetário direto de produção.
4. O PIB mede apenas as quantidades produzidas (outputs) e é indiferente aos resultados em termos de satisfação e de bem-estar pelo consumo desses bens (outcomes), que são mais importantes para avaliar o progresso. Essa medida não reflete o bem-estar de uma sociedade.
5. A mensuração do PIB é também indiferente à partilha das riquezas contabilizadas, às desigualdades, à pobreza, à segurança econômica etc., que são, todavia, quase unicamente consideradas dimensões do bem-estar de uma sociedade.
Temos a obrigação de redefinir os próprios termos da riqueza. Só há possibilidade de desenvolvimento sustentável se uma profunda reinterrogação do pilar econômico vier a transformar a visão e a própria prática da economia. Não basta acrescentar a um pilar econômico, que permaneceria inalterado, um pilar ambiental e, para concluir, um pilar social.
Fonte: http://www.compendiosustentabilidade.com.br/compendiodeindicadores/introducao/default.asp?paginaID=25&conteudoID=305

Rafael quarta, 4 julho 2012
 
Olá Pessoal!
Bom alguém tinha que ser o primeiro, né (cobaia) hehehe? 
Então segue o link do vídeo que fiz para a disciplina, nele vocês verão minha avó, minha mãe, minha irmã e minha sobrinha falando sobre (água, lixo, energia, educação para sustentabilidade, consumo responsável e o futuro do meio-ambiente).
o som não ficou muito bom, mas me dêem um desconto ( foi o primeiro filme que dirigi hehehe). Coloquei legenda para ajudar.
um abraço,
Para assistir o vídeo sigam o link
http://www.youtube.com/watch?v=d1ZZcPCqJgw&feature=g-upl

SABRINA - quarta, 4 julho 2012
 
Encontrei na internet alguns indicadores que vão além do PIB para medir a "felicidade" das pessoas:
Os outros índices para além do PIB:
1. Luzes - indicador nocturno 
Medir o crescimento económico é mais difícil em países menos desenvolvidos, onde os indicadores do Estado são muito frágeis e deixam de lado uma economia informal com peso significativo. Para o contrariar existe já um método de medição da riqueza do país através das luzes observáveis à noite. Com as devidas reservas, porque o simples aumento da população pode fazer surgir mais luzes, comparar estimativas do PIB com as medições das luzes pode dar origem a valores muito diferentes.
2. Índice de felicidade - sentimento global
Um país onde a felicidade vem antes da riqueza não é fácil de encontrar. Mas o Butão nunca encontrou indicador mais adequado aos seus valores e aspirações que medir a felicidade dos 200 mil habitantes. O conceito nasceu no país, mas o país que lidera o top dos mais felizes do mundo é a Islândia, seguida pela Dinamarca e Colômbia. “A felicidade é como a saúde. Depende do meio e da hipótese de melhorar”, diz Ruut Veenhoven, autor da lista da universidade de Roterdão. 
3. Compra de pipocas - índice doce ou salgado
Por mais surpreendente que seja, o índice de compra de pipocas nos cinemas pode servir como um indicador importante relativamente ao comportamento dos consumidores. Num estudo que comparou a evolução do índice britânico FTSE 100 com a média de pipocas vendidas a cada pessoa que vai a um cinema Odeon, é possível observar um acompanhamento das curvas ascendentes e descendentes e, por vezes, uma antecipação das mesmas.
4. Indicador de progresso genuíno - olhar mais abrangente
Criado em 1995 como uma alternativa ao PIB, o IPG procura medir a situação económica, mas também social da população, adaptando-se a factores como a distribuição do rendimento e acrescentando indicadores como o trabalho voluntário, subtraindo o crime ou a poluição. Outros factores tomados em consideração são: consumo de recursos, danos ambientais a longo prazo, mais ou menos tempos livres e dependência de ajuda exterior.
5. Desenvolvimento humano - indicador humanista
É usado desde 1993 pelas Nações Unidas para avaliar anualmente o nível de bem-estar da população dos países-membros. Actualmente liderado pela Islândia, o índice engloba três dimensões essenciais: educação, esperança média de vida e PIB per capita. Com o objectivo de medir mais o desenvolvimento do que o crescimento, o índice resulta de uma média entre os três indicadores acima mencionados. Portugal é considerado um país com um índice de desenvolvimento humano elevado.

Ismael - quarta, 4 julho 2012
 
Excelente comentário Uiara, praticamente uma aula de Macroeconomia. Muito bom. 
A minha posição ao defender o PIB, assim como iria defender vários outros indicadores, deve-se ao fato de que, por mais imperfeitos que eles ainda possam ser, é um avanço que existe para a sociedade, sem o PIB ou outros indicadores ficaríamos "às cegas", sem poder comparar minimamente 2 países quanto a sua produção nacional, por exemplo. Assim como existem críticas ao PIB, também existem ao FIB, e pertinentes, existem críticas ao IDH por deixar de considerar elementos importantes, e assim por diante. 
As críticas são importantes porque instigam avanços e melhorias nos indicadores, contudo, críticas que apenas ficam nas críticas, sem trazer contribuições não são em minha opinião, prestigiosas.
Eu entendo tua preocupação e angústia por ter um indicador que possa responder muitas coisas e ser um pilar de base para a sociedade. Mas esperar que UM ÚNICO indicador, no caso em questão o PIB, que tem como função representar a soma - em valores monetários - de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (com falhas evidentemente), também faça distinções entre o que é produtivo ou destrutivo, que compute trabalho doméstico e voluntariado (o PIB mede apenas valores monetários, que se crie então um indicador complementar, ou que se melhore o PIB, sem problemas), que seja correlacionado com desemprego, desigualdades econômicas, que inclua depreciação de recursos naturais, dizer que o PIB não monitora a dilapidação do planeta, etc, etc, etc, etc...
É loucura achar que o PIB vai responder tudo isso, que um único indicador seja a salvação do planeta. É e loucura achar que teremos um indicador único para responder tudo que queremos, porque a sociedade é muita complexa e para termos um indicador universal, se torna mais complexo ainda a tarefa.
Portanto, minha argumentação é de que as críticas ao PIB, FIB, etc são importantes, mas não partilho da opinião de quem rejeita e detona os indicadores porque eles não são perfeitos, porque na minha opinião nunca serão perfeitos. Agora se essas críticas venham para contribuir e para avançarmos com os indicadores, criando novos, complementares, melhorando os já existentes, ótimo. Isso é muito bem-vindo.

Raquel - quarta, 4 julho 2012
 
Bah! Hoje vou pegar as considerações do Alan do fórum anterior e dizer que me senti completamente sem ter com o que contribuir, perto do que os colegas sabem... Acho que ter indicadores, como já colocaram, fundamentais para a gestão. Mas a construção de um indicador que realmente mensurem o pretendido é uma tarefa muito complexa...

Uiara - quarta, 4 julho 2012
 
Oi Rafael,
Muito legal teu vídeo ,
Mas te ganhei, eu postei o meu no youtube ontem.
Só não tinha divulgado o link....hehe
Então pessoal, segue o link.... Não está lá essas coisas, foi a minha primeira produção....se tiverem algumas sugestões me passem depois.
http://www.youtube.com/watch?v=GgJIXeaAFGg
Abraço

Gabriele - quinta, 5 julho 2012
 
Boa noite,
Acredito que um dos pontos importante de se discutir sobre indicadores seja avaliar também as decisões tomadas baseadas nesses dados. Com certeza não existe indicador perfeito, que avalie tudo, mas acho válido identificar as principais falhas para, então, haver novas propostas. Vejo o PIB sendo usado vastamente em nível internacional para comparação de países. Nesse sentido, acho que uma das principais contribuições do FIB foi mostrar que além dos itens econômicos, outros aspectos devem ser avaliados para se fazer um ranking dos países. Não tenho opinião bem formada em relação ao FIB, mas acho que foi um passo importante o de existir um indicador que considere nove dimensões, entre elas a psicológica, meio ambiente, etc. Pelo que eu entendi, o FIB é medido através de perguntas indiretas sobre essas noves dimensões (a qual também inclui a renda), não é simplesmente uma pergunta se a pessoa é ou não feliz. Entretanto, concordo com os colegas que seja realmente difícil avaliar as respostas e estabelecer níveis de felicidade, principalmente considerando as diferentes culturas.
abs

Valeria - quinta, 5 julho 2012
 
Oi pessoal
Aos 51’ do segundo tempo, posto uma mísera migalha de contribuição! Estive com uma gripe muito forte no fim de semana passado e durante a semana, o que me dificultou em algumas coisas (e atualizar postagens no fórum foi uma delas) – ATENÇÃO: isso não precisa ir para o blog, hehehe
Bom, voltando, li as postagens de todos e minhas contribuições são no sentido de que considero sim importante que se tenham métodos e instrumentos de medição da sustentabilidade, apesar de essa ser uma visão bastante positivista. Porém, o que tenho verificado ao longo de “x” anos trabalhando com desenvolvimento sustentável é que os indicadores para a sustentabilidade não são tão diferentes dos indicadores econômicos normalmente aceitos. Com pequenas variações se consegue “transcrever” um indicador econômico para a realidade da temática sustentável, ou ambiental, ou outra que tenha uma amplitude e importância, no mínimo, razoáveis. Ou melhor, talvez o que se consiga adaptar é o que se está tentando medir, seja no aspecto econômico como no da sustentabilidade. Quando iniciei minha carreira profissional trabalhei em um projeto de indicadores de gestão de pessoas. Parecia fácil, mas eu queria sair daquele tradicional “índice de turnover”, “grau de satisfação com a gestão de pessoas”, etc. Aprendi que, se estamos falando de entender, conhecer e propor mudanças, é importante sim medirmos variáveis (ou elementos) relacionadas ao objeto de nossa atenção. Muito mais do que para ter o controle, para ter o conhecimento do que acontece e do que pode ser mudado. Foi difícil sair do tradicional na área de gestão de pessoas. Porém, depois comecei a trabalhar com desenvolvimento sustentável, percebi que a dificuldade de ter indicadores consistentes, fidedignos quanto à realidade e suficientemente abrangentes (para abarcar uma série de possíveis situações do “mundo real”) era infinitamente maior. Não há, nem nunca houve, e está, a meu ver, distante de haver, um consenso geral quanto a indicadores de sustentabilidade. O que acabava, invariavelmente acontecendo, era que se adaptavam indicadores econômicos, sociais e ambientais (em menor grau, talvez) para medir a sustentabilidade dos projetos ou, como amplamente chamávamos também, para medir a melhoria da qualidade de vida gerada nos beneficiários impactados pelos projetos. Acredito que os indicadores são válidos, desde que sejam úteis, desde que representem, efetivamente, o que se quer conhecer daquela realidade. Há diversos indicadores validados, alguns dos quais já foram citados pelo Felipe e pelos colegas: os do IBGE, os do FIB, etc. Eu acrescentaria o ISE – índice de sustentabilidade Bovespa, que é um índice validado no mercado financeiro para avaliar o grau de envolvimento com responsabilidade social, governança e preocupações ambientais das empresas brasileiras listadas em Bolsa de Valores. Ok, nada é perfeito, e talvez isso seja mais uma forma de “propagandear” as ações da empresa do que efetivamente ter a sustentabilidade como filosofia empresarial. Mas é um índice que agrega um conjunto de indicadores, e se estamos falando nisso, temos que considerá-lo na discussão. O link, para quem se interessar, é: http://www.isebvmf.com.br/
Quando falamos em indicadores, também, é difiícil não associarmos com o “rankeamento” de alguma coisa. Afinal de contas, a gente também pode medir para identificar quem é o "top" da lista e quem se pode "imitar". No caso da sustentabilidade, há uma lista global das 100 empresas mais “clean capitalism”, conceito associado à sustentabilidade pela empresa canadense responsável pelo estudo. Para quem tiver interesse, aqui vai o link: http://www.global100.org/annual-lists/2012-global-100-list.html
Achei bem interessante a postagem da Pati sobre o Millenium Ecosystem Assesment e acho válido dedicarmos um tempo para explorar melhor o assunto.
Sobre o que a Uca comentou de “Se a “riqueza” não ficar na localidade onde o PIB é medido, ele não mensura muita coisa”, tenho que concordar que geração de riqueza é relativa e que, se não for mantida na localidade, não vale muita coisa mesmo. A isso eu associo o que tenho falado, em algumas ocasiões, sobre fazer o dinheiro circular no município, explorando e viabilizando negócios locais que façam as pessoas consumirem coisas locais e, dessa forma, gerar e ampliar o poder de alavancagem da riqueza do município.
Especificamente sobre o FIB, vi que há vários colegas que se interessaram (Uca, Ana e Gabi, por exemplo), e há os que talvez não lhes dê tanto crédito. Assisti a uma palestra com a Susan Andrews, pois tenho conhecidos que estão, de alguma maneira, envolvidos nisso (são pessoas maravilhosas que, assim como nós, querem um mundo melhor). Confesso que saí com a sensação de que faltava algo. A Susan é maravilhosa, passa uma coisa muito boa, mas não saí com a sensação do que realmente o FIB é capaz de medir. Também conheço uma pessoa que foi ao Butão para “ver de fato a aplicação disso na realidade”. Independente de ser a favor ou contra, ou não ter um posicionamento específico, o FIB é um indicador que também devemos considerar, já que é “validado” no mercado e há uma aplicação prática dele. Agora, se realmente mede a felicidade, ou restringir a felicidade àquelas dimensões às quais ele se propõe a medir, isso é outra história. E aí pode estar nossa contribuição.
Bom, pessoal, eu vou me despedindo. Durante a aula discutimos melhor isso!
Abraços,

Ana Paula - quinta, 5 julho 2012
 
Povo,
Para contribuir um pouco, em relação a indicadores de performance de municípios, posto o relatório síntese de Indicadores Urbanos Globais - uma abordagem integrada para a Mensuração e Monitoramento do Desempenho das Cidades. O projeto tem como municípios-piloto cidades como Montreal (Canada), Bogotá (Colômbia) e Porto Alegre (Brasil), bem como parceiros iniciais a OECD e a ABNT. O relatório evidencia uma necessidade em desenvolver um sistema único e padronizado para mensurar e monitorar o desempenho e a qualidade de vida nas cidades. Apesar de os indicadores para mensuração do desempenho das cidades serem rotineiramente utilizados pelos vários níveis de governo, pela comunidade acadêmica e pelas agências internacionais, eles ainda não são padronizados, consistentes e comparáveis ao longo do tempo e entre as cidades. Essa falta de padronização é um fator que limita a possibilidade de as cidades identificarem tendências, compartilhar as melhores práticas e aprender com a experiência alheia. O Programa de Indicadores Urbanos Globais tem como enfoque as cidades com populações acima de 100.000 habitantes. Ao todo, são propostos 53 indicadores em torno dos tópicos. Reconhecendo que existem diferenças de recursos e capacidades entre as cidades, esse conjunto de 53 indicadores sub-divide-se em 27 indicadores “principais”, que todas as cidades participantes seriam solicitadas a apresentar, e 26 indicadores “de apoio”, que as cidades seriam encorajadas a apresentar, mas que não seriam de coleta obrigatória. Os indicadores são apresentados em uma tabela, contendo as variáveis utilizadas no programa (dentre elas, energia, resíduos sólidos, planejamento urbano, abastecimento de água, lazer, meio ambiente, economia, igualdade social, bem-estar, cultura...).
Para quem tiver maior interesse: 
http://www.cityindicators.org/%5Cuploads%5CCity%20Indicators%20Report%20-%20Portuguese.pdf.

Marcio - quinta, 5 julho 2012
 
O PIB como medida única pode gerar problemas sociais e ou ambientais. A conexão com o coeficiente de GINI, que mensura desigualdade, pode ser uma boa ajuda. Como um carro de formula 1, não basta ser o mais veloz na reta, é preciso se manter na pista nas curvas e finalmente (bem alegórico para o nosso caso) é fundamental ter gasoline suficiente para chegar no final da prova – vários indicadores sendo medidos e analisados concomitantemente. Logo acredito que o principal problema de se utilizar o PIB como medida única é justamente o fato de ser única =)
A idéia de um indicador único leva ao desenvolvimento de índices, que são compostos por vários indicadores – um dos exemplos para medir o desenvolvimento de países é o IDH (índice de desenvolvimento humano da ONU). É um caminho, mas não devemos ter a ilusão de que vá automaticamente resolver o problema. Engajar a população no debate e aplicação dos índices/indicadores é fundamental para a promoção do desenvolvimento.
Outra idéia interessante sobre indicadores é o trabalho do economista Manfred Max-Neef, que fala da matriz das necessidades humanas (http://en.wikipedia.org/wiki/Fundamental_human_needs). Segue as versoes em Espanhol e Inglês:
Outros comentários genéricos:
Rodrigo – “só o que pode ser medido é gerenciável”, mas nem tudo que é importante pode ser mensurado. É fundamental sempre buscarmos maneira de medir, mas não podemos limitar nossas ações àquilo que podemos medir precisamente.
“wikipediAna” - =) como sempre, uma fonte inesgotável de informações, novos artigos e referências. Calma Aninha, não é bullying, é elogio mesmo.
Ismael – as contribuições de economistas como Keynes foram muito importantes, mas quase nenhum dos clássicos, neoclássicos e evolucionários considera os impactos ambientais dos processos econômicos, o que pode ser problemático. Por exemplo, desastres ambientais geram crescimento do PIB, que é uma medida de fluxo.
Uca – o Yunus foi Nobel da Paz, não de economia =), o que talvez me faça ainda mais fã do cara!
Buenas, ficam aí os meus centavos...
Abs,