terça-feira, 10 de julho de 2012

Consumo e Marketing Verde


LUIS FELIPE - sábado, 19 maio 2012
 
Olá Pessoal, 
A discussão sobre Consumo e Marketing Verde que fizemos na aula certamente irá continuar no Forum. Afinal, o Marketing que é verde ou a Empresa que decide divulgar suas ações verdes? Seria esta a origem da polêmica?
Aproveito para trazer outros questionamentos. O "ecomarketing" ou "marketing verde" é utilizado quando existe demanda, certo? Ou a empresa pode criar/identificar/estimular/etc necessidades, desejos? Ou ainda, a empresa pode "educar" seus consumidores para consumir produtos verdes?
Uma outra análise que podemos fazer é de que, já existe esta demanda e as empresas é que não estão explorando-a adequadamente, será? Afinal, qual é o público interessado em produtos com apelo ambiental? Qual é o tamanho deste mercado no Brasil? Quais são as características destes consumidores? Existe uma tendência de crescimento deste mercado ou é mais uma moda?
Algumas publicações dizem que o consumidor gosta e acha bom os produtos verdes, mas se tiver que pagar mais caro, não compra! A pergunta que surge é: "quanto mais caro?" O consumidor estaria disposto a pagar 5%, 10%, 20% ou 100% mais do que o produto tradicional? Será que ele percebe as vantagens que este produto ecológico oferece? As informações disponíveis sobre os produtos verdes são facilmente intendidas e valorizadas pelos consumidores? O consumidor considera esta informações importantes e verdadeiras? E se ele tiver dúvidas, como poderá obter mais informações ou ter certeza de que elas são verdadeiras? Aí entra a discussão sobre o Greenwashing. Mas quem sabe onde buscar informações sobre o greenwashing praticado pelas empresas? Será que nova lei do acesso a informação vai estimular os consumidores a buscarem informações e denunciar quem pratica greenwashing?
Teremos nos próximo 5 a 10 anos um novo padrão de consumo no Brasil, com consumidores mais conscientes e exigentes? Isto pode correr com toda as classes sociais (A, B, C, D e E)? Ou seja, as classes C, D e E irão acompanhar esta evolução? O que será necessário fazer para que o brasileiro tenha um comportamento semelhante aos consumidores europeus?
Meu Deus, quantas perguntas! Mas para esta turma, nada é impossível! Tenho certeza que vocês vão conseguir responder todas estas questões e acrescentar outras. 
Um bom final de semana e muitas postagens (de todos!!!) no Forum.
Um abração

Uiara - sábado, 19 maio 2012
 
Vamos as primeiras contribuições:
Sem dúvida que a empresa cria demandas, afinal de contas esse é um dos papéis do Mkt. Ou o Ipod sempre foi uma necessidade???
A partir do momento que surge algum produto com inovação tecnológica sustentável, as pessoas podem considerar essa nova opção. Por exemplo, estávamos felizes com as sacolas plásticas, mas foi oferecida outra opção, então chega um momento em que vamos refletir nossas atitudes considerando as opções. Nesse sentido, as empresas têm papel central nas nossas escolhas.
Encontrei a notícia sobre consumo:
http://exame.abril.com.br/economia/meio-ambiente-e-energia/noticias/consumidores-estao-menos-preocupados-com-sustentabilidade
Consumidores estão menos preocupados com sustentabilidade
Congresso realizado no Rio de Janeiro debateu como preservar o planeta em uma economia que estimula cada vez mais as compras
São Paulo - O consumidor está menos preocupado com a sustentabilidade. Na medida em que aumenta renda e, consequentemente, o consumo, a preocupação com questões que contribuam para o bem do planeta diminui entre os brasileiros. Segundo a Pesquisa Nacional de Consumo Consciente 2012, divulgada pela Fecomércio-RJ, 37% da população não leva em conta a preservação ambiental no dia a dia. Em 2007, esse número era de apenas 26%.
Se antes 26% procuravam consumir produtos com menos impacto para o meio ambiente, hoje, somente 22% mantêm essa preocupação. Em 2007, 42% plantavam árvores ou cuidavam de jardins, contra os atuais 37% que mantêm esse costume. O levantamento aponta ainda que o brasileiro está deixando de fazer coisas simples, que além de preservar o ambiente contribuem para o próprio bolso.
Em 2007, 74% dos pesquisados se preocupavam em utilizar sobras de refeições para fazer uma nova refeição. Esse percentual caiu para 67% em 2012. Da mesma forma, no período anterior, 24% diziam lavar a calçada de casa com água de mangueira. O número subiu para 27% em 2012.
Até os hábitos de fechar a torneira para escovar os dentes e de apagar as luzes ao sair de um ambiente, que eram quase unânimes na última edição do estudo, realizados por 92% e 93% da população, respectivamente, foram deixados de lado por uma parte dos pesquisados nos últimos cinco anos, com índices que caíram para 89% e 91%, respectivamente.
Sustentabilidade nas empresas
Por outro lado, vem crescendo o número de empresas preocupadas com o desenvolvimento de ações voltadas para a questão socioambiental, ainda que não haja uma fórmula para se medir a sustentabilidade. Um dos exemplos é o Santander, que atua com projetos de empreendedorismo e formação de mão-de-obra. Atualmente, a companhia treina um grupo de 200 mil pessoas em idiomas estrangeiros para que possam atuar nos eventos esportivos que serão realizados no Brasil.
Mas não consegui achar a tal pesquisa no site da Fecomércio do RJ. Se é realmente nacional ou se é só do Rio, não sei dizer.
O instituto Akatu tem uma pesquisa meio velha, sobre informações de consumo, mas vale dar uma olhadinha, é de 2007:
http://www.akatu.org.br/Content/Akatu/Arquivos/file/Publicacoes/4-Pesquisa7.pdf
37% dos entrevistados afirmam pagar mais por materiais não-nocivos ao meio ambiente e 8 em cada 10 consumidores manifestaram disposição a pagar mais, um sobre-preço entre 25% e 35% pela mercadoria com selo ambiental (Akatu).
Já essa outra (2010) é mais recente mas não apresenta a mesma metodologia da anterior:
http://www.akatu.org.br/Content/Akatu/Arquivos/file/10_12_13_RSEpesquisa2010_sum%C3%A1rioconclus%C3%B5es_pdf.pdf
O que mais me chamou a atenção nessa última pesquisa foi que os consumidores não se preocupam somente com o produto, mas com a empresa em si, se elas apresentam programas de contratação sem discriminação, se apresentam metas para a redução das desigualdades, se asseguram remuneração adequada aos trabalhadores, etc. Nesse caso, não é somente o produto em si que pode atrair a atenção do consumidor, mas a empresa com uma Gestão consciente.
Nessa caso, voltamos a questão de se é a empresa ou o Mkt o responsável pela consciência "verde" da empresa. De acordo com esse exemplo, podemos pensar sim que é a empresa a responsável.
Bom findi,

Patrícia - sábado, 19 maio 2012
 
Foram muitas perguntas, então vou ter que pensar um pouco e postar outras vezes, mas por enquanto ainda continuo com a discussão iniciada em aula.
Quem é verde afinal?
Refletindo principalmente sobre falas do Felipe e do Márcio na última aula, me questionei até que ponto minha visão de marketing verde estaria coerente. 
Volto a afirmar que em minha opinião o marketing é sempre o marketing, reflete apenas a postura de quem o aplica, seja empresa, governo, profissional ou quem possa dele se utilizar.
Quando discutíamos em sala, lá pelas tantas o Felipe perguntou pra Uca se então não seria a mesma coisa com o design, por exemplo. O design é o design sempre. Refleti a respeito, e então, minha gente, quase me convenci, porque fazendo essa analogia cairiam por terra vários "ecos” e “verdes”: ecoempreendedorismo, ecoinovação, econegócio, negócio verde, inovação verde e por aí vai. Então quase entendi que o marketing pode ser verde, afinal, assim como no ecodesign, é a aplicação da sustentabilidade em um conceito. Mas esperem, o que o marketing “produz”? Porque do ecodesign surge um produto. E nesse ponto que cito a fala do Márcio quando lembrou de marketing em termos de desenvolvimento de produto. Isso traria sentido à analogia com ecodesign. Mas o que o marketing desenvolve na realidade? Os produtos são feitos em que departamento? Estaria então o design subordinado ao marketing? 
Me esforcei ainda para perceber que o marketing pode, através da comunicação, criar uma outra consciência no consumidor, ou melhor dizendo, educar. Esse esforço partiu da análise do material da Unesco que o Felipe postou hoje no moodle. Bem, podemos dizer que aquele guia é um “produto” de marketing, e assim estaria resolvido o meu dilema e eu aceitaria a ideia. 
Mas não me convenci! De novo citando o Márcio, que trouxe a tradução de marketing como “ida ao mercado”, afirmo que o que define os meios de ir não é o marketing. O marketing é o instrumento, ou seja, marketing é sempre marketing, e empresa pode ser mais ou menos verde (quisera que fossem mais!). O material da Unesco afinal foi feito em reflexo dos valores que a entidade prega, imaginem a situação de concepção desse guia, será que alguém do departamento ou setor de marketing desenvolveu isso e fez a proposta ou será que foi a instituição que pensou nos benefícios de uma mudança no comportamento dos jovens e encomendou o material/produto?
A professora Gisele Silva, cujo artigo estou postando aqui, cita Dias (2011): 
A ética ambiental questiona o modelo de mundo no qual os seres humanos são colocados como os seres mais importantes e acima das demais formas de vida. Trata-se de estabelecerem regras de conduta que tenham como princípio básico causar o menos dano possível á natureza e reparar eventuais efeitos negativos provocados pela necessidade de desenvolvimento econômico e social das comunidades humanas (sic) é nesse contexto que se coloca a utilização do marketing do ponto de vista ético, comparando-o com as duas outras opções: a educação e a legislação. A discussão que se coloca é: sob que condições a educação, a lei e o marketing serão mais adequados e mais éticos, pois cada um desses instrumentos apresenta diferenças e limitações e pode ser aplicado em diferentes oportunidades como instrumentos de mudança comportamental. (DIAS,2011,p114,115). http://www.inesulfipar.edu.br/novo/laboratorio_marketing/documentos/Professora%20Gisele%20-%20Artigo%20Marketing%20Ambiental%20e%20o%20efeito%20Greenwashing.pdf
Bem, seguindo essa lógica acredito que a ética que determina (ou deveria determinar) as ações do marketing.
Portanto, infelizmente, ainda sinto cheiro de green washing ao pensar no termo “marketing verde”. No livro (que eu recomendo para as férias, uma vez que tem quase 500 páginas) Quente, plano e lotado, Thomas Friedman conta que “verde” foi o termo mais registrado em 2007 nos Estados Unidos, de acordo com o departamento de Marcas e Patentes. Entretanto, ao contrário do que se quer demonstrar, estamos longe de viver uma “revolução verde”, e na verdade o importante é parecer ambientalista (FRIEDMAN, 2010).
algumas coisas que encontrei sobre marketing verde:
http://www.mackenzie.com.br/dhtm/seer/index.php/jovenspesquisadores/article/viewFile/922/429
https://www.metodista.br/revistas/revistas-metodista/index.php/ReFAE/article/view/2474/2441
http://www.empresaresponsavel.com/links/livrinho%20Marketing%20verde%20em%20embalagens%20de%20cervejas.pdf(aqui uma dissertação que estudou impactos do marketing verde nas decisões sobre embalagens de cervejas, pegou Ambev, Kaiser e Schincariol, bem interessante).

Valeria - domingo, 20 maio 2012
 
Oi pessoal, bom dia!
Achei muito interessante o (longo) comentário da Pati ao expor suas dúvidas e reflexões sobre o seu entendimento de marketing, sobre o termo "eco(qualquercoisa)" e "verde". A liberdade que temos como grupo de expressar e respeitar opiniões diversas é o que nos faz crescer como futuros pesquisadores. Não tenho uma opinião formada sobre o tal "marketing verde" ainda. Por um lado, como minha especialização na graduação foi em marketing, tendo a pensar, sob certos aspectos, como a Pati. Mas eu também vejo que não pode ser só isso, que há outros valores que estão se delineando na sociedade e que tendem a não ser apenas uma moda. É mais ou menos como o ditado "água mole em pedra dura tanto bate até que fura". Um dia, eu creio, as coisas vão de fato mudar. Então, mesmo tendo em parte uma convergência com as inquietações da Pati e da Uca, não consigo deixar de pensar que pode sim haver outra forma de marketing se delineando. Mas será que ele não seria apenas um "braço" do marketing tradicional, com a incorporação de novos conceitos e valores? Isso seria tão impensável assim? Eu realmente não sei como me posicionar nesse tema. Sei que o Minelle tem muito a contribuir com essa discussão, e gostaria de entender melhor os argumentos que dizem que não, que o marketing tradicional é uma coisa e que o marketing verde é outra. O que os diferencia de verdade faz com que sejam coisas distintas e, em última instância, até divergentes?
Achei uma dissertação da USP, bem recente (novembro de 2011), que parece interessante (ainda não li) sobre a ideologização do consumo consciente. A autora se propõe a fazer uma análise da posição de soberania do consumidor e de sua liberdade de escolha. Eis o link para download e o resumo da dissertação (Minelle, achei muito interessante que a autora usou o termo "consumo consciente" e não "consumo verde", que, pelo que entendi, é uma diferenciação que você faz em sua pesquisa):
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/90/90131/tde-23112011-093814/pt-br.php
Resumo em português
Nos últimos anos, o chamado consumo consciente - um modo de consumir que leva em consideração as repercussões ambientais e sociais associadas à sua prática tem se difundido na sociedade como uma importante via de participação dos consumidores no enfrentamento da crise ambiental. Substituir produtos convencionais por orgânicos ou certificados, separar o lixo, reduzir o desperdício de água, alimentos e energia elétrica, entre outras, são atitudes que começam a fazer parte do dia-a-dia dos consumidores, não apenas por comunicar às empresas preferências de consumo, mas, sobretudo, por exigir delas adequação a esses novos valores. Nesse cenário, produção mais limpa associada à oferta de produtos e serviços ecologicamente corretos, seria não apenas um diferencial competitivo, mas uma condição necessária para a sobrevivência das empresas no mercado. Apesar da necessidade de se estabelecer uma nova mentalidade de consumo que incorpore os problemas ambientais e sociais, o consumo consciente tem sido reconhecido como uma estratégia limitada, entre outros motivos, porque seria responsável pelo enfrentamento apenas dos efeitos, mas não das causas dos padrões insustentáveis de consumo: ao assumir implicitamente o consumo como troca econômica dentro de um cenário de mercado, não seria capaz de questionar o aspecto crucial da mudança nos padrões de consumo, ou seja, uma ordem sócio-político-econômica que tem no consumismo o elemento básico que define os hábitos e estilos de vida contemporâneos. Em vista disso, o propósito do presente trabalho é estabelecer uma melhor compreensão desse fenômeno, mais precisamente do ponto de vista da sua constituição ideológica. Na medida em que o consumo consciente tem sido a plataforma de ação das políticas ambientais internacionais e se inserido na sociedade por diversos canais, parece oportuno um esforço para entender melhor como este se constrói, aonde leva, a que interesses atende e, principalmente, se, de fato, está a contribuir para a constituição de um novo padrão civilizatório ou, contrariamente, para reafirmar a mesma lógica que, ironicamente, leva a humanidade à atual crise ambiental e social.
Beijos,

Alan - domingo, 20 maio 2012
 
Olá pessoal, escrevi um pouco sem antes ver o que já havia sido postado no fórum. Li e achei interessantes as colocações, mas ainda permanecem na minha cabeça algumas dúvidas sobre as discussões da aula e sobre a 1a questão levantada.
Não cheguei a contribuir muito porque não conseguia formar uma ideia sólida, mas imaginava que existiam diferenças sim entre o marketing tradicional e o marketing verde. Comparei com a moda e a ecomoda (assim como a Patricia). A pergunta é a mesma: a ecomoda é uma moda ou é uma nova moda? é o mesmo que perguntar se o marketing verde é um marketing tradicional ou um novo marketing. Vendo a apresentação do professor, sedimentei a ideia de que existem diferenças.
Eu acredito que uma empresa pode nascer com o objetivo de vender um produto "verde" e nem por isso o marketing dela necessitaria ser totalmente verde, isto é, ela pode ter somente o objetivo de vender o produto dito verde, fazer propagandas de que ele é ambientalmente favorável, mas não se importar com questões relativas ao design do produto e responsabilidade social, por exemplo. E isso na verdade me parece ser o que a maioria das empresas fazem: é um marketing voltado para um produto verde. Seria o greenwash?(não li ainda a respeito). Mas de acordo com um simples comentário desse blog
http://www.produzindo.net/voce-sabe-o-que-e-marketing-verde/
essa idéia acontecia mais nos anos 80 e 90 e hoje as empresas fazem até mais do que o exigido em lei nas questoes ambientais.
O marketing verde por sua vez, requer condições mais específicas para a aplicação e Seria uma preocupação mais verdadeira com o meio ambiente/sociedade.
Aí o fato de acontecer a mesma coisa que eu comentei pra moda. Daqui a alguns anos, as atitudes verde seriam corriqueiras e aí o marketing verde seria chamado apenas marketing (mas para vocês administradores, sempre existiria o marketing tradicional, ao menos nos livros...). 
Quanto ao fato de uma empresa criar uma demanda ou ela se aproveitar do fato ambiental para vender, acredito que esteja tudo associado e vieram ao mesmo tempo. Quem começou primeiro: uma empresa de uma pessoa com consciência ambiental que viu que cuidar do meio ambiente lhe traria um bom dinheiro ou uma lei do governo que forçou uma empresa a apertar os níveis de poluentes lançados? (ovo ou galinha?) Não sei, por isso acredito que não exista uma resposta muito concreta.
Sobre o mercado verde nacional, uma pequena noticia
http://exame.abril.com.br/pme/noticias/mercado-verde-e-oportunidade-para-pequenas-empresas
Inicialmente, o publico interessado nas questões ambientais era digamos, mais alternativo. Nem sempre era o que possuía maior dissernimento. Apenas era contra algo e justificava o meio ambiente como desculpa. Porém, noto cada vez mais que há uma mudança gradual. Novas percepções e até mesmo produtos diferenciados acabam chamando a atenção de outros tipos de publico, mais orientado e com maior poder de questionamento. Acredito que esse publico é proveniente das grandes cidades (com maior grau de estudo até) e surge como um "saudosismo" da vida que ocorre nas cidades pequenas (digamos campo). São poucas as pessoas que realmente gostam da movimentação/correria das cidades e não estão nem aí pra uma praça verde. Todos em certo momento buscam/buscarão respirar um ar puro e irão tomar
atitudes mais verdes no seu cotidiano. Já em cidades muito pequenas, que já estão rodeadas por um ambiente teoricamente melhor, as atitudes demoram mais para acontecer (minha mãe tem certa consciência ambiental mas continua a lavar a calçada empurrando a sujeira com água - não adianta o quanto eu fale pra ela o quanto é errado isso). 
O fato da noticia que a Uca postou de ter diminuído o grau de consumidores preocupados com o meio ambiente pode estar associado ao aumento da melhoria de vida das pessoas das classes C e D. Estas pessoas querem e desejam consumir o que nunca tiveram (e não julgo elas por isso) e sem desenvolverem uma educação ambiental, irão demorar um bocado até adquirirem esse tipo de conhecimento. Vejam que o que o prof. disse na aula de que a Globo estaria diminuindo a qualidade dos programas para atingir as classes mais baixas é mais uma insensatez completa cometida pela televisão. Por que não melhoram os programas para educar a população?? Bom, a discussão já sai um pouco do marketing, por isso paro por aqui...
abraço...

Patrícia - domingo, 20 maio 2012
 
Sobre consumo responsável, encontrei uma trabalho interessante que avalia as mudanças do perfil do consumidor, apesar de ser de 2010, usa os mesmos dados para consumo responsável que a Uca já postou, de 2007, apontando que 1/3 das pessoas considera na decisão de compra os fatores de sustentabilidade. 
http://macroplan.com.br/Documentos/ArtigoMacroplan2010817182941.pdf
Com relação as diferentes classes, vale lembrar que as classes B e C representam uma fatia considerável, conforme essa notícia, 80% do consumo: http://casosecausos.com/tag/mapeamento-do-consumo-das-classes-sociais/
Essa outra destaca a classe C: http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?id=1228119
E ainda essa que fala na alteração de hábitos pela ascensão de classes, interessante que aponta para a questão de que com o tempo as classes mais baixas tendem a convergir em atitudes com as mais altas, de certa forma:
http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2012/03/23/internas_economia,284997/ascensao-da-classe-c-altera-habitos-de-consumo-no-pais.shtml
Me lembrei do livro do Prahalad, A riqueza na base da pirâmide, que traz exemplos de iniciativas, soluções e inovação que tem bases muito diferentes, como o hospital de oftamologia, que surgiu do sonho de um aposentado, e se transformou num grande sucesso, auto-sustentável, e só paga quem pode e quando pode.http://www.youtube.com/watch?v=3cjnNPua7Ag. Pode parecer que não tem nada a ver com consumo... rsrsrs... mas a analogia que quero fazer é entre comportamento e classe social, colaboração, etc... Ou seja, é uma "luz no fim do tunel" que tranquiliza se a gente pensar que as classes menos favorecidas tem valores que se disseminados conforme esses exemplos da India podem refletir em benefícios sociais e ambientais. Pensando que o consumo reflete a essência das pessoas, se essa essência for mais na onda da colaboração e cooperação as coisas podem melhorar muito ainda.

Ana Paula - segunda, 21 maio 2012
 
Bom dia, povo!!
Partindo da compreensão do mercado verde e do consumidor verde...
O artigo “Green Consumer Behavior...” tem como objetivo investigar um conjunto de determinantes que influenciam dois tipos de comportamento de consumidores verdes: aqueles que optam pela redução do uso de produtos e os que adotam ecoinovações que são consideradas ambientalmente amigas (reduzindo seu impacto ecológico). De acordo com os autores, a decisão de compra correta tem o potencial de reduzir (e até eliminar) os danos ambientais em largos estágios do ciclo de consumo. Além disso, identificou-se uma lacuna na compreensão do comportamento do consumidor verde em relação ao alto envolvimento com produtos comercializados como verdes. Várias pesquisas foram desenvolvidas para compreender o comportamento do consumidor em compras verdes e seu alto envolvimento com tais produtos. A teoria VBN (valor-crença-normas) tem sido empregada em uma variedade de contextos do comportamento do consumidor verde. A teoria foi baseada em valores fundamentais, comportamento de crenças específicas; regras e normas morais de cada indivíduo que guiam a ação individual. A partir desta teoria, o trabalho é desenvolvido no sentido de compreender os fatores que influenciam no comportamento de compra do consumidor verde, a partir da utilização de carros. Os consumidores verdes abrangem aqueles que (a) são mais favoráveis à redução ao uso de produtos que têm grandes impactos ambientais; e (b) são mais favoráveis à adoção de produtos ecoinovadores que reduzem os impactos causados ao ambiente (no artigo, (a) aqueles que têm mais pretensão ao comportamento de redução do uso de carros e (b) aqueles que têm mais pretensão ao comportamento de adoção de veículos com combustíveis alternativos). A amostra do trabalho foi realizada com donos de carros da Suécia, e os resultados mostraram que os valores, crenças, normas e hábitos contribuem para explicar os dois tipos de comportamento. Aqui, questiono: existiriam outros tipos de comportamento de consumidores verdes? Será que os resultados encontrados no Brasil seriam semelhantes ao encontrados na Suécia? Os consumidores brasileiros estariam mais abertos a ecoinovações? O mercado verde é uma opção rentável no cenário brasileiro?
No caso do Brasil, encontrei um artigo que critica a relação entre sistemas de gerenciamento ambiental, tecnologia limpa e consumidor verde (http://www.scielo.br/pdf/rae/v40n2/v40n2a09.pdf). Publicado em 2000, o trabalho se baseia no argumento que a ISSO 14.000 não resolverá a problemática ambiental brasileira. O que achei interessante é que o autor afirma que apesar de as tecnologias limpas serem apontadas como a maior vantagem competitiva contemporânea no atual cenário de desregulamentação governamental, seu alcance ainda é limitado devido à sua intrínseca dependência da demanda de um significativo mercado verde. O consumidor verde (p.6) é aquele em cujo poder de escolha do produto incide, além da questão qualidade/preço, uma terceira variável: o meio ambiente, ou seja, a determinação da escolha de um produto agora vai além da relação qualidade e preço, pois este precisa ser ambientalmente correto (não prejudicial ao ambiente em nenhuma etapa do seu ciclo de vida). Ainda, o Brasil não possui (ou não possuía?) uma presença significativa de consumidores verdes para que se configurem num verdadeiro estímulo à sujeição empresarial ao imperativo ecológico. O autor conclui que pode ser que a cultura do desperdício seja substituída pela cultura da reciclagem, mas essa é uma transição míope, pois, enquanto não se questiona a ideologia do consumismo, ela obedece unicamente ao interesse empresarial em recuperar sua matéria-prima ao menor custo possível.
Encontrei uma matéria muito interessante (vale a pena conferir: http://ambientes.ambientebrasil.com.br/gestao/artigos/marketing_verde,_a_oportunidade_para_atender_demandas_da_atual_e_futuras_geracoes.html) que afirma que a atividade econômica mundial, baseada na produção de massa e no consumismo acaba definindo e impondo estilos e comportamentos que interferem diretamente na qualidade de vida da população. Esta situação se expressa através das tendências e preferências de consumo. Nesse contexto, surgiu o chamado marketing verde, produtos e serviços direcionados a um segmento específico que valoriza e consome produtos ecologicamente corretos. O marketing verde é um nicho crescente do mercado (como disse o Minelle em aula). É considerado nicho, uma vez que apresenta baixo volume de produção e consumo, e é crescente, porque está dentro da necessidade urgente de melhores indicativos de qualidade de vida. O nicho verde é um segmento específico do mercado que valoriza produtos e serviços ecologicamente corretos por conhecer, compreender e não aceitar as consequências das atividades extrativistas e não sustentáveis, as quais provocam o esgotamento de recursos naturais para as atuais e próximas gerações. A legislação pode incentivar a adoção de novos hábitos de produção e de consumo. Por outro lado, o acesso a tecnologias mais limpas (ecoinovações) e a própria tecnologia de informação e difusão de conhecimentos agilizam processos e mudanças de hábitos e atitudes. A partir de uma percepção maior do consumidor traduzido em atitude crítica no momento da compra, será possível fomentar investimentos em tecnologias limpas, produtos e posicionamentos ecologicamente corretos e responsáveis, permitindo assim, os ajustes necessários para a conquista e manutenção de melhores índices de qualidade de vida.
Ainda, uma matéria do site Mercado ao Seu Alcance diz que o consumidor verde valoriza a questão da sustentabilidade na oferta de produtos e serviços. Isso significa que, no momento da decisão de compra, este consumidor observará: menor uso de recursos não-renováveis; matriz energética renovável; menor uso de materiais; utilização de tecnologias limpas; contratação de trabalhadores que residam próximo às unidades produtivas (fortalecimento da economia local); menor circulação de mercadorias; logística reversa de responsabilidade dos ofertantes de produtos e serviços. A Economia Verde pode ser conceituada como a consolidação de um modelo onde as dimensões da sustentabilidade, do ponto de vista econômico, social e ambiental, configuram uma nova relação de oferta e demanda de produtos e serviços. Segundo estimativas, em termos mundiais, as empresas devem aplicar algo em torno de 1,3 trilhões de dólares em negócios verdes até 2050, quando espera-se que mais da metade da oferta de produtos e serviços sigam a modelagem de produção sustentável. Ao fim, afirma que a Rio+20, que ocorre em junho deste ano no Brasil, será o espaço para traçar metas para um futuro mais sustentável (http://mercadoaoseualcance.wordpress.com/2012/05/08/economia-verde-oportunidades-de-negocio-para-quem-investe-em-sustentabilidade/).

Minelle - segunda, 21 maio 2012
 
Nooossa como o povo está animado para escrever não? hehehe
Bem eu tenho uma visão definida para tudo o que foi discutido até então, e vou tentar apresentar alguns pontos. Não quero convencer ninguém apenas indicar estimular a discussão. Como comentei em aula, como trabalho com consumo (até então) tive que conhecer bem a atividade do marketing para que eu pudesse justificar que o que eu trabalho não é marketing. Existe esse ponto, não necessariamente falar em consumo se direcionar a trabalhar especificamente com a atividade de marketing, mas isso posso discutir noutro momento.
A atividade de marketing como o Rafael comentou em sala de aula refere-se a ideia de troca, seja essa voltada para questões lucrativas ou não, e como a Patricia comentou marketing é sempre marketing. Sabe o que para mim muda? A essência da atividade. Trabalhar com um marketing tradicional e um marketing verde, é trabalhar com marketing, mas o que PODE mudar são os valores que estão inseridos dentro dessa prática. Felipe comentou em aula e o Alan retomou na discussão, eu posso vender um produto dito verde, mas trabalhar com um marketing tradicional (satisfazendo meu nicho de mercado) sem mudar valores, nem forma de atuação. E ai eu questiono, será que não existe mesmo uma mudança na responsabilidade dessa atividade?? O marketing não envolve somente a criação de um composto para venda aos consumidores, a atividade de marketing parte do pressuposto que existe um processo que está sendo criado para que algo será apresentado ao mercado. Ai voltamos a discussão, mas é a empresa ou a área de marketing quem muda? A mudança tem que ser completa, a responsabilidade é completa, como mudar a estratégia e não mudar o marketing? Como a Uiara lembrou em aula, todas as áreas estão em todo o processo de produção, portanto, aqui justificamos a necessidade de mudança total, eu acho... Por isso, pela confusão que se cria sobre as várias tipologias existentes sobre a maneira como se observam as temática, é que acho que trabalhar com a ideia de marketing responsável (além de um verde) é que consegue demonstrar (facilitar) uma visão diferenciada para maior discussão.
Já quanto ao consumo, aqui nós temos muuuuitas confusões principalmente no contexto nacional. Começamos pelo guia desenvolvido pela UNESCO_PNUMA, que confunde a ideia de consumo sustentável, com consumo consciente. E aqui existe uma diferença enorme. O consumo consciente assim como o verde apresentado no artigo que Felipe postou, está relacionado com o indivíduo só que envolve critérios diferenciados sobre a temática. Se se fala em uma mudança mais profunda na preocupação com seus impactos de consumo (ai estaria certa a dissertação, Valéria) discute-se consumo consciente, se a questão é apenas produtos ambientalmente corretos, discute-se consumo verde. No contexto do consumo sustentável a história muda um pouco, não existe apenas um ator envolvido, mas um conjunto a partir de uma rede de relacionamentos que buscam mudar as RELAÇÕES de consumo, é algo mais complexo!! Existe muita, muita discussão sobre isso, a literatura nacional pouco se preocupa com essas diferenciações e isso dificulta a ampliação das discussões. 
Há muito o que se discutir, para facilitar a apresentação da minha ideia em anexo segue os slides de uma aula que ministrei sobre marketing e consumo, buscando trabalhar com esses conceitos tão complicados... Até mais,

Minelle, 21 maio 2012
 
Ah pessoal encontrei os slides de uma palestra também, tem uma parte da aula que postei anteriormente, mas entra a parte de consumo consciente e verde!! Abs

Ismael - segunda, 21 maio 2012
 
Acerca da demanda, concordo com a Uira. Segue minha opinião:
É papel do Mkt estar atento às demandas existentes no mercado, captar o interesse e a necessidade latente dos consumidores para satisfazê-los. Contudo, além disso, outro ponto importante do Mkt é despertar anseios e provocar necessidade aos consumidores, “criando” a interesse de se consumir determinado produto ou serviço. Além do Ipod, outros exemplos: tatuagem e piercing. São necessidades? Capaz!! Mas são serviços/produtos “criados/desenvolvidos” para determinado público consumidor.
O “criar” está entre “ ” porque necessidade de fato não se cria, o que se cria são desejos/vontades/ambições de consumo para atender alguma necessidade humana porque as necessidades humanas já foram elencadas na pirâmide de Maslow. Ipod, piercing, tatuagem, não são necessidades. São apenas “objetos” de desejo de consumo que atendem as necessidades de: Ipod (CONQUISTA, AUTO-ESTIMA), piercing e tatuagem (AUTO-ESTIMA, ESPONTANEIDADE).

Ismael - segunda, 21 maio 2012
 
Ótimos comentários do pessoal acerca do assunto Quem é verde afinal? Todos pertinentes, inclusive as dúvidas e angústias. Eu tenho uma opinião formada, ainda incompleta e que, talvez não seja a verdade, e possivelmente eu ainda venha a mudar alguns conceitos sobre o tema após o nosso fórum.
Para mim, Mkt é Mkt, assim como bola de futebol é bola de futebol. Seu objetivo é sempre o mesmo: para o Mkt, como já foi dito pelo Rafael e pelo Márcio: “realizar trocas”, “ida ao mercado”. A bola de futebol tem como objetivo servir de instrumento para os jogadores chutarem ela ao gol. O que pode mudar são características, seus valores, seus atributos. Por exemplo: a bola pode ter 6, 12, 18 ou 24 gomos; pode ser + leve ou mais pesada; pode ser de cor rosa como foi a bola do Gauchão 2012 ou pode ser feita de plástico, borracha, couro. Mas esta bola continua tendo o mesmo objetivo. O Mkt verde é uma “bola” com 32 gomos, mais preocupada com a responsabilidade ambiental. Mas ainda assim, continua sendo o Mkt: “realizar trocas”, “ida ao mercado”.
Traçar um comparativo entre o Mkt tradicional e o Mkt verde é importante, apenas para elencar estas novas características e valores inerentes ao Mkt, além poder ser utilizado como uma bandeira publicitária.
Agora se é apenas uma moda ou não, é muito subjetivo e relativo opinar sobre este assunto. Em sistemas de informação, uma moda dos últimos anos é falar sobre “cloud computing = computação na nuvem”. Segundo o Professor Maçada, o importante não é se apegar ao nome, por exemplo, para fazer uma dissertação ou tese e utilizar o termo “cloud computing”. Por que? Porque pode ser e provavelmente seja uma moda, que depois seja utilizado outro nome, ou então seja substituído por outro sistema, etc. Então, para mim, mais importante que saber se o Mkt é verde ou quem que é verde? É discutir sua essência, seus valores e seus impactos para a sociedade, organizações e pessoas.
Sobre Greenwashing. Não acredito que possamos generalizar as ações de “Mkt verde”, em sua maioria, como sendo greenwashing, haja vista, que os benefícios de ser uma empresa preocupada e vinculada com preocupações ambientais trazem vários benefícios para estas organizações. E o consumidor médio, se dá conta dessas sacanagens. O greenwashing, é um truque desonesto do Mkt, assim como o são inúmeros outras ações deste setor, por exemplo: dizer que atende à legislação da Lei do SAC, mas na verdade não atende bulhufas nenhuma; divulgar que sua empresa é uma multinacional com mais de 1500 funcionários, mas na hora de apresentar um relatório para a receita federal, apresentar apenas uma lista com 50 funcionários; divulgar que o estabelecimento possui estacionamento, ai se chega lá e tem, mas 4 vagas apenas, para o dono e os empregados....etc e etc.  

Valeria - segunda, 21 maio 2012
 
Relôu pipou!!
Marketing que é verde ou a Empresa que decide divulgar suas ações verdes? Seria esta a origem da polêmica?
Quando a questão pergunta se o marketing é verde ou é a empresa que decide divulgar suas ações verdes, não seria a mesma coisa, seguindo o raciocínio do Minelle (se é que entendi bem)?
Me parece que o Minelle tenta diferenciar Marketing Verde de Marketing Consciente, assim como o faz com consumidor verde e consumidor consciente. O Marketing Verde seria uma ferramenta de promoção de produtos (bens e serviços) verdes, ecologicamente “corretos” (vamos botar entre aspas), o que não significa uma alteração nos valores que regem as relações da empresa com o mercado e a sociedade. Já o Marketing Consciente implicaria uma mudança nesses valores e, consequentemente, nas relações, fazendo com que não apenas a ferramenta marketing tenha um formato e linguagem diferente, mas toda a empresa. Sob esse aspecto, entendo que marketing verde serve para divulgar os produtos verdes de uma empresa, enquanto que marketing consciente busca uma nova forma da empresa, diante de novos valores que levam em conta o meio-ambiente, se relacionar com o mercado. Me parece haver uma questão de definição de conceitos, por isso, talvez, a confusão. Para mim, marketing sempre será marketing, é uma ferramenta, mas faz muito sentido o que o Minelle disse sobre os valores que regem as relações e que, nesse caso, o termo “verde” é que não se aplicaria ao sentido que normalmente lhe damos (que é um sentido que pressupõe uma conscientização real quanto à temática ambiental). Confuso ??

Valeria - segunda, 21 maio 2012
 
Minelle
Fiquei com dúvida quanto a esse trecho logo no início do Guia de Consumo Sustentável e queria saber se o uso do termo "consumo sustentável" está correto, de acordo com o que você tem estudado/trabalhado:
"Qualquer definição de CS defende que consumir MENOS é muitas vezes uma prioridade, mas nem sempre. Consumir de FORMA DIFERENTE e EFICAZ é o principal desafio. Em muitos casos, o que é necessário é redistribuir por todos a oportunidade de consumo".
Creio que quanto ao conteúdo do trecho acima, podemos todos concordar, certo? Apesar de que sempre tenho um certo receio quando se usa a palavrinha "eficaz" (o que significa?, eficaz como?, para quem?). A dúvida é sobre o uso do termo consumo sustentável e se não se aplicaria melhor o termo consumo consciente, uma nova forma de consumir, que leva em conta valores que até então ficavam relegados a um segundo plano.

Ana Paula - segunda, 21 maio 2012
 
Sobre Greenwashing...
Encontrei um estudo na Internet, realizado em 2010, sobre os apelos ambientais nos rótulos de produtos de várias categorias.  A pesquisa afirma que a tendência “verde” no mercado representa um campo de oportunidades. No entanto, algumas empresas passam a associar seus produtos a variáveis ecoamigáveis duvidosas e oportunistas, sem critérios claros a respaldar suas pretensões ambientais, utilizando símbolos e apelos visuais que podem induzir o consumidor a conclusões equivocadas sobre o produto ou serviço que deseja comprar. Apelos desse tipo são definidos como greenwashing. Visando analisar, compreender e mensurar a expansão desse fenômeno no mercado, a TerraChoice Environmental Inc. (empresa de consultoria de marketing ambiental) desenvolveu uma metodologia de pesquisa segundo a qual, com base em padrões observados, classificou os apelos falsos ou duvidosos em sete categorias – denominadas “Os Sete Pecados da Rotulagem Ambiental” (The Seven Sins Of Greenwasing). Os Sete Pecados abrangem: (1) Pecado do Custo Ambiental Camuflado; (2) Pecado da Falta de Prova; (3) Pecado da Incerteza; (4) Pecado do Culto a Falsos Rótulos; (5) Pecado da Irrelevância; (6) Pecado do “Menos Pior”; (7) Pecado da Mentira.
Com o objetivo de avaliar práticas de greenwashing no mercado brasileiro, a empresa Market Analysis realizou o estudo intitulado “Greenwashing no Brasil: um estudo sobre os apelos ambientais nos rótulos dos produtos”, baseado na metodologia desenvolvida pela empresa TerraChoice. O estudo pretende desencorajar o uso do greenwashing pelas empresas, fornecendo ferramentas úteis para que os consumidores estejam mais atentos no momento da escolha entre produtos e serviços. Além disso, deseja estimular a comunicação pró-sustentabilidade realizada de forma clara e verdadeira.
No Brasil, entre todos os apelos encontrados, 90% deles cometeram pelo menos um dos sete pecados da rotulagem ambiental. Entre os cometidos, o Pecado da Incerteza se apresenta como o mais frequente (46%) nas embalagens dos produtos. Com 87 produtos, o Brasil é o país com o maior número de itens “sem pecado” entre os analisados. Nos EUA, foram 15; no Canadá, 10; na Austrália, 05; e no Reino Unido, nenhum ficou livre dos pecados da rotulagem ambiental. Na média dos outros países, o Pecado do Custo Ambiental Camuflado teve a maior incidência (40%) em relação aos demais. Por fim, a Market Analysis faz recomendações que podem ajudar os fabricantes, varejistas e departamentos de marketing a evitar os pecados do greenwashing e sobre como fazer um bom apelo verde.
Para quem tiver mais interesse, a pesquisa está disponível na íntegra no site: http://www.ideiasustentavel.com.br/2010/10/greenwashing-no-brasil/, e também no site: http://www.silvaporto.com.br/admin/downloads/GREENWASHING_BRASIL_2010.PDF.

Patrícia - terça, 22 maio 2012
 
Olá pessoas! 
Muito bom esse fórum! 
Gostei muito dessa matéria que a Ana postou sobre marketing verde, e que termina assim:
"Fazemos parte do ecossistema com uma participação muita pequena (somos uma das espécies) porém, com grande poder de interferência positiva e/ou negativa. A espécie humana se auto-proclamou a vida inteligente do Planeta. E já que nosso destino é o aprimoramento, não podemos e nem queremos deixar como marca registrada da interferência humana no planeta, o lixo e a poluição.
E assim sendo, a partir de uma percepção maior do consumidor traduzido em atitude crítica no momento da compra, em muito contribuirá para acelerar investimentos em tecnologias limpas, produtos e posicionamentos ecologicamente corretos e responsáveis, permitindo assim, os ajustes necessários para a conquista e manutenção de melhores índices de qualidade de vida, baseado na sustentabilidade dos sistemas natural e econômico. VIVA O CONSUMO RESPONSÁVEL."
Viva!
No início apresentam uma definição de marketing: 
"Marketing é uma função fundamental da empresa voltada para a identificação das necessidades, carências e valores de um mercado-alvo, visando a sua satisfação com rapidez, qualidade e eficiência."
Gostei dessa definição, e gostei muito dos comentários dos colegas, em especial do Minelle e do Ismael. Creio que o mais importante não é convencermos uns aos outros acerca de conceitos ou ideias, o importante é refletir e entender.
Verde é, então, em minha visão a MANEIRA de exercitar essa "função" da empresa que é o marketing. Penso que temos a tendência de dar nomes por vezes desnecessários às coisas, e como comentei em aula, seja no meio acadêmico ou empresarial/comercial, é comum alguém surgir com uma "novidade" que em verdade é a adaptação ou incremento em cima de algo já existente, institucionalizado, enfim. Não vou mudar de opinião em relação ao marketing ser ou não ser verde. Compreendo todas as argumentações, respeito e não é por teimosia que mantenho o meu posicionamento, é por acreditar nele. Aliás, acho que isso é importante para nós enquanto professores/pesquisadores/formadores de opinião. Se nos apresentam um conceito, "novidade", seja o que for, nossa postura não precisa ser de aceitar, absorver, mas sim de analisar, entender, e a partir disso (sempre com respeito, lógico) decidir o que nos "serve".
O quadro de diferenças que está nos slides e foi apresentado em aula, é super didático, fácil de entender diferenças entre marketing "tradicional" e "verde". O que está ali é o modo de fazer, o marketing é o marketing, a empresa é a empresa e quando a empresa tem em seus princípios a sustentabilidade e o seu modo de fazer marketing reflete isso, perfeito. Quando a empresa quer parecer que se preocupa com sustentabilidade e usa instrumentos de marketing para isso temos o green washing. Simples assim.
Se eu tivesse que dar hoje uma aula sobre marketing verde, poderia fazê-lo, tranquilamente. Ao final, depois de didaticamente explicar as diferenças, terminaria a aula acrescentando que em minha opinião a expressão marketing verde foi cunhada pela necessidade que temos de dar nomes para as coisas, mas que no meu entender o marketing é o mesmo em qualquer situação, e essas variações de nomenclatura (verde, responsável, ou qualquer outra que venha a surgir) são formas de designar o modo como a empresa se utiliza dessa função que é o marketing. Acredito que o papel de um professor também é esse, ou seja, mesmo que eu não concorde com alguma teoria, posso apresentar de forma imparcial, mas tenho a prerrogativa de deixar meu posicionamento e provocar uma reflexão. Não temos que ensinar a repetição, é importante formar e incentivar capacidade de reflexão, inferência, análise crítica...

Anelise - terça, 22 maio 2012
 
Olá pessoal, boa tarde
No semestre passado escrevi um artigo com uma colega onde a proposta era investigar o tema: "O Investimento Social e Ambiental: Estratégia de Marketing?". Entrevistamos responsáveis na Natura, J&J e Boticário, e a análise dos dados coletados não permitiu afirmar que os investimentos sócio-ambientais são, efetivamente, aplicados como estratégia de marketing das organizações, contudo, percebeu-se que eles acabam trabalhando nesse sentido. Apesar de muitas empresas pensarem nos benefícios que podem obter enquanto adotam posturas responsáveis e de os consumidores, em geral, serem atingidos de forma positiva por tais manifestações, o foco das ações não está no marketing, não está no retorno financeiro, não está na imagem. Embora diversos caminhos remetam a esses pontos, como esperado, as organizações declaram que esta não é a prioridade. O objetivo das atividades sócio-ambientais, segundo elas, está em priorizar o bem-estar comum, através da sustentabilidade e do bom relacionamento com os públicos envolvidos com as suas atividades.
Eu particularmente acredito que, se os investimentos sócio-ambientais não consistem num esforço de marketing, com freqüência, atuam como tal. Se o intuito não é promover a imagem da organização, isso acaba acontecendo, pois é uma imagem mais positiva que, em geral, os consumidores enxergam nessas empresas. Se a expectativa não é obter benefícios próprios, os resultados são ainda melhores: auferem-se abatimentos fiscais, valorização mercadológica e certificações ambientais. Em contrapartida, pode-se constatar que, mesmo que os propósitos das organizações fossem, estritamente, voltados para o marketing, para o aumento do market-share e para a construção de uma imagem fortalecida, por enquanto, o retorno das ações não seria totalmente satisfatório. Apesar das pessoas formarem uma opinião positiva e de passarem a enxergar as empresas de uma maneira melhor, seus valores, princípios e preferências sobrepõem a consciência sócio-ambiental e o marketing organizacional, evidenciando que, ainda, há muito a ser aprendido e estudado sobre essas questões.

Rafael - terça, 22 maio 2012
 
Ola Colegas, sem dúvida este é um tópico bastante polêmico .. mas efim como representante dos "marketers" vou dar algumas opiniões tentando sempre refletir a partir do que estudei na graduação e no mestrado a respeito do assunto.
1- O marketing não é o setor ou área mais importante da empresa, não se sobrepõe as outras, no entato as empresas existem para atender ao mercado seja ele com fins lucrativos ou não.
Neste sentido é uma das atribuições do marketing "conectar" a empresa ao mercado, o mercado orienta as empresas. Se fala inclusive de que no futuro não haverá a o setor de marketing , dizem que ele será transversal ou seja todas as pessoas da organização independentemente da área estarão para orientadas para o mercado a partir de uma visão holística de sua atividade.
2- Pra mim o Marketing verde é uma abordagem  do marketing tradicional , mas é essecialmente a mesma coisa, assim como Marketing Cultural ou Social por exemplo - partilha das mesmas ferramentas. 
O que realmente é diferente no Verde para o  "tradicional" é a preocupação com os impactos gerados pela demanda, descarte e etc... aspectos que o  o marketing tradicional não contempla.
3- Sobre marketing criar necessidades existem diversas opiniões entre os estudiosos. Eu acho que não cria necessidades, ele estimula desejos .O Ipod é um desejo ... 
Mesmo produtos tecológicos  e etc são desejos que parecem necessidades (na medida de que precisamos deles para trabahar por exemplo ou para interagir com um grupo social), no entanto é preciso observar a necessidade básica que estimula o consumo ex: maior  comunicação, conforto térmico, transporte, fome... isso sim são necessidades e isso o marketing não cria.
4- O Marketing não é perverso, me parece que as vezes as pessoas confundem maketing com green whasing... não devemos cometer este erro. O exemplo da faca dado pelo Márcio em sala de aula foi bastante ilustrativo.
Desculpem o ceticismo, mas as empresas ( fora as com fins não lucrativos) visam LUCRO e serão verdes se e quando as convier. Se a empresa se comunida de uma forma errada em relação aos seus atos é uma postura da empresa e não do marketing como disciplina. Acredito que a grande contribuição de disciplinas como a nossa e o "Marketing verde"  é a promoção do consumo responsável e a expansão do conceito para a comtemplação dos estágios finais da cadeia ( resíduos e impactos).
Segue abaixo texto interessante de introdução ao marketing
(*) Gestão de marketing/Coordenação Sergio Roberto Dias. Vários autores. São Paulo: Saraiva, 2004.
1.1. Definição de marketing
 Marketing é uma palavra em inglês derivada de market, que significa mercado. É utilizada para expressar a ação voltada para o mercado. Assim, entende-se que a empresa que paratica o marketing tem o mercado como a razão e o foco de suas ações.
O conceito moderno de marketing surgiu no pós-guerra, na década de 1950, quando o avanço da industrialização mundial acirrou a competição entre as empresas e a disputa pelos mercados trouxe novos desafios. Já não bastava desenvolver e produzir produtos e serviços com qualidade e a custo competitivo para que as receitas e lucros fossem alcançados. O cliente passou a contar com o poder de escolha, selecionando a alternativa que lhe proporcionasse a melhor relação entre custo e benefício.
As empresas, reconhecendo que a decisão final sobre a compra estava nas mãos dos clientes, passaram a adotar práticas como pesquisa e análise de mercado, adequação dos produtos segundo as características e necessidades dos clientes, comunicação dos benefícios dos produtos em veículos de massa, promoção de vendas, expansão e diversificação dos canais de distribuição. Passou-se a orientar as decisões e ações das empresas para o mercado, surgindo novos conceitos como “empresa orientada para o mercado”, “criação de vantagem competiviva” e, mais recentemente, “criação de valor para o cliente”, entre outros.
Portanto, o conceito de marketing pode ser entendido como a função empresarial que cria continuamente valor para o cliente e gera vantagem competitiva duradoura para a empresa, por meio da gestão estratégica das variáveis controláveis de marketing: produto, preço, comunicação e distribuição.
A prática contínua, eficaz e competente da função de marketing possibilita o crescimento sólido das receitas e dos lucros da empresa, bem como a realização plena de sua contribuição social.
O marketing também pode ser entendido como o processo social voltado para satisfazer as necessidades e os desejos das pessoas e organizações, por meio da criação da troca livre e competitiva de produtos e serviços que geram valor para as partes envolvidas no processo. Outra definição de marketing bastante utilizada, na qual estão incluídas as atividades do composto de marketing, é a da American Marketing Association (AMA) (www.ama.org/), que considera o marketing como o processo de planejar e executar a concepção, precificação, promoção e distribuição de ideias, produtos e serviços.
O conceito, atualmente bastante difundido, de orientação para o mercado, pode ser entendido como a filosofia empresarial que envolve todas as funções da empresa e enfatiza os cinco atores do mercado, a saber: consumidores, distribuidores, concorrentes, influenciadores e macroambiente. A empresa orientada para o mercado é a que aloca recursos humanos e materiais a fim de: coletar informações sobre as expectativas e os comportamentos dos diversos atores do mercado; elaborar um plano de ação orientado para o mercado, e implementar o mercado com a participação de todas as áreas funcionais. Isso implica mudanças nos processos organizacionais, com a predominância de equipes multidisciplinares e a necessidades de coordenação interdisciplinar.

Raquel Engelman Machado - terça, 22 maio 2012, 19:08
 
Olá pessoal,
Bom, sobre a discussão sobre a existência de um "marketing verde", não vou me estender muito, pois praticamente concordo com tudo o que foi dito pela Patricia, Minelli e Ismael - Acho que o marketing, o design, a moda não são "verdes", o que são ou não verdes são as empresas e suas estratégias. As empresas que têm cultura empresarial definida e traçam seus objetivos principais, que são colocadas em práticas pelas demais áreas, em formas de planos e ações. Também acho que não importa a nomenclatura ou quem é verde, mas sim o que realmente fazem. Contudo, acho que a idéia de ser "consciente" ao invés de "verde" é bem mais adequada.

Raquel - terça, 22 maio 2012
 
Sobre o Greenwashing, procurei nas bases de dados e achei muitos artigos. Escolhi um para compartilhar com vocês, que além de ter um tema bem interessante, está em um periódico reconhecido e com bom fator de impacto.
Além disso, parece um bom artigo para quem vai trabalhar com "mkt verde".
O nome do artigo é: How Sustainability Ratings Might Deter ‘Greenwashing’: A Closer Look at Ethical Corporate Communication - http://www.springerlink.com/content/k424530651165v7r/
O trabalho propõe um instrumento de avaliação das reais ações de sustentabilidade (taxa de sustentabilidade) e comparam com a avaliação da marca pelos consumidores. Segundo a pesquisa empírica, os consumidores conseguem perceber entre comunicação de ações de sustentabilidade altruístas e oportunistas das empresas. As empresas com ações altruístas tem valor da marca consideravelmente maior.
Achei muito interessante, pois se realmente funciona, as ações de greenwashing são percebidas negativamente pelos consumidores, ou pelo menos, são bem menos efetivas.
Segue resumo:
" Of the many ethical corporate marketing practices, many firms use corporate social responsibility (CSR - corporate social responsibility) communication to enhance their corporate image. Yet, consumers, overwhelmed by these more or less well-founded CSR claims, often have trouble identifying truly responsible firms. This confusion encourages ‘greenwashing’ and may make CSR initiatives less effective. In response, a strong movement denounces ‘greenwashing’ (Bradford 2007), defined as tactics that mislead ‘consumers regarding the environmental practices of a company or the environmental benefits of a product or service’ (www.terrachoice.com). In such conditions, the potential benefits of CSR communication for corporate brand evaluation may be questionable, even for truly responsible companies. On the basis of attribution theory, this study investigates the role of independent sustainability ratings on consumers’ responses to companies’ CSR communication. Experimental results indicate the negative effect of a poor sustainability rating for corporate brand evaluations in the case of CSR communication, because consumers infer less intrinsic motives by the brand. Sustainability ratings thus could act to deter ‘greenwashing’ and encourage virtuous firms to persevere in their CSR practices."

Gabriele - terça, 22 maio 2012
 
Oi pessoal, vim dar uma contribuição sobre o tema consumo sustentável.
Encontrei um Manual de Educação para o Consumo Sustentável, desenvolvido pelo Governo Federal. Já na apresentação, os autores dizem que o manual é uma possibilidade de diálogo entre o governo e a sociedade; um convite à ação individual e coletiva dos cidadãos organizados. E uma frase que achei bem importante: "A educação dos presentes e futuros cidadãos passa pelo fortalecimento da noção de que a solução dos problemas ambientais depende necessariamente do esforço compartilhado entre governos, setor produtivo e sociedade, atuando simultaneamente na esfera da produção e do consumo, em sua dimensão material e simbólica". Ou seja, a educação é de extrema importância para mudar nossos hábitos de consumo!!!
Ao falar de mudança nos padrões de consumo, o manual aborda algumas propostas para tal mudança.
- Consumo verde: o consumidor, além de buscar melhor qualidade e preço, inclui a variável ambiental em seu poder de escolha ao preferir produtos e serviços que não agridam o meio ambiente, tanto na produção, quanto na distribuição, no consumo e no descarte (p.19). 
- Consumo ético, consumo responsável e consumo consciente: estas expressões surgiram como forma de incluir a preocupação com aspectos sociais nas atividades de consumo (e não só aspectos ambientais). Nestas propostas, os consumidores devem incluir, em suas escolhas de compra, um compromisso ético, uma consciência e uma responsabilidade quanto aos impactos sociais e ambientais que suas escolhas e comportamentos podem causar em ecossistemas e outros grupos sociais, na maior parte das vezes geográfica e temporalmente distantes (p.19-20).
- Consumo sustentável: se propõe a ser mais ampla que as anteriores, pois além das inovações tecnológicas e das mudanças nas escolhas individuais de consumo, enfatiza ações coletivas e mudanças políticas, econômicas e institucionais para fazer com que os padrões e os níveis de consumo se tornem mais sustentáveis. Mais do que uma estratégia de ação a ser implementada pelos consumidores, consumo sustentável é uma meta a ser atingida (p.20).
Além disso, o manual diz que o que importa não é exatamente o impacto ambiental do consumo, mas antes o impacto social e ambiental da distribuição desigual do acesso aos recursos naturais, uma vez que tanto o “superconsumo” quanto o “subconsumo” causam degradação social e ambiental. Podemos afirmar isso? Então, os impactos referentes ao consumo são resultado de uma distribuição desigual?

Ana Paula - terça, 22 maio 2012
 
Povo,
Encontrei uma matéria sobre o livro “The New Rules of Green Marketing” (http://pt.scribd.com/doc/47564358/The-New-Rules-of-Green-Marketing). A autora do livro afirma que o marketing verde hoje não é apenas um nicho, é mainstream! O livro analisa como o “verde” deixou de ser um estilo para ser a afirmação da busca por produtos e serviços de qualidade. Os produtos ditos “ecológicos” deixam de ser segmentados, enfocando o aspecto ambiental, para se tornarem artigos de massa, que oferecem qualidade e rentabilidade – isto é, a nova regra do marketing verde é ser business as usual.
Além disso, o livro enfoca a questão do greenwashing. A autora afirma que nós sabemos que nada é totalmente verde na medida em que tudo demanda matéria prima, energia e gera resíduos. A diferença é no modo como se lida com esses fatores. A reputação para o marketing verde é tamanha importância, uma vez que sem ela, não se atinge os consumidores mais conscientes e exigentes, que são formadores de opinião e tendências e que tendem (de acordo com a autora), com o tempo, a se tornar o padrão geral de consumidor.
Dessa maneira, a inovação é o melhor antídoto para o greenwashing. Toda inovação e desenvolvimento de produto tende, em maior ou menor grau, à maior eficiência; quanto mais consciente desse processo, mais a empresa poderá se beneficiar.  A autora recomenda a eco-inovação, dentro de uma abordagem de ciclo de vida de produto, como ponto de partida para o novo marketing verde.
Logo... Os consumidores estão dispostos a adquirir produtos eco-inovadores? O marketing verde poderá se consolidar a partir de produtos eco-inovadores? As eco-inovações poderão viabilizar a redução dos impactos referentes ao consumo exagerado?
Fonte: http://www.ruscheleassociados.com.br/2011/07/revendo-j-ottman-17-anos-depois-com-%E2%80%9Cas-novas-regras-do-marketing-verde%E2%80%9D/

Fernando - quarta, 23 maio 2012
 
Penso que o marketing sempre foi marketing, a diferença é que passou a existir a dimensão verde. O que não inviabiliza suas ações. Tanto como esforço de marketing ou como satisfação das necessidades.
São vários os mecanismos de mercado combinados que criam demanda e novas oportunidades de negócio, assim como as oportunidades verdes. A partir daí, as empresas desenvolvem ações específicas que se somam a esse fenômeno.

Valeria - quarta, 23 maio 2012
 
Mais uma contribuição ao nosso animado fórum semanal... os alunos da administração da UFRGS fizeram um blog com todos os temas que estamos estudando na disciplina. Vocês sabiam? Que interessante!!! Tem muita coisa legal ali, em todos os temas. Sobre consumo verde (o termo associado no blog da UFRGS é consumo consciente também), é informado que o Brasil ocupa a 2a posição em consumo verde, atrás apenas da Índia. A pesquisa foi conduzida pela National Geographic Society e teve como abrangência 17 países.
http://2020sustentavelconsumoconsciente.blogspot.com.br/2010/11/brasil-e-o-2-em-consumo-verde.html
Um dos posts do blog é sobre os 12 princípios do consumo consciente difundidos pelo Instituto Akatu:
1. Planeje suas compras. Compre menos e melhor;
2. Avalie os impactos de seu consumo no meio ambiente e na sociedade;
3. Consuma só o necessário. Reflita sobre suas reais necessidades e tente viver com menos;
4. Reutilize produtos. Não compre outra vez o que você pode consertar e transformar;
5. Separe seu lixo. Reciclar ajuda a economizar recursos naturais e a gerar empregos;
6. Use crédito com responsabilidade. Pense bem se você poderá pagar as prestações;
7. Informe-se e valorize as práticas de responsabilidade social das empresas;
8. Não compre produtos piratas. Assim você contribui para gerar empregos e combater o crime organizado;
9. Contribua para a melhoria dos produtos e serviços. Envie às empresas sugestões e críticas construtivas;
10. Divulgue o consumo consciente. Levante essa bandeira para amigos e familiares;
11. Cobre dos políticos. Exija ações que viabilizem a prática do consumo consciente;
12. Reflita sobre seus valores. Avalie os princípios que guiam suas escolhas e hábitos de consumo.
Beijo,

Valeria - quarta, 23 maio 2012
 
Vejam que interessante como tudo depende do ponto de vista. É claro que não dá para considerar tudo o que encontramos na internet. Mas achei interessante que acabei de encontrar uma matéria dizendo que o Brasil era o 2o em consumo verde e, logo em seguida, uma matéria que diz exatamente o contrário, que o brasileiro ainda é muito pouco conscientizado quanto à questão ambiental. Como ambas as matérias estão em blogs, há que se aquele cuidado básico de não tomar tudo como verdade. De qualquer forma, posto aí o link e a matéria.
Blog Mundo Verde - http://mundoverde.com.br/blog/2010/12/03/brasileiro-ainda-e-pouco-verde/
Brasileiro ainda é pouco verde
Postado por: Mundo Verde em 3 de Dezembro de 2010
Apesar de saber cada vez mais sobre sustentabilidade e meio ambiente, o brasileiro ainda não traduz seu conhecimento em ações práticas. Um estudo realizado pela empresa Kantar Worldpanel revela que o percentual de brasileiros que já ouviu falar sobre aquecimento global cresceu de 68 para 92% em um ano. Entretanto, menos de 70% da população age em prol do meio ambiente.
O estudo sobre “consumo verde” foi feito em 16 grandes cidades da América Latina e publicado no jornal Valor Econômico no último mês. No Brasil, o levantamento aconteceu no Rio e em São Paulo e concluiu que somos o país com menor grau de “consciência verde” entre nossos vizinhos. “Ao mesmo tempo em que percebe a importância de um consumo mais sustentável, o brasileiro está tendo acesso a mais bens, muitos compraram o primeiro carro, passaram a ter mais eletrônicos em casa – o que gera consumo maior de energia elétrica e aumenta a produção de lixo“, disse o presidente da Kantar no Brasil, Carlos Cotos, ao jornal Valor.
Entretanto, a pesquisa aponta para uma direção positiva. 73% dos consumidores responderam que pagariam mais por produtos que se preocupam com o meio ambiente. Desses, 31% dizem já fazer isso, 33% argumentam que os produtos não cabem em seu orçamento e outros 9% afirmam não encontrar esse tipo de mercadoria nas gôndolas. Os consumidores também mostraram uma postura exigente com as empresas. 36% não acreditam na imagem sustentável transmitida pelas campanhas publicitárias, e dizem querer informações sobre o resultado final das ações divulgadas. Fica a dica para as empresas se preocuparem com uma comunicação verdadeira e transparente e com o preço de seus produtos “verdes”.
Já os consumidores, podem seguir as dicas do blog Mundo Verde. Usar a Ecobag, economizar energia e se preocupar com o consumo sustentável são ações simples e que fazem bem ao planeta!

Ismael - quarta, 23 maio 2012
 
Os consumidores estão dispostos a adquirir produtos eco-inovadores? 
Para uma boa parte da população brasileira o consumo de qualquer produto, seja eco ou não, ainda nem acontece. Dispostos, sim! muitos até estão dispostos, mas não conseguem adquirir tal produto pela incompatibilidade de preço. Além de ser ECO, tem ter preços módicos, senão fica difícil. Mas acredito que há um nicho da população que já está disposta e adquire produtos eco-inovadores, e tudo indica, que a equalização entre ECO, preço e disposição de consumo vai convergir para um consumo mais consciente.
As eco-inovações poderão viabilizar a redução dos impactos referentes ao consumo exagerado?
Eu não coaduno com a afirmação de imputar ao consumo "exagerado" como causa de um problema, nem acho que esteja ocorrendo consumo exagerado. Mas acredito sim que as eco-inovações trazem uma nova perspectiva no que tange o modo em que o mercado (sistema produtivo e consumidor) comportem-se frente aos recursos naturais e ambientais.

Minelle - quarta, 23 maio 2012
 
Pois é Valéria, é mais ou menos por meio do seu entendimento que a gente tenta trabalhar... Em nenhum momento deixei de falar que marketing seria marketing mesmo, o que discutimos é que um marketing responsável traz uma dimensão valorativa que transcende ao pensamento simplista e processual que ao mesmo é denotado. O problema maior em toda a discussão é que o termo "verde" (assim como o "eco") hoje é utilizado para todo e qualquer prática simples, a todo e qualquer custo, então, se faço algo de fato com uma intenção mais positiva (seja educar o consumidor, ou algo nesse sentido) às vezes recebo (eu empresa) pouca atenção ou mesmo retaliação sobre uma pseudo-prática. Há também nessa área muito gente que tenta falar mal, sem ao menos entender a essência ou as propostas ofertadas. O que deve ser buscado sempre é a mudança em essência, não uma adequação a um novo nicho de mercado, para que de fato se esteja envolvido com essa concepção.
Nesse sentido, a ideia de greenwashig deve ser utilizada para avaliar de fato quais são as atribuições das empresas quanto a prática de marketing, se essa está sendo realizada de forma positiva, e como o CONAR faz aqui no Brasil punir essas empresas para que sirva de exemplo para que outras que pensem em fazer não o façam. Como sempre ressalto, esse novo comportamento deve ser natural, e seguir o pensamento valorativo das organizações. 

Minelle - quarta, 23 maio 2012
 
Pronto, esse material que a Gabi mostrou apresenta direitinho a discussão sobre a parte do consumo, são práticas diferenciadas e que vão se tornando mais completas a partir de um processo de hierarquização. Quanto a ideia de distribuição desigual, acho que vale uma discussão sobre a temática, já que é um problema que segue uma perspectiva cultural e histórica muito forte!!
Muito focamos na ideia do superconsumo, principalmente quanto a questão do mercado de luxo, mas e o que é consumido na base também não merece ser observado. Questiono isso principalmente, pela ideia de riqueza na base da pirâmide do Prahalad, que a Patricia ate comentou em outro post, o que ele faz é perfeito sobre a ótica da estratégia, distribuição econômica e certa quantidade de emergência social, mas e o impacto ao ambiente, não se deve observar. O problema da visão atual, na minha concepção, está no foco bitolado das práticas, busca-se tapar o sol com um peneira e sempre algo sobra, sempre uma falha acontece. Ta ai alguem vem e diz que ninguém é perfeito, concordo, mas além disso quem pensa deve ao menos imaginar as consequências e lançar o pensamento sobre, outros podem vir e pensar (algo bem complicado).
Ai entramos novamente no campo da ética e acho que sempre vão haver divergências sobre. Falando sobre isso eu lembrei de um documentário que existe que tem como título "Criança, A alma do negócio" (http://www.youtube.com/watch?v=dX-ND0G8PRU), claro que ele tem um viés na sua construção, mas se observarmos bem empresas que utilizam o marketing de forma perversa para estimular o superconsumo e trazer "riqueza" para seu setor é exatamente isso que faz. Só para destacar existe uma parte que apresenta as crianças frutas e animais, elas não sabem o que é, mas quando logos são apresentadas, ela até brincam com a pessoa, do tipo claro que é isso... Enfim, existe também um impacto grande no processo de criação dos pais que ai levanta outras discussões, mas se os valores estão imersos na atividade do marketing, seria mais fácil um processo de educação desses futuros consumidores, do que apenas estímulo ao consumo, não acham?
Até

RODRIGO - quarta, 23 maio 2012
 
Acredito que palavras como eco, verde, sustentável são altamente vendáveis e é isso que faz com que seu uso tenha tornado-se massivo. Na minha opinião, marketing é marketing (conforme o Russo disse) o que tem acontecido é um apelo para o lado ambiental dos produtos e/ou serviços. Falo isso na dimensão que eu entendia por marketing.
Agora, considerando que marketing inclui produção, ai sim, Marketing Verde é algo diferenciado, alterando processos produtivos, de logística e acompanhamento dos produtos e/ou serviços. Para esse caso, passa a se incorporar princípios de MDL na linha produtiva, quantificação e minimização de impactos ambientais, etc todos com vista a ter um diferencial REAL no quesito ambiental. Essa demanda surge por clientes cada vez mais exigentes quanto a responsabilidadde sócio-ambiental e representa efetivo ganho ao ambiente.
Gostaria que esse último caso fosse realmente o que acontece pois, sinceramente, acho muito forçada essa onda eco-verde que todas as empresas tem lançado e que nada mais é do que tentar incrementar a vendagem com falsos ganhos ambientais.

Uiara - quarta, 23 maio 2012
 
Hoje assistimos à duas palestras com dois professores portugueses (Luis Cunha e Ana de Moura) muito interessantes. A professora Ana, principalmente, fez uma explanação sobre a questão do consumo e da sustentabilidade (TEMA: DINÂMICAS DE CONSUMO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: REFLEXÕES PARA PORTUGAL E EUROPA). E a focou muito na questão da consciência, sobre o fato de, por exemplo, efetuarmos a seleção do lixo para aliviarmos o peso a nossa consciência devido ao consumo, que o fato de trocarmos um equipamento por outro que consome menos energia é para que possamos gastar essa economia em mais consumo...
Enfim, como o marketing está relacionado também ao consumidor fiquei pensando: o marketing verde não deveria ser focado em menor consumo?? Parece algo que é inviável.
Dentre várias informações da palestra, me peguei pensando em relação à crise que está ocorrendo fortemente na Europa e que, consequentemente, afetará (já está afetando) drasticamente o consumo: Será que os produtos com apelo sustentável (verde/eco) podem ser substituídos por alternativas mais baratas, que por sua vez podem ter mais impacto??? Mas a sustentabilidade também é social, será que esse Mkt verde não deveria levar em conta tb o bem estar social??
Com essa dúvida, pego o link da pergunta do prof Felipe, sobre a questão do relacionada a um novo padrão de consumo no Brasil nos próximos 5 - 10 anos... Com essa instabilidade econômica, podemos passar por uma situação inversa, porque aqui, os produtos eco são bem mais caros. Não posso me pegar como padrão, mas como representante da classe C, penso que se tiver que comprar um produto e, dentre dois com a mesma função, um é mais caro porque tem menor impacto ambiental, eu logicamente vou no mais barato... meu dinheiro não dá em arvore, pq se desse eu estava na onda do reflorestamento...
Então, com os fortes investimentos na educação ambiental, no futuro a tendência é que existam pessoas mais conscientes, mas estamos tão suscetíveis nesses últimos anos a essa instabilidade econômica e estaremos até essa crise dar uma aliviada...

Patrícia - quarta, 23 maio 2012
 
Complementando sobre a palestra da professora Ana, um dado muito evidenciado foi o de que na pesquisa sobre INTENÇÃO ou consciência, os índices são altos no tocante a preocupação com sustentabilidade. Porém, quando se pergunta "que ações você praticou no último mês"... Adivinham? Pois é, tudo muda. O discurso é um, a prática é outra. Tudo o que exigir algum esforço maior não acontece, como nos exemplos que a Uca já colocou.
Mas vale dizer que algumas práticas lá estão bem mais difundidas do que aqui, principalmente em questão de separar e destinar resíduos, o que se deve a legislação que comprometeu os municípios, ou seja, estamos caminhando pra isso com a Lei dos resíduos sólidos. 

SABRINA - quarta, 23 maio 2012
 
Oi gente
Para iniciar minha contribuição, eu queria, como uma boa ex-aluna de marketing, colocar minhas considerações sobre o que é marketing. Aprendemos durante a graduação (com esta ênfase), que marketing não é só venda, não é só propaganda, não é só publicidade, que é tudo isso e mais um pouco. É toda troca entre a empresa e os clientes, como troca de valores, informações, etc. Portanto, com base nisso, entendo que para a empresa ter um marketing verde, ela precisa SER uma empresa sustentável, com uma consciência verde, para então poder este tipo de troca com seus clientes.
Encontrei uma matéria no site O Melhor do Marketing sobre um novo mercado que está se formando com a preocupação do consumidor com produtos sustentáveis. A pesquisa mostra dados de uma pesquisa do Ibope sobre o consumo no século XXI apontam que 63% dos brasileiros estão dispostos a mudar de estilo de vida para beneficiar o meio ambiente e que 71% pagariam mais por produtos que não causem danos à natureza. 
http://www.omelhordomarketing.com.br/um-novo-mercado-o-marketing-verde/

SABRINA - quarta, 23 maio 2012
 
Sempre entendi que não se cria necessidades, mas o marketing pode despertar desejos! Ou seja, necessidade é algo mais amplo que não se cria, tu tem uma necessidade ou não tem. Temos necessidades fisiológicas, de estima, de pertencimento, etc. Mas é possível que se desperte desejos que nem sabíamos que tínhamos. Como no caso do Steve Jobs com o Ipod, já tínhamos uma necessidade de ouvir música, de carregar arquivos, mas ninguém tinha necessidade de um Ipod, mas mostrando todas as qualidades e benefícios do produto se faz os consumidores desejarem obter aquilo.

Alan - quarta, 23 maio 2012
 
Impressionante o vídeo que o Minelle postou sobre a propaganda voltada para crianças. Lembrei logo da propaganda da Nissan Frontier (pôneis malditos). 
Fico imaginando o quanto é (e será cada vez mais difícil) a educação das crianças! Uma criança dizendo: "brinquedo eu não sou muito chegado" o que que é isso??? não sei mais onde estou vivendo...se ela dissesse que não gostava de roupas e sim brinquedos, aí tudo bem...
Poxa, tamanco pra uma menina de nem 10 anos?? Bom, ao menos ela sabe contar a quantidade de pares de sapato que tem..
Mas sinceramente, eu acho que todo esse consumismo das crianças não é por causa das propagandas, mas sim por falta de educação dos pais. Lá venho eu com mais um exemplo da minha família, mas é que felizmente eu consegui captar momentos bem distintos dela com relação a situação econômica e educação... Eu lembro de quando tinha a propaganda da Caloi (pai eu quero uma Caloi). Cheguei a fazer bilhetes e colocar em diversos lugares. Perguntem se eu ganhei a bicicleta...a mesma coisa acontecia para assistir à televisão..eram apenas alguns minutos por dia...
Não é a propaganda que deveria convencer a criança, mas sim os pais...
E agora lembrei de um exemplo que dizem (boatos??) ter acontecido em um supermercado em Novo Hamburgo sobre uma mãe que criou o filho com "liberdade". Não coloco o dito aqui, mas quem quiser eu conto depois..o que eu quero dizer é que a educação da sociedade é falha ou culpada, não o marketing. 
Passei a entender melhor os conceitos e agora compartilho algumas ideias dos colegas com relação a não existir diferença entre o mkt tradicional e o mkt verde, sendo este último parte de uma filosofia maior da empresa que busca divulgar melhor os seus atos verdes. Por isso o símbolo O__O que coloquei depois da opinião do Ismael (a bola de futebol será sempre uma bola de futebol), pois achei ela bem interessante...
Bom, acho que esse foi meu ultimo comentário hoje...sem muita contribuição...hehehe..
abraço!

Ana Paula - quarta, 23 maio 2012
 
Achei muito interessante o material postado pela Gabi!
Concordo, como está exposto no manual, que o meio ambiente está relacionado com questões de como usamos os recursos (os padrões) e também com preocupações com o quanto usamos (os níveis), tornando-se uma questão de acesso, distribuição e justiça social e ambiental.
Além disso, o manual afirma (na pág. 21) que a ideia de um consumo sustentável não se limita a mudanças comportamentais de consumidores individuais ou, ainda, a mudanças tecnológicas de produtos e serviços para atender a este novo nicho de mercado. Entretanto, não deixa de enfatizar o papel dos consumidores, porém priorizando suas ações, individuais ou coletivas, enquanto práticas políticas. É preciso incentivar o processo de formulação e implementação de políticas públicas e o fortalecimento dos movimentos sociais. A construção de padrões e níveis de consumo mais sustentáveis envolve a construção de relações mais solidárias entre diversos setores sociais. Iniciativas de apoio a formas alternativas de produção (agricultura familiar e orgânica, reservas extrativistas, cooperativas de produtores, economia solidária etc.) precisam contar com uma ampla identificação e participação dos consumidores.
Acredito que a economia solidária pode ser considerada uma sub-área do Marketing Sustentável. E gostei de ver que este tipo de organização é considerada pelo governo como potencial para contribuir com o aumento do consumo sustentável pelos brasileiros. O reconhecimento por parte do governo pode fazer a diferença na consolidação do modo de organização do trabalho da Economia Solidária.
Para fins de conhecimento, empreendimentos econômicos solidários são organizações:
(1) Coletivas (organizações suprafamiliares, singulares e complexas, tais como associações, cooperativas, empresas autogestionárias, clubes de trocas, redes, grupos produtivos, etc.);
(2) Seus participantes ou sócias/os são trabalhadoras/es dos meios urbano e/ou rural que exercem coletivamente a gestão das atividades, assim como a alocação dos resultados;
(3) São organizações permanentes, incluindo os empreendimentos que estão em funcionamento e as que estão em processo de implantação, com o grupo de participantes constituído e as atividades econômicas definidas;
(4) Podem ter ou não um registro legal, prevalecendo a existência real; 
(5) Realizam atividades econômicas que podem ser de produção de bens, prestação de serviços, de crédito (ou seja, de finanças solidárias), de comercialização e de consumo solidário.
(http://www.fbes.org.br/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1)
Ana

Camila - quinta, 24 maio 2012
 
Olá galerinha… segue minha rápida contribuição para o fórum…
Acho que a palavra “verde” está banalizada… muitas empresas se dizem verdes sem ser. Mas nem por isso podemos generalizar e dizer que todas as empresas fazem greenwashing.
Vejo o marketing verde como um “braço” do marketing. É a mesma coisa, mas explora o conceito de sustentabilidade. Assim como o marketing sensorial, por exemplo. Dentro das definições que os colegas colocaram, concordo com o que a Raquel falou… que na verdade o que são (ou não) verdes são as empresas e suas estratégias.
Sobre o consumo consciente – como já discutimos tantas vezes em aula- acredito que aos poucos esse conceito/valor será incorporado pelos consumidores. Achei muito interessante a questão levantada pelos colegas sobre os conceitos de consumo consciente e consumo sustentável, porque realmente há uma confusão. E mais uma vez, acredito que isso não será só uma moda, como tbm já falei aula passada sobre ecomoda, ecodesign… porque o problema ambiental e a sustentabilidade já estão estabelecidos, é um fato. Então, de uma forma ou de outra, haverá consequencias: ações de preservação ambiental, mudanças nos hábitos de consumo, na forma de produção, enfim. E acho que dentro dos hábitos de consumo, a partir de um entendimento maior sobre o assunto e a reorganização de prioridades, os consumidores podem começar a pagar mais por um produto ecologicamente correto. 
Agora, entrando na questão específica da comunicação dentro do mkt verde, dentro da minha visão publicitária, vejo que as empresas que praticam greenwashing mais cedo ou mais tarde vão “se queimar” sozinhas. Ter e divulgar um discurso falso só depõe contra a empresa e a marca, e os consumidores precisam “confiar” nas marcas que consomem. Com os hábitos de consumo mudando, e os consumidores ficando cada vez mais exigentes, as empresas que fazem o greenwashing vao cair sozinhas, a meu ver (claro, nao podemos generalizar… mas acho que isso pode acontecer). É uma questão ética.
O Felipe trouxe aula passada alguns exemplos de anuncios “verdes” que servem para conscientizar as pessoas… fiz um compilado de alguns anúncios conscientes pra compartilhar com vcs tbm. Apenas para finalizar, sobre greenwahsing e as “punições” do CONAR para quem pratica esse tipo de atividade, a proposta do CONAR com a criação das novas normas para regular o greenwashing na propaganda não é só de punir as empresas, mas também “elevar o nível da publicidade”. A empresa que descumprir as normas ficará sujeita a punições que variam de advertência à suspensão da campanha publicitária, e divulgação pública do descumprimento da regulamentação. Segue link de uma reportagem que fala mais sobre isso.
http://www.akatu.org.br/Temas/Sustentabilidade/Posts/Conar-define-normas-para-combater-greenwashing-na-propaganda-
Até depois!

Rodrigo - quinta, 30 maio 2012





Fernando - quarta, 27 junho 2012
 
Prezado(a) Usuário(a) do Registro.br,

Você está recebendo este e-mail por ser o contato de ao menos uma entidade com registro de domínio .com.br, .emp.br, .net.br ou .org.br ativo em Junho de 2012.
A partir de 05/07/2012 estará disponível um novo DPN (Domínio de Primeiro Nível), o eco.br, destinado a quem queira utilizar um nome de domínio na Internet que identifique um foco eco-ambiental. Pessoas e empresas com iniciativas eco-amigáveis, "verdes" e/ou sustentáveis poderão, assim, promover e destacar suas iniciativas nessa direção, utilizando o eco.br.
Para que se garanta um início suave de operação e se preservem direitos, a partir do mesmo dia 05/07/2012 e apenas durante os primeiros 60 dias ("amanhecer"), os domínios existentes no .com.br, .emp.br, .net.br e org.br poderão ser registrados no .eco.br pelos seus atuais titulares, caso assim o desejem. Em casos de sobreposição, o direito à reserva será do domínio mais antigo registrado entre os que buscarem registrar o eco.br de mesma grafia.
Os domínios eco.br equivalentes a domínios atualmente em processo de liberação ou que já participaram de 6 ou mais processos de liberação não poderão ser registrados durante o período de "amanhecer" e serão
disponibilizados no próximo processo de liberação de domínios, quando vier a ocorrer.
Durante o período de "amanhecer", o titular do domínio .com.br/.emp.br/.net.br/.org.br utilizará o procedimento usual de registro que, para seu cadastro, identificamos ser feito através do sítio do registro.br, onde os recursos como servidores DNS autoritativos [1] e pagamentos via cartão de crédito, que foram adicionados no ano de 2011, também poderão ser utilizados.
Agradecemos a atenção,
Registro.br
http://registro.br/

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