sexta-feira, 6 de julho de 2012

Energia

LUIS FELIPE - sábado, 7 abril 2012

Olá Pessoal,
Na nossa aula elencamos como temas para o debate:
- Desperdícios
- Aumento do consumo per capita de energia
- Novas fontes de energia (Quais são? Por que não são mais utilizadas?)
- Uso global da energia
- Subsidios (incentivos fiscais, investimentos públicos em energia, etc)
Leiam o artigo postado no Moodle e preparem-se para apresentá-lo, em 10 min, na próxima aula. Busquem outras fontes e participem do Forum.
Gostaria de saber a opinião de vocês sobre:
1. Grandes Hidrelétricas que estão sendo construídas com recursos públicos (Belo Monte, Jirau, Santo Antonio, ...) poderiam ser construídas pela iniciativa privada? No caso das empresas privadas não manifestarem interesse, significa que a viabilidade da obra depende de subsídios, de recursos públicos para poder ser construída?
2. A disponibilidade de energia é considerada estratégica para o desenvolvimento de um país. O consumo per capita é sinônimo de desenvolvimento. O desperdício aparece em algum dos indicadores de consumo de energia? Alguém sabe quanto se desperdiça na geração, transmissão e nos pontos de consumo?
3. Quanto de energia foi utilizada para produzir cada produto ou serviço que adquirimos? Esta energia foi subsidiada? Houve muito desperdício de energia para produzir o produto que estou adquirindo? Existe um produto similar com menor consumo de energia ao longo da sua cadeia de produção?
4. O que deve ser feito para tornar as fontes alternativas viáveis? Como eu poso contribuir neste processo?
5. No Brasil, as hidrelétricas (principal fonte de energia elétrica) estão distantes dos centros de consumo. As regiões metropolitanas, indústrias do sul e sudeste, pequenas cidades, etc, poderiam reduzir sua dependência das grandes hidrelétricas?
6. Qual sua opinião sobre o artigo Potentials and prospects for renewable energies at global scale? Comente o cenário do papel das energias renováveis em 2030?

Ana Paula - sábado, 7 abril 2012

Boa tarde,
Gostaria de contribuir com algumas coisas que encontrei pela Internet.
Encontrei uma notícia que fala do consumo de energia para produção de garrafinhas de água (
http://www.physorg.com/news156506896.html). Os pesquisadores estimaram que a produção de água engarrafada exige algo entre 5,6 e 10,2 milhões de joules de energia por litro, combinando os totais de entrada de energia (também varia conforme a distribuição das garrafas). Esse valor de energia é até 2.000 vezes a energia necessária para tratar e distribuir a água da torneira (que custa aproximadamente 0,005 milhões de joules por litro). A energia total necessária para produzir 33 bilhões de litros de água engarrafada (total do consumo norte-americano em 2007) é equivalente a 32-54 milhões de barris de petróleo (embora nem toda energia utilizada venha do petróleo). Os pesquisadores estimam que para produzir apenas as garrafas plásticas para água engarrafada, o consumo mundial usa 50 milhões de barris de petróleo por ano - o que é suficiente para suprir a demanda total de petróleo dos EUA para 2,5 dias.
A embaixada da Itália no Brasil implantou em sua sede, em Brasília, sistemas sustentáveis para consumo de água e de energia. Representantes do governo brasileiro defenderam a incorporação do modelo no país - é preciso mais empenho do governo. Concordo que é uma questão de vontade política e incentivo governamental para reduzir os custos para implantar e difundir os sistemas. O projeto pode incentivar a difundir os sistemas no país. (
http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2012/04/06/embaixada-da-italia-tem-economia-de-energia-e-agua-com-sistema-sustentavel/).
No Brasil, encontrei o site do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFRA -
http://www.mme.gov.br/programas/proinfa/). O objetivo do programa é ampliar a participação da energia elétrica produzida por empreendimentos concebidos com base em fontes eólica, biomassa ou pequenas centrais hidroelétricas (PCH). O prazo para início de funcionamento de tais empreendimentos se encerrou em 2010. O programa procurou promover a diversificação da Matriz Energética Brasileira, buscando alternativas para aumentar a segurança no abastecimento de energia elétrica no país.
Encontrei uma revista editada por uma empresa que trabalha com energia solar fotovoltaica e energia eólica para casas e negócios (
https://www.energiapura.com/revista/revista_energiapura_1_5.html) Na revista, aparecem o caso de uma casa em Florianópolis auto-suficiente em energia; da empresa Mormaii, que instalou aerogeradores em sua fábrica; geração de energia renovável em uma pousada de Fernando de Noronha. Ainda, no site da empresa, aparece o caso da instalação de um aerogerador em uma agência do banco HSBC em São Luis, que reduz em cerca de 10% o consumo de energia do banco.
Na Alemanha, foi construído um condomínio de casas solar. As casas são construídas sob um padrão que permite que toda a cidade produza 4 vezes a quantidade de energia que consome. A energia adicional produzida por meio de painéis solares é vendida para o setor público - gerando lucro para o condomínio. Além disso, todas as casas do condomínio têm sistema para captar água da chuva para utilizar nos banheiros, cozinha e jardins (
http://ecoblogconsciencia.blogspot.com.br/2011/08/condominio-solar-produz-mais-energia-do.html).
Achei esse projeto muito legal e interessante, contudo os custos para colocá-lo em prática podem ser barreiras para o seu desenvolvimento no Brasil. Projetos como este mostram que é possível construir residências auto-suficientes que contribuem para a redução do desperdício no planeta.

Patrícia - sábado, 7 abril 2012

Oi pessoal!
1. Grandes Hidrelétricas que estão sendo construídas com recursos públicos (Belo Monte, Jirau, Santo Antonio...) poderiam ser construídas pela iniciativa privada? No caso das empresas privadas não manifestarem interesse, significa que a viabilidade da obra depende de subsídios, de recursos públicos para poder ser construída?
Poderiam ser construídas pela iniciativa privada. Pelo que pesquisei existe, como forma de incentivo ao investimento em energias limpas, a garantia da Eletrobras de comprar a energia gerada por um determinado período de tempo. Não creio que haja dependência de recursos públicos, uma vez que as ações de empresas que atuam no segmento da energia renovável vem valorizando consideravelmente, principalmente depois do acidente da usina nuclear japonesa. Por outro lado, os custos de investimento podem ser um entrave para a iniciativa privada. Talvez o importante em termos de participação pública nesse caso seja também na questão de regulamentação, e nesse caso a iniciativa privada poderia inclusive se sentir de certa forma “ameaçada” por ter que se submeter a preços ou meios de comercialização definidos pelo poder público.
2. A disponibilidade de energia é considerada estratégica para o desenvolvimento de um país. O consumo per capita é sinônimo de desenvolvimento. O desperdício aparece em algum dos indicadores de consumo de energia? Alguém sabe quanto se desperdiça na geração, transmissão e nos pontos de consumo?
Não encontrei muita informação, mas com relação à energia elétrica, no Brasil se perde 15% da energia entre geração e consumo, inclusive somos bem piores que os outros países que em média perdem 7%. Segundo a notícia da Zero Hora de fevereiro os “gatos” seriam os grandes vilões.
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/noticia/2012/02/brasil-estuda-redes-inteligentes-para-diminuir-desperdicio-de-energia-eletrica-3650110.html
3. Quanto de energia foi utilizada para produzir cada produto ou serviço que adquirimos? Esta energia foi subsidiada? Houve muito desperdício de energia para produzir o produto que estou adquirindo? Existe um produto similar com menor consumo de energia ao longo da sua cadeia de produção?
Dependendo do produto pode haver subsídio, esses dados como quantidade, tipo ou desperdício ao longo do processo produtivo, se informados, poderiam talvez influenciar as decisões de consumo.
4. O que deve ser feito para tornar as fontes alternativas viáveis? Como eu poso contribuir neste processo?
Ao que parece o grande problema ainda é custo. A viabilidade vai depender muito da região e do tipo de energia que pode ser gerado no local. O incentivo/subsídio pode ser uma alternativa para viabilizar o uso. Acredito que em termos de contribuição de cada um podemos lembrar o exemplo do prédio na Carlos Gomes que tem um catavento para produzir energia eólica que o Felipe mostrou, e também o prédio familiar que a Raquel citou que produz energia solar. Nesse link está descrito de maneira bem simples as vantagens e desvantagens das fontes de energia limpa.
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/energia/conteudo_448632.shtml
Outros link interessantes, com informações, notícias e artigos: http://energiarenovavel.org/; http://www.aneel.gov.br/arquivos/PDF/atlas_par2_cap5.pdf; http://cleanedge.com/reports/reports-trends2011.php; http://ren21.net/
5. No Brasil, as hidrelétricas (principal fonte de energia elétrica) estão distantes dos centros de consumo. As regiões metropolitanas, indústrias do sul e sudeste, pequenas cidades, etc, poderiam reduzir sua dependência das grandes hidrelétricas?
Poderiam, usando as fontes alternativas, e de novo dependendo da região e da atividade no caso das indústrias, cada caso pode ter uma alternativa mais viável. Tivemos também em aula o exemplo da Gerdau com pequenas hidrelétricas próprias. E unindo com o que já discutimos sobre os resíduos sólidos, até mesmo o lixo orgânico pode ser usado para produção de energia. Inclusive nas propriedades rurais existem boas oportunidades e auto-suficiência energética. Nesse link fala sobre energia nas propriedades rurais:
http://www.ruralnews.com.br/visualiza.php?id=221
6. Qual sua opinião sobre o artigo Potentials and prospects for renewable energies at global scale? Comente o cenário do papel das energias renováveis em 2030?
O artigo é interessante e útil por tratar da questão do potencial de uso das fontes de energia limpa, apresenta um alerta da necessidade de começar logo a buscar mudanças, mas por outro lado desconsidera a questão financeira. O que acho legal é a perspectiva de que não há de faltar energia, fontes existem, mas... quanto vai custar? Temos realmente como fazer?
Quanto ao cenário de 2030, com as fontes de energia renovável dando conta do necessário, parece ótimo e ideal, mas não ficou claro se existe cálculo do aumento da demanda, e penso que pode haver distorções.

Raquel - domingo, 8 abril 2012

Olá pessoal, saiu uma matéria na Zero Hora deste domingo sobre a discussão da Energia Nuclear no Brasil. Segundo a matéria, os ambientalistas sugerem trocar para placas solares e parques eólicos, e também estão querendo suspender as obras de Angra 3.
Título: Ambientalistas querem banir a energia nuclear (não consegui enviar a matéria em anexo, pois o limite do fórum está baixo).
Discussão eficiência x risco - O que vocês acham?

Patrícia - domingo, 8 abril 2012

Eu acho que o risco é extremamente grande, e apesar de produzir "muito com pouco", a energia nuclear depende de extrativismo e gera resíduos que tem um aproveitamento literalmente "bombástico"!! Acredito que não vale a pena continuar investindo na energia nuclear, sou da turma que quer banir.
links sobre o assunto:
http://info.abril.com.br/noticias/tecnologias-verdes/ambientalistas-querem-banir-a-energia-nuclear-02042012-20.shl
http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Blog/os-piores-acidentes-com-usinas-nucleares-e-su/blog/33736/
http://energiaeambiente.wordpress.com/2008/02/01/energia-nuclear-vantagens-e-desvantagens/
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/03/uso-de-uranio-enriquecido-devera-ser-reduzido-ate-2013.html
http://www.youtube.com/watch?v=OFrtyEATWmA&feature=channel

Ismael - domingo, 8 abril 2012

1. Grandes Hidrelétricas que estão sendo construídas com recursos públicos (Belo Monte, Jirau, Santo Antonio, ...) poderiam ser construídas pela iniciativa privada? No caso das empresas privadas não manifestarem interesse, significa que a viabilidade da obra depende de subsídios, de recursos públicos para poder ser construída?
Sim, com certeza. No entanto, estes investimentos vultosos não são atraentes financeiramente paras empresas do setor provado. Por exemplo, as empresas Camargo Correa e Odebrecht seriam investidoras da usina de Belo Monte, mas analisando a utilização da sua capacidade produtiva e o tempo de retorno do investimento, constataram que não valeria a pena investir. Ou seja, assim como o investimento na construção de um metrô, por exemplo, o payback é de mais de uma década, o que afugente o setor privado. Desta forma, investimentos importantes para o desenvolvimento econômico e social, muitas vezes precisa ser com recursos fundamentalmente públicos.
Um modelo que poderia ser copiado é o de Cooperativas de eletrificação, como tem em Teutônia, com a Certel, a qual produz energia com suas PCHs suficiente para abastecer associados do Vale do Taquari, Caí e Paranhana.
2. A disponibilidade de energia é considerada estratégica para o desenvolvimento de um país. O consumo per capita é sinônimo de desenvolvimento. O desperdício aparece em algum dos indicadores de consumo de energia? Alguém sabe quanto se desperdiça na geração, transmissão e nos pontos de consumo?
Algumas informações que eu encontrei: desperdício na distribuição cerca de 18%.
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=desperdicio-energia-eletrica&id=010115100514
Informação sobre “gatos”.http://www.economicluz.com.br/noticias/pi-e-o-2o-estado-do-brasil-em-desperdicio-de-energia/
Uma lâmpada incandescente comum tem uma eficiência de 8% (ou seja, 8% da energia elétrica usada é transformada em luz e o restante aquece o meio ambiente). A eficiência de uma lâmpada fluorescente compacta, que produz a mesma iluminação, é da ordem de 32% (Fonte:http://www.inee.org.br).
3. Quanto de energia foi utilizada para produzir cada produto ou serviço que adquirimos? Esta energia foi subsidiada? Houve muito desperdício de energia para produzir o produto que estou adquirindo? Existe um produto similar com menor consumo de energia ao longo da sua cadeia de produção?
Na verdade, estas respostas eu não tenho e gostaria muito de ter. Ou melhor, os produtos deveriam ver com a pegada hídrica, a pegada energética e o seu consumo, para que pudéssemos obtar na hora da compra. Energia subsidiada para empresas privadas eu não tenho certeza se ocorre, mas para pessoas carentes tem vários programas de apoio e que dão subsídio para eles.
4. O que deve ser feito para tornar as fontes alternativas viáveis? Como eu poso contribuir neste processo?
Como pode ser lido no artigo, o potencial que as fontes alternativas de energia renovável possuem é muito grande. Falta aproveitar este potencial. O maior obstáculo continua sendo o alto investimento para se aproveitar estas potencialidades.
Desta forma, um projeto que o governo poderia investir é na produção de energia em pequenas propriedades no interno do país, pois nestes locais há bastante produção de biomassa e que poderia ser convertida em energia elétrica. O apoio poderia ser técnico e financeiro (subsidio).
Contudo, tem que ver até onde estas ações governamentais podem ir, pois atingem o interesse das empresas energéticas e o governo não quer criar problema para ele.
A nossa contribuição, primeiramente, é na redução do consumo ou consumo consciente, evitando desperdícios e adquirindo produtos mais eficientes.
5. No Brasil, as hidrelétricas (principal fonte de energia elétrica) estão distantes dos centros de consumo. As regiões metropolitanas, indústrias do sul e sudeste, pequenas cidades, etc, poderiam reduzir sua dependência das grandes hidrelétricas?
Na verdade esta distância existe por motivos naturais, as disponibilidades de quedas d´água estão distantes dos grandes centros urbanos, e por motivos técnicos, pois a construção das grandes hidrelétricas ocupa uma área imensa, alagando muitos km2, ou seja, precisam ser em locais específicos. Uma alternativa são as PCHs, como já havia mencionado, a Certel possui 2 o3 PCHs, sendo que uma é muito próxima do centro de Teutônia. Pelo artigo a dependência das hidrelétricas vai ser reduzida nos próximos anos, com maior participação da energia de biomassa, mas ainda assim, nossa dependência é muito grande e vai continuar assim por algum tempo.
6. Qual sua opinião sobre o artigo Potentials and prospects for renewable energies at global scale? Comente o cenário do papel das energias renováveis em 2030?
Bem interessante o artigo e animador para as próximas décadas. Porque o potencial técnico e teórico acerca das energias renováveis é muito grande, ou seja, há muito potencial ainda por ser explorado, transformado em energia. O interessante também é o alto potencial técnico e teórico da energia geotérmica, absurdamente maior que todos os outros, mas um dos menos utilizados e em 2030 vai representar apenas 2,1% de toda energia produzida, ou seja, nada. Por quê? Acredito que pela viabilidade econômica e ou dificuldade técnica e de transformação. Mas não tenho certeza.
Outro dado diz respeito a diminuição das hidrelétricas na geração de energia elétrica com maior participação das fontes de biomassa. E que em 2030 28,7% da energia elétrica no mundo vai ser produzida através de energia renovável. Para o Brasil, que hoje já representa mais da metade não quer dizer muito, mas para o mundo significa um pequeno avanço.
O que fica é a pergunta, porque não conseguimos transformar todo o potencial técnico e teórico das energias renováveis em energia de fato?
Abs

Ana Paula - domingo, 8 abril 2012

Também concordo com a Patrícia, apesar dos prós e contras como em todo tipo de fonte de energia, acredito que os contras para este tipo de energia são mais significantes que os prós. Caso algum processo não funcione, o risco é muito alto. Podemos citar o Japão, que vinha utilizando a energia nuclear como fonte de energia há mais de 40 anos sem apresentar nenhum acidente, e em 2011 passou a temer uma catástrofe nuclear depois que um tsunami atingiu o país. Contribuindo com o material postado pela Patrícia, encontrei uma notícia da Internet que explica os impactos da contaminação nuclear (
http://noticias.r7.com/internacional/noticias/entenda-os-riscos-da-contaminacao-nuclear-20110312.html). Esta matéria aborda o surgimento sobre questões acerca da energia nuclear, após o tsunami (http://g1.globo.com/tsunami-no-pacifico/noticia/2011/03/crise-no-japao-levanta-questoes-sobre-energia-nuclear-diz-hillary.html). Essa fala de uma notícia de Portugal (http://www.gforum.tv/board/877/285838/custos-e-residuos-fazem-energia-nuclear-marcar-passo.html), bem como aborda o "fantasma" de Chernobyl.

Ana Paula - segunda, 9 abril 2012

1. Acredito que o alto custo para a construção de hidrelétricas não captaria o interesse de empresas do setor privado. O investimento é muito alto e o resultado somente é obtido a longo prazo, como o Ismael comentou. Já existem empresas privadas trabalhando com outras fontes de energia (ex. instalação de aerogeradores). Julgo que existe o interesse e que talvez o subsídio fosse a alternativa para fomentar o interesse de empresas privadas na energia hidrelétrica. Penso que é preciso salientar que apesar de ser considerada uma fonte de energia renovável, a energia hidrelétrica não está isenta de impactos ambientais e sociais. Problemas como a realocação de comunidades e destruição de extensas áreas de vegetação natural existem por causa da construção de tais hidrelétricas. É preciso que o governo adote outras fontes de geração de energia, para reduzir a dependência da geração de energia hidrelétrica - de maneira a reduzir seus impactos.
2. Não encontrei nenhum indicador abordando diretamente o desperdício no consumo de energia - nem residencial menos ainda industrial. Conforme a Patrícia falou, talvez os gatos (consumo sem cobrança) sejam os principais responsáveis pelo desperdício, mascarando os índices de consumo. De acordo com uma reportagem que encontrei os gatos (ou macacos) são responsáveis por uma perda anual de receita acima de R$ 5 bilhões - quase metade do dispêndio anual do Programa Bolsa Família (
http://www.energiahoje.com/brasilenergia/ideias/2010/09/02/416915/sobre-gatos-e-macacos.html).
3. Quanto à informação do consumo de energia para produzir algum produto, foi muito difícil encontrar alguma informação. Consegui encontrar alguma coisa no post que fiz anteriormente, sobre garrafas de água, mas isso porque fui procurar em sites estrangeiros. Quanto a incentivos do governo, existe a possibilidade de creditar o ICMS sobre a fatura de energia elétrica do setor produtivo (ou seja, o custo com energia elétrica pode ser reduzido em 17%). Cabe salientar, que para os setores administrativo e de vendas (por exemplo) o crédito não se aplica. Maiores informações, encontrei esse link que vem também com os links das Leis que regem o crédito de ICMS sobre energia elétrica (
http://www.portaltributario.com.br/artigos/creditoicmsenergia.htm).
4. Acredito que a principal barreira para fontes de energia renovável ainda está no custo para sua implantação. Penso que com o auxílio do governo, sob a forma de subsídios e incentivos, os custos passarão a ser mais acessíveis. Os exemplos estão por toda parte - é possível ser auto-suficiente. Um hotel da Dinamarca convida o hóspede a pedalar para gerar energia por troca de refeição (
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007u721169.shtml). Em relação às nossas ações, devemos evitar o desperdício no consumo de energia elétrica.
5. Aproximadamente 95% da energia elétrica gerada no Brasil é produzida em hidroelétricas. Penso que as regiões metropolitanas, indústrias e pequenas cidades não somente poderiam como deveriam reduzir a dependência das grandes hidrelétricas. Exemplos não nos faltam, como coloquei no outro post - a empresa Mormaii, casas auto-suficientes, uma agência do HSBC. Como fala no artigo, a captação de energia através da força da água é a fonte renovável que mais contribui para gerar energia, em escala global. Contudo, conforme já comentei na questão 1, a energia hidrelétrica gera inúmeros impactos ambientais e sociais para sua implantação. É preciso que, de uma forma global, se invista em outras fontes de energia renováveis em potencial para serem adotadas em médio e longo prazo. 
6. A meu ver, o artigo é muito interessante ao trazer as perspectivas do uso de energia renovável no portfólio energético dos países. Achei muito interessante a colocação de que a preocupação em gerar energia a partir de fontes renováveis é uma preocupação de âmbito nacional e também de âmbito global. Penso que os países devem pensar em conjunto em alternativas para a geração de energia, de modo a reduzir os impactos causados pelo processo. Contudo, é preciso avaliar a potencialidade de cada região para a implantação de fonte de geração de energia - a preocupação é global, mas cada região deve agir de acordo com sua realidade. Além disso, gostei dos cenários que os autores colocam ao final do artigo - que, em minha opinião, enxergo como cenário positivo (uma política alternativa) e cenário negativo (cenário de referência/atual) para abordar o desenvolvimento das fontes de energia renovável no setor elétrico dos países analisados em 2030. O cenário positivo expressa que, em 2030, cerca de 30% da eletricidade gerada no mundo será de fontes de energia renovável. Tal número pode ser considerado um avanço na adoção de fontes renováveis e na implantação de sistemas auto-suficientes. Questiono se será possível alcançar o cenário positivo. Haverá interesse por parte do governo (brasileiro, no caso) em abandonar as grandes hidrelétricas para investir em outras fontes? Como ocorrerá a exploração dessas novas fontes? Os países têm interesse em se unir para desenvolver tecnologias para evitar o desperdício de energia dessas fontes? Acredito que, para tantas variáveis que surgem e que ainda vão surgir, é preciso mudar o cenário atual para uma alternativa - talvez o cenário de uma alternativa política, como traz o artigo.

Valeria - segunda, 9 abril 2012

Oi pessoal
Ainda estou lendo o o material do fórum. Gostaria, porém, de ir contribuindo com algumas coisas que encontrei na internet. Hoje vou conversar com uma pessoa que entende bastante de energia e espero poder contribuir com mais subsídios ao nosso fórum.
Enquanto isso, fiquem com o que encontrei.
No link são abordados alguns aspectos sobre energia nuclear (a qual sou contra)
http://www.ambienteenergia.com.br/index.php/2011/06/energia-nuclear/11830
Destaco o trecho “Para Luiz PinguelliRosa, um dos cientistas mais proeminentes desta área, diretor da Coppe/UFRJ e ex-presidente da Eletrobras, esse investimento equivocado em energia nuclearsequer seria uma questão de segurança nacional. Seria simplesmente uma questão econômica.
Ele comparou o preço entre as diferentes fontes de energia limpa, demonstrando que hoje a fonte hidráulica é a mais barata. Nos seus cálculos, o custo da energia hidráulica está em cerca de R$ 78o megawatt-hora (MWh), já considerados os projetos de Belo Monte (PA) e do RioMadeira (RO). A tarifa da energia eólica e da gerada a partir do gás natural está em torno de R$ 150 o MWh, enquanto a da energia nuclear giraria em tornode R$ 250 o MWh, sem contar o investimento em Angra 3, de R$ 9,9 bilhões.”
Aqui um vídeo sobre o lançamento do Climascópio 2012, uma publicação que será lançada emjunho com o detalhamento do cenário de investimentos em energia verde e renovável na América Latina e Caribe. Brasil, Nicarágua e Panamá são os países da América Latina e Caribe com melhores condições para atrair investimentos para a área de geração de energia de baixo carbono, segundo estudo do Fundo Multilateral de Investimentos e Bloomberg New Energy Finance.
http://www.iadb.org/es/videos/ver,2173.html?videoid=9609
Nessa matéria encontrei uma interessante, embora cara, fonte de energia alternativa, que usa o esgoto para geração energética. http://www.universodopetroleo.com.br/2010/10/energia-eletrica-e-gerada-do-esgoto.html
Nessa matéria são mostrados os 10 países que mais investiam em energias renováveisem 2010. http://exame.abril.com.br/economia/meio-ambiente-e-energia/noticias/os-10-paises-que-mais-investem-em-energia-renovavel?p=5
Encontrei também algumas matérias sobre a transformação de esgoto em energia. Embora viável tecnicamente, ainda é uma fonte inviável economicamente.
Abraços!

Minelle - segunda, 9 abril 2012

Entendendo que a questão da energia desse ser trabalhada a partir da realização de parcerias, sejam elas intergovernamentais, empresa-governo, ou inter empresariais. Respondendo ao questionamento inicial do Felipe, a alternativa de trabalhar com as empresas pode ser apresentada como possível, mas acredito que da mesma maneira como se discutiu lá na aula sobre água, com a ideia de concessões e acompanhamento por parte governamental.
O artigo sobre as energias renováveis facilita o entendimento sobre quais são as possibilidades de atuação. O principal ponto que gostaria de destacar esta relacionado com a energia geotérmica. Será que não seria positivo utilizarmos uma energia oferecida naturalmente e em todas as regiões do mundo? Com certeza existem vantagens e desvantagens, poderíamos então buscar aperfeiçoar nossas tecnologias para melhor utilizar esse recurso natural.
Quanto aos produtos e os gastos com energia, acho que ainda nos encontramos em um espaço nebuloso, por não conhecer completamente quais seriam qual a pegada elétrica de cada produto, nem ao mesmo como essa energia é utilizada. Será que existe a utilização correta da mesma? O total de desperdício dificultaria uma utilização mais eficiente desse recurso? A mudança no comportamento, principalmente empresarial, poderia se mostrar como alternativa viável nesse sentido.

Raquel - segunda, 9 abril 2012

Achei muito interessante o artigo "Potentials and prospects for renewable energies at global scale", que salienta a prioridade estratégica da busca por fontes de energia renovávies, tanto a nível nacional, como Global. O método apresentado no artigo parece ser uma boa forma de análise, pois possibilita a comparação do potencial teórico e técnico, com o que é realizado. Contudo, como uma das colegas salientou, considera muito pouco o investimento econômico. Ainda, como acontece com pesquisas com "perspectiva técnica", não são considerados o contexto político e os interesses de alguns segmentos, o que pode comprometer sobremaneira a definição das fontes e sua implantação.
Apesar de o Brasil disperdiçar muita energia, como algumas colegas já colocaram, fiquei feliz em ver que superamos de longe esta meta de 20%.

Alan - segunda, 9 abril 2012

1. Acredito que as grandes hidrelétricas poderiam ser construídas pela iniciativa privada e concordo com as respostas da Patrícia e do Ismael, mas acrescento que o entrave ambiental gerado pelo (des?)conhecimento do povo dificultaria muito seus projetos. As próprias construtoras já sofrem com isso. E concordo com a Ana de que apesar de renovável, o impacto ambiental da construção das hidrelétricas existe, mas se formos ver, todos os anos são desmatados centenas de m² de floresta amazonica pra pastagens de gado
e não fazem protestos como o realizado contra Belo Monte.
2. O desperdício no Brasil, além dos "gatos" também pode estar associado às grandes distâncias do centro gerador de energia e o centro consumidor. Se houvesse maior "dignidade social" e ao mesmo tempo menor quantidade de impostos, haveria menos desvio de energia elétrica. 
3. Com relação à quantidade de energia utilizada para produzir os produtos que consumimos, eu penso que assim como discutimos com relação ao C2C no aumento do consumo e geração de resíduos, se as fontes fossem renováveis e não causassem um dano ambiental enorme, poderíamos consumir "tranquilamente" produtos que consumiram grande quantidade de energia para serem gerados. Obviamente, se um produto ou determinado processo consumir menos energia, a substituição deveria ser imediata.
4. O custo de implantação é o principal entrave para o investimento de energias renováveis no caso de geração de grandes quantidades de energia. Porém, a necessidade de subsídios para isso é real. Um link interessante.
http://www.institutocarbonobrasil.org.br/noticias3/noticia=730137
5. As fontes de energia renováveis e alternativas são fundamentais para reduzir a dependência das grandes hidrelétricas. No caso da Gerdau, não tenham dúvidas que foi justamente pensando nisso que implantaram pequenas centrais de geração. Algumas horas sem luz representam milhões de reais em prejuizo para uma empresa metalúrgica. A geração através de biomassa mostra-se muito interessante para comunidades rurais enquanto que a eólica poderia ser mais utilizada nos prédios de centros urbanos..é aqui que entra a história de cada um fazer a sua parte...
6. Achei o artigo bem interessante, mas confesso que também um tanto confuso (não sei se li rápido demais...) O que achei mais legal é o fato da energia geotérmica ter potencial teórico e técnico, como o Ismael disse, absurdamente maiores que os restantes. Porém, não sei até que ponto esse potencial técnico está certo...apesar de haver tecnologia para capturar vapor de gêiseres para movimentar turbinas, me parece mais difícil captar água a 2, 3 mil metros de profundidade na temperatura de 100 a 150 °C para movimentar as turbinas. Assim como na prospecção de petróleo, os sistemas/unidades devem desgastar rapidamente e inviabilizam as tentativas sobre as outras alternativas.  O cenário alternativo de 2030 é realmente muito otimista. É como acreditar em papai noel...
Aqui no Brasil, as usinas hidrelétricas são bem rentáveis para o ramo da construção civil (ironico essa política não?).
Estou vendo alguns links postados e espero contribuir mais, mas estou bem atarefado essa semana...
Abraço!

Fernando - terça, 10 abril 2012

1. Poderiam se não houvesse dúvidas quanto à viabilidade economica. Porém no caso das grandes hidrelétricas brasileiras na atualidade o interesse me parece que gira entorno de outro tipo de "choque".
Os quatro empreendimentos somam inicialmente 60 bilhões de Reais. Em 2006, o projeto de Belo Monte foi apresentado por 4,5 bi, hoje está em 30 bi sem considerar os custos com o desmatamento superior à 5 mil km2.
2. Indicadores de desperdício têm critérios metodológicos discutíveis e imprecisos. Porém, no modelo brasileiro a quantidade de energia não gerada é enorme, e na transmissão a perda fica em torno de 15%. Outros países do mundo apresentam perdas entre 10 e 20%, porém dadas condições geográficas a comparação é bastante difícil. No entanto, o Canadá apresenta condições muito próximas às brasileiras e tem perdas inferiores à 10% na transmissão. Outras perdas importante são as de causa não técnica (fraude, roubo, inadimplência e falhas contábeis).
Por causa da grande disparidade econômica entre as diversas regiões do Brasil, as perdas de distribuição também variam enormemente. As perdas técnicas, por exemplo, variam entre 3,5% a 19% entre distribuidoras, enquanto as perdas comerciais variam entre 1,3% e 30%.
3. Desconheço esse tipo de indicador, porém é sabido que os custos ambientais, sociais e econômicos da geração no Brasil é subsidiado ou ignorado. O que torna o custo da energia brasileira barata em níveis mundiais.
4. No Brasil fontes alternativas são oriundas de projetos com potencial de geração entre 1 e 30MW, atualmente está em processo de regulamentação medidas que visam incentivar a geração a partir de painéis fotovoltáicos. Somente assim poderá impulsionar o desenvolvimento e homologação de equipamentos para situações como essas.
5. Podem reduzir, porém continuariam grande dependentes de fontes de grande geração de energia. Porém, a perspectiva para o uso residencial (25% do total consumido) é de que sejam substituídas por energia solar; Mas a atividade industrial e comercial (60% do total) continuaria diretamente dependente das hidrelétricas.

Uiara - terça, 10 abril 2012

Minhas opiniões e informações sobre o assunto:
1. Grandes Hidrelétricas que estão sendo construídas com recursos públicos (Belo Monte, Jirau, Santo Antonio,...) poderiam ser construídas pela iniciativa privada? No caso das empresas privadas não manifestarem interesse, significa que a viabilidade da obra depende de subsídios, de recursos públicos para poder ser construída?
Não considero uma excelente idéia que somente os recursos públicos sejam empregados em empreendimentos desse tipo. Primeiramente porque os recursos públicos poderiam sem empregados em outras necessidades mais urgentes, como saúde, educação e segurança, muitos mais urgentes. Mas, não tenho condições de responder com embasamento essa questão. Me faltam argumentos.
Como é de conhecimento de todos, um projeto como a Usina de Belo Monte, demandará em torno de 30 bi, isso é um valor alto, sobretudo pelo que o projeto tem enfrentado em questões sobre seu potencial impacto ambiental.
2. A disponibilidade de energia é considerada estratégica para o desenvolvimento de um país. O consumo per capita é sinônimo de desenvolvimento. O desperdício aparece em algum dos indicadores de consumo de energia? Alguém sabe quanto se desperdiça na geração, transmissão e nos pontos de consumo?
A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) apresenta uma série de indicadores para avaliar o desempenho do serviço prestado pelas companhias de energia elétrica, entretanto não encontrei nenhum que avaliasse o desperdício na geração, transmissão e nos pontos de consumo.
Os valores que encontrei estão entre esses que a galera já postou, 18%, destes entre 10% e 12% são perdidos na distribuição.
3. Quanto de energia foi utilizada para produzir cada produto ou serviço que adquirimos? Esta energia foi subsidiada? Houve muito desperdício de energia para produzir o produto que estou adquirindo? Existe um produto similar com menor consumo de energia ao longo da sua cadeia de produção?
Pensando friamente sobre isso, se tivermos energia limpa (que não polua o meio ambiente e que não ofereça riscos aos seres humanos e animais) e renovável, não vejo problema em usar mais ou menos energia. Pode parecer um discurso anti-sustentável, entretanto a questão de usar mais ou menos energia poderia ser considerada mais um recurso para as indústrias reduzirem seus custos de produção e competirem, do que propriamente uma ação socioambiental. Vejo nos relatórios das empresas indicadores de uso e captação de água e de uso de energia. Não considero os mesmos como semelhantes, mas lógico, não me refiro à utilização de fontes como carvão ou petróleo. Sem dúvida, essas fontes continuam poluindo cada vez que ligamos o carro ou ascendemos a lareira no inverno (mesmo que o uso individual não seja tão impactante que o uso industrial). As hidrelétricas impactam o meio ambiente uma vez, e depois aquela infra-estrutura não apresentará impactos potenciais futuros (penso eu, se eu estiver enganada, me corrijam). Resumindo, nesse caso, considero a fonte de energia muitíssimo mais importante que a quantidade utilizada. Mas, pensando no cenário atual, o primeiro passo a ser tomado seria a redução do desperdício de energia na sua geração e transmissão, além do seu uso, pois temos equipamentos que são muito pouco eficientes. O desenvolvimento de equipamentos/máquinas, tanto domésticos como industriais mais eficientes é um meio de reduzir o desperdício por meio do aumento da eficiência. Softwares para encontrar desperdício das companhias elétricas no processo de transmissão da energia podem ser amplamente utilizados nesse fim, até que alcancemos o desperdício de energia mínimo e que tenhamos as fontes menos poluentes (ou poluentes zero).
4. O que deve ser feito para tornar as fontes alternativas viáveis? Como eu posso contribuir neste processo?
Um passo é oferecer a oportunidade de desenvolvimento de empreendimentos que coloquem em prática a geração de energia a partir de fontes alternativas. O BNDES apresenta esse tipo de financiamento para a geração de energia a partir de fontes como biomassa, eólica e solar, além de pequenas centrais hidrelétricas, visando à diversificação da matriz energética nacional (Fonte:
http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Areas_de_Atuacao/Infraestrutura/Energias_Alternativas/).
Outro passo se dá através de pesquisas na área, nesse caso, pouco posso contribuir, pois penso que descobrir novas fontes de energia é mais para a área de engenharia. Entretanto pesquisas em universidades e centros de pesquisa, com apoio de agências de fomento são um grande impulso para essas descobertas.
5. No Brasil, as hidrelétricas (principal fonte de energia elétrica) estão distantes dos centros de consumo. As regiões metropolitanas, indústrias do sul e sudeste, pequenas cidades, etc, poderiam reduzir sua dependência das grandes hidrelétricas?
Seria interessante para esses grandes centros contar com fontes alternativas. No litoral a energia eólica poderia ser uma opção, visto que temos muitos ventos nessas regiões, além de ser uma fonte inesgotável e causar pouquíssimo impacto ao ambiente. Entretanto a desvantagem é o custo, onde a energia gerada por uma central eólica custa entre 60% e 70% a mais que a mesma quantidade gerada por uma usina hidrelétrica (Fonte:
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/educacao/conteudo_224740.shtml )
Além dessa fonte, poderíamos resolver dois problemas com uma única solução: geração de energia por meio da incineração de resíduos sólidos urbanos, como o exemplo da Usinaverde, Rio de Janeiro, capaz de processar 30 toneladas de lixo, por dia, com uma geração de energia que seria suficiente para atender 20 mil habitantes (Dados de 2008, Fonte:
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/energia/conteudo_280524.shtml). Outra alternativa com origem no lixo poderia ser o uso do biogás, gerado nos aterros.

Anelise - terça, 10 abril 2012

2012: Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos
Mais de 1,4 bilhão de pessoas, em todo o mundo, não têm acesso à eletricidade e, por isso, possuem péssimas condições de vida. Para tentar mudar essa realidade, a ONU proclamou 2012 como o Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos
O anúncio faz parte de uma iniciativa maior – também batizada de Energia Sustentável para Todos (Sustainable Energy for All*, em inglês) –, comandada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que até o ano de 2030 pretende alcançar três grandes objetivos. São eles:
– assegurar que todos tenham acesso a serviços modernos de energia;
– reduzir em 40% a intensidade energética global e
– aumentar em 30% o uso de energias renováveis em todo o mundo.
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/energia/2012-ano-internacional-energia-sustentavel-todos-onu-sustainable-energy-all-632826.shtml

Anelise - terça, 10 abril 2012

Pessoal, boa tarde
Este site (
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/energia) é muito interessante e traz conteúdo específico sobre energia, onde se encontram matérias, notícias sobre os países campeões em energia eólica, a polêmica energia nuclear, a questão da energia solar, combustíveis alternativos, entre outros, vale a pena conferir.
'Demanda de energia no Brasil crescerá 78% até 2035' Crescimento da demanda brasileira ficará apenas atrás da Índia, segundo o relatório (02/12/2011)
A demanda mundial por energia aumentará em um terço entre 2010 e 2035, apesar do cenário de crise internacional, e a China continuará sendo o maior consumidor mundial, usando 70% a mais de energia do que os Estados Unidos (EUA), segundo colocado nesse ranking. Apesar de ocupar a primeira posição, a China, no que se refere ao consumo per capita, representa menos da metade do que é registrado nos EUA. Os dados fazem parte da edição 2011 do anuário World Energy Outlook, divulgado hoje (2) pela Agência Internacional de Energia (AIE).

Raquel - terça, 10 abril 2012

Olá Anelise, obrigada pela dica e já dei uma lida nas matérias.
Seguem duas que achei interessantes:
1. Você está poluindo (19%) mais: O Brasil sempre se orgulhou de gerar energia limpa. Mas nos últimos anos, esse cenário mudou um pouco. Isso porque o governo investiu em usinas termelétricas, que são mais baratas e rápidas de construir, mas possuem uma grande desvantagem – como são movidas a carvão, gás ou derivados de petróleo, emitem muito mais CO2 que as hidrelétricas (que geram uma quantidade pequena desse gás, vindo do apodrecimento de plantas nas regiões alagadas pela usina). Resultado: hoje, a eletricidade que você usa na sua casa gera aproximadamente 19% mais CO2 do que há dez anos atrás . Para diminuir o impacto das termelétricas, em 2009 entrou em vigor uma norma que obriga novas usinas a óleo ou carvão a compensar 25% de suas emissões plantando árvores (ou financiando projetos de energia limpa).
2. Apesar de falhas, energia nuclear não pode ser descartada - Um ano depois do acidente em Fukushima, o discurso antinuclear continua forte. Mas é possível abrir mão das usinas nucleares?

Patrícia - terça, 10 abril 2012

Acho que é possível abrir mão das usinas nucleares, e podemos embasar essa possibilidade no artigo postado pelo professor, que demonstra todo o potencial de geração de energia existente e inexplorado.

Gabriele - terça, 10 abril 2012

Minha opinião sobre as questões que o Felipe levantou:
1.Grandes Hidrelétricas que estão sendo construídas com recursos públicos (Belo Monte, Jirau, Santo Antonio, ...) poderiam ser construídas pela iniciativa privada? No caso das empresas privadas não manifestarem interesse, significa que a viabilidade da obra depende de subsídios, de recursos públicos para poder ser construída?
Acho uma questão interessante de se pensar. Como a Uiara comentou, o investimento público poderia estar sendo melhor utilizado, principalmente se pensarmos quem são os grandes consumidores de energia. Grande parte da energia é destinada as indústrias e grandes empresas, logo, além de haver recursos públicos sendo investidos para esse segmento, os danos socioambientais são também públicos, compartilhados entre toda sociedade. Esses investimentos poderiam, por exemplo, subsidiar outras tecnologias de geração de energia mais sustentáveis, pois como a Ana comentou existem grandes impactos socioambientais associados à construção de hidrelétricas.
2. A disponibilidade de energia é considerada estratégica para o desenvolvimento de um país. O consumo per capita é sinônimo de desenvolvimento. O desperdício aparece em algum dos indicadores de consumo de energia? Alguém sabe quanto se desperdiça na geração, transmissão e nos pontos de consumo?
Não encontrei nada em relação aos indicadores. Como o Ismael comentou, o desperdício na distribuição pode ser de 18% (eu li em uma reportagem de uma revista não científica – Isto é dinheiro, que a cada 3kwh gerados 2kwh são distribuídos e somente 1kwh é consumido, ainda não encontrei uma informação mais confiável que fale sobre essa porcentagem), mas acredito que essa informação é ainda pouco divulgada. Em relação à perda de energia através dos cabos de alumínio tradicionais de transmissão, encontrei uma reportagem muito interessante da agência fapesp de uma pesquisa que recebeu um premio: a redução da perda de energia em 65% através do uso de cabos de alumínio com nanofibras de carbono
http://agencia.fapesp.br/9991. Além disso, existe um potencial de geração de energia que ainda é pouco aproveitado, a possibilidade de se produzir hidrogênio através de eletrólise da água durante a noite, quando diminui a demanda de energia. Encontrei um artigo que mostra ser economicamente viável esse processo em Itaipu http://www.ifi.unicamp.br/ceneh/WICaC2006/PDF/13-MichelGaleano.pdf.
3. Quanto de energia foi utilizada para produzir cada produto ou serviço que adquirimos? Esta energia foi subsidiada? Houve muito desperdício de energia para produzir o produto que estou adquirindo? Existe um produto similar com menor consumo de energia ao longo da sua cadeia de produção?
Essas informações seriam bastante importantes para a decisão da compra dos produtos. Em relação a isso, ainda acrescentaria a importância de sabermos a fonte de energia utilizada, se houve investimento em geração de energia mais sustentável.
4. O que deve ser feito para tornar as fontes alternativas viáveis? Como eu poso contribuir neste processo?
Acredito que o poder público tem um papel bastante importante nessa questão. Além de subsidiar e incentivar pesquisas e organizações interessadas em produzir e utilizar energia de outras fontes mais viáveis poderia haver iniciativas no próprio órgão público. Um exemplo seria a certificação de prédios. Vocês já ouviram falar da certificação Leed?
http://www.gbcbrasil.org.br/ Parece ser bastante interessante. Tem o nível prata, ouro e platina e a certificação engloba redução de energia, água, uso de materiais mais sustentáveis (como madeira certificada), entre outros. Em relação à construção civil, existe ainda o conceito de zero energy building, sendo que já existem projetos de construções autossustentáveis em energia, http://living-future.org/netzero/; http://sustainabilityworkshop.autodesk.com/blog/hok-net-zero-carbon-buildings-highlights-process-and-exposes-misconceptions.
5. No Brasil, as hidrelétricas (principal fonte de energia elétrica) estão distantes dos centros de consumo. As regiões metropolitanas, indústrias do sul e sudeste, pequenas cidades, etc, poderiam reduzir sua dependência das grandes hidrelétricas?
Acredito que sim. Existem diversas tecnologias para a produção de energia. Como já comentei anteriormente acho fundamental a participação do governo no incentivo de outras formas de energia. A redução do desperdício por meio de outras tecnologias também é uma forma de diminuir essa dependência. Um caso interessante, novamente em relação à arquitetura, é possível estudar a melhor maneira de se localizar as janelas e colocar um teto verde, por exemplo, e já se consegue diminuir o uso do ar condicionado e de lâmpadas.
Abraços

Ismael - terça, 10 abril 2012

Eu encontrei em um site português alguns mitos sobre energia renovável:
Mito 1: a energia solar é demasiado cara para ser útil
Na verdade, os grandes e dispendiosos painéis solares de hoje captam apenas cerca de 10 % da energia do sol, mas a inovação rápida da tecnologia significa que a geração seguinte de painéis será muito menos espessa, capturará muito mais energia da luz solar e custará uma fracção do que custa nos dias de hoje. Podem até não ser feitos de silicone. A First Solar, o maior fabricante de painéis finos, afirma que os seus produtos gerarão electricidade em países soalheiros a um custo tão baixo quanto as grandes centrais de energia antes de 2012. Outras companhias estão a investigar formas ainda mais eficientes de capturar a energia solar, usando, por exemplo, longos espelhos parabólicos para enfocar a luz através de um tubo fino contendo um líquido que se torna suficientemente quente para mover uma turbina a vapor e gerar electricidade. As companhias espanholas e alemãs estão a instalar centrais solares amplas deste tipo na África do Norte, Espanha e no sudoeste da América; nas tardes de Verão quentes da Califórnia, as centrais solares são provavelmente já financeiramente competitivas com o carvão. A Europa, entretanto, poderia adquirir a maior parte da sua electricidade com centrais no deserto do Saara. Precisaríamos de uma nova transmissora de energia de longa distância mas a tecnologia que a possa proporcionar está a avançar rapidamente, e os países da África Norte teriam uma valiosa nova fonte de rendimento.Mito 2: a energia eólica é pouco segura
De facto, durante alguns períodos no início deste ano, o vento forneceu quase 40% da energia espanhola. Regiões da Alemanha do norte geram mais electricidade eólica do que na realidade precisam. O norte da Escócia, abençoado com algumas das melhores velocidades de vento na Europa, pode gerar facilmente 10% ou até 15% das necessidades eléctricas do Reino Unido a um preço confortavelmente equiparável aos preços de combustível de fóssil de hoje.
A inconstância do poder eólico significa realmente que teríamos de dirigir as nossas grelhas de electricidade de um modo muito diferente. Para fornecer a electricidade mais fiável, a Europa tem de construir melhores ligações entre regiões e países; os que geram um excesso de energia eólica poderão exportá-lo facilmente a lugares onde o vento é calmo. O Reino Unido deverá investir em fios de transmissão, provavelmente no mar alto, que tragam a electricidade gerada pelos ventos escoceses até ao sudeste com falta de energia, e logo continuariam até à Holanda e França. O sistema de distribuição de electricidade deve ser feito a nível europeu se quisermos uma segurança de provisão máxima.
Também teremos de investir no armazenamento de energia. Hoje em dia fazemo-lo bombeando água no sentido ascendente em alturas de excesso e deixando-a fluir de volta da montanha para baixo quando a energia é escassa. Outros países falam no desenvolvimento de “grelhas inteligentes” que incentivam os utilizadores a consumir menos electricidade quando as velocidades de vento são baixas. A energia eólica é hoje financeiramente viável em muitos países, e ficará mais barata à medida que as turbinas continuam a crescer em tamanho, e os custos de manufactura a descer. Algumas previsões consideram que mais de 30% da electricidade mundial provirá do vento. A manufactura de turbinas e a sua instalação também deverão gerar grandes fontes de emprego, com um corpo comercial a prever que o sector gerará 2 milhões de empregos no mundo inteiro antes de 2020.
Mito 3: a energia marítima é um beco sem saída
O fino canal de água entre a ponta nordeste da Escócia e Orkney contém parte da energia das marés mais concentrado no mundo. A energia dos fluxos máximos pode ser bem maior do que as necessidades de electricidade de Londres. Da mesma forma, as ondas das costas Atlânticas de Espanha e Portugal são fortes, consistentes e capazes de fornecer uma fracção substancial da energia da região. O desenho e a criação de máquinas que podem sobreviver às duras condições das águas oceânicas de fluxo rápido foram desafiantes e as décadas passadas viram repetidas decepções aqui e no estrangeiro. Este ano vimos a instalação da primeira turbina marítima a ser unida com sucesso à grelha de electricidade britânica em Strangford Lough, na Irlanda do Norte, e o primeiro grupo de geradores de energia de ondas em grande escala a 5km da costa de Portugal, construídos por uma companhia escocesa.
 Mas embora o Reino Unido partilhe com o Canadá, a África do Sul e zonas da América do Sul alguns dos melhores recursos de energia marítimos a nível mundial, o apoio financeiro foi insignificante. As casas de ópera de Londres receberam mais dinheiro dos contribuintes do que a indústria de energia marítima britânica durante os últimos anos. O apoio dinamarquês à energia eólica ajudou o país a estabelecer a liderança mundial na construção de turbinas; o Reino Unido pode fazer o mesmo com a energia das ondas e marés.
Mito 4: o nuclear é mais barato do que outras fontes de electricidade baixas em carbono
Se acreditarmos que as crises ambientais e de energia a nível mundial são tão severas como se afirma, as centrais nucleares devem ser consideradas uma opção possível. Mas embora a destruição de resíduos e a proliferação de armas nucleares sejam questões profundamente importantes, o problema mais grave pode ser o preço alto e imprevisível das centrais nucleares.
A nova central nuclear na ilha de Olkiluoto na Finlândia ocidental é um bom exemplo. Supôs-se originalmente que a produção de electricidade começasse este ano, mas as últimas notícias são de que a central não começará a funcionar antes de 2012. O impacto no projecto foi dramático. Quando os contratos foram assinados, supôs-se que a fábrica custasse €3 mil milhões (£2.5 mil milhões). O preço final provavelmente será mais do que o dobro deste montante e o processo de construção está a tornar-se rapidamente num pesadelo. Uma segunda nova fábrica na Normandia parece ter problemas semelhantes. Nos EU, as centrais nucleares estão a desistir da energia nuclear devido ao receio de preços incontroláveis.
A menos que possamos encontrar um novo modo de construir centrais nucleares, parece que a recolha de CO2 em fábricas geradas a carvão seja um modo mais barato de produzir electricidade baixa em carbono. Um contínuo esforço de pesquisa a nível mundial também poderá significar que a recolha de carbono rentável ficará disponível antes que a seguinte geração de centrais nucleares esteja pronta, e que será possível ajustar o equipamento de recolha de carbono nas centrais existentes movidas a carvão. Encontrar uma forma de excluir a recolha de CO2 é o desafio de pesquisa mais importante que o mundo de hoje enfrenta. O líder actual, a central sueca Vattenfall, usa uma tecnologia inovadora que queima o carvão em oxigénio puro e não ar, produzindo dióxido de carbono puro nas suas chaminés, em vez de separar dispendiosamente o CO2 de outros gases de escape. Esperam ter em funcionamento enormes centrais movidas a carvão com emissões de CO2 mínimas até 2020.
Mito 5: as casas com emissões de carbono nulas são a melhor forma de lidar com as emissões de gás de estufa dos edifícios
Os edifícios são responsáveis por aproximadamente metade das emissões mundiais; o alojamento doméstico é a fonte mais importante de gases de estufa. A insistência do Reino Unido em que todas as novas casas serão de “carbono nulo” até 2016 parece com uma boa ideia, mas há dois problemas. Na maior parte de países, só aproximadamente 1% do alojamento é construído de raiz, por ano. As regulamentações de edifícios mais rígidas não têm qualquer efeito nos restantes 99%. Em segundo lugar, fazendo um edifício com emissões de carbono efectivamente nula é extremamente caro. Os poucos lares-protótipo no Reino Unido que conseguiram recentemente estes critérios custaram o dobro das casas convencionais.
Concentrarmo-nos somente em novas casas e exigindo que os construtores atinjam objectivos extremamente elevados não é a forma correcta de cortar com as emissões. Em vez disso, devemos aprender com a Alemanha. Uma mistura de subsídios, empréstimos baratos e exortação está a ter sucesso ao conseguir que centenas de milhares de propriedades antigas sejam eco-renovadas a cada ano, cumprindo critérios impressionantes e a um preço razoável. Os renovadores alemães estão a aprender com o movimento PassivHaus, que se concentrou não na redução de emissões de carbono nulas, mas na utilização de métodos esmerados para cortar as emissões em 10 ou 20% dos níveis convencionais, a preços sustentáveis, tanto nas renovações como em novas casas. Os pioneiros da PassivHaus concentraram-se em melhorar o isolamento, fornecer ar mais hermético e a aquecer o ar de Inverno, com o ar envelhecido mais quente que é extraído da casa. Uma cuidada atenção aos detalhes tanto no design como no trabalho de construção, produziu cortes inesperadamente elevados no uso total de energia. O pequeno preço extra pago por proprietários é facilmente superado pelo que se economiza em electricidade e gás. Em vez de exigir casas totalmente neutras em emissões de carbono, o Reino Unido deverá postar num programa gigantesco de eco-renovação e técnicas rentáveis para novas construções.
Mito 6: as centrais de energia mais eficientes são grandes
As grandes e modernas centrais de energia geridas a petróleo, podem transformar cerca de 60% da energia de combustível em electricidade. O resto perde-se na forma de calor residual.
Mesmo embora 5-10% da electricidade se perca na transmissão ao utente, a eficiência tem sido, ainda assim, muito melhor do que a geração de energia local em pequena escala. Isto está rapidamente a mudar.
Os novos tipos de pequenas centrais de energia e calor combinadas são capazes de transformar metade da energia combustível em electricidade, equiparando-se quase à eficiência dos grandes geradores. Estas são agora suficientemente pequenas para serem facilmente instaladas em casas comuns. Não só geram electricidade como o calor excedente pode ser usado para aquecer a casa, o que significa que toda a energia em gás é usada de modo produtivo. Alguns tipos ar condicionado podem até usar o calor para accionar a refrigeração durante o Verão.
Pensamos que a micro geração significa turbinas de vento ou painéis solares no telhado, mas as centrais combinadas de energia e calor eficientes são um plano muito melhor para o Reino Unido e qualquer outro local. Dentro de alguns anos, veremos essas pequenas centrais de energia em muitos edifícios, usando talvez combustíveis renováveis à base de celulose e não somente petróleo. A Coreia está à frente no mercado ao subsidiar em grande escala a primeira instalação de células de combustível em edifícios empresariais e outros grandes utilizadores de electricidade.

Uiara - terça, 10 abril 2012

6. Qual sua opinião sobre o artigo Potentials and prospects for renewable energies at global scale? Comente o cenário do papel das energias renováveis em 2030?
Gostei do artigo, embora tenha achado difícil entender os gráficos. É bom saber que existe potencial de que as energias renováveis possam ganhar a escala que o artigo mostra, que no futuro, as fontes de energias renováveis possam suprir uma parte considerável das necessidades energéticas. Entretanto, não achei animador do ponto de vista do potencial teórico que essas fontes apresentam, pois esse potencial é extraordinariamente grande.
Em 2030, em um cenário de política alternativa pode-se esperar 28,7% do total de eletricidade gerada oriundo de fontes de energias renováveis. Entretanto, o papel do Brasil nesse contexto é inerte. Atualmente, esse tipo de energia dentro do país tem uma grande representatividade (não podemos esquecer que as hidrelétricas têm impacto ambiental). Porém, se comparado com o crescimento da geração de energia renovável de outros países, nossa trajetória será pequena. A participação brasileira não é muito representativa no contexto global e a tendência dos outros países em aumentar suas produções de energias renováveis força a representatividade brasileira nesse contexto para baixo. Isso não nos confere muito orgulho, pois o aumento da nossa demanda energética irá crescer vertiginosamente.

Valeria - quarta, 11 abril 2012

Oi pessoal,
Eis minhas respostas às questões do Professor Felipe,aos poucos, pois talvez não entre tudo em uma única mensagem.
1. Grandes Hidrelétricas que estão sendo construídas com recursos públicos (Belo Monte, Jirau, Santo Antonio,...) poderiam ser construídas pela iniciativa privada? No caso das empresas privadas não manifestarem interesse, significa que a viabilidade da obra depende de subsídios, de recursos públicos para poder ser construída?
Com raríssimas exceções, os resultados dos leilões setoriais apresentam Sociedades de Propósito Específico - SPE constituídas por empresas públicas (com até 49% de participação) e privadas, sendo essas últimas sempre majoritárias, justamente para não caracterizar a SPE como uma estatal. É o que se conhece como Consórcio, uma sociedade formada entre empresas privadas e estatais que se juntam para concorrer ao leilão e que tem como objetivo construir e administrar a obra, além de explorara concessão do empreendimento pelo período de tempo estabelecido.
Segundo informações que obtive diretamente com um especialista do setor de energia, obras de grande complexidade como Belo Monte, têm a participação do setor estatal por serem consideradas estratégicas e para que o leilão não resulte vazio. Por exemplo, a Linha de Transmissão 500 kv Boa Vista-Manaus, arrematada pelo consórcio Eletronorte-Alupar não teve nenhum outro ofertante, devido à questão indígena na travessia da linha pela reserva Waimiri-Atroari. Alguns empreendimentos, como as usinas do Parnaíba (300 MW no PI), já foram a leilão por 2 vezes sem sucesso, devido aos altos custos ambientais, e o setor público não deverá construí-las fora dos leilões.
Essas obras dependem de recursos públicos porque os riscos e custos associados às questões ambientais são tão altos que não despertam, hoje, o interesse em que apenas as empresas privadas participem dos leilões. As empresas privadas somente têm entrado nos leilões se tiverem a garantia que o poder público vai entrar junto. Mesmo com a participação do governo, hoje, há casos em que não há interesse algum das empresas privadas (leilões vazios) devido a esses riscos e custos ambientais altos. No modelo atual do setor de energia a participação do poder público é limitada a 49%.
Em nosso país temos oSistema Interligado Nacional – SIN, que é formado pelas empresas das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte. Apenas 3,4% da capacidade de produção de eletricidade do país encontra-se fora do SIN, em pequenos sistemas isolados localizados principalmente na região amazônica. Esses sistemas isolados funcionam, basicamente, com energia termoelétrica, muito mais cara que a energia hidrelétrica e altamente poluente, devido à queima de óleo combustível e diesel.
Alguns leilões já foram feitos para construir as linhas de transmissão para integrar algumas dessas localidades que funcionam à base de energia termoelétrica ao SIN, como o“Linhão” Tucuruí-Manaus-Macapá (em construção) e a Linha de Transmissão BoaVista-Manaus (já citada mais acima). A obra do Linhão Tucuruí-Manaus-Macapá permitirá que o consumo do combustível fóssil para geração de energia, caro e poluente,seja totalmente eliminado nas capitais de Manaus e Macapá e as sedes dos municípios contemplados pelo “Linhão”, evitando a emissão de 3 milhões de toneladas de gás carbônico por ano, e reduzindo o consumo anual de 1,2 bilhões de litros de óleos combustível e diesel. Além disso, após a conclusão do “Linhão”, o país economizará cerca de R$ 2 bilhões por ano o que significa que a Linha de Transmissão, cujos investimentos previstos são da ordem de R$ 3 bilhões, estará paga em 18 meses fornecendo energia limpa e renovável. A construção da Linha deTransmissão Tucuruí-Manaus- Macapá, de aproximadamente 1.800 quilômetros de extensão, vai integrar os estados do Amazonas, Amapá e Oeste do Pará ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Sobre o Linhão, mais informações são obtidas em:
http://www.brasil.gov.br/sobre/economia/energia/obras-e-projetos/linhao-tucurui-macapa-manaus
Vale ressaltar que os projetos das linhas de transmissão sofrem, igualmente, com as mesmas questões ambientais, porque o melhor trajeto não pode ser colocado em prática,ele vai sofrendo alterações para se desviar de reservas indígenas, etc. Com isso, o custo vai aumentando, porque pega solos mais complicados para as fundações das torres (muitas vezes dentro de rios). Sem contar que a distância vai aumentando entre os pontos devido à impossibilidade de implantação domelhor trajeto.
Mais informações sobre esse assunto, inclusive com indicadores, são encontradas nosite do Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS:
http://www.ons.org.br/home/.

Valeria - quarta, 11 abril 2012

Continuando...
2. A disponibilidade de energia é considerada estratégica para o desenvolvimento de um país. O consumo per capita é sinônimo de desenvolvimento. O desperdício aparece em algum dos indicadores de consumo de energia?
Sim, nas perdas identificadas pelas distribuidoras. Algumas capitais como Belém, são símbolos dos “gatos”, furtos de energia já mencionados por alguns colegas no fórum dessa semana.
No Rio de Janeiro, antes das Unidades de Polícia Pacificadora - UPP, a Light tinha um percentual a mais no reajuste tarifário para compensar os “gatos” nas favelas (com enorme prejuízo anual), já que ninguém tinha coragem de instalar medidores na comunidade e ir cobrar a conta. A partir das UPP esse cenário vem mudando aos poucos, com a instalação de medidores individuais e a cobrança progressiva até que se chegue ao consumo real individual.
Alguém sabe quanto se desperdiça na geração, transmissão e nos pontos de consumo?
O desperdício energético varia de acordo com o sistema. Obtive a informação junto ao especialista em energia de que o sistema de transmissão (da usina até a ponta onde se distribui a energia elétrica) admite uma perda máxima de 5%. As redes de distribuição também são muito sensíveis quando não se investe em sua expansão para atendimento ao crescimento populacional com o consequente aumento da carga. Em decorrência disso, transformadores de distribuição em sobrecarga, alimentadores com condutores mais finos ou de longo comprimento também são fatores de perdas.
3. Quanto de energia foi utilizada para produzir cada produto ou serviço que adquirimos?
Não consegui essa informação. Porém, em relação às fábricas de setores eletrointensivos, em que o custo da energia é um dos principais componentes no preço final do produto, como alumínio, siderurgia, petroquímico e papel e celulose, a energia representa cerca de 40% do custo de produção.
Segundo declaração do Presidente da Abrace - Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres "nossas associadas, que alimentam as cadeias produtivas nacionais, têm em média nestes insumos energéticos mais de 20% de seus custos de produção. Para algumas, esse custo é superior a 50%.” Fonte:
http://www.jornaldaenergia.com.br/ler_noticia.php?id_noticia=9531&id_tipo=2&id_secao=15&id_pai=0&titulo_info=Abrace%20quer%20pre%26ccedil%3Bo%20da%20energia%20seja%20contempla...
Esta energiafoi subsidiada?
O setor de alumínio surgiu com o forte subsídio dado pelo Governo Federal para a energia da UHE Tucuruí.
Outro subsídio da energia existente hoje refere-se aos sistemas isolados de geração da região Norte, por meio da Conta de Consumo de Combustíveis – CCC. É um mecanismo de subsídio setorial gerenciado pela Eletrobras/Aneel, que permite aos consumidores daquela região terem energia a um preço muito inferior ao seu custo de produção. Sozinhos, os consumidores daquela região (não integrada ao SIN) jamais teriam condições de arcar com o custo da energia elétrica. Então, o preço é subsidiado e bancado pelos demais consumidores do Brasil, de todas as regiões.
Houve muito desperdício de energia para produzir o produto que estou adquirindo? Existe um produto similar com menor consumo de energia ao longo da sua cadeia de produção?
Não é possível obter resposta para essa questão. Posso inferir que sim, há um produto com menos consumo de energia ao longo da cadeia de produção, mas não tenho base para afirmar categoricamente que sim, muito menos quais produtos seriam.

Valeria - quarta, 11 abril 2012

4. O que deve ser feito para tornar as fontes alternativas viáveis?
O segmento de fontes alternativas, particularmente a energia eólicae a energia solar fotovoltáica, de elevado custo de implantação, ganhou espaço no mundo graças aos fortes subsídios concedidos pelos governos locais, que agora vêm sendo cortados devido à crise mundial que eclodiu a partir de 2008.
No Brasil não há uma grande diferença: a energia eólica tornou-se competitiva pela isenção de IPI ede ICMS, o que atraiu fabricantes mundiais que estavam com seus mercados externos desaquecidos. Na mesma linha, a solar fotovoltáica está pleiteando as mesmas benesses e leilões específicos para participar da matriz energética nacional, onde ainda é incipiente.
Como eu posso contribuir neste processo?
Creio que a maior contribuição que podemos dar no processo é discutir e refletir sobre as fontes alternativas e como torná-las viáveis de maneira que sejam complementares ao maior potencial energético que temos no nosso país, hoje, que é o hidráulico. A meu ver, a energia hidráulica não é poluente, pois não gera resíduos tóxicos nem nada similar ao meio ambiente. No máximo, são gerados gases oriundos do apodrecimento da matéria orgânica (árvores e vegetação) nas áreas inundadas. A obra causa impacto ambiental? Sim, causa, mas as áreas alagadas hoje estão cada vez menores devido às limitações ambientais, o que causa menor potencial de geração de energia e maior necessidade de fontes complementares (muitas vezes altamente poluentes, como a energia termelétrica, ou muitíssimo mais caras e de reduzido potencial de geração energético). Ocorre que enquanto discutimos sobre a energia hidrelétrica como se fosse a “vilã” da história, nos esquecemos que ainda temos, no país, uma região não integrada ao SIN na qual a energia gerada é feita por meio de termoelétricas, altamente poluentes uma vez que precisam, constantemente, de óleo combustível e diesel para gerar energia. É uma queima constante de combustível e emissão permanente de gás carbônico na atmosfera.
Toda a ação do homem causa um passivo ambiental: a roupa, o shampoo e o carro que usamos causam impacto ambiental. Temos que lidar com isso porque faz parte do estilo de vida que temos, infelizmente Porém, está na educação, na conscientização e na capacidade reflexiva que temos, a possibilidade de discutirmos alternativas viáveis de redução desse passivo ambiental.
Mesmo que queiramos tentar“zerar” nosso impacto energético instalando um aerogerador em nossa residência e um sistema solar fotovoltáico, teríamos que nos adaptar às limitações de fornecimento de cada uma dessas fontes: com chuva, não há vento, portanto, não há geração de energia eólica e o sistema solar não funciona.
Sou da ideia de que temos que ter, sim, fontes alternativas de energia viáveis, mas complementares à energia hidrelétrica.
5. No Brasil, as hidrelétricas (principal fonte de energia elétrica) estão distantesdos centros de consumo. As regiões metropolitanas, indústrias do sul e sudeste, pequenas cidades, etc, poderiam reduzir sua dependência das grandes hidrelétricas?
Penso que por ser o maior potencial que temos e por ter um custo de geração mais competitivo que o das demais fontes energéticas, a hidroeletricidade ainda será nossa fonte geradora de maior atratividade. Por questões ambientais (redução de área inundada), as grandes hidrelétricas vêm perdendo sua capacidade de regularização por operarem a “fio d’água”, exigindo a complementação com geração térmica (o que não deixa de ser um contrasenso, uma vez que é uma fonte poluente) quando os reservatórios atingem seus limites mínimos de segurança.
6.Qual sua opinião sobre o artigo Potentials and prospects for renewable energies at global scale? Comente o cenário do papel das energias renováveis em2030?
Achei o texto bem interessante.
Em nome de uma matriz energética ambientalmente limpa, muitos países, incluindo o Brasil, preveem a substituição de fontes poluidoras pelas energias renováveis, ainda que apresentem um menor fator de capacidade quando comparadas às fontes convencionais. A Europa planeja desativar as nucleares.O Plano Nacional de Energia 2030 da Empresa de Pesquisa Energética estima que as fontes alternativas mais promissoras nesse horizonte sejam o uso da energia eólica eos resíduos urbanos (o que também está no texto).

Valeria - quarta, 11 abril 2012

Gostaria de saber se alguém tem maiores informações sobre as células de hidrogênio, que seriam geradas pelo processo de eletrólise da água e de conversão do metano (com menor eficiência, talvez, do que o hidrogênio gerado a partir da eletrólise da água). Entendo que seriam “pastilhas”que, colocadas no receptor energético apropriado, gerariam a energia necessária para o funcionamento, por exemplo, de uma residência.
Abraços,

SABRINA - quarta, 11 abril 2012

Concordo com a Ana e a Patricia, que o risco de energia nuclear não compensa. Encontrei uma ´matéria na Superinteressante que fala sobre o retorno do carvão como forma de energia. A matéria fala que até 2030 o carvão pode voltar a ser a principal fonte de energia e fala do quão poluente e prejudicial seria esse retorno.




SABRINA - quarta, 11 abril 2012

A revista Isto é Dinheiro apresenta uma pequena reportagem sobre o desperdício do uso da cana como fonte de energia.
Canaviais desperdiçados
Enquanto o debate energético nacional prioriza a polêmica construção de usinas hidrelétricas na Amazônia, o Brasil deixa de discutir o potencial de outras fontes renováveis, como a eletricidade gerada a partir do bagaço da cana. Dados divulgados pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) mostram que, se todo o potencial energético dos canaviais fosse aproveitado, em 2016 seria possível gerar uma usina de Itaipu. Por que isso não acontece?




Gabriele - quarta, 11 abril 2012

Em relação ao artigo achei muito interessante as informações sobre as perspectivas das energias renováveis. Achei legal que ele analisa o cenário, mostra um cenário realizável e um teórico, mostra ainda a tendência do uso dessas energias para 2030 e um cenário alternativo dessas possibilidades para 2030. Concordo com a conclusão final do artigo, que as ações de mudança do padrão energético global deviam ser mais rápidas, pois já estamos sofrendo com as mudanças climáticas. O potencial da energia geotérmica é fantástico, apesar de não ser em todos os lugares que se pode aproveitá-lo. Mas acredito que o fato de os Estados Unidos poderem aproveitá-lo torna o uso desse potencial ainda mais interessante. 

Valeria - quarta, 11 abril 2012

Seria interessante analisar os custos de produção de energia da cana de açúcar, pois há que se ter, além de viabilidade técnica, viabilidade econômica. Sobre o gráfico acima, é possível que o aumento de energia gerada a partir da queima de óleo tenha relação com o que eu postei ontem/hoje: a redução do uso do potencial hidráulico devido aos entraves ambientais (que geram maior desinteresse por esse tipo de negócio por parte das empresas privadas) e a queima permanente de óleo combustível em partes da região Norte que não estão integradas ao Sistema Interligado Nacional - SIN e que ainda funcionam com energia termoelétrica.
Beijo!

Gabriele - quarta, 11 abril 2012

Oi gente, só pra complementar um pouco o que a Ana falou no início sobre as hidrelétricas gerarem muitos impactos (ficou um pouco extenso, desculpa).
Não sei se vocês ouviram falar das UHEs Barra Grande e Paiquerê. Estão acontecendo no nosso Estado, por isso achei interessante colocar algumas informações.
Tem um texto muito interessante de um professor da Biologia da Ufrgs sobre os impactos das hidrelétricas do Alto Uruguai no RS, é só 2 páginas, vale a pena dar uma olhadinha! =)
http://www.inga.org.br/docs/AsHidrelétricasDoRioUruguaiEOConfrontoALegislaçãoQueProtegeASociobiodiversidadeBrasileira.pdf
A primeira já está funcionando há alguns anos e a segunda está prestes a ter as licenças ambientais. Barra Grande localiza-se no rio Uruguai na divisa de RS e SC. O estudo de impacto ambiental foi considerado irregular pela Justiça, MMA e Ibama (realizado pela Engevix, uma das empresas que está também envolvida com o estudo de impacto social de Belo Monte). Entretanto, a licença ambiental foi emitida. Mais de 6 mil hectares de Mata com Araucária foram inundados, mesmo essa área sendo considerada parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. Quanto à Pai-Querê, a ser localizada do lado de Barra Grande, nas palavras do autor do texto: “Em curto prazo, na esteira da desconsideração ética e legal, segue a grande ameaça representada pela possibilidade de emissão de licenciamento da Hidrelétrica de Pai - Querê, entre 2011 ou 2012, e que afetaria os vales encachoeirados do rio Pelotas, provocando a destruição de mais de 100 km de uma malha de rios com corredeiras, transformados então nas águas paradas do futuro lago da barragem, com a grande possibilidade de extinção de dezenas de espécies de peixes e outros organismos de águas correntes, além do desaparecimento de quatro mil hectares de florestas com araucária”.
Além disso, onze hidrelétricas estão previstas para a Bacia do rio Pelotas-Uruguai, fato que se concretizado termina por transformar o rio em uma corrente de lagos (os reservatórios) desde o oeste do RS em São Borja (34m acima do nível do mar) até São José dos Ausentes, no nordeste (mais de 900m acima do nível do mar), desalojando mais de 3000 famílias de pescadores. Só na Bacia do rio Uruguai (RS, SC, Argentina) cinco grandes barramentos de hidrelétricas na bacia (Foz do Chapecó, Itá, Machadinho, Barra Grande e Campos Novos) causaram o alagamento de uma área de 58.436 hectares de terras, sendo que destes 20 mil hectares eram de florestas nativas pertencentes ao Bioma mais ameaçado de extinção do planeta, a Mata Atlântica.
A busca desenfreada por energia para o desenvolvimento do país faz com que os estudos sérios de impacto ambiental façam apenas um papel nesse teatro ou que sejam fraudados para que seja ainda mais fácil. Além disso, os estudos de impacto ambiental são realizados isoladamente para a área da hidrelétrica que se pretende instalar, pouco se analisando a bacia como um todo. O modelo energético do Brasil ainda segue o planejamento realizado na ditadura militar e pouco ainda se questiona sobre a “energia limpa e renovável” das hidrelétricas. No caso que explicitei acima, como medir o valor da perda de florestas da Mata Atlântica, da qual restam menos de 8% no Brasil?  No texto que comentei o autor traz a seguinte informação:
“somente a área inundada pela pior represa brasileira (hidrelétrica de Balbina, AM), poderia gerar a energia suficiente, via painéis solares fotovoltaicos, para suprir o consumo atual de todo o Brasil (80mil GW) (segundo o Dr. Enio B. Pereira - INPE). O lago de Itaipu, da mesma forma, geraria, via painéis fotovoltaicos, o equivalente a metade da energia elétrica usada no País”.

Valeria - quarta, 11 abril 2012

Pessoal, olhem que legal isso! Está dentro do contexto de células de energia, que levantei ontem. É um produto verde!
http://exame.abril.com.br/economia/meio-ambiente-e-energia/sustentabilidade/noticias/pilha-japonesa-carrega-com-a-agua
Abraços!

Ismael - quarta, 11 abril 2012

Pessoal,
Segue o link de um site muito bacana
http://www.energyiq-online.com/about-us/
Uma das discussões da aula passada foi sobre os picos de consumo de energia elétrica e que ocasionava problemas de falta de demanda, etc.
Este site aponta as 10 razões porque o armazenamento da energia é vital para o secúlo XXI, citando exemplos de desperdício de energia simplesmente por falta de opções de armazenamento.
http://www.energyiq-online.com/renewable/articles/10-reasons-why-energy-storage-is-essential-in-the/&mac=EnergyIQ_OI_Featured_2011&utm_source=energyIQ-online.com&utm_medium=email&utm_campaign=HrOptIn&utm_content=4/11/12
abs

Marcio - quarta, 11 abril 2012

Um pouco tarde, mas de qualquer maneira segue minha contribuição para o debate:
1. Grandes Hidrelétricas que estão sendo construídas com recursos públicos poderiam ser construídas pela iniciativa privada?
O que determina o interesse da iniciativa privada é o retorno financeiro (direto e indireto) do empreendimento e, portanto, as grandes hidrelétricas poderiam ser construídas pela iniciativa privada. Aparentemente é mais lucrativo ser contratado pelo governo para construir/gerenciar a obra do que ser dono do empreendimento.
No caso das empresas privadas não manifestarem interesse, significa que a viabilidade da obra depende de subsídios, de recursos públicos para poder ser construída?
Acho que a falta de interesse está mais relacionada ao retorno comparado de investimentos em outros projetos (e aos riscos envolvidos, dado as questões socioambientais relacionadas), aliada à questões políticas que vão muito além da análise comparativa do retorno de diferentes empreendimentos. E volta a questão de ser mais rentável ser contratado para construir do que ser dono da hidrelétrica (ou dono da concessão, por exemplo).
2. A disponibilidade de energia é considerada estratégica para o desenvolvimento de um país. O consumo per capita é sinônimo de desenvolvimento. O desperdício aparece em algum dos indicadores de consumo de energia? Alguém sabe quanto se desperdiça na geração, transmissão e nos pontos de consumo?
Aqui não tenho nada a acrescentar ao que já foi dito pelos colegas (e também não encontrei indicadores de consumo que demonstrem o desperdício).
3. Quanto de energia foi utilizada para produzir cada produto ou serviço que adquirimos? Esta energia foi subsidiada? Houve muito desperdício de energia para produzir o produto que estou adquirindo? Existe um produto similar com menor consumo de energia ao longo da sua cadeia de produção?
Para responder com precisão estas questões é necessário especificar o produto e/ou serviço em questão e realizar uma análise completa do seu ciclo de vida (desde a produção até a disposição final pós-uso).
Seguramente há diferentes tipos de subsídios nas diferentes cadeias de produção, distribuição e consumo – o desafio é que é muito difícil conseguir identificá-los, e uma vez identificados, é muito difícil isolar em termos de cada produto – e quase impossível fazer uma comparação entre marcas, por exemplo.
A metodologia mais simples é buscar produtos de empresas mais responsáveis, sem realizar a análise completa de cada produto per se – apesar de não ser tão preciso, é um método mais factível de ser aplicado.
4. O que deve ser feito para tornar as fontes alternativas viáveis? Como eu posso contribuir neste processo?
Adicionalmente aos pontos trazidos pelos colegas (tributação, subsídios e incentivos, etc), acho que deveríamos pensar em mecanismos de financiamento para dar escala a vários projetos de energias renováveis por meio da base da pirâmide (e em soluções “localizáveis” ao invés de projetos gigantes), onde o custo de “substituição” ainda é baixo – e o ganho de escala é fundamental para baixar os custos/preços e aumentar o potencial de retorno de investimentos em energies renováveis. Mecanismos financeiros (empréstimos ponte a custos menores) também poderiam incentivar a realização de investimentos de empresas e outras organizações. Investimento em pesquisa e desenvolvimento, de maneira mais ampla, também é fundamental.
Em relação ao papel individual neste processo, creio que nossas atividades como pesquisadores podem auxiliar no desenvolvimento de conhecimento focado na area, nossas atividades de docência podem auxiliar na conscientização de mais e mais pessoas, como pais na educação dos nossos filhos, como tomadores de decisões em organizações fazendo escolhas mais sustentáveis, como cidadãos exercendo o direito do voto (o que inclui cobrar depois de comparecer à urna) e como indivíduos começando por dar o exemplo em pequenas attitudes. Enfim, é influenciar positivamente o contexto, ainda que sem resultados numéricos relevantes, para assim criar as condições/abertura para ações mais impactantes de outros atores do processo.
5. No Brasil, as hidrelétricas (principal fonte de energia elétrica) estão distantes dos centros de consumo. As regiões metropolitanas, indústrias do sul e sudeste, pequenas cidades, etc, poderiam reduzir sua dependência das grandes hidrelétricas?
Sim, a redução da dependência é possível (eliminá-la provavelmente não). A “localização” da produção energética pode ser um caminho interessante, tanto para residencias, quanto para condomínios e indústrias de todos os tamanhos.
6. Qual sua opinião sobre o artigo Potentials and prospects for renewable energies at global scale? Comente o cenário do papel das energias renováveis em 2030?
A temática do artigo é importante e o mesmo cumpre com o seu objetivo de apresentar uma visão geral sobre o potencial e possibilidades para as energies renováveis globalmente, sem se aprofundar em como operacionalizar todas as oportunidades existents (dando espaço para mais artigos/debates ao redor do tema). Como também já levantado pelos colegas, há um desafio em como frear o aumento de consumo total de energia (somos cada vez mais eficientes, mas gastamos cada vez mais energia, total e per capita), já que o aumento da demanda pode inviabilizar energies renováveis “dando conta de 100% do recado”.
Finalmente, sobre a questão da energia nuclear, o simples fato de que ela gera um resíduo com o qual não temos a possibilidade de lidar (pelo menos dentro de uma mesma geração, ou melhor, de todas as gerações que cabem em 10.000 anos) a torna um “NO GO” forte.
Sobre a questão do armazenamento, acho que o debate pode dar um caldo interessante, já que aumentar a capacidade de armazenamento poderia reduzir drasticamente a necessidade de produção… acho que vale a pena debatermos a questão em sala de aula.
Buenas, acho que era isto!
Abs,

Ana - quarta, 11 abril 2012

Val, nunca tinha ouvido falar sobre a transformação de esgoto em energia! Então, fiquei curiosa e fui procurar informações sobre esta transformação. Encontrei uma matéria sobre o primeiro projeto de transformação de esgoto em energia, no Rio (
http://www.gasnet.com.br/conteudo/10039). O início da matéria compara a transformação com a cena do filme De volta para o Futuro, quando o cientista coloca lixo orgânico no tanque, demonstrando novas tecnologias. O lodo do esgoto - que passa por processos de tratamento físico e biológico - é convertido em biodiesel e biogás, empregados na geração de energia. A iniciativa é da empresa Nova Cedae (http://www.cedae.com.br/). A tecnologia é fruto de projeto de Pesquisa e Desenvolvimento da Coppe-UFRJ.

Ana - quarta, 11 abril 2012

Outras ações realizadas pelas empresas com o intuito de reduzir o consumo de energia são as práticas da chamada TI Verde. A TI Verde pode ser conceituada como o estudo e a prática de projetar, fabricar, usar e descartar os computadores, servidores e subsistemas associados - monitores, impressoras, dispositivos de armazenamento e de rede e sistemas de comunicação - de modo eficiente e eficaz com o mínimo de impacto (ou nenhum impacto) para o meio ambiente. Além disso, a TI Verde inclui as dimensões de ambiente sustentável, a economia da eficiência energética e o custo total de propriedade, que inclui o custo de descarte e reciclagem. É o estudo e prática de usar os recursos computacionais de maneira eficiente. A TI Verde está principalmente focada na eficiência energética e na utilização dos equipamentos. De acordo com GreenerComputing.com (2008), a eficiência energética está sendo usada para reduzir impactos ambientais e para reduzir custos, por, pelo menos, 65% dos gerentes de TI.
Abaixo, uma lista com as melhores práticas de TI Verde
MELHORES PRÁTICAS
  • Práticas de Conscientização
  • fornecedores verdes
  • campanhas de conscientização
  • política de sustentabilidade
  • comitês de sustentabilidade
  • análise de eficiência energética
  • teletrabalho/vídeo conferência
  • prédio verde
  • Data Center
  • consolidação de servidores
  • modernização do datacenter
  • consolidação de desktops
  • Descarte e Reciclagem
  • reciclagem de peças, cartuchos e equipamentos
  • descarte correto
  • recolhimento de materiais
  • doação ou entrega de equipamentos
  • leis de regulamentação
  • estímulo para os recicladores
  • Trade-in (incentivo à entrega do equipamento antigo na compra de um novo)
  • Fontes Alternativas de Energia
  • uso de energias renováveis
  • aproveitamento do calor para outros fins
  • Hardware
  • equipamentos mais eficientes
  • substituição de monitores CRT por LCD
  • eliminação de componentes nocivos nos produtos
  • produtos novos com componentes reciclados
  • aumento do ciclo de vida dos produtos
  • Impressão
  • monitorar impressões
  • digitalização de documentos
  • impressão frente-e-verso
  • terceirização de impressões
  • uso de papel reciclado
  • consolidação de impressoras
  • uso de multifuncionais
  • Software
  • sistemas de gerenciamento de energia
  • aplicativos eficientes
  • sistemas de controle (emissão de gases, qualidade da água)
  • sistema para projetar produtos mais eficientes

Rafael - quinta, 12 abril 2012

Olá Pessoal, neste link uma matéria sobre um projeto de fonte de energia alternativa em NY a partir do esgoto urbano.
Interessante....  
http://www.ciclovivo.com.br/noticia.php/1982/nova_york_planeja_produzir_energia_limpa_durante_tratamento_de_esgoto/

RODRIGO - quinta, 12 abril 2012

http://www.aerogeradores.org/limitedebetz.php
Interessante, sobre a limitação física dos aerogeradores.
E, quanto a energia fotovoltaica, acredito que sua eficiência melhorará muito com a massificação e incrementação de sua demanda. Com o aumento do consumo os custos de insumos cairão, os investimentos em tecnologia aumentarão e os índices de eficiência tem tudo para aumentarem.
Gosto muito da energia de maré. Acredito que tem um bom futuro, levando em consideração a extensão litorânea do mundo.
Envio imagens para elucidar o sistema:
http://www.google.com.br/imgres?hl=pt-BR&client=firefox-a&hs=O11&sa=X&rls=org.mozilla:pt-BR:official&biw=1024&bih=581&tbm=isch&prmd=imvns&tbnid=TuL6VzdF6CJq0M:&imgrefurl=http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/energia/conteudo_279726.shtml&docid=lx0-vZ7rM0MFCM&imgurl=http://planetasustentavel.abril.com.br/imagem/energia_mares_veja_abre325x167.jpg&w=325&h=167&ei=he6GT7zqIOKL8AHO77mXCA&zoom=1&iact=hc&vpx=289&vpy=316&dur=1078&hovh=133&hovw=260&tx=141&ty=118&sig=103313668419413039819&page=2&tbnh=95&tbnw=185&start=8&ndsp=20&ved=1t:429,r:1,s:8,i:127
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/energia/conteudo_279726.shtml
http://discipulosdafisica.blogspot.com.br/

Fernando - sábado, 14 abril 2012

14/04/2012 - 11h02
Florianópolis terá o 1º condomínio residencial com energia eólica do país
JEAN-PHILIP STRUCK
DE SÃO PAULO
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1076010-florianopolis-tera-o-1-condominio-residencial-com-energia-eolica-do-pais.shtml

Ismael - quarta, 2 maio 2012

Segue notícia de hoje sobre o Renascimento do petróleo.
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=renascimento-do-petroleo&id=010115120502#.T6FFzF5B4Xo.facebook
O fim do petróleo está longe, estamos garantidos por muitos anos. O impacto disso para a natureza, não sei...
abs

Fernando - quarta, 2 maio 2012

Inmetro divulga testes de eficiência no consumo de combustível de 105 modelos vendidos no país:
http://media.folha.uol.com.br/mercado/2012/05/02/veiculos_leves.pdf

Alan - sábado, 9 junho 2012

Olá pessoal. Para acrescentar mais...
País começa a explorar energia das ondas do mar.
http://oglobo.globo.com/ciencia/pais-comeca-explorar-energia-limpa-das-ondas-5122838

RODRIGO - segunda, 11 junho 2012

Reportagem polêmica mas que fecha com meu pensamento. Vale a pena perder uns 25 min para ler e tirar suas conclusões.
http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/noticia/2011/10/belo-monte-nosso-dinheiro-e-o-bigode-do-sarney.html

Fernando - quarta, 27 junho 2012

ENERGIA EÓLICA AO URUGUAI - A empresa sorocabana Wobben/Enercon acaba de assinar contrato para o fornecimento de 100 MW para o Uruguai, incorporando a energia eólica à matriz energética do vizinho país. Este é, aliás, o maior contrato assinado até o momento, mais o país quer chegar à marca de 1.000 MW até 2015. A UTE e Águas Leguas S/A assinaram o contrato com duração de 20 anos, através da construção de dois parques eólicos com capacidade total de 100 MW, localizados em Tacuarembó.

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