segunda-feira, 9 de julho de 2012

GSCM e Logística Reversa

LUIS FELIPE - sexta, 20 abril 2012
        
Olá Pessoal,
Em vez de questões, vou fazer algumas considerações e gostaria que vocês aprofundassem a discussão sobre estes temas. Partimos do conceito de Gestão Sustentável da Cadeia de Suprimentos (Green Supply Chain Management - GSCM), que envolve entre outras etapas, a Logistica Reversa.
A GSCM, com é conhecida na literatura internacional é ainda pouco conhecida, discutida e praticada no Brasil. Trata-se de uma relação ganha-ganha entre os elos de uma cadeia de suprimentos, mas por que então isto não acontece de forma mais estruturada? Algumas publicações na EA (artigos, dissertações e teses) já investigaram este tema, podem consultar as dissetações da Patricia Dias e da Paola Schmitt, a tese do Iuri Gavronsky (todos disponíveis na Biblioteca da EA). O texto recomendado para leitura faz uma análise do estado da arte sobre o GSCM.
Vamos aprofundar também a discussão sobre a Logística Reversa. Como voces sabem, a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) ficou 21 anos em discussão no Congresso e transformou-se na Lei n.12.305, sancionada em ago 2010
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm 
A PNRS está ainda sendo regulamentada e muitas coisas precisam ser definidas. Ela introduz a responsabilidade compartilhada entre os atores da cadeia produtiva de bens manufaturados, fabricantes, distribuidores, comerciantes, consumidores e órgãos de limpeza pública urbana. Considerando que a logística reversa implica em custos, como estes custos deverão ser partilhados? O que vocês propõem para o Congresso Nacional como a forma mais justa de partilhar estes custos?
Iniciamos na aula passada uma discussão sobre a definição de Logística Reversa: significa fazer os resíduos retornarem para o gerador (fabricante) ou fazer eles voltarem para ser reaproveitados/reciclados/destinação correta?
Na entendimento da Lei n.12.305, no capitulo 2, artigo 3 e inciso XII, diz:
XII - logística reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada;
Não precisamos concordar com esta definição. Como a Logistica Reversa é definida na literatura internacional? Como ela feita em outros países?
Mas não vamos centrar a discussão apenas no setor empresarial, pois os municípios estão preocupadíssimos. Vai aumentar muito a sua responsabilidade e eles não estão preparados. Os impactos sociais também serão grandes, pois vai ter muito resíduos para serem reciclados. Acho que já temos muito o que pesquisar e debater.
Boas leituras e vamos aprofundar este asssunto. O Congresso Nacional está parado aguardando as contribuições de voces!!!!

Rafael - segunda, 23 abril 2012
        
Bom dia Pessoal!
Logística Reversa: significa fazer os resíduos retornarem para o gerador (fabricante) ou fazer eles voltarem para ser reaproveitados/reciclados/destinação correta?
Bom estive lendo a PNRS  e outros documentos  da aula e entendi que a logística reversa é um conjunto de ações , procedimentos e meos destinados a viabilizar a coleta, e a restituição dos resíduos sólidos  ao setor EMPRESARIAL. No entanto , a  resposponsabilidade é de toda cadeia ( industria, comercio, consumidores, governo)- gestão integrada para viabilização deste processo.
Pelo que entendi não significa dizer que os resíduos devem retornar ao fabricante e eles devem voltar ao "sistema" para devido tratamento (armazenamento, reaproveitamento ou reciclagem).
Entendo que o conceito de logística reversa e a PNRS diz que o fabricante ou importador, assim como  os demais agentes envolvidos, devem oferecer condições/meios para o recebimento de mercadorias descartadas oriundas de seu processo produtivo dando-lhes a destinação final adequada (ecologicamente correta).
Vcs tambem interpretaram assim?

Patrícia - segunda, 23 abril 2012

Encontrei um artigo legal que mostra o conceito da logística reversa tanto no Brasil como no cenário internacional, e vai nesse sentido de responsabilidade compartilhada, sendo que o objetivo é que os resíduos retornem ao ciclo.
Confesso que antes da última aula eu tinha ainda a ideia de logística reversa apenas pensando na responsabilidade do fabricante.
Estou lendo ainda o material indicado, mas quis deixar esse artigo porque achei os quadros e as citações dos diversos autores bastante útil.

Raquel - segunda, 23 abril 2012

Assim, como a Patricia, também achava que se relacionava somente com o fabricante. Também não sabia que a responsabilidade não recaia apenas sobre o setor empresarial e que agora trará maiores desafios aos municípios.
Lendo a dissertação da Paola, encontrei uma definição interessante de Rogers e Tibben-Lembke (1998): "Logística reversa é o processo de planejamento, implementação e controle da eficiência e custo efetivo do fluxo de matérias-primas, estoques em processo, produtos acabados e as informações correspondentes, do ponto de consumo para o ponto de origem, com o propósito de recapturar o valor ou destinar apropriada disposição".
Assim, o foco envolve a reintrodução de produtos ou materiais na cadeia produtiva, através da sua reutilização. Claro, sendo preciso analisar a cadeia de produção para conseguir realizar de forma efetiva.

Fernando - segunda, 23 abril 2012

Outras considerações sobre o assunto, em especial o segundo:
 Alan - segunda, 23 abril 2012
  
Olá pessoal.
Achei bastante interessante o conceito da GSCM, uma vez que integra de maneira geral o pensamento ambiental no gerenciamento da cadeia de suprimentos. Isso significa que a partir desse conceito, não teríamos a produção de um determinado produto somente para atender uma única necessidade ou demanda, mas sim a inserção de um produto que atenderia à diversas necessidades e que o seu manuseio responsabilizaria todos os que em algum momento entraram em contato com ele.
O pensamento ainda não é colocado em prática, a meu ver, um pouco devido à falta de interesse das indústrias, que estão apenas agora a entrar no "conceito ambiental" (forçadas ou não), e outro pouco pela dificuldade em integrar todo o sistema. Quer dizer, me parece bastante difícil estruturar todo o sistema para este tipo de gestão, quando grande parte das empresas ainda lutam contra a sua própria estrutura/modo de gestão. Porém, como vivemos sempre uma quebra de paradigmas e sempre o que acontece fora do país demora alguns anos até chegar aqui, acredito que um dia será possível realizar essa integração.
O que mais achei interessante no artigo é o quanto existe de estudo relacionado à procura de ferramentas e técnicas matemáticas (programação linear, não linear e dinâmica) pra obter equações gigantescas que com um monte de variáveis poderão nos informar como um determinado produto poderá se encaixar no GrSCM (ou como o GrSCM pode se encaixar em determinado produto?)...parece bastante complicado, mas parece ser menos do que a ideia da mudança da sabedoria comum histórica de como as operações devem ser gerenciadas, como o próprio artigo diz...
Lerei mais a respeito assim que possível...
abraço...

Ismael - terça, 24 abril 2012
           
Respondendo ao questionamento: por que o GSCM ainda não decolou no Brasil?
Prioridade organizacional: quem trabalha ou trabalhou em organização sabe que o “check-list” de atividades dos gestores, dos diretores e da organização são intermináveis. Desta forma, existe prioridade para tudo, e enquanto a política de responsabilidade ambiental não entrar como uma prioridade da organização ela será pouco adotada pelas empresas. Para tanto, é preciso mais incentivos (ou elas enxergarem mais incentivos) para as organizações adotarem as práticas de gestão ambiental. Quais incentivos? Que vai conceder e como será feito isso? Eis a questão.
Pensamento míope: acreditar que ser ecologicamente correto e sustentável significa necessariamente aumentar os custos de operação sem nenhum retorno financeiro. E é isso que acontece com muitos gestores, por este motivo, e tantos outros, por exemplo, o GSCM ainda não deslanchou. A miopia precisa ser corrigida.
Visão míope: os gestores apenas enxergam e olham para dentro da sua organização (às vezes nem isso fazem) ao invés de olhar globalmente, para toda a cadeia produtiva que cerca a sua empresa e entenderem a cadeia de suprimentos como parte de um processo importante da sua matriz produtiva. A miopia precisa ser corrigida.
Comunicação e coordenação intra-cadeia de suprimentos: há pouca comunicação entre os elos da cadeia de suprimentos e o que existe é basicamente uma transação comercial, mas não um conjunto de práticas e políticas de troca de informação, cooperação e planejamento conjunto de ações para a melhoria do processo produtivo e da cadeia com um todo.
Capacidade gerencial: capacidade de entender métricas e colocar em prática ferramentas de gestão para otimização da sua cadeia, por exemplo, no transporte dos produtos. Precisa-se de capacidade de raciocínio lógico, conhecimentos em pesquisa operacional e modelos de otimização linear. Estes conhecimentos já fariam muita diferença, mas poucos são os que conhecem de verdade e conseguem colocar na prática.

Uiara - terça, 24 abril 2012
          
Os conceitos de Logística Reversa que encontrei na literatura tratam de:
Um movimento de produtos que parte do consumidor de volta aos produtores, pelo canal de distribuição.
O processo de transferência de mercadorias de seu destino final para o propósito de captura de valor e eliminação adequada.
O retorno, movimento ascendente, de um produto ou material resultante de reutilização, reciclagem ou eliminação.
Esse último conceito se assemelha mais ao GSCM. Sendo assim, parece-me que podemos escolher uma definição que seja mais adequada. Mas pensando no cenário que temos hoje de elevada poluição, pensar em termos de GSCM parece adequado.
Uma das possíveis razões para o pouco investimento por parte da empresas em Logística Reversa parece ser que alguns setores carecem de regulamentação para que as empresas se sintam obrigadas a realizar GSCM. É sabido que quando existe uma norma que força as empresas à atuarem de determinada forma elas o fazem para não receberem sanções e multas. Nesse sentido a Lei 12.305 vem para “incentivar” as partes envolvidas na produção, importação, comércio e consumo a desenvolver a GSCM.
Além disso, existe desconhecimento do assunto e a implementação precisa ser eficiente, ou seja, uma estrutura complexa para recolher, armazenar e tratar resíduos e um investimento inicial alto. É preciso também mecanismos de mensuração para entender se o sistema está funcionando bem e trazendo benefícios para a empresa.
A pesquisa “Hábitos de Logística Reversa no Brasil 2011”, realizada pelo CLRB - Conselho de Logística Reversa do Brasil - mostra que 60%, das 71 empresas respondentes, possuem um índice de retorno dos produtos de pós-venda entre 5 % e 10% do total de sua produção, sendo que cerca de 10% aponta um índice maior que 10% de retorno. O custo do retorno sobre as vendas dos produtos, para 55% dos pesquisados, foi de 1% a 5% e para 30% das empresas está entre 5% e 10%. A pesquisa confirmou que é baixo o domínio de processos e informações sobre a logística reversa dentro das empresas (Fonte: http://www.clrb.com.br/ns/).
Uma economia baseada na Logística Reversa pode surgir com a aplicação da Lei, pois a necessidade do destino correto vai demandar recursos e pessoas, consequentemente a geração de renda para essas pessoas.
Essa notícia dá uma visão do que pode ser feito e de como a responsabilidade pode ser compartilhada: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/residuos-solidos-regulamentacao-comeca-sair-papel-617502.shtml?func=2
Fiz um modelo de gestão da Logística Reversa, levando em conta as respectivas responsabilidades:
Município: Responsável pela coleta do lixo e transporte até as cooperativas de separação e fiscalização.
Empresa: Pagamento de uma taxa referente à quantidade de resíduo gerado que será descartado após o uso. Esse valor precisa ser pago à União que destinará aos municípios de acordo com PIB e nº de habitantes.
Consumidor: Correta separação do lixo e resíduos após o consumo.
Como ocorreria a fiscalização: A prefeitura seria responsável por verificar cada empresa instalada na cidade e cadastrá-la. Vai fazer um levantamento de quanto de resíduos/produtos ela comercializa, esses resíduos podem até ser classificados por categorias, e vai fazer um cálculo para ver quanto a empresa vai pagar para que seja dado o destino correto do seu resíduo. Se as empresas investirem em melhorias em por exemplo, utilizar uma embalagem menor, ela pode chamar a prefeitura que refará o cálculo e, consequentemente, cobrará um valor menor.
A prefeitura também fiscalizará a separação do lixo/resíduo/produto descartado e notificará a residência ou condomínio. Pode fazer isso por amostragem.
As cooperativas receberão um percentual do valor pago pelas empresas, para que seja os investimentos em infra-estrutura e pessoal seja realizado. O que for separado nas cooperativas será levado para as recicladoras. Com o passar do tempo, o valor repassado às cooperativas pode ser diminuído, e destinado às prefeituras para investir em aterros e término dos lixões.
Parece-me um passo inicial para pensar em responsabilidade compartilhada e de custos repartidos.
*** Mando um anexo com um Guia desenvolvido pela PwC para a implementação da PNRS.
 
Gabriele - terça, 24 abril 2012
           
Oi gente!
Encontrei um site de um conselho de logística reversa do Brasil, fundado por um professor universitário-empresário. Acho que vale a pena dar uma olhadinha no site, pois haverá um fórum internacional de logística reversa em SP este ano pra quem se interessar. http://www.clrb.com.br/ns/index.asp
Achei bem interessante o artigo de revisão da literatura da Green Supplay Chain, que mostra como podem ser diminuídos os impactos das atividades industriais através de diferentes técnicas, mas também mostra como ainda há muito o que pesquisar nessa área. Fiquei em dúvida com a definição de logística reversa desse artigo, não achei clara a questão de os resíduos voltarem para a empresa que fabricou ou para qualquer uma apta a remanufaturar. Alguém entendeu bem?
Em outro artigo que li (http://www.scielo.br/pdf/gp/v13n3/03.pdf), “segundo Stock (1998), a Logística Reversa pode ser analisada de dois pontos de vista:
• Da perspectiva da logística como negócio, se refere ao papel da Logística no retorno de produtos, na redução de uso de matéria-prima virgem, no uso da reciclagem, na substituição de materiais, no reuso de materiais, na disposição de resíduos, no recondicionamento, no reparo e no remanufaturamento de produtos; e
• Da perspectiva da logística como engenharia, se refere ao gerenciamento dos processos acima e é como um modelo sistemático de negócios que aplica as melhores metodologias de engenharia e administração conhecidas para fechar, com lucratividade, o ciclo em uma Cadeia de Suprimentos”.
Acredito que as empresas deveriam ser as responsáveis pelos seus resíduos. Como o autor aborda nesse artigo, se as empresas fossem responsáveis por seus resíduos haveria todo um planejamento de produtos e embalagens, elas passariam a considerar não só a viabilidade da manufatura, mas também a facilidade de desmontagem, a sua manutenção e eventual reciclagem, além do uso eficiente de recursos naturais. Entretanto, para viabilizar esse processo, é necessário que pesquisas técnicas sejam realizadas, da mesma forma que são para o fluxo direto, como, planejamento da rede logística, métodos de estudo de localizações, estudo de transportes, entre outras possibilidades (Ballou, 2006).
Nesse estudo de caso (uma empresa de laminação de vidros), pelo fato de a empresa implantar a logística reversa, “passou a conhecer melhor as demais atividades na cadeia de suprimentos e pôde otimizá-las. Além disso, o fluxo reverso melhorou a rotatividade do inventário de matéria-prima e reduziu os estoques”. Acredito que a redução de custo e a geração de lucro através da logística reversa reforça a ideia de as próprias empresas serem responsáveis pelos seus resíduos. Entretanto, levando em conta que além dos fabricantes há distribuidores e vendedores (entre outros), acho que eles também teriam a responsabilidade de garantir que os resíduos retornem a fábrica geradora. Quanto aos custos, creio que poderiam ser feitos acordos entre fornecedores, fabricantes, distribuidores, revendedores, etc.
Vou pesquisar um pouco sobre os municípios....
Abraço
 
Ismael - terça, 24 abril 2012
           
Considerando que a logística reversa implica em custos, como estes custos deverão ser partilhados? O que vocês propõem para o Congresso Nacional como a forma mais justa de partilhar estes custos?
Esta é uma questão importante, porque dizer apenas que vai ser compartilhada, ou seja, que é uma responsabilidade solidária, é de certa forma simples de concordar e de afirmar. O ponto é como isto irá funcionar.
A Uiara tocou em outro ponto importante, que é a fiscalização do modelo de gestão/partilha de responsabilidades da logística reversa. Sabemos que sem uma adequada fiscalização e punição dos infratores poucas medidas são eficazes, a não ser aquelas que venham a surtir efeitos imediatos no bolso dos atores envolvidos.
Outro ponto que eu destacaria é a da adoção de um controle de qualidade com algum selo, tipo INMETRO, para cada produto produzido. Desta forma, só seriam comercializados licitamente produtos com selo INMETRO de logística reversa, ou seja, produtos que tenham sido produzidos adequadamente, seguindo conceitos de GSCM, ZERO Waste, e que, sobretudo, tenham um processo de logística reversa implementado, para que após o seu uso/consumo este retorne para o ciclo produtivo já com todos os passos definidos. Logicamente, isto demanda tempo, estudos, e muito investimento, poderiam se iniciar com alguns produtos piloto. Acredito que um produto já saindo da fábrica com seu caminho de retorno e seu pós-uso já “definido”, é muito mais fácil das coisas funcionarem, ao contrário das medidas adotadas após para tentar dar algum solução para o que foi consumido.
Portanto, minha alternativa é de que os produtos (claro que não é possível para todos os produtos, e não serão todos de início, mas escolher alguns produtos principais ou críticos já facilitaria bastante) só saiam das fábricas com a garantia de que após o seu uso o retorno e sua correta destinação estão garantidos. Além disso, a fiscalização é fundamental para o sistema funcionar.
 
Ana Paula - terça, 24 abril 2012
           
Boa noite povo,
Achei muito interessante e elucidativa a leitura do texto sobre o estado da arte da GrSCM. Fiquei bastante estimulada a buscar e ler alguns trabalhos que foram citados pelo autor. Então, sobre o conceito da GrSCM...
O artigo reúne o material publicado, a partir de 1990, acerca dos elementos que compõe a GrSCM, além de relacionar o que foi pesquisado em cada material. Segundo o estudo, adicionar o componente "verde" à gestão da cadeia de suprimentos envolve abordar a influência e as relações entre a gestão da cadeia e do ambiente natural. O autor Pollack (2008) afirma que ser "verde" significa adotar meios sustentáveis para planejar e investir, atendendo às necessidades de hoje - bem como às necessidades de amanhã - enquanto conserva os recursos e reduz os custos. Ainda, "verde" é uma reação aos excessos resultantes do desenvolvimento das sociedades e dos resíduos gerados por tal desenvolvimento (BROOKS, WANG e SARKER, 2010).
De acordo com o artigo, na literatura, a definição e o alcance da GrSCM têm visitado diversas áreas. Dessa maneira, o autor propõe (para o objetivo deste trabalho) que a GrSCM pode ser definida como a integração ambiental na cadeia de suprimentos, incluindo o design (projeto) do produto, a procura e a seleção de material, os processos de fabricação, a entrega do produto final aos consumidores, bem como na gestão do produto após sua vida útil (após ser consumido).
Encontrei um site que aborda o conceito da GrSCM (http://2020sustentavellogisticareversa.blogspot.com.br/2010/09/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x.html). Conforme o site, a GrSCM é uma prática que abrange todas as medidas adotadas pelas empresas para reduzir os impactos nocivos ao meio ambiente em virtude da produção, cobrindo o ciclo de vida completo do produto - o que inclui a preocupação ecológica na extração de matéria-prima, passando pela escolha dos insumos, fabricação do produto, desenvolvimento das embalagens, até os cuidados na distribuição, utilização pelos consumidores e o descarte dos resíduos. Segundo o site (http://www.sustentabilidadecorporativa.com/2010/05/consideracoes-sobre-sustentabilidade.html), a área de supply chain permite a utilização de tecnologias e processos avançados na gestão de ativos físicos sustentáveis - como o consumo racional de recursos naturais, refrigeração e iluminação, tratamento de emissao de gases de efeito estufa, além da gestão de resíduos, matérias-primas etc.
Além disso, encontrei uma pesquisa realizada pela empresa Bearing Point sobre GrSCM (http://www.bearingpoint.com/en-other/7-1360/green-supply-chain-management/?) no ano de 2008. De acordo com o estudo, 35% das empresas já estabeleceram a gestão verde da cadeia de suprimentos. Constatou-se que quanto maior a empresa, maior o nível de interesse em GrSCM - 54% das empresas com ativos superiores a $700 milhões afirmam ter adotado a gestão verde de sua cadeia de suprimentos. Para elas, o objetivo principal da GrSCM é encontrar o equilíbrio ótimo entre a dimensão econômica e ecológica.
Fontes
BROOKS, Stoney; WANG, Xuequn; SARKER, Saonee. Unpacking Green IT: A Review of the Existing Literature. In: AMCIS 2010. Disponível em <http://aisel.aisnet.org/amcis2010/398>.
Pollack, T.A. (2008) Green and Sustainable Information Technology: A Foundation for Students, ASCUE 2008 Proceedings, 63-72.

Patrícia - terça, 24 abril 2012
           
Boa noite!!
Na dissertação da Patrícia Dias tem um exemplo que me levou novamente a pensar em educação. Ela cita o caso de uma empresa "Alfa" que adota uma postura perante os fornecedores para uma espécie de "alinhamento" de boas práticas (na página 76, pra quem quiser dar uma olhada). Eles criaram um manual do fornecedor, e no site da empresa existe um sistema de desenvolvimento do fornecedor, sendo que quando um fornecedor é homologado recebe uma senha de acesso e assim pode verificar o que não está em conformidade para buscar melhorias (não conformidade porque se preencher 50% dos requisitos o fornecedor já pode ser homologado). Achei muito legal, eles usam normas das ISO & cia, mas não exigem certificação, ou seja, apenas querem que os fornecedores melhorem e tenham práticas mais alinhadas com o que a empresa acredita ser o correto. Muito legal, e uma forma interessante de usar para GrSCM. Na verdade é educar o fornecedor, ou seja, é puxar a responsabilidade para si, independente de legislação, eu sou o cliente do meu fornecedor e como sou eu quem decido de quem compro posso me dar ao luxo de "educá-lo".
Claro que isso não é possível em todas as situações, existem empresas que não tem tantas opções de fornecedores, existe o lado financeiro, mas emfim, é um exemplo interessante.
Na outra dissertação, da Paola Schmitt, ela chama atenção para essa necessidade de envolvimento com os fornecedores. Cita WOOD Jr e ZUFFO (1998), dizendo que não basta ao fabricante buscar a excelência operacional, se os outros elos da cadeia produtiva apresentam precariedades na realização das atividades produtivas, causando ineficiência, somando retrabalhos e refugos ao longo do processo.
A grande questão é como fazer esse gerenciamento. Lembrei da bota da Valéria! São tantos elos na cadeia que fica impossível controlar sem que haja divisão da responsabilidade. Quanto maior a cadeia, maior a complexidade das relações, por isso que realmente só a educação pode "salvar a pátria"... A legislação, como outros colegas já citaram, é fundamental, mas vivemos em um país em que todos sabem que a fiscalização não é efetiva.
Quanto ao conceito de logística reversa, pelo artigo indicado, minhas pesquisas e as postadas pelos colegas, ficou claro que o conceito evoluiu e hoje todo e qualquer elo da cadeia tem sua responsabilidade, o que importa é que não haja desperdício e que quando não houver mais uso possível aconteça a destinação correta, independente de quem a faça.

Marcio - quarta, 25 abril 2012
      
É incrível a velocidade de captura de novas informações no fórum... mal acabei de ler o artigo, consultar as dissertações e ler as postagens e já meia dúzia de referências novas no próximo post! =)
Definir a GSCM e a logística reversa (esta que pode ser uma abordagem para o entendimento daquela) é desafiador pela abrangência e possibilidades dos conceitos. Para efeitos do post, vou abordar mais os aspectos que mais me chamaram a atenção: por um lado, “mitigação de impactos negativos” e, por outro, a “captura de valor”. Acho que boa parte dos desafios para a adoção das práticas de GSCM e LR ocorrem devido ao fato de os custos de “mitigação de impactos negativos” supera a “captura de valor” - se não na prática, pelo menos na cabeça dos tomadores de decisão.
Como exemplo posso citar o caso do antigo Banco Real, onde trabalhei por alguns anos - a mentalidade de que o trabalho da área de Suprimentos era “comprar o mais barato possível”, logo as práticas adotadas eram de pressionar os fornecedores por preços mais baixos, levando vários à falência e os trocando por outros fornecedores que iriam se matar por preços mais baixos. Ao se mudar o direcionamento no sentido de maior responsabilidade social corporativa, as práticas gradativamente foram sendo transformadas, com o foco de engajar os fornecedores, implantar métricas de ganhos compartilhados e desenvolvimento de verdadeiras parcerias. Lá a ideia adotada foi a de uma GSCM que incluia também questões sociais (SSCM talvez? )
O incrível foi que, o que inicialmente representava custos elevados, se provou um imenso gerador de valor para o Banco e também para os fornecedores:
- O relacionamento com os fornecedores melhorou sensivelmente e, “coincidentemente”, os índices de falhas na entrega diminuíram em mais de 50%;
- Novos concorrentes a fornecer começaram a oferecer preços mais competitivos pois entendiam o benefício da relação de parceria com o Banco (e não só de cobrança);
- A imagem do Banco foi valorizada e os preços da ações refletiram esta melhoria;
- O orgulho dos funcionários em trabalhar no Banco também cresceu, de cerca de 70% de orgulhosos para quase 95% = mais produtividade e comprometimento
- Fornecedores que adotaram práticas sustentáveis passaram a ganhar novos contratos com outras empresas e crescerem junto com a parceria - o caso mais emblemático foi de uma empresa de entregas expressas (motoboys) - reduziram os acidentes e atrasos a quase zero, adotaram uniformes e manual de conduta dos “motociclistas profissionais” (“não chutarás retrovisores”, “não insultarás motoristas” e “não acelerarás em vão” são alguns dos mandamentos =P), aumentaram a frequencia de revisão das motos e, apesar da elevação dos custos iniciais, passaram a gerar economias maiores e mantiveram um crescimento superior a 25% ao ano por pelo menos 5 anos!!!
- Iniciativas onerosas financeiramente começaram a gerar negócios - o programa papa-pilhas custava (não tenho os dados atuais) mais de 300mil reais anuais, mas gerou negócios e mídia espontânea que superavam os milhões de reais anuais em retorno!
Acho que focar na geração de valor é um primeiro passo para acelerar a implementação de práticas de GSCM e de logística reversa. O desafio é que este deve ser o olhar de todas as partes, mas o que parece acontecer na prática é o contrário - a legislação é punitiva ou com foco em fiscalização, o comportamento das empresas é de fazer só se obrigadas e se defender, e há pouca informação do lado dos consumidores.
Um exemplo de prática que pode ajudar este processo é o das EPD’s (Environmental Product Declararion). Por meio delas as empresas fazem um Life-cycle assessment (LCA) completo de seus produtos e compartilham com clientes para que eles possam tomar melhores decisões - a imagem da empresa melhora e o incentivo à inovação interna também! Os pontos fracos são identificados e podem então ser melhorados com design e processos de produção mais adequados. Para uma pequena introdução no assunto podem consultar: http://sustentabilidadenaempresa.com.br/blog/como-demonstrar-o-desempenho-ambiental-de-seus-produtos-para-seus-clientes/
Em relação à logística reversa e a PNRS, a complexidade é gigantesca. Ainda que concorde com o conceito de responsabilidade compartilhada, não tenho ideias claras de como seria a divisão de responsabilidades entre os atores. De maneira geral acho que, como o maior valor gerado será para as empresas envolvidas (fabricantes, distribuidores e comerciantes), os maiores custos/responsabilidade deveriam ser deles, porque senão fica algo como “dividir/externalizar os custos e internalizar os lucros”.
Bom, estes são os meus dois centavos de contribuição para o fórum por enquanto!
Abs,
 
Ana Paula - quarta, 25 abril 2012
          
Boa tarde povo!!
Quanto à logística reversa (LR), achei muito interessante o vídeo que está no slide 15 da apresentação sobre LR que o Felipe postou. No vídeo, Paulo Roberto Leite fala sobre logística reversa no país, vale a pena ver!!!
Buscando alguns conceitos na Internet e no sistema das bibliotecas da UFRGS, encontrei o livro do Paulo Roberto Leite, "Logística Reversa - meio ambiente e competitividade". Para quem tiver interesse, acredito que tenham mais exemplares disponíveis na biblioteca da EA.
No livro, Leite (2003) destaca a evolução de conceitos da logística reversa, a partir de definições de Council of Logistics Management (1993), Stock (1998), Rogers e Tibben-Lembke (1999), Dornier et al (2000), Bowersox e Closs (2001). O autor define, então, "a logística reversa como a área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ciclo produtivo por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas (econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corportativa, entre outros)" (LEITE, 2003, p.16-17). Para ele, a logística reversa tem como objetivo tornar possível o retorno dos bens (ou de seus componentes) ao ciclo produtivo ou de negócios.
Além disso, apresenta alguns casos que denomina "Logística Reversa na Prática", com experiências de diversas empresas no âmbito da logística reversa (como exemplos do que as empresas de outros países têm implementado sobre logística reversa).
- A Dell Computer e a HP modificaram seus projetos de computadores visando facilitar o trabalho de desmontá-los (p.23).
- A Sony Eletronics fez um acordo com a empresa Waste Management Inc (em 2000, nos Estados Unidos) estabelecendo um programa de coleta de seus produtos após uso, sem ônus para o consumidor. A intenção da empresa é reutilizar peças em condições de uso (p.23).
- A Estée Lauder investiu 1,3 milhão de dólares para implantar um sistema de logística reversa com tecnologia de informação especificamente desenvolvida para a empresa, um sistema de identificação com código de barras e um banco de dados Oracle - permitindo um retorno de investimento em menos de um ano, por meio da redução das quantidades descartadas e de uma inteligente revalorização dos produtos retornados. A empresa destruía 27% dos produtos retornados por expiração da validade; cifra que foi reduzida em 37% em 1998 (p.26).
O autor aborda, também, casos brasileiros em canais reversos de reciclagem, como o ferro/aço, alumínio, plástico, baterias de veículos, latas de alumínio para embalagem.
O processo de reciclagem de alumínio economiza o correspondente a 95% de energia elétrica utilizada para a fabricação do alumínio primário (a energia elétrica representa 70% do custo de produção do alumínio primário). Reciclar alumínio economiza cerca de 66,5% do custo do alumínio primário. (p.29).

Patrícia - quarta, 25 abril 2012
           
Oi! Também achei esse vídeo que a Ana comentou super bom, aquele artigo que eu postei aqui no fórum é do Roberto Leite também, e tem uns quadros que facilitam bastante o entendimento do conceito de logística reversa.
O que o Márcio trouxe sobre os retornos das ações das empresas como o Banco real e as fabricantes de pilhas é muito importante, o que parece custo, acaba por trazer retorno em mídia e simpatia do mercado.

Ana Paula - quarta, 25 abril 2012
           
Encontrei uma matéria com o secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Nabil Bonduki (http://logisticadestaque.blogspot.com.br/2012/03/logistica-reversa-devera-estar.html). O secretário acredita que a implantação da logística reversa em todo o país deverá ocorrer no mínimo em 2015. A PNRS estabeleceu prazo até o ano de 2014 para a implantação da logística reversa e de outros pontos referentes à reciclagem e à reutilização de resíduos sólidos. Para isso, é preciso o envolvimento de todos na linha de produção e distribuição: produtores, importadores, distribuidores, comerciantes e o consumidor, responsável pela devolução do produto aos pontos de coleta. O secretário destaca que será preciso educação ambiental e obrigação social para concretizar a PNRS. A participação do consumidor é fundamental em todo o processo.
Na mesma matéria, a professora e pesquisadora do Centro de Desenvolvimento Sustentável da UnB Izabel Zaneti diz que o prazo para a implementação da PNRS é mais do que adequado, é preciso tempo para que as indústrias possam se adaptar a ela. A PNRS prevê punição para os envolvidos na cadeia produtiva que não colaborarem com a nova política - as penalidades vão da cobrança de multa até processo com base na Lei de Crimes Ambientais.
 
Camila - quarta, 25 abril 2012
          
Oi galerinha,
Conforme os colegas já colocaram anteriormente, acho que a “não-aplicação” do modelo green supply chain ainda é uma questão de prioridade nas empresas, principalmente, talvez, pela falta de conhecimento. E também pela falta de incentivo ou fiscalização do processo.
A partir da leitura do artigo, podemos dizer que a gscm pretende reduzir o impacto ecológico da atividade industrial, sem sacrificar a qualidade, custo, confiabilidade, desempenho ou eficiência de utilização de energia.
É, na verdade, um processo que estamos vivendo.. uma mudança de paradigma. As empresas precisam atender à normas e regulamentações ambientais e de responsabilidade social, como ISO 14001 e ISO 26000. Na realidade, as empresas precisam se dar conta de que manter um ciclo produtivo sustentável, é, realmente, uma relação ganha-ganha para todos, principalmente em termos de preservação e melhor utilização dos recursos.
Achei bastante interessante o modelo de gestão de logística reversa postado pela Uiara, que divide as responsabilidades dentro do alcance que cada parte tem no processo.
Abaixo, o link de uma pesquisa bem interessante realizada pela Deloitte, que tinha o objetivo de identificar as práticas, visões e preocupações das empresas em relação às questões da sustentabilidade no Brasil.
Infelizmente, achei o doc referente somente à 2009. Se encontrar algum mais atual, posto aqui pra vcs.
Beijocas!
 
Minelle - quarta, 25 abril 2012
           
Como se pode observar no texto do Srivastava, e foi destacados por muitos até então, a gestão da cadeia de suprimentos de forma sustentável traz uma maior complexidade as interações entre os elos da cadeia, já que a comunicação e o relacionamento precisa de novos estímulos e incentivos. Como destacado pelo autor a combinação de várias ferramentas e técnicas podem ser realizadas como proposta a formulação e análise de respostas a uma preocupação emergente, principalmente quanto a questão ambiental.
Para que isso seja efetivo a logística reversa entra como meio delineador das relações (assim como camila achei interessante a classificação apresentada pela uiara) de modo tal a assumir esse esverdeamento (como a ana destacou) das relações até então realizadas. Concordo com a Gabi sobre não ter ficado tão claro a questão da logística reversa e de acordo com as leituras, principalmente a do Paulo Leite como levantado algumas vezes podemos observar as diferenças. Inicialmente deve-se observar se o foco é pós-venda ou pós-consumo, para dai então se discutir o tipo de logística.
Como se pode observar na figura do artigo postado pela Patricia (na tecnologistica) as voltas e interações que são necessárias sugerem uma dificuldade na realização das trocas, mas demonstra que podem haver diferentes formas de se observar o caso. Não apenas por estar envolvido com a área, mas creio que essa atividade cada vez mais irá crescer e se expandir de forma natural entre as organizações. As necessidades mudam, os valores também, e um reposicionamento entre os atores já está um tanto quanto atrasado.

Minelle - quarta, 25 abril 2012
           
Quanto ao que o congresso nacional pode fazer, um grande passo já foi dado com a aprovação da PNRS, agora a questão é saber como por em prática, não apenas em se observando as implicações punitivas, mas incentivando-se pesquisas que encontrem alternativas viáveis (quanto ao retorno mesmo, falando a lingua das empresas). Uma mudança deve ser verificada em todos os atores, uma maior incorporação da sua responsabilidade, a ampliação da percepção de que sim cada um tem o papel de contribuir nesse sentido.
Pode haver um maior direcionamento ainda para as questões da educação, estímulos a trabalhos nesse sentido, a mudança na maneira como se aborda não necessariamente a logística reversa nas escolas, mas em como uma ação individual pode estar relacionada com um contexto macro da coletividade, enfim é possível a mudança, demorada? pode ser, mas aos poucos consegue-se uma maior verificação de cadeia de suprimentos mais sustentável em todos os seus elos.
 
Gabriele - quarta, 25 abril 2012
         
Boa noite!
Achei bem interessante os dados que o Márcio trouxe sobre o banco e os dados que a Ana e a Patrícia mostraram, pois demonstra como um importante passo a ser dado é a mudança de visão das empresas. A consciência de que há, na verdade, muitas oportunidades de agregação de valor a partir de práticas mais sustentáveis na cadeia de suprimentos e não apenas custos. Como citei anteriormente, acho que a implantação da logística reversa traz uma visão mais ampla da cadeia de suprimentos, possibilitando a identificação de pontos de otimização e uma discussão sobre os responsáveis pelos resíduos. Mas concordo com o Minele que a análise do foco (pós-venda, pós-consumo) tem que ser feita anteriormente.  
Em relação aos municípios, achei bem interessante a estratégia adotada por Londrina, no Paraná (http://www.investvidanews.com.br/logistica-reversa/163-londrina-amplia-trabalho-na-central-de-logistica-reversa). A prefeitura criou uma central de logística reversa (um barracão), que funciona todos os dias a tarde, para onde os moradores podem trazer equipamentos eletrônicos e da linha branca. A prefeitura se responsabiliza por contatar os fabricantes para recolher os materiais. A princípio, me parece ser uma parceria interessante entre consumidores, poder público e fabricantes, se abordado de forma séria e eficiente (os consumidores devem, ao menos, ser informados de maneira eficaz sobre a central de logística reversa).
Abraço
 
RODRIGO - quinta, 26 abril 2012
           
Boa noite, primeiramente sobre o enfoque da vastidão de procedimentos que caracterizam a logística reversa. Acho válido todos, desde co-processamento (ex, pneus como insumo para produção de asfalto) até reciclagem (ex, latas de alumínio) portanto, julgo  que a ideia discutida em aula de que a logística reversa é o retorno do resíduo/produto até a sua empresa geradora pode ser um limitador do processo. Alguns bens tem boa valoração retornando ao processo produtivo, outros, agregam maior valor sendo co-processados e assim por diante. Logo, quem ganha com essas possibilidade é o ambiente uma vez que o que seria resíduo passa a ter utilidade e rentabilidade no mesmo processo e/ou em outro diferente. Desta forma, acho importante que a definição de logística reversa seja a que está contida na PNRS sem limitar-se ao retorno para a empresa geradora proporcionando diversas opções de valoração ao resíduo.
Quanto ao modelo proposto pela nossa colega Uiara, achei muito legal, pois pode elucidar muito bem o procedimento. Queria apenas fazer um comentário pessoal. Acredito que a ideia de tarifar (mais tarifas!?!!!) para esse caso é errônea, uma vez que ela "pune" as empresas com responsabilidade ambiental. Acho que o que deve ser proposto é o contrário. As empresas que não são transparentes, que agem "camufladas", escondendo processos e destinações de resíduos devem ser punidas - com o pagamento das tarifas normais- para que não se beneficiem de sua "fraude". Proponho que o governo abone impostos, forneça selos, empréstimos e outros benefícios aquelas que forem capazes de comprovar a sua gestão sustentável de sua cadeia de suprimentos. Dessa forma responsabilidade ambiental virará algo de interesse geral, novas tecnologias se desenvolverão, menos resíduos serão enviados para aterros e todos nós ganharemos com isso.

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