segunda-feira, 9 de julho de 2012

Mudanças Climáticas e Protocolo de Quioto



LUIS FELIPE - sábado, 28 abril 2012
 
Olá Pessoal, 
Abri o Fórum para cada grupo postar suas dúvidas, questionamentos e contribuições. Inicialmente os 4 grupos tinham as seguintes questões. No trabalho realizado na sala de aula, imagino que voces conseguiram aprofundar e elaborar outras questões. Por favor, cada grupo poste no Forum suas questões e vamos iniciar o debate. 
Convido vocês para lerem o material que estou postando no Moodle e para discutirem se teremos ou não a nova era chamada de "Antropoceno".
Abs

1. Causas e consequências?

2. Protocolo de Kyoto – como funciona? Mercado Regulado e Mercado Não Regulado

3. Exemplos de empresas que estão no mercado de CO2 – resultados?

4. Alternativas: impactos são reversíveis?

LUIS FELIPE - sábado, 28 abril 2012
 
Pessoal, 
Sugiro a leitura do capitulo do referencial teórico da dissertação da Ana, pois é bem recente e ela faz um bom apanhado sobre o tema.
Abs
Patrícia - sábado, 28 abril 2012
 
Olá! Nosso grupo - Valéria, Uiara, Márcio e eu, ficou com "Causas e consequências" das mudanças climáticas.
As questões que elencamos:
- O que é mito?
- Quais são comprovadamente as maiores origens de emissão de carbono?
- Quais as conclusões do IPCC?
- Qual a base de argumentação dos "céticos"?

Para essa última pergunta, acabei de pensar, lendo "Os senhores do clima" Tim Flannery, que de uma mesma base teórica podem sair diferentes argumentações. Explico. Flannery cita James Lovelock, que publicou "Gaia" (1979) com a visão de que o planeta terra seria como um organismo vivo em que tudo está intimamente conectado a tudo, qualquer extinção é automutilação, e dessa forma uma visão "gaiana" levaria a atitudes sustentáveis, preservar e conservar para manter o equilíbrio. Por outro lado, sendo um organismo vivo que sempre busca o equilíbrio, os céticos podem dizer que as mudanças climáticas não vão ser um problema, "Gaia vai dar um jeito"! Não cheguei nem na metade do livro, depois eu conto mais.
Encontrei uma tese de 2010, do PPGAgronegócios da UFRGS, que trata da busca de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas: http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/24508/000746060.pdf?sequence=1 

RODRIGO - sábado, 28 abril 2012
 
Gostaria de recomendar alguns materiais sobre o movimento contrário as previsões catastróficas.
http://arcadenoe.ning.com/forum/topics/interessante-debate-prof
http://www.youtube.com/watch?v=xrhGBHcPmrE
http://www.youtube.com/watch?v=tpvpiBiuki4
http://www.clicrbs.com.br/especiais/jsp/default.jsp?template=2095.dwt&newsID=a1668707.htm&tab=00052&order=datepublished&espid=21&section=Not%EDcias&subTab=04813
Particularmente, acredito que o CO2 é nosso amigo. Se não fosse por ele, não existiria efeito estufa e a Terra teria temperaturas tão baixas que a vida como conhecemos seria inviabilizada.  Além disso, existem gases mais vilões que o CO2 para o aquecimento global como, por exemplo, o CH4 (metano) que tem um potencial calorífico cerca de 21 vezes maior. Acredito que não exista maneiras de provar que nenhuma das teorias vigentes atualmente é válida. Tudo não passa de especulação que se dá com base em modelos climáticos desenvolvidos por seus criadores (cientistas) e, como sabemos, modelos são apenas modelos que conforme as variáveis e constantes que são utilizadas geram resultados diferenciados.
Rafael - domingo, 29 abril 2012
 
Bom dia Pessoal!
Nosso grupo era sore o protocolo de Kyoto Seguem as questões:
a) Como é feita a fiscalização dos países desenvolvidos que participam do protocolo de Kyoto? Qual o agente internacional regulador/fiscalizador? E em caráter nacional, qual órgão fiscaliza as empresas?
b)Qual a sanção aplicada aos países que não cumprem suas metas de redução de emissão de carbono?
c)Quais são os países signatários?
d)Quais são os critérios para que um país possa "vender" créditos de carbono aos outros?
e)O que difere o mercado regulado do não regulado? ( em termos práticos)
f) Qual o montante ( em dólares) negociado/ano no mercado regulado e não regulado? Qual a unidade de medida utilizada para as transações?
um abração a todos, bom final de semana e bom trabalho.
Nós torcedores da "uva mecânica" , o glorioso Caxias ficamos na expectativa do grenal de hoje para conhecermos o vice-campeão do estado hehehhe, brincadeira.

Patrícia - domingo, 29 abril 2012
 
Gostei do debate Molion X Humberto! Fiquei imaginando o que deve ser uma reunião para "consenso" no IPCC. Aliás, de acordo com a dissertação da Ana, o consenso no IPCC, com 90%, é que a ação do homem influencia sim todo o processo da mudança climática. 
O que fica claro nesse tipo de debate é o quanto a mente humana é capaz de se "fechar" quando provar que está certo ou que o outro está errado se torna mais importante do que acolher as ideias dos outros, até mesmo as evidências apresentadas por outros pontos de vista. Não tem como não pensar em complexidade, realidade multifacetada e por ai vai...
Particularmente, acredito na prevenção. A ciência erra, teorias tidas como verdade absoluta vem caindo por terra ao longo do tempo, quando alguém faz uma pergunta e vai atras das respostas. Quem estava na aula do Padula no fórum ITS vai lembrar da linha do tempo que ele construiu para demonstrar como evoliu o conhecimento científico. Resumindo, a ciência pode estar errada, mas just in case, vamos fazer o possível para prevenir. Até porque quem diz que podemos reverter/mitigar efeitos pode estar tão certo quanto quem diz que nada temos a fazer!
Rodrigo, eu concordo que o CO2 é amigo, mas se for esquentar demasiadamente passa a ser persona non grata. E posso concordar que existe muita especulação, mas se ampliarmos isso, toda a ciência não passa de especulação, então, o que estamos fazendo na universidade??? Especulação por especulação, quando se trata de defender a vida, acredito que é melhor prevenir do que remediar, e pode até ser que a dita "prevenção" cause algum dano ou de nada adiante... mas, é o que temos. 

Patrícia - domingo, 29 abril 2012
 
Sobre o IPCC:
Intergovernal Panel on Climate Change, criado em 1988, composto por delegações de 130 governos, com a função de prover avaliações sobre as mudanças climáticas. É um corpo científico que revisa as pesquisas técnicas, científicas e sócio-econômicas para entender as mudanças climáticas, e emite relatórios de avaliação. Desde a criação do painel, foram emitidos 4 relatórios, o último é de 2007. Interessante notar que entre o terceiro (2001) e o quarto (2007) relatórios, houve um aumento do grau de "certeza" da influência humana nas mudanças climáticas: de 66% no terceiro para 90% no quarto.
Bases de pesquisa:
site oficial: http://www.ipcc.ch/index.htm#.T51pR6u0zW4
notícia: http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI2072927-EI8278,00.html
relatório 2007 em português: http://www.ecolatina.com.br/pdf/IPCC-COMPLETO.pdf

Camila - domingo, 29 abril 2012
 
Olá galera,
abaixo, as perguntas do Grupo 3:
1) Os créditos de carbono acabam favorecendo mais ao mercado do que ao meio ambiente?
2) Como funciona a certificação das empresas? Quais tipos de projetos podem ser submetidos?
3) Como funciona o limite "país - empresa" na comercialização de créditos de carbono?
4) Como estimular o surgimento de mercados voluntários, que são inovadores, buscando reduzir o caráter de comercialização e almejando a participação de um maior número de empresas no sistema de redução de CO2?
5) Quais os setores empresariais que participam da comercialização dos créditos de carbono?
6) Como funciona a participação de pessoas físicas na compra de créditos de carbono?
7) Exemplos de empresas brasileiras.
É isso ai... Bjs!

Ismael - domingo, 29 abril 2012
 
Excelente comentário da Patrícia, tocou no ponto certo.
Acredito que todo radicalismo e defesa incontestável de um ponto, sem ao menos ouvir ou refletir sobre outras possibilidades é nefasto para a geração do conhecimento. As teorias, as pesquisas e a ciência é fundamental para a humanidade, é através dela que grandes avanços foram possíveis para a sociedade, mas a ciência pode errar, pode, com toda certeza. É importante ter debates, discussões acerca do tema mudanças climáticas, assim como a do Molion x Humberto (e diga-se de passagem, muito engraçado esse debate), mas procurar ouvir todos os pontos de vista e pesquisar mais sobre eles. Também concordo com a Patrícia, que se o CO2 for esquentar demais a Terra, e se esse aquecimento é maléfico, que se evite a emissão dele.
Ou seja, é importante: saber ouvir todas as partes, não acreditar em tudo que é dito e continuar pesquisando para que mais se conheça sobre assunto.
Vai aí algumas “meia” respostas de acordo com a dissertação da Ana Cristina.
O que difere o mercado regulado do não regulado? ( em termos práticos)
O mercado regulado, segundo Simoni (2009, p. 68), são: “quaisquer mercados de redução de GEE, nos quais os participantes estão submetidos a uma legislação local ou internacional que, de alguma forma, impõe restrições com relação à emissão desses gases”.
O mercado voluntário consiste em um ambiente em que os créditos são negociados entre agentes (governo, empresas, ONGs etc.) a partir de interesses específicos destes agentes, que não estão vinculados às metas estabelecidas pelo PK. Nesse mercado entidades (empresas, governos, ONGs, indivíduos), compram créditos de carbono para outros fins que não cumprir metas de regulamentação, como o Protoloco de Kyoto (TAIYAB, 2006). Observa-se que a preocupação dos investidores e compradores desse mercado pauta-se no gerenciamento de seus impactos em relação às mudanças do clima, imagem, reputação, interesses em inovações filantrópicas, relações públicas, necessidade de se prepararem para regulação futura e ou planos de revenda de créditos lucrando com as comercializações (IBRI, 2009).
Qual o montante (em dólares) negociado/ano no mercado regulado e não regulado?
Os papéis voluntários, os chamados VER, movimentaram no mundo, em 2009, cerca de US$ 2,8 bilhões (ABNT, 2011). Entretanto, de acordo com Peters-Stanley et al. (2011 apud Souza et al. 2011), esse tipo de mercado representa somente 1% do volume de transações do mercado regulado de carbono, ou seja, ainda há um grande espaço para o seu crescimento.   

Fernando - segunda, 30 abril 2012
 
Marcio Jappe, a partir do "Colapso" de Jared Diamond, tem alguma consideração a fazer?

Ana Paula - segunda, 30 abril 2012
 
Bom dia, povo!!
Nosso grupo (grupo 4) debateu questões a respeito da reversão dos impactos, a partir das alternativas existentes (como por exemplo, novas fontes de energia). Em princípio, concordamos que os impactos da mudança climática para os seres vivos do planeta são irreversíveis. Entretanto, ao discutirmos outros assuntos referentes aos impactos, surgiram opiniões divergentes. Foi levantado que alguns estudiosos acreditam que as atividades humanas na Terra não ocasionam impactos no ambiente, uma vez que o ambiente se auto-regularia (em um intervalo de muitos e muitos anos). Ou seja, as mudanças climáticas são inerentes ao planeta, que busca entrar em equilíbrio a partir de tais mudanças. Dessa maneira, os impactos seriam resultado de uma atividade natural do planeta, sendo amenizados e reversíveis a longo prazo. Em contrapartida, argumentou-se que os impactos das mudanças climáticas sobre a vida e o ambiente são agravados pela ação do homem. Pequenas ações contra os impactos podem minimizá-los, mas apenas adiam (em termos de tempo) seu resultado real. É preciso pensar em alternativas eficientes e efetivas para que o impacto causado possa ser minimizado. Desse modo, todos os impactos sobre a vida e o ambiente são considerados irreversíveis.
Agora repassamos para o grande grupo:
1. Qual a opinião de vocês sobre os impactos das mudanças climáticas sobre a vida e sobre o ambiente?
2. Seriam tais impactos reversíveis?
3. As mudanças climáticas são fenômenos naturais ou agravados pela atividade do homem?
4. Quais seriam as melhores alternativas para minimizar o impacto causado?
5. Como essas alternativas vêm sendo utilizadas pelas empresas?

Ana Paula - segunda, 30 abril 2012
 

Boa tarde povo,
Procurando e lendo informações acerca da mudança climática, encontrei uma notícia fresquinha (publicada hoje no Instituto Carbono Brasil - http://www.institutocarbonobrasil.org.br/noticias2/noticia=730382). A matéria afirma que o Fundo Clima irá investir 393,727 milhões de reais em projetos de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas e de preservação ambiental. O valor é aproximadamente 70% maior ao destinado em 2011 (que era de 230 milhões de reais). Na última sexta-feira, o Ministério do Meio Ambiente, por meio da Secretaria de Mudanças Climáticas, o Plano Anual de Aplicação de Recursos (PAAR). Para quem tiver interesse, o Plano está disponível no site do MMA (http://www.mma.gov.br/estruturas/251/_arquivos/paar_2012_vers_o_final_251.pdf)
). O PAAR deve conter: informações básicas sobre o andamento dos projetos em execução, o orçamento destinado e os recursos disponíveis para aplicação, as prioridades gerais e específicas para o ano, o detalhamento das modalidades de seleção, formas de aplicação e limites dos recursos alocados, bem como o limite de despesas para pagamento do agente financeiro. As diretrizes definidas para o biênio 2011 – 2012 foram:
- Na área de mitigação, ações relacionadas ao cumprimento dos objetivos estabelecidos nos planos setoriais, com recursos preferencialmente reembolsáveis (combate ao desmatamento dos biomas brasileiros, geração e distribuição de energia elétrica, agropecuária, produção de carvão vegetal e melhoria dos processos na siderurgia, transporte público urbano e sistemas modais de transportes interestadual de carga e passageiros, indústria de transformação e bens de consumo duráveis, indústrias químicas, fina e de base, indústria de papel e celulose, mineração, indústria da construção civil, serviços de saúde).
- Na área de adaptação, ações estratégicas relacionadas às áreas identificadas como as mais vulneráveis, com recursos não reembolsáveis (elaboração da estratégia nacional de adaptação às mudanças climáticas e aos seus efeitos, áreas susceptíveis à desertificação (incluindo o combate à seca e uso responsável dos recursos hídricos), zona costeira, sistemas de prevenção e alerta de desastres naturais).


Alan - segunda, 30 abril 2012
 
Olá colegas. Como não estive presente na última aula, estou apresentando as respostas das perguntas elencadas pelo professor. Tem alguma coisa repetida e resumida da dissertação, se alguém não a leu pode ter ideia sobre o tema lendo as respostas.
1. Causas e consequências?
De acordo com a dissertação da Ana, a principal causa associada às mudanças climáticas além dos fatores naturais que sempre ocasionaram a variação no clima, é o aumento das emissões dos gases do efeito estufa na atmosfera terrestre, resultante do crescimento econômico e demográfico dos últimos séculos após a Revolução Industrial. As consequências são visíveis, uma vez que se constatam elevações das temperaturas médias do ar e dos oceanos, no derretimento generalizado da neve e do gelo das calotas polares e ainda, na elevação dos níveis dos mares. Ainda, tem-se com 90% de certeza que as ações antropogênicas estão diretamente relacionadas com o efeito estufa, causador das alterações climáticas.
2. Protocolo de Kyoto – como funciona? Mercado Regulado e Mercado Não Regulado
O Protocolo de Kyoto corresponde a um conjunto de negociações internacionais em prol de uma forma de minimização dos efeitos do aquecimento global. O acordo estipula metas com prazos fixados para que os países industrializados reduzam as emissões de GEE em média de 5% dentro do período de 2008 a 2012, com relação aso níveis de 1990. Considera-se que todos os países possuem responsabilidade no combate ao aquecimento global, mas os países que mais contribuíram historicamente para o acúmulo de gases na atmosfera têm uma obrigação maior de reduzir suas emissões. Ainda, o Protocolo prevê mecanismos de flexibilização a serem utilizados para garantir o cumprimento dos compromissos da Convenção, como a compensação das emissões pelos países industrializados, o comércio das emissões e projetos com países em desenvolvimento.
Entre os mecanismos de flexibilização, o comércio das emissões corresponde à realização da compra e venda de créditos de carbono. Dentro do comércio internacional das emissões, estabeleceram-se dois tipos de mercados:
- mercados regulados: seriam quaisquer mercados de redução de GEE, nos quais os participantes estão submetidos a uma legislação local ou internacional que, de alguma forma, impõe restrições com relação à emissão desses gases;
- mercados voluntários: corresponde a um mercado paralelo, que não está diretamente ligado às regras do PK, mas objetiva a redução das emissões de GEE.
3. Exemplos de empresas que estão no mercado de CO2 – resultados?
Os exemplos são numerosos e de diferentes escalas:
- suinocultor Nelson Guidoni, de Arapongas (Região Norte), que viu no mês passado sua conta bancária engordar em R$ 5 mil em razão da redução das emissões de metano, e da Pesqueiro Energia S/A, empresa formada por agricultores da região dos Campos Gerais que faturou R$ 14 milhões nos últimos sete anos.
http://www.revistaplantar.com.br/mercado-de-carbono-empresas-paranaenses-lucram/
- mercado chinês de carbono. A notícia relata sobre um relatório divulgado recentemente sobre como o comércio de carbono poderia ser bem sucedido na China, que ainda não possui uma economia de livre mercado madura (com controle e intervenção pesados do governo, propriedade das empresas significativamente estatal, controles rígidos de preço, corrupção desenfreada e cultura de descréditos em relação às empresas).
http://www.institutocarbonobrasil.org.br/noticias/noticia=730376
- Sadia, que iniciou um programa em 2005 para diminuir a emissão dos gases poluentes provenientes da suinocultura por meio de biodigestores instalados nas granjas de produtores integrados da empresa.
http://www.ruralcentro.com.br/noticias/16038/com-registro-da-onu-sadia-mira-o-mercado-de-carbono
- Celulose Irani, que investiu em projetos de MDL, com a redução de metano na estação de tratamento de efluentes - além de evitar o agravamento do “efeito estufa”, gera créditos de carbono - e uma usina que transforma resíduos florestais em energia, reduzindo a emissão de gases carbônicos.
http://www.institutocarbonobrasil.org.br/mercado_de_carbono1/noticia=114327
http://www.amanha.com.br/sustentabilidade-internas/58-sustentabilidade-1/2343-uma-ameaca-para-o-mercado-de-carbono
http://www.irani.com.br/pt/info/premios-e-reconhecimentos/ano/2011
- Camil alimentos, que utiliza a casca de arroz na geração de energia em uma usina termelétrica em Itaqui (RS). Foi a primeira empresa a receber um pagamento real (1,5 milhões de euros) sobre os créditos de carbono.
http://www.eletrosul.gov.br/gdi/gdi/index.php?pg=cl_abre&cd=nfffcZ7!%60Xfh
http://www.camil.com.br/sustainability/
4. Alternativas: impactos são reversíveis?
Com relação aos impactos relacionados ao aquecimento global, estima-se que se as emissões de GEE continuarem no mesmo ritmo que as atuais, haverá um aumento de temperatura de 2 a 4,5 graus Celsius até 2050. Ultrapassar estes valores seria uma ida sem volta, uma vez que o aumento da temperatura provocaria inevitavelmente o derretimento mais rápido e irreversível do gelo das calotas polares. Obviamente, os cientistas mais preocupados acham que já passamos do ponto em que as mudanças climáticas poderiam ser alteradas.
As alternativas que eu vejo que seriam mais plausíveis são aquelas que reduzem a geração dos GEE ou que ao menos equilibram o consumo/emissão, como a geração de energia com fontes renováveis e uma drástica redução das queimadas (50% do estoque em carbono de uma determinada área de floresta se transforma em GEE com a queimada), que geralmente são associadas à agricultura/agropecuária. 
Semana passada eu estive em um congresso sobre a Tecnologia de Membranas (série de técnicas que utilizam uma membrana como barreira seletiva à passagem de determinados compostos) e em uma das palestras de um “guru” das membranas foram apresentadas alternativas que poderiam reduzir a geração de GEE. Uma delas é a captura do CO2 dos gases efluentes produzidos em plantas geradoras de energia e ao sequente armazenamento do gás (a tecnologia a ser aplicada é a separação gasosa com membrana). Outra delas é a desidratação do caldo diluído obtido a partir da fermentação da celulose (processo de conversão da celulose em álcool em diversos tipos de indústrias: alcooleira, papeleira, etc). O processo nesse caso chama-se pervaporação, na qual uma membrana separa a agua do caldo, ficando apenas o álcool (biocombustível) como fonte energética e reduzindo as emissões de GEE que seriam geradas na decomposição da matéria orgânica.
Não li todos os comentários dos colegas ainda, provavelmente o faça amanha que é feriado. Abraço!

Ana Paula - segunda, 30 abril 2012
 
O Protocolo de Kyoto criou o Conselho Executivo (ligado à ONU) com sede em Bonn, na Alemanha – um órgão fiscalizador cuja função é certificar os projetos de MDL, por meio de auditorias realizadas por instituições credenciadas nos países, denominada Autoridade Nacional Designada, responsável pela aprovação e monitoramento dos projetos de MDL nos países. No Brasil, o órgão correspondente é a Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima, coordenada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (http://www.limajunior.adv.br/artigos.php?id=20). Por sua vez, o mercado voluntário sofre com a busca por credibilidade. De acordo com a dissertação da Ana Cristina Telésforo (2012), no mercado não regulado atuam instituições (denominadas de Padrões Internacionais – PIs), na validação e certificação dos projetos. Os PIs avaliam as atividades dos projetos ora concebidos, bem como verificam a chancela de empresas de auditoria e participam do processo de certificação desses projetos, avaliando seus impactos sociais e ambientais.
Os países signatários do Protocolo de Kyoto são aqueles que assinaram e ratificaram o Protocolo, com o compromisso de reduzir a emissão de GEE entre 2008 e 2012 (http://www.institutoatkwhh.org.br/compendio/?q=node/42). Os países desenvolvidos que ratificaram o tratado têm o compromisso de reduzir suas emissões de GEE numa média de 5,2% em relação aos níveis que emitiam em 1990. Ao todo, 184 países já assinaram e ratificaram o tratado até o momento (http://www.brasil.gov.br/cop/panorama/o-que-esta-em-jogo/protocolo-de-quioto). Em anexo, envio uma figura sobre o mapa do Protocolo em 2005. 
Encontrei um artigo que afirma que quem não cumpre as metas de redução progressiva estabelecidas, tem que comprar certificados (ou créditos) das empresas que foram além do cumprimento da meta e minimizaram ainda mais suas emissões. Estes certificados podem ser comercializados através das Bolsas de Valores e de Mercadorias. Há várias empresas especializadas no desenvolvimento de projetos que reduzem o nível de GEE (gases do efeito estufa) na atmosfera e na negociação de certificados de emissão do gás espalhadas pelo mundo se preparando para vender cotas dos países subdesenvolvidos e países em desenvolvimento, que, na média, emitem menos poluentes para os que poluem mais (DELGADO, 2005 – http://www.ead.fea.usp.br/Semead/8semead/resultado/trabalhosPDF/186.pdf) Quanto ao montante negociado, em 2007, o Brasil possuía 61 empresas do setor de papel e celulose, usinas de açúcar, madeireiras e fábricas em geral com créditos de carbono emitidos, totalizando 11,3 milhões de toneladas de CO2 que deixaram de ir para a atmosfera. Tais créditos produziram receita equivalente a 90,4 milhões de euros. A Prefeitura de São Paulo também entrou no mercado, promovendo dois leilões de créditos de carbono do aterro sanitário Bandeirantes, em 2007 e 2008 (http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/creditos-carbono/protocolo-kioto-emissao-gases-efeito-estufa-venda-co2.shtml).
Para quem tiver interesse, o Protocolo de Quioto foi editado e traduzido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (http://www.mct.gov.br/upd_blob/0012/12425.pdf).

Ana Paula - segunda, 30 abril 2012
 
Também concordo com a Patrícia, penso que é melhor prevenir do que remediar. Acredito que mudança climática pode ocorrer por razões naturais, causadas por processos internos ao sistema Terra-atmosfera, por forças externas (como, por exemplo, variações na atividade solar). Entretanto, a atividade humana na Terra agravou este processo natural; conforme a dissertação da Ana Cristina Teléfono (2012, p.35), a ação do homem está causando uma variação superior à variação natural que sempre afetou o clima. Ainda, na dissertação, a autora explica que o problema das mudanças climáticas não é algo novo, tendo ocasionado o declínio do império mesopotâmico em virtude da exploração do homem na agricultura (por irrigação). Penso que, quando se há incerteza, é preciso estar preparado para tudo, partindo da pior hipótese (por exemplo, na contabilidade existe um princípio que alega que, quando não há certeza, a receita deve ser reconhecida a menos e a despesa deve ser reconhecida a mais).
Encontrei parte de um artigo (A ameaça climática que podemos derrotar), que diz que na ausência de uma ação internacional significativa, o planeta irá aquecer pelo menos 2,5° durante o atual século - ou até mais. A principal causa do aquecimento global seria a emissão de dióxido de carbono. Os autores alegam que os maiores emissores de dióxido de carbono (EUA e China) não progrediram muito na redução de suas emissões: as emissões aumentaram mais de 50% desde os anos 80 e estão prestes a subir mais de 30% nas próximas duas a três décadas. Os efeitos já conhecidos deste aquecimento contínuo são profundamente preocupantes: o nível do mar, um afinamento das calotas do Ártico, eventos climáticos extremos, acidificação dos oceanos, perda de habitats naturais, dentre muitos outros. Os autores afirmam que, talvez ainda mais terríveis, são os efeitos cujas probabilidades e consequências são desconhecidas (VICTOR, KENNEL, RAMANATHAN, 2012).
(http://www.foreignaffairs.com/articles/137523/david-g-victor-charles-f-kennel-veerabhadran-ramanathan/the-climate-threat-we-can-beat. Infelizmente, o site só divulga parte do artigo; para poder ler na íntegra é preciso comprar o PDF  )

LUIS FELIPE - segunda, 30 abril 2012
 
Olá Pessoal, 
Postei uma reportagem sobre o "Antropoceno". No caderno "Nosso Mundos Sustentável" da Zero Hora de hoje (30 de abril), tem na contra-capa tem uma informação sobre uma reuniao que vai ocorrer entre 7 e 10 de maio com 60 cientistas, tendo a presença do Bjorn Lomborg - autor do livro O Ambientalista Cético. Busquem mais informações sobre esta reunião e vamos discuti-la. Abraços
Felipe

Patrícia - segunda, 30 abril 2012
 
E os Estados Unidos da America, conforme os números do protocolo, responsáveis por 36% das emissões, nem assinaram, afinal eles "não tem certeza" da influência da atividade humana nas mudanças climáticas...

Patrícia  - segunda, 30 abril 2012
 
1. Os impactos vão desde extinção de espécies inteiras a degradação ambiental impedindo, por exemplo, a produtividade de áreas agrícolas. Tim Flannery, em "Os Senhores do Clima" (2005) cita alguns exemplos:
- extinção da rã-dourada (não se vê uma desde 1980) e da rã australiana da cria gástrica (sumida desde 1976);
- fazendas de trigo no oeste da Austrália perderam a possibilidade de cultivo em 2004, depois de décadas sem a chuva necessária; segundo Flannery, na cidade de Perth, que tem 1,5 milhão de habitantes, foi implantado racionamento de água em 1976, e depois disso contornaram a falta de água com extração do subsolo, porém, essas reservas subterrâneas não estão mais sendo carregadas pela falta de chuva, e a probabilidade do que os especialistas em água chamam de "falha catastrófica no abastecimento" em 2005 já era de 1 em 5. 
2. Tudo o que já está feito leva bastante tempo para ser "remediado", uma vez que os gases permanecem muito tempo na atmosfera. Espécies extintas não podem reviver, áreas inférteis podem ser recuperadas com irrigação e dessalinização, a custos elevados e dependendo das circunstâncias impagáveis pela impossibilidade de atender as necessidades locais (em 2005, segundo Flannery foram apresentados planos para uma usina de dessalinização para Perth, Austrália, a um custo de 350 milhões de dólares, seria a maior do hemisfério sul, mas... supriria apenas 15% da água necessária para a cidade). Portanto, creio que mais do que reverter, o melhor a ser feito, como o proposto no Protocolo de Kioto, é mudar as atitudes.
3. São fenômenos naturais que podem ser agravados pela atividade humana. A ciência prova que a terra já passou por diversos processos de mudanças climáticas antes mesmo de se ter notícia de homens passeando por ela, porém também temos evidências de que as atividades humanas modificam circunstâncias da natureza interferindo nas mudanças climáticas.
4. A mudança da matriz energética parece ser uma das mais importantes. No Brasil o governo aponta alguns objetivos específicos no Plano Nacional sobre mudanças climáticas http://www.brasil.gov.br/cop/panorama/o-que-o-brasil-esta-fazendo/plano-nacional-sobre-mudanca-do-clima
5. Boa questão de pesquisa! hehehe Encontrei um artigo que fala do contexto nacional, pesquisando Natura, Banco ABN, Petrobrás e Votorantim. É de 2007, e atá aquele momento parece que as ações eram mais de mitigação e com tratamento superficial... http://engema.up.edu.br/arquivos/engema/pdf/PAP0460.pdf

Patrícia - segunda, 30 abril 2012
 
Notícia sobre reunião realizada no final de março na Inglaterra, com 3 mil especialistas, e que mandaram um recado otimista: o risco ambiental de longo prazo pode ser minimizado com "forte liderança em todos os setores e aproveitamento da conectividade". http://agencia.fapesp.br/15386
Eles elaboraram uma declaração sobre o estado do planeta: http://www.planetunderpressure2012.net/pdf/state_of_planet_declaration.pdf

Ana Paula - segunda, 30 abril 2012
 
É verdade, Patrícia! Os EUA alegam que o efeito do gás carbônico ainda não foi comprovado cientificamente como responsável pelo efeito estufa. Além disso, argumentam que os motivos principais para não aderir ao protocolo é que, pelo documento, apenas os países mais ricos e industrializados seriam obrigados a reduzir as emissões, enquanto que países em desenvolvimento não teriam nenhuma obrigação (como a China por exemplo, que não é obrigada a cumprir nenhuma meta de redução de gases) (http://www.brazuka.info/protocolo-de-kyoto.php).

Ana Paula - segunda, 30 abril 2012
 
Povo,
A partir da dissertação da Ana Cristina Teléfono (2012), procurei as ações nacionais que resultarão no corte de emissões entre 36,1% e 38,9% para o ano de 2020. O Brasil foi o pioneiro dentre os países do bloco não Anexo I do Protocolo de Kyoto a assumir metas de redução de emissões, mesmo não sendo obrigado a reduzir suas emissões.
Conforme o Decreto 7390/10 (que regulamenta a Política Nacional de Mudança do Clima), as emissões totais projetadas para 2020 no país serão de 3236 milhões de toneladas de CO2eq, compostas pelos seguintes setores:
a) Mudança de uso da terra: 1404 milhões de toneladas de CO2eq;
b) Energia: 868 milhões de toneladas de CO2eq;
c) Agropecuária: 730 milhões de CO2eq;
d) Indústrias e Tratamento de Resíduos: 234 milhões de toneladas de CO2eq.
As ações definidas para que a meta possa ser atingida abrangem:
a) Redução de 80% dos índices anuais de desmatamento na Amazônia Legal (em relação à média verificada entre os anos 96-05);
b) Redução de 40% dos índices anuais de desmatamento no Bioma Cerrado (em relação à média verificada entre os anos de 99-08);
c) Expansão da oferta hidrelétrica, da oferta de fontes alternativas renováveis, notadamente centrais eólicas, pequenas centrais hidrelétricas e bioeletricidade, da oferta de biocombustíveis e incremento da eficiência energética;
d) Recuperação de 15 milhões de hectares de pastagens degradadas;
e) Ampliação do sistema de integração lavoura-pecuária-floresta em 4 milhões de hectares;
f) Expansão da prática de plantio direto na palha em 8 milhões de hectares;
g) Expansão da fixação biológica de nitrogênio em 5,5 milhões de hectares de áreas de cultivo, em substituição ao uso de fertilizantes nitrogenados;
h) Expansão do plantio de florestas em 3 milhões de hectares;
i) Ampliação do uso de tecnologias para tratamento de 4,4 milhões de m³ de dejetos de animais;
j) Incremento da utilização na siderurgia do carvão vegetal originário de florestas plantadas e melhoria na eficiência do processo de carbonização.
Fonte: http://www.institutocarbonobrasil.org.br/#mudancas_climaticas

Minelle - terça, 1 maio 2012
 
Apesar de toda a discussão sobre o impacto do homem no ambiente, se há ou não, como a Patrícia comentou é necessário compreensão de ambos os lados, mesmo assim o consenso torna-se bastante complicado. No entanto, o que acredito que deve ser buscado e isso é apresentado na dissertação é que a precaução a possíveis faltas de recursos e a busca pela minimização da ação do homem sobre o meio deve ser considerada essencialmente nas discussões para o desenvolvimento sustentável, mesmo sem considerar a ideia de mudanças climáticas. Como aspecto de reforma deve-se buscar a eficiência e o equilíbrio entre os aspectos sociais, econômicos e ambientais.
Dentro desse contexto, o ponto que mais me inquieta relaciona-se diretamente com o mercado de carbono e isso foi compartilhado por nosso grupo, no que tange a simples mercantilização da poluição. Isso mesmo, acho que a visão capitalista está se apossando de mais um fato para se sobressair nas relações de mercado. E a preocupação com o ambiente, que seria um dos interesses do mercado de carbono (a redução da emissão dos GEE, como apresenta a dissertação)? Se estão todos tão preocupados assim, por que os mercados voluntários não são mais focados? Me questiono sobre a intenção positiva das reuniões e tratados que no fim das contas possuem a mesma visão de sempre...
Como a Ana apresentou em outro post, se existem diretrizes para o biênio 2011-2012 (Plano Anual de Aplicação de Recursos) o que efetivamente está sendo realizado, ficou no mero planejamento, o que a gestão (pública ou privada) esta desenvolvendo de estratégias para modificar essa questão. Existem decreto e regulamentações, mas de que forma eles são fiscalizados? São questionamentos com resposta um tanto quanto difíceis, são pensamentos muitas vezes disseminados, mas pouco questionados. Será que nessa discussão sobre a Rio+20 algo de novo e efetivo surgirá? 
Até

Uiara - terça, 1 maio 2012
 
Oi pessoal,
Com base nisso que o Rodrigo falou, eu li o livro do Bjorn Lomborg: Cool it: Muita calma nessa hora.
O cara é economista e apresenta uma visão interessante do aquecimento global.
Primeiro ele não descarta a veracidade de que a Terra está esquentando. Ele defende que o aquecimento global é real e é provocado pelo homem e que os ambientes naturais terão percebido impactos em função disso.
Nisso, Lomborg argumenta que não somente o CO2 é responsável pelo aquecimento, mas que as cidades sofrerão também em função das ‘Ilhas Urbanas de Calor’, que é um aquecimento em detrimento urbanização. Quanto mais pessoas morarem nas cidades, mais quentes elas vão ficar em detrimento da urbanização (construções, pavimentação, faltas de árvores...). O autor relembra que esse fenômeno já foi sentido, onde as temperaturas máximas chegaram a aumentar 3,9Cº, e as pessoas se adaptaram.
Palavras do autor: “É provável que em muitas cidades os aumentos da ilha urbana de calor no século XX tenham sido muito maiores no que os aumentos derivados do aquecimento Global no século XXI” (p. 15). Não quer dizer que esse aumento não seja nocivo, mas a população se adaptou. Temos tecnologia suficiente para nos adaptarmos mais uma vez.
Outro tema em voga no livro é o custo das medidas anti aquecimento global. O protocolo de Kioto é um mau negócio ao passo que para cada dólar gasto, o mundo se beneficiará de apenas 0,33 dólares. Entretanto essa proporção não se mantém entre os países, pois alguns terão de investir mais e obter os mesmos retornos. Mas, isso, parte-se de que todas as políticas serão implementadas à risca, o que se sabe não é bem assim.
O autor cita um momento importante que foi a onda de calor na Europa em 2003, em que morreram 35 mil pessoas de calor. Mas o que ele defende é que, por ano, morrem cerca de 200 mil pessoas de frio na mesma região. Ou seja, o calor mata menos que o frio. Se quisermos pensar no bem da humanidade, o aquecimento global é um bom negócio.
Ainda, os investimentos em redução das emissões de CO2 previstos no protocolo de Kioto, ainda que todos tivessem assinado e que cumprissem as metas, não seriam suficientes para impedir o aquecimento. No máximo postergá-lo por 5 anos, de 2100 pra 2105. Esforço e dinheiro em vão.
E é aí que o autor sugere que esse dinheiro seja investido em coisas mais importantes, como malária, AIDS, violência no trânsito... tudo isso está aumentando e vai ser catastrófico.
Mesmo que se conseguisse estagnar o efeito estufa, o autor defende: “Mesmo quando os benefícios emparelharem os custos, no final do século XXII, ainda haverá um período de desembolso antes que os benefícios totais superem os custos totais, por volta de 2250. Assim, conforme aponta um estudo acadêmico, ‘os custos associados a um promgama de estabilização de emissões são relativamente altos para as gerações atuais e continuarão a crescer durante os próximos cem anos. A primeira geração a se beneficiar efetivamente do programa de estabilização nascerá no início do século XXIV’ (Kavuncu & Knabb, 2005:369, 383). Se nosso desejo é ajudar as várias gerações anteriores a essa data, bem como os pobres do planeta, o corte de emissões não é o melhor caminho. Mais surpreendente ainda, talvez, o corte de emissões não seja o melhor caminho para ajudar as populações do século XXIV, já que poderíamos ter nos concentrado em vários outros problemas imediatos que levariam o futuro distante ser muito melhor. Nitidamente, precisamos de fórmulas mais inteligentes para lidar com a mudança climática” (p. 29).
Enfim, só estou postando informações relevantes para o outro lado e em certa medida eu concordo com isso.
Fonte: LOMBORG, Bjorn. Cool it: muita calma nessa hora! Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2008 

Fernando - terça, 1 maio 2012
 
Minelle, apesar de não ter opinião formada sobre o assunto em discussão, compartilho da sua preocupação no que chama de "mercantilização da poluição" - em várias dimensões. Uma delas é quanto as mudanças climáticas e créditos de carbono, como observada em: http://www.youtube.com/watch?v=IPS5jTwo1Tk
Valeria - terça, 1 maio 2012
 
Oi Uca
Mas o Lomborg só fala da população humana, não é?! Ele diz que o aquecimento pode ser até benéfico e que nós temos capacidade de adaptação... mas e os outros seres? Pelo apanhado que fizestes do livro, tive a nítida impressão (inclusive pela formação dele, talvez) que só se vê um lado: o dos homens. Não vi abordada a questão dos outros seres vivos, muito mais sensíveis a qualquer oscilação de temperatura, como o próprio professor Felipe falou em aula. Nós temos condições de nos adaptar, mas o restante dos seres do planeta, muito provavelmente, não. É certo que há outros problemas talvez com igual dimensão de urgência, mas simplesmente relegar a questão ambiental a um segundo plano, não me parece uma boa estratégia e, muito menos, me parece algo coerente nos dias atuais.
Eu também li o "debate" entre o prof. Humberto e o prof. Molin. Confesso que achei estranho o tom usado no "dito debate". Os comentários são pérolas à parte. Concordando com o que a Pati falou (cá entre nós eu também me vi pensando em complexidade e em teoria do caos), o tom do discurso tanto pode ser para um lado como para outro. O que nós vemos não é e nunca será a totalidade do tema. Então, só podemos formar opinião de acordo com os dados e pesquisas divulgados e com os valores que formaram nossa personalidade. Independente de sermos a favor ou contra, temos que ter a capacidade de fazer do apanhado de informações que temos e que são divulgadas, pontos de reflexão. É para isso que somos estudiosos e futuros pesquisadores. Para podermos pegar uma informação e transformá-la em algo de valor (a reflexão, a crítica), mesmo que isso signifique rever um posicionamento que tínhamos e adaptá-lo ou modificá-lo. Particularmente, não vejo como a ação do homem não possa ser geradora das grandes mudanças climáticas que temos hoje. Mesmo que fique provado, no futuro, que estávamos todos errados, não podemos deixar a ação do homem "ao Deus dará", até mesmo porque a ação destrutiva do homem não tem impacto (suposto ou comprovado) no aquecimento global, mas em muitas outras temáticas da atualidade (a questão dos resíduos sólidos, da mobilidade urbana, energética, do consumo (in)sustentável, da água, etc.).
Abraço!

Patrícia - terça, 1 maio 2012
 
Interessante a visão do Lomborg, enfoque de economista, mas até dá pra entender o ponto de vista dele agora que a Uiara descreveu os argumentos.
A questão toda volta a ser qual a exata precisão dessas previsões, sejam dos estudos que ele aponta ou dos que o outro lado aponta. E o que me vem a cabeça é o seguinte: malária, AIDS, violência no trânsito... O que representa tudo isso diante de catástrofes climáticas que possam terminar a vida do povo todo? (povo todo entenda-se: pessoas, animais, plantas...)

Ismael - terça, 1 maio 2012
 
Pessoal,
Como a ideia nesse fórum é gerar discussões e debates que ampliem nosso conhecimento e gerem mais e mais informações, e por que não, dúvidas, indagações. Como já foi colocado por muitos de vocês, que o CO2 é ruim e causa o efeito estufa, etc; colocaram em dúvida os benefícios do crédito de carbono acreditando ser mais uma oportunidade de mercado (capitalismo); falou-se no número de pessoas (população crescendo). Fui atrás de informações para contradizer um pouco o que já havia sido dito. Confesso que é muito mais fácil encontrar coisas negativas e pessimistas que coisas boas. Mas como sou do lado otimista fui atrás, mas como o mercado de carbono ainda é recente, poucos dados estão disponíveis. Bem, vamos lá, alguma coisa tem:
- Cerca de 98% de todas as substâncias que destroem a camada de ozônio foram controladas ao abrigo do Protocolo de Montreal foram eliminados, e espera-se que em 2050 a camada de ozônio volte ao patamar da década de 80.
- Investimentos em energias renováveis têm aumentado significativamente, ultrapassando o volume de 200 bilhões em 2011.
- No mundo o desmatamento está reduzindo, e em algumas regiões, na Europa e na América do Norte, por exemplo, as áreas de florestas estão aumentando. Como o capitalismo é mais forte nestes continentes, o desmatamento não deveria ser maior, a preocupação com a natureza não deveria ser menor, não é o que se vê. Por que então o protocolo de Kyoto só colocar metas de redução para os países desenvolvidos. Os desiguais com tratamentos desiguais, sem dúvida, mas não desta forma abrupta.
- Encontrei um artigo sobre os impactos sociais do mercado de carbono na Costa Rica, onde se apontam os grandes benefícios em termos de capacitação humana sobre técnicas e conhecimentos em reflorestamento. Houve um impacto positivo na recuperação de paisagens florestais na área, contribuindo para melhorias em ativos naturais, que por sua vez trouxe benefícios para ao turismo.
ENTÃO, NEM TUDO É TÃO RUIM COMO APARENTA, NEM TODAS AS AÇÕES DO HOMEM SÃO ABONADORAS. E TODAS AS MEDIDAS PODEM SER POSITIVAS SE BEM EMPREGADAS E UTILIZADAS AO NOSSO FAVOR

Gabriele - terça, 1 maio 2012
 
Boa noite,
Acho que, apesar do debate em relação às mudanças climáticas, se é bom ou ruim, acho que o que está realmente em questão são os hábitos da humanidade, que são insustentáveis, e que no momento exploram mais recursos naturais do que o planeta pode suportar e recompor. Acho que o tema das mudanças climáticas não pode ser pensado isoladamente da sustentabilidade como um todo, envolvendo questões sociais, políticas, econômicas, ambientais, culturais, etc. Por exemplo, na dissertação da Ana Cristina, ela mostra que 46% dos projetos de carbono de caráter voluntário no Brasil são de troca de combustíveis fósseis. Então, volto a falar da questão do álcool como exemplo: se sabe que ainda tem muita mão-de-obra escrava nesse setor, que há queima da cana, que o cultivo está situado em área de Mata Atlântica (que apesar de ter sido há muito tempo desmatada a área de plantio, a cada ano essa área se amplia, ocorrendo provavelmente novos desmatamentos). Pensando nisso, será que é realmente mais sustentável utilizar o álcool? Ele pode até diminuir as emissões, mas será que é realmente mais sustentável? Gostaria apenas de trazer esse questionamento.
Em relação ao Brasil, segundo a WWF (http://www.wwf.org.br/informacoes/noticias_meio_ambiente_e_natureza/?16800), 75% das emissões dos GEE são causados pelo desmatamento e queimadas. Particularmente, eu concordo que o aquecimento global é um fenômeno natural, mas que o ser humano tem acelerado esse processo, fato que tem trazido sérias consequências. No caso do Brasil, a principal causa das emissões é também causa direta de impactos ambientais como perda de biodiversidade, esgotamento de recursos naturais, perda de serviços ambientais, como regulação climática, fertilização do solo, polinização, fornecimento de alimentos, controle de pragas, etc., o que traz também sérios impactos sociais. Por isso, eu acho que o ser humano está modificando seriamente o planeta, a ponto de essa era estar sendo considerada o antropoceno e já se falar sobre a sexta extinção em massa (http://www.terra.com.br/revistaplaneta/mat_408_bio.htm), a primeira causada por uma única espécie (todas as outras foram por eventos geológicos como vulcões, sismos, possível meteoro).
Mas como a Ana comentou, pelo menos existe a pauta de redução do desmatamento, só não sei como será feita essa redução com o novo código florestal. Espero que não vire conversa “pra boi dormir”.
Com certeza, em escala geológica, esse parece ser um pequeno evento para o planeta (apesar de já quase termos uma era geológica em nossa homenagem =)), mas estamos perto de causar um extinção em massa, ou seja, extinção de quase 60% das espécies. Com certeza esse impacto é irreversível. Cabe agora a busca de medidas de precaução e prevenção como falou a Patrícia, além de muitas medidas de remediação, pelos impactos que já foram feitos. 
Abs

Alan - terça, 1 maio 2012
 
Interessante o artigo...não li inteiramente, mas a achei legal a indicação que fala logo no abstract de que a implantação do programa de "pagamentos por serviços ambientais" relacionados às atividades de reflorestamento trouxe impactos positivos, como a recuperação das áreas de florestas e a melhoria da qualidade ambiental, mas trouxe também impactos negativos como a deterioração da infraestrutura de rodovias e pontes devido à maior utilização por caminhões que transportam as madeiras que são cortadas após "terminarem" o ciclo de reflorestamento. Pelo que entendi esse reflorestamento é apenas outra forma de ganhar dinheiro, tendo uma certa contribuição pela captura do CO2 e de alguma melhoria ambiental...
Abs..

LUIS FELIPE - quarta, 2 maio 2012
 
Olá Pessoal, 
A discussão embalou como uma locomotiva descendo a serra. Está ótimo, mas me parece que algumas questões elaboradas pelos grupos ainda não foram respondidas. Vamos tentar abordar todas as questões. 
Os questionamentos, pontos de vista distintos, tudo isto é muito bom. Trazer novos artigos, referencias, enriquece muito. Não deixem de ler os artigos e abrir os links recomendados pelos colegas.
Sei que voces estão ocupados com outras tarefas, prazos para cumprir, etc, mas precisamos de mais gente empurrando esta locomotiva! Tem pouca gente fazendo muita força e alguns que ainda não colocaram as mãos! Depois de lerem os comentários dos colegas e postarem suas opiniões, voltem mais tarde e vejam como a discussão está evoluindo, então postem novos comentários. 
E sobre a era Antropocena, o homem vai ser a primeira espécie capaz de mudar o clima ou não? 
Gostaria de fazer uma reflexão, sem rigor científico, um simples brainstorming, idéias que me vieram a cabeça ao ler os comentários de voces. 
É o seguinte: A hipótese mais provável para a extinção dos dinossauros é que um meteoro gigante chocou-se com a Terra e provou tsunames, erupções de muitos vulcões ao mesmo tempo, etc, o que teria resultado numa nuvem de poeira na atmosfera, por vários anos, capaz de escurecer o Planeta. Sem o sol necessário, faltou alimento para dinossauros, houve desquilíbrios e, quem não conseguiu se adaptar, foi extinto. Algumas espécies sobreviveram e evoluiram. Tempos depois apareceu o homem. 
Na minha opinião, que pode e deve ser contestada por vocês, a vida no Planeta é muito frágil, depende de condições estáveis. Quando ocorrem desequilíbrios no sistema, algumas espécies se desenvolvem mais do que outras e se tornam pragas, até que o equilíbrio seja recomposto. 
Resumindo, penso que o homem não será capaz de destruir o Planeta, mas, se não utilizar o seu conhecimento de forma racional, conseguirá sim a sua auto-destruição. Se o homem desaparecer, como aconteceu com os dinossauros, outras formas espécies sobreviverão e irão evoluir. Talvez surja outra espécie mais inteligente do que o homem. 
Nao quero dizer com isto que estamos perdidos. Eu também sou otimista e acredito que nossa espécie pode sobreviver em harmonia com as demais. Mas acho que não estamos usando a nossa inteligencia de forma adequada. Concordo com as manifestaçoes que disseram: na dúvida, não arrisque! O Princípio da Precaução explica isto. 
Talvez estejamos num momento crítico para a nossa espécie, dependendo do rumo que tomarmos, poderemos piorar as coisas e correr este risco de extinção, ou, aprender que os 7, 8, 9 ou mais bilhões de hab viver, usar os recursos naturais de forma sustentável. 
O equívoco está em dizer que devemos "proteger o meio ambiente". Vamos abraçar as árvores e proteger o mico leão dourado! No limite deveriamos dizer: "vamos proteger a natureza para a nossa sobrevivência! Se alguém derrubar uma floresta, está aumentando o risco de extinçao dos demais!" Posto desta forma, mostrando que as consequencias poderão vir em poucos anos e atingir os que estão causando os danos, talvez sensibilizasse mais do que as atuais campanhas de conscientização. 
Mas tudo isto pode ser contestado e ser visto de outra forma. E siga o debate!

Maísa - quarta, 2 maio 2012
 
 Oi Gente!
 Segue 2 artigos sobre:
(1) Análise comparativa entre mercado regulado e voluntário sob os aspectos: regras, principais características,  etapas dos ciclos dos projetos e custos dos créditos de carbono (SOUZA, PAIVA, ANDRADE, GOULART, 2011) - http://www.excelenciaemgestao.org/Portals/2/documents/cneg7/anais/T11_0351_1727.pdf; 
(2) Contribuição dos Projetos de MDL (Mercado Regulado) para o Desenvolvimento Sustentável (ANDRADE, SILVA, PASINI, NÁPRAVNIK, VENTURA, 2010) -
 O primeiro artigo responde a muitos dos questionamentos feitos pelos grupos: “2) e 3)”. Em resumo, o artigo apresenta:
- No que tange às atividades de Projetos com base no MDL, atualmente, o país já atingiu a marca de 188 projetos registrados, o que representa 6% em relação ao total de projetos de MDL devidamente registrado no mundo.
- No mercado de carbono regulado - MDL (MR), em conformidade com o Protoclo de Kioto, os agentes governamentais são responsáveis pelo controle das normas e leis, Já o mercado voluntário (MV) são os diferentes atores envolvidos que fixam as regras. Os mercados de carbono regulado constituem-se em ambientes institucionais nos quais os participantes estão submetidos à legislação e normas nacionais ou globais, que estabelecem critérios e regras para concepção de projetos e comercialização das Reduções Certificadas de Emissões (RCE) oriundas dos projetos de MDL. Já o mercado voluntário pode ser entendido por um ambiente no qual as regras e normas emergem das relações entre os agentes participantes desse mercado, cujos projetos de mitigação e/ou redução de GEE estão submetidos a Padrões Internacionais (PI’s) que fixam regras próprias para concepção.
- As regras do MR são mais rígidas e menos flexíveis do que as do MV, enquanto que o ciclo de projeto do primeiro é mais longo, burocrático e caro quando comparado com o segundo. O custo médio para o desenvolvimento de um projeto de MDL está entre 50 e 115 mil dólares americanos e seu tempo de aprovação pode variar de 6 a 18 meses, Já no mercado voluntário, os custos de transação tendem a ser mais baixos, dependendo do PI (padrões internacionais) escolhido, com um tempo médio para aprovação de um projeto variando entre 3 a 8 meses
- O preço de comercialização dos créditos de carbono do MR em média é maior (€14 a 30) do que os preços pagos pelo MV (a depender do PI varia de €1 a 25).
- Antes da elaboração do projeto é necessário que a empresa que deseja assim submetê-lo realize uma análise de viabilidade do projeto de forma a verificar além das questões econômicas, defina a metodologia a ser utilizada para evidenciar a redução de GEE. A metodologia por sua vez acaba por direcionar a que PI o projeto deve ser submetido. Assim, depois de realizada a análise de viabilidade, os proponentes do projeto, geralmente, em conjunto com consultorias especializadas na elaboração de projetos de carbono, devem optar para qual PI o projeto deve ser submetido. O PI possui guidelines a fim de credenciar organizações para a aplicação de sua metodologia. O monitoramento do projeto é realizado pelos proponentes do projeto seguido da verificação/certificação por auditores independentes e de terceira parte, semelhante ao processo de certificação de gestão da qualidade. Dessa forma, os créditos certificados são registrados de forma única e mensurável, para que possam ser emitidos.
- O setor que mais se destaca no mercado voluntário é o de cerâmica (ex. Cerâmica Gomes de Matos.) e a empresa com mais ações é a NATURA.
Para a pergunta: Quais são os países signatários? De acordo com  site Mudanças Climáticas, os países pertencentes ao ANEXO 1 são listados em: http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/content/anexo-i-e-nao-anexo-i
O segundo artigo, por sua vez, faz uma análise da contribuição dos projetos de MDL brasileiros, ligados à indústria de energia, para a promoção de tecnologias limpas em prol do desenvolvimento sustentável. Através da análise de 37 projetos, verificou-se o baixo desenvolvimento de tecnologias e práticas de produção mais limpas, bem como a incipiente contribuição do MDL para o desenvolvimento sustentável no Brasil. Em suma, eles concluiem que estes projetos estão longe de atingir o seu propósito fundamental de minimizar as mudanças climáticas e estimular um modelo de desenvolvimento mais limpo através da cooperação entre países industrializados e em desenvolvimento.
Abs

SABRINA - quarta, 2 maio 2012
 
Nas nossas discussões em aula (sou do grupo que discutiu o Protocolo de Kioto), a questão que ficou sem resposta quanto a diferença entre mercado regulado e vonluntário é: todo mercado voluntário é não regulado?
O Protocolo de Quioto, representa o “Mercado Regulado”, também chamado Compliance, onde os países possuem metas de reduções a serem cumpridas de forma obrigatória.
Existe, por sua vez, um Mercado Voluntário, onde empresas, ONGs, instituições, governos, ou mesmo cidadãos, tomam a iniciativa de reduzir as emissões voluntariamente. Os créditos de carbono (VERs - Verified Emission Reduction) podem ser gerados em qualquer lugar do mundo e são auditados por uma entidade independente do sistema das Nações Unidas.
Algumas características dos Mercados Voluntários são:
Créditos não valem como redução de metas dos países;
A operação possui menos burocracia;
Podem entrar projetos com estruturas não reconhecidas pelo mercado regulado, como o REDD;
O principal mercado voluntário é o Chicago Climate Exchange, nos EUA.
Além destes dois tipos de mercado, outra forma de financiar projetos de redução de emissões ou de seqüestro de carbono são os chamados Fundos Voluntários, cujas principais características são:
Não fazem parte do mecanismo de mercado (não geram crédito de carbono);
O valor da doação não pode ser descontado da meta de redução dos países doadores;
Podem entrar projetos com estruturas não reconhecidas pelo mercado regulado, como o REDD;
Os principais Fundos são o “Forest Carbon Partnership Facility” , do Banco Mundial e o Fundo Amazônia, do governo brasileiro;

SABRINA - quarta, 2 maio 2012
 
Oi Gente, tentando responder as questões do grupo 4:
Na minha opinião, as mudanças climáticas afetam a vida na terra, não só a vida humana, que pode ser capaz de sobreviver a aquecimentos de 2 ou 3 graus, ou a fortes chuvas, tsunamis, etc. Mas principalmente a vida de animais e microorganismos que podem não aguentar tais mudanças.
Acho que alguns desses impactos podem ser reversíveis, ou podemos amenizar seus efeitos, mas é preciso (como viemos batendo na tecla) conscientizar a população... Fica ainda mais difícil essa conscientização quando ouvimos cientistras dizendo que essas mudanças não vão afetar a vida na terra, e que as mudanças são cíclicas e que sempre houveram fases de mais frio e mais calor, que nada está realemnte mudando e que não temos com o que nos preocupar. é baseado nessas informações que muitas empresas e países "se provalecem" e não fazem nada para ter uma vida mais sustentável. Como a Gabi disse, se as mudanças são ou não imapctantes, não sabemos, mas o modo que vivemos hoje é insustentável.
Então, vou seguir colocando minha opinião sem embasamento científico: na minha opinião as mudanças climáticas são SIM agravadas pelo homem.
Encontrei um artigo que fala que os impactos da mudança climática se espalharão por todo o planeta. Para podermos entender mais o que o alto impacto final da mudança climática gerada pelo homem pode causar e por essa razão o que poderá acontecer se não for viabilizado um acordo plausível em Copenhagen, o Gabinete do Centro Meteorológico Hadley da Inglaterra produziu um mapa delineando alguns dos impactos que podem ocorrer se a taxa da temperatura global elevar-se em 4 °C (7 °F) acima da média do clima da época pré-industrial. O mapa representa a última revisão científica sobre estes impactos. 
Usando o mapa: Esta versão interativa do mapa dos 4 graus que se selecione quais impactos quer se ver fazendo o zoom em áreas geográficas específicas e acessando a mais informações sobre informações científicas embutidas no próprio mapa. 
Acesso interativo à ampliação da exibição de todo o mapa (Launch the interactive full screen map)

Minelle - quarta, 2 maio 2012
 
Outro ponto que é interessante em toda essa discussão é a pegada do carbono, o quanto se contribui para a emissão do CO2 e como isso é observado no mercado. Como se pode observar no Instituto Carbono Brasil (http://www.institutocarbonobrasil.org.br/mercado_de_carbono/pegada_de_carbono) essa questão relaciona-se com o impacto das atividades sobre o meio. Como se observa um dos exemplos que podem ser observados é o ciclo de vida dos produtos.
No entanto, a pegada do carbono pode ser verificada individualmente, portanto, volto a falar sobre responsabilidade e obrigações, e me alinho totalmente a fala da Gabriele, não podemos discutir um ponto isoladamente, tem que haver uma visão macro sobre o impacto, e dificuldades no alcance da sustentabilidade.
Além disso, fala-se também sobre a compra por pessoas físicas do crédito de carbono, novamente me inquieto, será que isso não estimula mais poluição, mais mercantilização para a geração de riqueza para poucos. Enfim, deve-se buscar refletir mais sobre essa temática, principalmente teoricamente para entender os impactos e as contradições que dela emergem.
Até

SABRINA - quarta, 2 maio 2012
 
Os créditos de carbono são certificados emitidos para uma empresa ou pessoa que reduziu sua emissão de gases de efeito estufa. A redução em si é valiosa para o meio ambiente, mas transformar isso em moeda de troca no mercado é uma mercantilização da natureza. Voltamos ao pensamento cartesiano de entender o homem como dono da natureza. O protocolo de Kyoto estipula limites maximos para os países emitirem esses gases, porém muitos países (como os EUA, colocado pelos colegas) não assinaram o acordo, e nada acontece com estes. Algumas correntes defendem a idéia de que os créditos de carbono acabam favorecendo mais ao mercado do que ao ambiente, e outras defendem a idéia de que os mesmos são certificados que autorizam aos países desenvolvidos o direito de poluir.
Para obter a certificação é preciso que as empresas elaborem um projeto de geração de energia de fonte renovável que será submetido ao Governo Brasileiro e a ONU.
Encontrei um site de uma empresa que propõe uma solução real e definitiva para neutralizar emissões de carbono, sem usar o plentio de árvores.
http://www.neutralizecarbono.com.br/home/
A Neutralize Carbono desenvolveu um método de neutralizar as emissões através da alocação definitiva de Créditos de Carbono, ou reduções certificadas de emissões expedidas pela UNFCCC – Convenção Quadro de Mudanças Climáticas da ONU, para projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo registrados.
Funciona na mesma lógica que qualquer produto de mercado. Por exemplo, as pessoas compram suas roupas, pois se fossem fabricá-las gastariam mais tempo e recursos e, provavelmente, teriam um produto de pior qualidade. Ao contrário, a empresa têxtil consegue manter padrões de qualidade e ganhos de escala, tornando o vestuário mais barato e ainda assegurando rentabilidade ao negócio.
A neutralização de emissões com créditos de carbono funciona da mesma forma: quem compra a neutralização está promovendo a indústria de “redução certificada de emissões” através do financiamento dos projetos de desenvolvimento limpo registrados na UNFCCC. Quanto mais gente comprar, mais a indústria de redução de emissões será estimulada e maior o sucesso de combate à mudanças climáticas.

Ana Paula - quarta, 2 maio 2012
 
Boa tarde povo,
Encontrei uma matéria hoje que saiu na Scientific American (http://www.scientificamerican.com/article.cfm?id=us-voters-favor-regulating-carbon-d) alegando que os eleitores devidamente registrados dos Estados Unidos são a favor da regulamentação das taxas de CO2. A pesquisa foi lançada um dia depois que a revista Rolling Stone publicou uma entrevista com o atual presidente dos EUA, Barack Obama, onde ele sugere que as mudanças climáticas se poderiam se tornar um tema de campanha, neste ano.
“Eu suspeito que nos próximos seis meses, isso [as mudanças climáticas] vai ser um debate que se tornará parte da campanha, e eu serei muito claro em expressar minha crença de que nós vamos ter que dar maiores passos para lidar de uma forma séria com as mudanças climáticas”, disse Obama.
A pesquisa descobriu que maiorias consideráveis de todos os três grupos (democratas, republicanos e independentes) são a favor da troca de taxas e de outras políticas ambientalmente favoráveis.
- 75% dos respondentes apoiam a regulamentação do dióxido de carbono como um gás do efeito estufa poluente - o que, em 2007, a Suprema Corte decidiu ser legal e a Agência de Proteção Ambiental dos EUA tem defendido.
-  72% dos norte-americanos acreditam que o aquecimento global deveria ter uma prioridade altíssima, alta ou média para o presidente e para o congresso.
-  76% dos norte-americanos acreditam que os Estados Unidos deveriam caminhar para um futuro de energia sustentável, reduzindo a dependência da energia nuclear, do gás natural e do carvão. Além disso, deveriam estimular o uso de energias renováveis e a eficiência energética.
Ao ler a matéria, me questiono: por que existe uma lacuna entre os eleitores e o Congresso?

Ana Paula - quarta, 2 maio 2012
 
Quanto ao Protocolo de Kyoto e às atividades de projeto de MDL, indico a leitura do artigo de Borja e Ribeiro (2007) (http://www.nee.ueg.br/seer/index.php/economia/article/viewFile/118/118). O artigo tem como objetivo descrever os motivos que levaram a instituição do Protocolo de Kyoto, apontando suas principais propostas e enfatizando a utilização do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) como uma forma de inserção dos países em desenvolvimento no novo mercado internacional de carbono. O trabalho busca sintetizar todas as principais informações para uma ampla compreensão desde a criação do Protocolo de Kyoto à formação do atual mercado do crédito de carbono.

Valeria - quarta, 2 maio 2012
 

Oi pessoal
Sobre a questão do Antropoceno, muita calma nessa hora! É um assunto muito polêmico esse e ninguém sabe até que ponto as informações não estão sendo manipuladas. Mas, sem rigor científico algum, meu sentimento é de que o homem tem se tornado a maior praga do planeta. O nosso modo de vida não pode mais ser sustentado nas condições atuais do planeta. Vejo como que há um distanciamento não só das coisas que nos ligam à Terra, mas das coisas que nos ligam a outros valores: família e sociedade, por exemplo. Sem querer entrar na questão mais filosófica da coisa, quero dizer que para mim tudo está conectado. Não podemos ser seres humanos melhores para o planeta se não conseguimos ser seres humanos melhores em nossos microambientes. Os valores todos têm se degradado e isso tem causado uma degradação geral da sociedade. Nas pequenas coisas do dia-a-dia vemos isso, nas relações das pessoas entre si. Como é que podemos lutar por uma mudança de atitude para com nosso planeta se no nosso cotidiano as coisas estão cada vez piores? Voltando à questão do Antropocentro. Sim, creio que o homem tem a capacidade de interferir no planeta e está fazendo isso não apenas no clima, mas em outros aspectos relacionados à temática ambiental. O nosso padrão de consumo não é mais sustentável. O crescimento a qualquer custo não é mais sustentável. O atual padrão de sociedade que temos não é mais viável. Pode até ser que o planeta reaja e se adapte, mas não é o temos a impressão de estarmos vendo. Se isso for possível, talvez aconteça um colapso ambiental com a extinção de milhares de espécies (e o homem será uma delas, na minha opinião) e o planeta demore milhares de anos para se recompor/reequilibrar. O homem talvez não seja capaz de destruir o planeta, mas tal qual o conhecemos hoje, certamente sim. Se houver o ressurgimento do planeta, imagino que haverá uma nova configuração. Uma coisa é certa: do jeito que está não pode mais ficar!


Uiara - quarta, 2 maio 2012
 
Algumas respostas:
b)Qual a sanção aplicada aos países que não cumprem suas metas de redução de emissão de carbono?
O que o Protocolo de Quioto prevê como punição é o aumento da meta do país para o próximo período.
Apenas entre os países da União européia existe a previsão de multa fixada por tonelada de carbono que ultrapassa a meta. Vale só para a União Européia, que recebeu uma meta, pelo Protocolo de Quioto, para ser distribuída entre os países-membros. Daí surgiu o regime comunitário europeu de carbono, que é um regime complementar ao de Quioto.
Fonte: http://www.conjur.com.br/2008-mai-25/combater_aquecimento_global_bom_negocio?pagina=2)
c)Quais são os países signatários?
Não vou listar, mas são 175 países que assinaram, 1 com intenção de assinar ( Cazaquistão), mais 22 que não assinaram, dentre eles os EUA, países da Ásia e África, e um ou dois da Europa.
(Fonte: http://vamossalvarnossoplaneta.blogspot.com.br/2008/06/pases-signatrios-do-protocolo-de-quioto.html)
d)Quais são os critérios para que um país possa "vender" créditos de carbono aos outros?
A primeira segue os critérios do Protocolo de Kioto. Nesse caso, os projetos são registrados na ONU e podem ter seus créditos vendidos a empresas da União Européia e do Japão, cujos governos já estabeleceram metas de redução da poluição para alguns setores industriais. Cada crédito significa que a companhia retirou da atmosfera 1 tonelada de CO2 e repassa ao comprador o direito de emitir o equivalente em gases poluentes. Antes do registro do projeto na ONU, é preciso que ele seja recomendado por uma comissão interministerial do governo brasileiro – isso costuma levar de quatro a seis meses, devido ao excesso de burocracia. Os negócios brasileiros são feitos sobretudo com compradores europeus.
A segunda opção para ganhar dinheiro com as licenças para poluir é colocar os créditos à venda em bolsas independentes. A principal é a Bolsa do Clima de Chicago, fundada em 2003. Os compradores, ali, são principalmente empresas americanas que, apesar de não ser obrigadas por lei (o presidente George W. Bush não aderiu ao Tratado de Kioto), compram créditos para demonstrar sua preocupação com o meio ambiente. IBM, Ford e Motorola estão entre as companhias que compram créditos em Chicago. Há empresas brasileiras que atuam nos dois mercados. Os fabricantes de celulose brasileiros Klabin, Cenibra e Suzano e a indústria química Rhodia têm créditos à venda em Chicago. Mas só a Aracruz já efetuou uma venda. A Suzano Papel e Celulose conta concretizar, neste mês, um negócio de 3,5 milhões de dólares.
Em Chicago, podem ser negociados os créditos de projetos que reduziram a emissão de seis gases do efeito estufa. Pelos critérios da ONU, só valem três tipos de gases. Outra diferença é que na Bolsa do Clima de Chicago podem entrar projetos de reflorestamento – o que explica a predominância de empresas brasileiras de celulose no pregão. Quando as plantas crescem, transformam o carbono do ar em troncos, folhas e raízes. Esse método de seqüestro de carbono, no entanto, não é reconhecido pelas regras de Kioto e não vale para a Europa e o Japão. O jeito, então, é vender os projetos em Chicago, onde a procura é menor e os créditos custam a metade.
(fonte: http://veja.abril.com.br/061206/p_116.html)
e)O que difere o mercado regulado do não regulado? ( em termos práticos)
Mercado Regulado - também chamado Compliance, onde os países possuem metas de reduções a serem cumpridas de forma obrigatória (ex: Protocolo de Quioto).
Mercado Voluntário - abrange todas as negociações de créditos de carbono e neutralizações de emissões de gases do efeito estufa (GEEs) que são realizadas por empresas que não possuem metas sob o Protocolo de Quioto (ou Kioto) e, por isso, são consideradas ações voluntárias.
Algumas características dos Mercados Voluntários são: Créditos não valem como redução de metas dos países; A operação possui menos burocracia; Podem entrar projetos com estruturas não reconhecidas pelo mercado regulado; O principal mercado voluntário é o Chicago Climate Exchange, nos EUA.
Até....

Uiara - quarta, 2 maio 2012
 
É isso mesmo Valéria, e todos os demais colegas...
Eu ouvi isso uma vez e repito sempre: Todo mundo pensando em deixar um planeta melhor para nossos filhos... Quando é que pensarão em deixar filhos melhores para o nosso planeta????
Por isso eu penso que existem questões mais importantes que requerem cuidados, muuuitos cuidados.

Uiara - quarta, 2 maio 2012

Antropoceno
O importante a ser assinalado no conceito do Antropoceno é que ele traz uma nova era de responsabilidades, o que certamente é um marco divisor na história da humanidade.
Marco divisor na história da humanidade, isso ficou martelando da minha cabeça.
Estou realmente confusa e ao mesmo tempo indignada. Esse final de semana eu só vi tragédias nos jornais. Drogados, ladrões, delinquentes agredindo idosos de forma CRUEL, motoristas ASSASSINOS, CRIMES SEXUAIS contra crianças, ASSASSINATOS de pessoas (acerto de dívidas), enfim, foram tantas tragédias que a televisão ‘escorria sangue’. É..., uma coisa que faz a gente repensar muitas coisas: se voltaremos para casa após um feriadão, se conseguiremos abraçar as pessoas queridas, se seremos reconhecidos como pessoas e não como recursos humanos.... Sinceramente, acho que o fim da era do humanidade não seria nada mal...
Mas, deixando um pouco de lado esse ceticismo quanto a espécie homo sapiens, que está mais para homem das cavernas, volto a questão do investimentos em coisas que realmente valem a pena, a nossa segurança, a nossa saúde, a nossa educação, a valorização do homem enquanto ser humano. Pouco me importa que o atum azul do Mediterrâneo está ameaçado de extinção. Quantas espécies de animais já deixaram de existir??? E não fazem falta.
Me preocupo mais comigo, que também estou ameaçada de extinção. Eu queria que o governo se preocupasse mais comigo, que com o atum azul, a ararinha azul, o mico-leão dourado .....
Concordo quando o prof Felipe comentou em sua postagem: que “vamos proteger a natureza para a nossa sobrevivência”. É como se preservar o ambiente nos excluísse dessa ‘parada’. Temos que preservar a NOSSA espécie, os recursos que possam garantir a NOSSA sobrevivência. Pois, se não for para isso, de nada adianta manter vivo o atum azul do Mediterrâneo.

Alan - quarta, 2 maio 2012
 
Ana Paula.
Não sei se consigo responder a tua pergunta, mas uma colocação eu posso fazer.
O congresso, infelizmente não representa a maioria. É fato. Não venham me dizer que os políticos fazem pelo povo, porque não fazem. Se algum político estiver envolvido em alguma coisa para o povo, podem crer que em troca ele vai querer no mínimo votos ao seu favor. Montadoras de automóveis americanas foram chorar no congresso quando estourou a crise financeira mundial. O sistema de produção, seja lá qual for, que começou com o Fordismo (corrijam se eu estiver errado) sempre foi bom porque o automóvel sempre foi um artigo de luxo e todo mundo quer. Não é preciso mais nada para que os lucros das montadoras sejam absurdos. E alimentado por isso, nada melhor que os trilhões de seja lá qual for a moeda envolvidos nos combustíveis utilizados para mover os automóveis. Não vale a pena as indústrias investirem em tecnologias verdes quando outras são mais baratas. Aliás, não se investe em tecnologia diferente se ela pode ferir com o que já está funcionando bem (diga-se de passagem gerando lucros).  Esse é o principio do capitalismo.
Esse artigo explica um pouquinho o que estou falando:
O petróleo mais barato leva a indústria automobilística norte-americana à tentação de insistir nas antigas fórmulas para levantar recursos mais rapidamente. Inovação e eficiência energética podem voltar ao segundo plano, ameaçando a reconstrução do setor. O preço elevado do barril de petróleo estimulou a busca de fontes alternativas de energia nos anos recentes e levou a indústria automobilística a rever a concepção de seus veículos, que deveriam tornar-se mais econômicos e eficientes, ao mesmo tempo que as legislações mais rigorosas exigiam uma redução nos 
níveis de emissões de poluentes. Os europeus, que há anos vinham pagando caro pelo combustível, voltaram-se mais 
depressa para os carros compactos com powertrain mais eficiente. Já os norte-americanos, com gasolina barata, tardaram a acordar para o choque do petróleo, logo depois seguido pela crise financeira. Com a mudança nas 
perspectivas da economia global, o preço do petróleo apontou para baixo, pelo menos a curto e médio prazo. As preocupações voltam-se para uma nova acomodação da industria automotiva norte-americana tendo em vista a obtenção de resultados a curto prazo. Por que investir em fontes alternativas e veículos híbridos quando o petróleo está barato e há necessidade de obter dinheiro rapidamente para compensar as perdas bilionárias e construir um novo futuro? A curto prazo, parece uma tentação para os dirigentes das montadoras dos Estados Unidos ganhar tempo insistindo na velha fórmula que levou o setor a resultados financeiros positivos no passado recente mas a entrar numa enrascada com seus desejados carrões. O alívio momentâneo trazido pelo novo nível no preço do petróleo traz embutido o risco de se adiar também os investimentos em inovação, combustíveis alternativos e eficiência do powertrain. O presidente eleito Barack Obama já deu sinais de estar atento a estratégias diversionistas das montadoras, taxadas de más administradoras de recursos e de oportunistas. Como senador, ele já fazia pressão para se melhorar os padrões de consumo de combustível e buscar combustíveis alternativos. Quando assumir a Presidência, um de seus primeiros desafios será avaliar os resultados e as perspectivas de recuperação que Chrysler e General Motors apresentarão em marco, depois de obterem ajuda financeira oficial sob intensa crítica da opinião publica e de parlamentares da oposição. Se as duas não forem convincentes, terão que devolver o empréstimo e estarão insolventes, sem recursos para continuar operando. O julgamento das duas empresas será, acima de tudo, político. A Casa Branca sempre deveu favores a Detroit e há interesses cruzados e até pouco conhecidos. Por isso, pouco se acredita que as duas montadoras em dificuldades serão entregues à própria sorte. O mercado sabe que a ajuda dos governos americano e canadense à GM e Chrysler, que em conjunto soma cerca de US$ 20 bilhões, é paliativo. A reconstrução e a busca de novas soluções exigirão do setor recursos 
extraordinários e não disponíveis. Há ainda muitos outros players prontos para reclamar recursos dos governos – como os fornecedores de componentes e serviços e os distribuidores de veículos e autopeças. Obter recursos no mercado financeiro, quando toda a cadeia de produção está em xeque, não será tarefa fácil. Igualmente difícil será financiar a comercialização dos veículos. Outra frente de debates estará na área trabalhista. Os empregados da indústria automotiva “tradicional” demonstraram que não estão dispostos a fazer concessões profundas – como aceitar benefícios reduzidos e 
contratos trabalhistas nas mesmas bases dos empregados das montadoras asiáticas que atuam em território norte-americano, sabidamente inferiores. O mundo inteiro assiste, ainda atônito, à derrocada do setor automotivo, preservado por décadas como símbolo da pujança econômica e industrial americana. Será preciso quase um milagre para colocar tudo numa nova ordem capaz de evitar um colapso de impacto global. Soluções disruptivas, no cenário atual, não podem ser descartadas.
Autor: Paulo Braga
Fonte: http://www.automotivebusiness.com.br/v2/artigosecolunistas.aspx?id_artigo=101
Na verdade, o que eu vejo é a seguinte situação: queremos carros porque achamos bom ter carro. Alguém experto sabe como fazer esse carro e ganhar muito mais carros. Pronto, está feito o jogo. Claro que a questão não é tão simples. Simplesmente deixar as montadoras falirem no meio desse jogo iria gerar um desemprego em massa que não sei em números, mas se contabilizarmos todas as peças que vão em um automóvel, acho que poderíamos colocar uns 40% da mão-de-obra mundial. E esse rebuliço todo o governo também não quer. 
O pensamento atual do povo está mudando, como mesmo colocaste da matéria da scientific american. Se isso é verdadeiro, pra uma nação que sempre achou que o seu umbigo era o centro do universo, então que bom, vejo um futuro melhor para nós. 

Gabriele - quarta, 2 maio 2012
 
Oi gente!
Encontrei uma reportagem da revista GEO muito interessante sobre o mercado do carbono, ela traz um exemplo bem específico que facilita o entendimento.
http://revistageo.uol.com.br/cultura-expedicoes/26/artigo220451-1.asp
É sobre uma termelétrica na Alemanha, que o utiliza o carvão de pior qualidade (leia-se mais poluente) para gerar energia. Como a Sabrina comentou, parece apenas uma comercialização da poluição, o ar poluído virou uma commodity. 
Alguns fragmentos da reportagem:
Apenas" 57% do calor de queima ainda escapam inutilizados através das chaminés das torres de resfriamento, informam os engenheiros orgulhosos. Esse bloco é a usina termoelétrica de linhito mais moderna do mundo. Sua construção custou um bilhão de euros (R$ 2,368 bilhões) e, para que esse investimento seja lucrativo, ela deverá queimar carvão pelo menos até o ano 2042 - e durante esse tempo lançará 250 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.
PARA KREMBEL, a poluição do ar é apenas uma questão de preço - e ele pode acompanhá-lo no canto inferior esquerdo de um de seus monitores. Naquele dia, em junho de 2010, a tela indicava o valor de  15,64 euros (R$ 37,07). Esse era o preço que a RWE pagava pelo direito de ejetar uma tonelada de CO2 através de suas chaminés em Niederaußem.
Se Krembel tivesse de negociar exclusivamente com outros poluidores europeus, o mercado provavelmente se esvaziaria em dado momento, mas os preços continuariam subindo cada vez mais. Nesse caso, transformar o linhito em energia elétrica seria um negócio de grandes prejuízos. Esse seria o mecanismo que forçaria Krembel a pegar o telefone e mandar "estrangular" a produção de Niederaußem. A RWE seria obrigada investir em tecnologia ecologicamente compatível para proteger o clima. Mas com um preço de mercado de  15,64 euros  por tonelada de CO2, Krembel pode-se recostar descontraído em sua cadeira. A quantidade de energia que Niederaußem produz com essa emissão pode ser vendida pelo triplo do preço na bolsa de valores climática.
abs

Gabriele - quarta, 2 maio 2012
 
Bom professor, essa questão de proteger o meio ambiente é realmente complicada e polêmica. Particularmente, eu acho que todas as espécies tem valor intrínseco e tem direito a um ambiente conservado, onde seja possível sua sobrevivência. Claro que esse pensamento pode não ser 100% altruísta, pois hoje conservar o mico-leão-dourado significa conservar a Mata Atlântica (que fornece uma infinidade de serviços ambientais como já citei anteriormente – regulação climática, armazenamento de carbono, controle da erosão, polinização, espécie alimentícias, conservação dos recursos hídricos, espécies medicinais, entre muitos outros), e logo acho que significa também conservar recursos importantes para a sobrevivência do ser humano. Mas se focarmos a sensibilização das pessoas apenas na conservação dos recursos naturais para sobrevivência da espécie humana, acho que estaríamos colocando o homem no centro de tudo, como se o planeta estivesse a serviço do homem, e a natureza como apenas um recurso natural, para ser melhor gerenciado. Acredito que muito se deixaria de conservar, pois às vezes é difícil perceber a importância de forma direta da biodiversidade para a vida humana. Concordo que esse argumento (que é importante conservar para o ser humano) pode ser mais eficaz, mas particularmente não gosto da ideia de abandonar a estratégia de sensibilização de que todas as espécies tem o direito de existir. Em relação à extinção, também concordo que é um processo natural. Grande parte das espécies que existiam há milhões de anos já estão extintas. Mas como eu comentei anteriormente, nunca uma espécie conseguiu acelerar tanto esse processo a ponto de se considerar extinção em massa.Acho que não é um questão de prioridade de conservação de uma espécie em detrimento ao ser humano.  Se formos a fundo, acho que será possível perceber como tudo está inter-relacionado, os problemas sociais, ambientais, políticos, econômicos. Por isso, acho que um discurso de proteção do meio ambiente não exclui o outro, conservando a biodiversidade estamos aumentando as nossas chances de sobrevivência, resolvendo problemas sociais (exemplo do manejo sustentável da espécie ameaçada de extinção a samambaia-preta aqui no RS,onde foi possível manter os hábitos culturais de subsistência da população local e ao mesmo tempo preservar a floresta e a espécie ameaçada). Portanto, penso que os dois discursos são extremamente válidos e complementares. 
Eu acredito que a população humana vai reduzir seu número drasticamente, mas não acredito que vá se extinguir (não tão cedo pelo menos). Como comentou a Valéria, o que precisamos para garantir a sobrevivência da espécie humana é uma sociedade com outros valores. 
Bom, trouxe apenas um outro ponto de vista para o debate aos 48 do segundo tempo =)
Boa noite e até amanha.

Valeria - quinta, 3 maio 2012
 
Aos 49 do segundo tempo, concordo plenamente com a Gabi. Está na hora de pararmos de achar que somos o centro do universo e passarmos a ter outros valores! Que mania essa que temos de achar que todos os outros (e o planeta) está à nossa disposição e que isso nos dá o direito de exigirmos e fazermos o que quisermos, como se nada tivesse um custo ou como se isso não tivesse nada a ver conosco. Afinal de contas, "os outros que se virem para arrumar o que eu desarrumei hoje".
Abraços!

Valeria - quinta, 3 maio 2012
 
Muito boa essa reportagem que a Gabi indicou! Um dos trechos mais paradigmáticos para mim foi logo no início, quando fala que os conferencistas na reunião do Protocolo de Kyoto aprovaram o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, ou seja, no fundo aprovaram as próprias emissões de carbono. “... Em essência, a cláusula diz que as nações industrializadas podem comprar sua isenção do compromisso de emitir menos dióxido de carbono (CO 2 ) ao remunerar outros países para que economizem suas próprias emissões em seus lugares.” (grifo meu).
Comprar a isenção do compromisso... não parece totalmente irracional isso? Quer dizer: eu, país, posso poluir tudo o que quiser, porque posso comprar minha parcela de isenção do compromisso de poluir menos e se isso tiver um preço menor (custo) do que o preço que eu recebo do mercado por poluir(receita), isso será lucrativo e eu não preciso parar de poluir. Com esse comentário, estou concordando com o Minelle e com tantos outros colegas sobre a “mercantilização da coisa”. Quando se fala em MDL tem-se a falsa (a meu ver) ideia de que é uma ferramenta de proteção ao meio ambiente. Tudo bem que é um mecanismo de tentar equilibrar e diminuir as emissões, mas a ideia que me vem à mente quando se fala em MDL é de prevenção e, na verdade, não tem nada a ver com isso e sim com manter o sistema poluente funcionando simplesmente isentando os poluidores do compromisso se eles tiverem condições de comprar esse direito e se esse direito ainda lhes for menos custoso que a receita que obterão se continuarem gerando seus produtos à base de poluição.
A conta me parece simples na cabeça do industrial: se eu posso comprar o direito a me eximir de poluir menos e se isso é mais lucrativo que ter que trocar minha matriz energética/produtiva e ainda assim posso passar uma imagem de preocupação com o meio ambiente (sim, porque quem compra o direito de continuar poluindo financiando projetos de redução de CO2 em países em desenvolvimento, ainda passa imagem de “bonzinho”, de “ecologicamente correto”). Mesmo que, como no trabalho da Ana Teléforo isso seja justificado pelo fato de que, no ar, todas as emissões se misturam, de que não há fronteiras físicas para restringir a poluição de um país para outro e que, portanto, é válido que um país financie projetos de redução de CO2 de outros países, não é coerente com a corrente da sustentabilidade, porque, em essência, não é a preocupação com a mudança de atitudes que gera a adesão ao Protocolo de Kyoto e aos MDL e sim, simplesmente, uma conta matemática: é mais vantajoso continuar poluindo e comprar esse direito do que implementar uma mudança radical de produção.
Segundo o site http://planetasustentavel.abril.com.br/glossario/m.shtml?plv=mecanismo-de-desenvolvimento-limpo-mdl, MDL é “... um mecanismo previsto no Protocolo de Kioto, criado para reduzir as emissões de gases responsáveis pelo aquecimento global. O MDL torna possível, também, o desenvolvimento sustentável em países emergentes, pois os países industrializados que não cumprirem suas metas de lançamento de poluentes na atmosfera podem compensar o problema financiando projetos de redução da poluição nesses países. Segundo estimativas do Banco Mundial, esse mercado pode movimentar cerca de US$ 1 bilhão por ano.” Ou seja, é um mercado muitíssimo lucrativo. Isso sem contar a imagem positiva para as empresas e países que aderem que, certamente, não deve estar nessa conta.
Primeiro, queria dizer que desenvolvimento sustentável não é isso. Esse termo está em moda e não se restringe ao que está no conceito acima.
Segundo, estou meio farta também desse discurso, da manipulação de fatos, dados e da distorção de ideias. Se é difícil para nós, pessoas letradas e mais “cultas” (no sentido de capacidade de reflexão e acumulação e assimilação de conhecimentos) entendermos os meandros do mercado da sustentabilidade, o que sobra para a maioria dos brasileiros que simplesmente se senta à frente da Tv todas as noites e assiste ao Jornal da Globo. Não queria entrar no discurso do “contra o capitalismo e contra a Tv Globo”, porque o acho meio raso, às vezes, mas a menção a isso me pareceu cabível e inevitável no comentário que fiz acima.
Enfim, ainda assim acredito que nós, estudiosos e pesquisadores, temos que continuar refletindo e gerando conhecimento (principalmente isso!) para tentarmos mudar alguma coisa. Não dá para ficar parado e assistindo a degradação da sociedade e do mundo! Somos um grão de areia numa imensidão do deserto, mas ainda assim somos um grão de areia. E, como tais, temos a obrigação de cumprirmos nossa missão no planeta e fazermos algo!

Valeria - quinta, 3 maio 2012
 
Ainda sobre a reportagem indicada pela Gabi, vocês viram essa figura? Dá o que pensar, não?!



Marcio - quinta, 3 maio 2012
 
Sobre o aquecimento global, fiquei curioso em pesquisar mais sobre o trabalho do professor da USP, o climatologista Ricardo Augusto Felício, entrevistado ontem pelo Jô (http://programadojo.globo.com/videos/v/o-aquecimento-global-e-uma-mentira-e-o-que-afirma-o-climatologista-ricardo-augusto/1930554/). Ele afirma que o "aquecimento global" eh mentira e que nao há nada de muito significativo em termos de mudanças de temperaturas e/ou de subida do nível dos oceanos. Ainda que discorde, fiquei com a pulga atrás da orelha - ele até mesmo citou o caso do CFH e da camada de ozônio, falando que é tudo balela, financiada pela indústria assim que o prazo da patente do CFH ia expirar...
Sobre a questão do Russo. Jared Diamond é um pesquisador que escreve excelentes livros (na minha opinião), entre eles "Collapse: How Societies Choose to Fail or Succeed".
Ele caracteriza "colapso" como uma diminuição abrupta e severa da diversidade e complexidade de uma sociedade, que pode até mesmo resultar no seu desaparecimento. Os Maias desapareceram, mas na Ilha de Páscoa ainda há gente, mas as duas são exemplos de colapso. O exemplo mais clássico citada por ele é a Ilha de Páscoa!
Ele identifica cinco (5) fatores-chave para que sociedades colapsem:
1) Mudanças Climáticas (surpresa, não? =P)
2) Vizinhos hostis
3) Falta de parceiros comerciais
4) Problemas ambientais =)
5) Problemas de adaptação a fatores ambientais
Fica fácil de observar que as questões climáticas e ambientais são essenciais per se, mas principalmente pela maneira como lidamos com elas, seja as causando, seja nos adaptando a elas.
Ele também lista 12 problemas ambientiais atuais, dos quais 8 já ajudaram a fazer com que sociedades antigas sofressem colapsos e os 4 últimos são "inovações" nossas:
1) Desflorestamento e destruição de habitats naturais
2) Problemas de solo (erosão, salinização, perda de fertilidade)
3) Problemas na gestão da água
4) Excesso de caça
5) Excesso de pesca
6) Efeitos nocivos de espécies introduzidas em espécies nativas
7) Excesso de população
8) Aumento do impacto ambiental per capita
9) Mudanças climáticas antropogênicas
10) Acúmulo de toxinas no meio-ambiente
11) Falta de energia (apagões)
12) Total utilização, pelo homem, da capacidade fotosintética da terra
Ele também cita fatores culturais, tais como a resistência de alguns povos a modificarem alguns hábitos e se darem mal por isso (qualquer semelhança é mera coincidência =P), tais como a resistência a comer peixes na Groelândia.
O fator de maior relevância em quase todos os casos é o excesso de população em relação à capacidade ambiental (carrying capacity) disponível. Mas salienta que não são só fatores ambientais que importam, pois há colapsos que deixam isto claro (militares e/ou econômicos), tais como a destruição de Cártaga por Roma e o do antigo regime na União Soviética.
Bom, vejo todos na aula!

RODRIGO - quinta, 3 maio 2012
 
Vídeo do mesmo professor postado pelo Marcio mas em outra rede televisiva
http://videos.r7.com/cientista-brasileiro-contesta-hipotese-do-aquecimento-global/idmedia/4ed96e21fc9be6230f1d1953.html
Anexo também uma "pesquisa" que tivemos que fazer na graduação ao final das disciplinas de climatologia I, climatologia II e Poluição atmosférica. Ela não está em padrões científicos (sequelas da graduação) mas acredito que aborda a maioria das teorias que haviam ao final de 2009 sobre possíveis razões naturais do aquecimento terrestre e antrópicas - acabou gerando uma apresentação e podemos expô-la em um Encontro de Eng. Ambiental no RJ.
Achei muito legal a aula de hoje e quero reestabelecer meu ponto de vista ao do grupo dos moderados. Sendo da origem que for, temos que investir massivamente em MDL e tecnologias "sustentáveis" pois nosso modelo de desenvolvimento impacta, e muito, em escala local (ou global?) na estabilidade e manutenção dos ecossistemas.

Fernando - sábado, 5 maio 2012
 
Guru verde renega catastrofismo climático
Depois de prever que o aquecimento global mataria bilhões de pessoas e reduziria a humanidade a um punhado de refugiados no Ártico, o cientista britânico James Lovelock, 92, admitiu que exagerou no catastrofismo.
Criador da hipótese Gaia, segundo a qual a Terra se comportaria como um imenso organismo vivo, Lovelock é um dos gurus do movimento ambientalista.
Também escreveu uma série de best-sellers sobre o futuro apocalipse climático, como "A Vingança de Gaia", de 2006 (confira outras previsões dele no quadro à dir.)
Em entrevista ao site da rede americana MSNBC, Lovelock disse que o comportamento do clima da Terra desde o ano 2000 contrariou suas previsões mais pessimistas, e que serão necessários mais estudos para entender o futuro do planeta.
"O problema é que não sabemos o que o clima está fazendo, embora achássemos que sabíamos 20 anos atrás. Isso levou à publicação de alguns livros alarmistas, inclusive os meus", disse Lovelock, um dos pioneiros do estudo da química atmosférica.
"O clima continua fazendo os seus truques de sempre. Não tem nada de muito emocionante acontecendo agora. Deveríamos estar a meio caminho de fritarmos", mas não é isso o que está ocorrendo, reconheceu o pesquisador.
ESQUISITO
Para Lovelock, é estranho que a temperatura global da Terra não tenha passado por algum aumento nos últimos 12 anos, enquanto os níveis atmosféricos de CO2 (gás carbônico ou dióxido de carbono), principal gás que esquenta o planeta, continuam subindo e batendo recordes.
Lovelock declarou ainda que outros ativistas antiaquecimento global, como o ex-vice-presidente americano Al Gore, também forçaram a mão no catastrofismo.
Gore não se manifestou sobre a entrevista de Lovelock. As declarações também não repercutiram entre os principais climatologistas do mundo, em parte porque quase ninguém, entre os que estão na vanguarda das pesquisas sobre o clima, têm opiniões tão extremas quanto as que ele defendia.
"Fico feliz que ele tenha mudado de ideia, mas Lovelock simplesmente não lia mais a literatura científica sobre o clima", disse o físico americano Joseph Romm, do site "Climate Progress".
Para ficar só no exemplo mais simples, a maioria das simulações do clima do futuro indica que a temperatura global deve ficar mais de dois graus Celsius mais quente até o fim deste século.
Esse aumento pode causar secas, inundações e aumento (de 1 m) no nível do mar. Mas não deve chegar perto dos cinco graus Celsius propostos por Lovelock.
REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE "CIÊNCIA + SAÚDE"
FOLHA DE SÃO PAULO
FOLHA.COM
http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/1085890-guru-verde-renega-catastrofismo-climatico.shtml

Fernando - sábado, 5 maio 2012
 
http://exame.abril.com.br/economia/meio-ambiente-e-energia/noticias/guro-ambiental-james-lovelock-admite-fui-alarmista-sobre-o-clima
Revés | 23/04/2012 14:55
Guru ambiental James Lovelock admite: “Fui alarmista sobre o clima”
Cientista que pintou um dos cenários mais radicais para as mudanças climáticas prepara livro onde diz que o aquecimento global está mais lento do que previa
Wikimedia Commons
Lovelock ficou famoso ao propôr a hipótese de Gaia, segundo a qual a Terra é viva e pode ser considerada um gigantesco superorganismo
São Paulo – Aos 92 anos, James Lovelock, um dos cientistas pensadores mais influentes emmeio ambiente – e um dos mais apocalípticos sobre os efeitos das mudanças climáticas e do aquecimento global – está revendo suas ideias. Em entrevista ao site MSNBC, ele admitiu ter sido “alarmista” em suas previsões.
Famoso por propôr a hipótese de Gaia, também conhecida como hipótese biogeoquímica, segundo a qual a Terra é viva e pode ser considerada como um gigantesco superorganismo, o britânico prepara um novo livro onde confessa que as mudanças climáticas estão, sim, em curso, mas de forma muito mais lenta do que previa no passado.
“Extrapolei, fui longe demais”, diz o cientista, para quem o clima está realizando truques habituais. “Não há nada realmente acontecendo ainda. Nós deveríamos estar a meio caminho em direção a um mundo em estado de 'fritamento' agora", disse ele.
De acordo com a reportagem, em sua nova obra, prevista para ser lançada em 2013, Lovelock vai abordar possíveis caminhos para humanidade agir a fim de ajudar a regular os sistemas naturais da Terra.
A publicação será a terceira de uma trilogia que conta com a “Vingança de Gaia”, sobre como o planeta está se tornando hostil aos seres humanos e como poderíamos sobreviver, e "Gaia: Alerta Final”.
Na entrevista, Lovelock também apontou Al Gore com seu documentário "Uma Verdade Inconveniente" e Tim Flannery , autor do livro "Os gestores de tempo" como outros exemplos de pensadores "alarmistas" em suas previsões do futuro.

Fernando - sábado, 5 maio 2012
 
http://worldnews.msnbc.msn.com/_news/2012/04/23/11144098-gaia-scientist-james-lovelock-i-was-alarmist-about-climate-change?lite
'Gaia' scientist James Lovelock: I was 'alarmist' about climate change
Jacques Demarthon/ AFP/Getty Images
British environmental guru James Lovelock, seen on March 17, 2009 in Paris, admits he was "alarmist" about climate change in the past.
By Ian Johnston, msnbc.com
James Lovelock, the maverick scientist who became a guru to the environmental movement with his “Gaia” theory of the Earth as a single organism, has admitted to being “alarmist” about climate change and says other environmental commentators, such as Al Gore, were too.
Lovelock, 92, is writing a new book in which he will say climate change is still happening, but not as quickly as he once feared.
He previously painted some of the direst visions of the effects of climate change. In 2006, in an article in the U.K.’s Independent newspaper, he wrote that “before this century is over billions of us will die and the few breeding pairs of people that survive will be in the Arctic where the climate remains tolerable.”
The new book, due to be published next year, will be the third in a trilogy, following his earlier works, “Revenge of Gaia: Why the Earth Is Fighting Back – and How We Can Still Save Humanity,” and “The Vanishing Face of Gaia: A Final Warning: Enjoy It While You Can.”However, the professor admitted in a telephone interview with msnbc.com that he now thinks he had been “extrapolating too far."
The new book will discuss how humanity can change the way it acts in order to help regulate the Earth’s natural systems, performing a role similar to the harmonious one played by plants when they absorb carbon dioxide and produce oxygen.
Climate's 'usual tricks'
It will also reflect his new opinion that global warming has not occurred as he had expected.
“The problem is we don’t know what the climate is doing. We thought we knew 20 years ago. That led to some alarmist books – mine included – because it looked clear-cut, but it hasn’t happened,” Lovelock said.
“The climate is doing its usual tricks. There’s nothing much really happening yet. We were supposed to be halfway toward a frying world now,” he said.
“The world has not warmed up very much since the millennium. Twelve years is a reasonable time… it (the temperature) has stayed almost constant, whereas it should have been rising -- carbon dioxide is rising, no question about that,” he added.
He pointed to Gore’s “An Inconvenient Truth” and Tim Flannery’s “The Weather Makers” as other examples of “alarmist” forecasts of the future.
In 2007, Time magazine named Lovelock as one of 13 leaders and visionaries in an article on “Heroes of the Environment,” which also included Gore, Mikhail Gorbachev and Robert Redford.
“Jim Lovelock has no university, no research institute, no students. His almost unparalleled influence in environmental science is based instead on a particular way of seeing things,” Oliver Morton, of the journal Nature wrote in Time. “Humble, stubborn, charming, visionary, proud and generous, his ideas about Gaia have started a change in the conception of biology that may serve as a vital complement to the revolution that brought us the structures of DNA and proteins and the genetic code.”
Lovelock also won the U.K.’s Geological Society’s Wollaston Medal in 2006. In a posting on its website, the societysaid it was “rare to be able to say that the recipient has opened up a whole new field of Earth science study” – referring to the Gaia theory of the planet as single complex system.NYT: Most tie extreme weather to global warming, poll finds
However Lovelock, who works alone at his home in Devon, England, has fallen out with the green movement in the past, particularly after saying countries should build nuclear power stations to help reduce the greenhouse gas emissions caused by coal and oil.
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Asked if he was now a climate skeptic, Lovelock told msnbc.com: “It depends what you mean by a skeptic. I’m not a denier.”
He said human-caused carbon dioxide emissions were driving an increase in the global temperature, but added that the effect of the oceans was not well enough understood and could have a key role.
“It (the sea) could make all the difference between a hot age and an ice age,” he said.
He said he still thought that climate change was happening, but that its effects would be felt farther in the future than he previously thought.
“We will have global warming, but it’s been deferred a bit,” Lovelock said.
'I made a mistake'
As “an independent and a loner,” he said he did not mind saying “All right, I made a mistake.” He claimed a university or government scientist might fear an admission of a mistake would lead to the loss of funding.
Lovelock -- who has previously worked with NASA and discovered the presence of harmful chemicals (CFCs) in the atmosphere but not their effect on the ozone layer -- stressed that humanity should still “do our best to cut back on fossil fuel burning” and try to adapt to the coming changes.
Peter Stott, head of climate monitoring and attribution at the U.K.’s respected Met Office Hadley Centre, agreed Lovelock had been too alarmist with claims about people having to live in the Arctic by 2100.
However, Stott said this was a short-term trend that could be within the natural range of variation and it would need to continue for another 10 years or so before it could be considered evidence that something was missing from climate models.And he also agreed with Lovelock that the rate of warming in recent years had been less than expected by the climate models.
US sees warmest March, and first quarter, on record
Stott said temperature records and other observations were “broadly speaking continuing to pan out” with what was expected.
He said there did need to be greater understanding of the effect of the oceans on the climate and added that air particles caused by pollution – which cool the Earth by reflecting the sun’s heat -- from rapidly developing countries like China could be having an effect.
On Lovelock, Stott said he had “a lot of respect” for him, saying “he’s had a lot of good ideas and interesting thoughts.”
“I like the fact he’s provocative and provokes people to think about these things,” Stott said.
Keya Chatterjee, international climate policy director of environmental campaign group WWF-US, said in a statement that it was "hard not to get overwhelmed and be defeatist" about the challenges facing the planet, but suggested alarmist talk did not help persuade people to act to reduce climate change.
"While the problem is becoming increasingly urgent, we’ve found that focusing on the most dire predictions does not resonate with the public, governments, or business. People tend to shut off when a problem does not seem solvable," she said.
"And that’s not the case with climate change because we can still avoid its worst impacts. We know that we already have all of the technologies needed to slow climate change down.  We only lack the political will to go up against vested interests," she added.
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According to the Intergovernmental Panel on Climate Change, the leading body on the subject, the world’s average temperature has risen by about 1.5 degrees Fahrenheit since 1900. By 2100, it predicts it will rise by another 2 to 11.5 degrees, depending upon the levels of greenhouse gases emitted.
The statement said “the impacts of a changing climate” were already being felt around the globe, with “more frequent extreme weather events of certain types (heat waves, heavy rain events); changes in precipitation patterns … longer growing seasons; shifts in the ranges of plant and animal species; sea level rise; and decreases in snow, glacier and Arctic sea ice coverage.”Asked to give its latest position on climate change, the National Oceanic and Atmospheric Administration said in a statement that observations collected by satellites, sensors on land, in the air and seas “continue to show that the average global surface temperature is rising.”
NOAA reports its data in monthly U.S. and global climate reports and annual State of the Climate reports.  
Its annual climate summary for 2011 said that the combined land and ocean surface temperature for the world was 0.92 degrees above the 20th century average of 57.0 degrees, making it the 35th consecutive year since 1976 that the yearly global temperature was above average.
“All 11 years of the 21st century so far (2001-2011) rank among the 13 warmest in the 132-year period of record. Only one year during the 20th century, 1998, was warmer than 2011,” it said.
In the interview, Lovelock said he would not take back a word of his seminal work “Gaia: A New Look at Life on Earth,” published in 1979.
But of “Revenge of Gaia,” published in 2006, he said he had gone too far in describing what the warming Earth would see over the next century.
“I would be a little more cautious -- but then that would have spoilt the book,” he quipped.

Valeria - segunda, 7 maio 2012
 
Oi pessoal
Convido-os a assistirem ao vídeo http://vimeo.com/39048998
Tem 3 minutinhos apenas!
Abraços!

Fernando - quarta, 23 maio 2012
 
A extinção como parte da história da Terra
 O biofísico Henrique Lins de Barros, que apresentou o livro 'Biodiversidade em Questão' no CBPF, afirma que a sociedade atual vive em constante clima de "medo", que vai desde o temor ao terrorismo à preocupação com a perda de recursos naturais.
"Se não há extinção [de espécies], não há renovação e a vida se extingue". A afirmação foi proferida pelo biofísico Henrique Lins de Barros, durante seu colóquio no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) ontem (22), Dia da Biodiversidade. Na ocasião, o pesquisador lançou o livro 'Biodiversidade em Questão', publicado pelas editoras Fiocruz e Claro Enigma.
Barros alertou para a tendência de os pesquisadores apresentarem "uma série de estatísticas", "nem sempre confiáveis" quando o tema é biodiversidade e que a ciência é vista ao mesmo tempo como "vilã" (por promover a alta tecnologia) e "a última solução" para as crises. "É uma questão existencial. Somos responsáveis pelo desenvolvimento que está levando à crise global", destaca, lembrando que "é uma situação de variáveis múltiplas, o que torna difícil separar a biodiversidade e mudanças climáticas".
Assim como no livro, o biofísico recordou que parte do "processo de deterioração do meio ambiente" começa na época dos descobrimentos e lembrou que a extinção sempre foi parte da História. Porém, longe de aceitar passivamente os processos de desaparecimento de espécies, Barros responsabiliza também os humanos, já que "os indicadores mostram que a ação antrópica leva a uma extinção mais rápida".
No entanto, ele lembra também que, com o desenvolvimento da ciência e do conhecimento do meio, as espécies foram mais bem caracterizadas. "Ficamos sabendo mais das extinções em comparação com o século XIX ou XVIII. Então, há um pouco de catastrofismo, pois, afinando nossa caracterização, qualquer mudança é notada", pondera.
História da vida - Barros explica que o livro tem como intenção contar, "para um público mais amplo", não especialista, a história da vida na Terra, com suas transformações. Dividida em oito capítulos, a obra começa abordando o problema da perda da biodiversidade e como isso compromete o futuro da humanidade. No segundo capítulo, o autor analisa a chegada dos europeus às Américas e procura mostrar como a preservação da biodiversidade está ligada ao respeito à diversidade cultural.
Em seguida, são apresentados os trabalhos de Lineu, Darwin, Lamarck, Darwin e Wallace, dentre outros. Já os capítulos 5 e 6 são dedicados à idade da Terra e à trajetória da vida no planeta. E nos dois últimos capítulos, são mostrados os fenômenos catastróficos e a atual preocupação com a preservação da biodiversidade, que aponta para uma mudança de hábitos e políticas.
Contradições - O pesquisador ressalta que a sociedade atual vive em contradição e dá como exemplo a busca por um aumento na longevidade humana enquanto, por outro lado, incentiva-se o controle de natalidade. E assegura que o planeta tem capacidade de abrigar mais gente, porém, não com o mesmo padrão de vida de países do primeiro mundo como os Estados Unidos, onde, em geral, se consome mais.
Apesar de sublinhar que a ação antrópica é responsável por uma perda de recursos naturais "sem possibilidade de reparação", Barros pondera que atualmente se vive em constante clima de "medo". "Medo de esgotarmos os recursos terrestres, medo do aquecimento global, medo ao terrorismo. Temos medo o tempo inteiro, apesar de termos menos no Brasil". Para ele, dominar por meio do medo é comparável a educar uma criança usando recursos para assustá-la. "A sociedade está dominada pelo medo. Desde a II Guerra Mundial há uma ameaça de catástrofe", conclui.

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