sexta-feira, 6 de julho de 2012

Resíduos Sólidos

LUIS FELIPE - sexta, 30 março 2012

Qual a sua opinião sobre:
1) Separação dos resíduos nas residências - O que fazer para esta separação ser mais eficiente?
2) Descarte de produtos e embalagens - quem são os responsáveis pelo correto descarte de produtos e embalagens? Quem deve para os custos do recolhimento e destinação adequada?
3) Catadores - por que existem catadores nas ruas? Esta atividade deve continuar existindo?
4) No futuro teremos uma sociedade com mais ou menos lixo do que hoje?
5) O que fazer para reduzir o volume de lixo gerado pela sociedade?

Valeria - domingo, 1 abril 2012

Olá, pessoal!
Gostaria de incluir mais um tópico de discussão, se possível, que é sobre a geração de resíduos sólidos nas pequenas empresas. Encontrei algumas matérias bem interessantes sobre empresas que fizeram pequenos investimentos (desmistificando um pouco a ideia de que investir em práticas sustentáveis é algo oneroso) em seus sistemas de gestão e produção estiveram ganhos significativos em termos de redução de desperdícios. Todas foram elencadas do site do Centro SEBRAE de Sustentabilidade. Vejam em:
http://www.sustentabilidade.sebrae.com.br/portal/site/Sustentabilidade/menuitem.745f6ae78e55058f73042f20a27fe1ca/?vgnextoid=5c6c249ae28e5310VgnVCM1000002af71eacRCRD&vgnextfmt=default , http://www.sustentabilidade.sebrae.com.br/portal/site/Sustentabilidade/menuitem.745f6ae78e55058f73042f20a27fe1ca/?vgnextoid=37271bfc18236310VgnVCM1000002af71eacRCRD&vgnextfmt=default,http://www.sustentabilidade.sebrae.com.br/portal/site/Sustentabilidade/menuitem.745f6ae78e55058f73042f20a27fe1ca/?vgnextoid=883c249ae28e5310VgnVCM1000002af71eacRCRD&vgnextfmt=default,http://www.sustentabilidade.sebrae.com.br/portal/site/Sustentabilidade/menuitem.745f6ae78e55058f73042f20a27fe1ca/?vgnextoid=11cc249ae28e5310VgnVCM1000002af71eacRCRD&vgnextfmt=default,http://www.sustentabilidade.sebrae.com.br/portal/site/Sustentabilidade/menuitem.745f6ae78e55058f73042f20a27fe1ca/?vgnextoid=e19c249ae28e5310VgnVCM1000002af71eacRCRD&vgnextfmt=default,http://www.sustentabilidade.sebrae.com.br/portal/site/Sustentabilidade/menuitem.745f6ae78e55058f73042f20a27fe1ca/?vgnextoid=0bbc249ae28e5310VgnVCM1000002af71eacRCRD&vgnextfmt=default,http://www.sustentabilidade.sebrae.com.br/portal/site/Sustentabilidade/menuitem.745f6ae78e55058f73042f20a27fe1ca/?vgnextoid=33ca249ae28e5310VgnVCM1000002af71eacRCRD&vgnextfmt=default,http://www.sustentabilidade.sebrae.com.br/portal/site/Sustentabilidade/menuitem.745f6ae78e55058f73042f20a27fe1ca/?vgnextoid=a04b249ae28e5310VgnVCM1000002af71eacRCRD&vgnextfmt=default(essa aqui é muito interessante, sobre o reaproveitamento das cascas de coco verde).
Em todas as matérias são abordados alguns tópicos sobre os quais já tivemos oportunidade de discutir, tanto na aula sobre a Pegada Hídrica como na de Resíduos Sólidos Urbanos.
Abraços!

Alan - domingo, 1 abril 2012

Olá pessoal.
Darei minhas opiniões baseadas somente no que eu conheço até então e no “feeling” sem ler o material.
A respeito da separação dos resíduos nas residências, não vejo outra maneira além da educação ambiental. Lembro que no ensino fundamental (isso há uns 15 anos) a escola em que estudava havia feito um trabalho com respeito à separação do lixo e os alunos passavam de casa em casa no bairro distribuindo panfletos e explicando sobre o tema. Minha mãe aprendeu a separar a partir desse momento e vem o fazendo desde então. A escola era municipal e de ótima qualidade, mas tenho certeza que em cidades grandes onde as diferenças sociais são maiores, isso não acontece de forma efetiva. Isso porque de cada 100 que recebem as "instruções" acredito que apenas uns 10 realmente aprenderão a fazer a separação. Se a cadeia do incentivo fosse CONTÍNUA e fosse governo -> escolas -> alunos -> lares, a separação com certeza atingiria uma parte de população maior.
O descarte de produtos e embalagens deveria ser responsabilidade de todos, desde a indústria que fabrica até o usuário que os compra e gera. Isto é, a indústria deve pensar em maneiras de reduzir a quantidade final de resíduos que o consumo do seu produto irá gerar pós-consumo, enquanto que o consumidor deveria olhar para o produto e compará-lo com outro para ver se valeria a pena comprar por exemplo 4 Coca-Colas de 1,5L ou 3 de 2L para uma festa. Porém, seria interessante as grandes indústrias tomassem a atitude (ou serem cobradas disso) e promovessem pontos de coleta dos resíduos gerados. Esses pontos de coleta poderiam ser de diversos resíduos, uma vez que, se notarmos que uma única empresa como a Unilever produz uma centena de produtos que consumimos no dia-a-dia (alimentos, higiene, nutrição, etc.).
Com relação aos catadores, acredito que existam por causa da grande diferença entre as classes-sociais e aqui incluo a grande diferença educacional também, não apenas econômica, que ocorre há décadas no Brasil. Não vejo como não ter esse tipo de trabalho sem existir um sistema que coíba tal ação através de políticas sociais de inclusão na sociedade através de educação, dignidade de moradia e incentivo ao trabalho.
Não tem como ter uma sociedade no futuro com menos lixo do que a atual. O consumismo exacerbado da sociedade não permite isso. Não me incluo fora disso, mas acredito que algumas atitudes ao menos me levem pro lado oposto. Quando quebrei minha máquina digital, não fui correndo comprar outra, mas sim mandei arrumá-la. Meu celular, eu tenho há 3 anos, e troquei somente porque o outro que tinha simplesmente não tinha conserto. Aposto que tem gente que diz se preocupar com o meio ambiente e troca de celular todo o ano e põe o antigo no lixo. O que poderá acontecer no futuro é termos formas mais econômicas e melhores de reutilizar esse resíduo (que de certa forma deixa de ser lixo), diminuindo o desgaste com a extração da matéria-prima e poupando um pouco nossa “Terra”.
A redução do volume de lixo gerado está relacionada a todas as perguntas-respostas comentadas anteriormente. Educação e conscientização são as chaves para o negócio. Para isto, como eu disse na última aula, o governo não deveria ser responsável??
Abraço!

Valeria - domingo, 1 abril 2012

Concordo com o Alan. Acho que a questão dos resíduos sólidos urbanos é, sim, responsabilidade de todos. Temos que ter mecanismos eficientes de descarte e de reaproveitamento do que pode ser reutilizado. Isso passa por um alinhamento entre o discurso e a prática. Vejo milhares de campanhas sendo feitas, mas que parecem meio desconectadas da realidade às vezes. O próprio governo e as empresas fazem campanha para o descarte correto dos materiais mas, quando precisamos, não temos onde descartá-los. No ano passado eu passei cerca de 6 meses guardando duas lâmpadas fluorescentes e mais de um ano guardando 2 celulares quebrados e não consegui descarte para eles. Para as lâmpadas eu finalmente consegui descarte em um supermercado, mas para os celulares, ainda não encontrei uma solução. Estão lá, guardados com minhas coisas em Brasília.
Como esse é um assunto que tem despertado muito interesse nos anos mais recentes, creio que há uma predisposição maior da sociedade em fazer o descarte correto dos resíduos, mas se isso não for algo de fácil acesso, não resolverá o problema. Há que se ter o incentivo à população para que efetue o descarte (como o exemplo que o Professor citou da Alemanha, sobre o lixo colocado no contêiner gerar um custo mais alto de descarte para o "proprietário" do lixo), há que se ter mecanismos de fácil acesso a esse descarte e há que haver o incentivo às empresas para que também tenham benefícios em realizar o recolhimento do que lhe é cabido em termos de resíduos jogados ao meio ambiente. Como um ciclo fechado, que produz, elimina, recolhe e reaproveita, gerando novos resíduos que são recolhidos e reaproveitados.
Para mim, é uma questão de não somente envolver a todos, mas de criar mecanismos que facilitem o descarte e o reaproveitamento.

Valeria - domingo, 1 abril 2012

Quanto à questão da continuidade da existência dos catadores, não tenho uma opinião formada. Eles existem porque há uma necessidade na sociedade e porque é a oportunidade que surgiu como fonte de renda para esses trabalhadores. Conheci algumas cooperativas de catadores de lixo e, ao contrário do que se possa pensar, muitos deles encaram com muita dignidade seu trabalho, se vêm como "limpadores do planeta" e têm bastante orgulho do que fazem. As cooperativas são bem organizadas. Claro que se pensarmos sob nosso ponto de vista, isso é algo que talvez não fizéssemos, mas em cooperativas de catadores bem estruturadas e organizadas, é um trabalho como outro qualquer. Não vou me ater aos extremos, dos catadores que trabalham explorados por intermediários e que têm condições muito desiguais de trabalho, porque os extremos nunca são bons exemplos e, certamente, não deveriam existir em uma sociedade justa e igualitária. Na medida do possível, vejo que as cooperativas de catadores desempenham um papel importante na sociedade, que possibilitam uma fonte de renda e que esse trabalho é uma forma de inclusão social também, a partir do momento em que gera renda e permite que o trabalhador seja um consumidor na sociedade (de produtos e serviços).

Valeria - domingo, 1 abril 2012

Outra forma de reaproveitamento dos resíduos que não me lembro de termos comentado são as iniciativas de uso de matérias orgânicas na culinária, como cascas de banana e outras frutas e folhas e talos de alguns vegetais. Eu mesma já teste algumas receitas e ficam boas. A questão aqui, passa um pouco pelo preconceito, mas, principalmente, pelo uso de agrotóxicos, concentrado nas cascas, como se sabe. E como os produtos orgânicos ainda são mais caros em relação ao preços dos produtos convencionais, essa prática de reaproveitamento fica prejudicada, no meu ver.
Outra iniciativa muito legal é o "Minhocasa", que é uma solução originária de Brasília, simples e barata para a destinação adequada de resíduos orgânicos transformando-os em adubo natural de excelente qualidade. O ciclo de compostagem é de 50 dias. Não tem cheiro e é bastante higiênico. Sem contar que as minhoquinhas são fofas! A quem se interessar, recomendo:
http://www.minhocasa.com.br/ e http://www.youtube.com/watch?v=_p4n0N_J7QU. Tenho uma amiga que tem em casa e usa o adubo gerado em uma mini horta que tem no próprio apartamento.

Fernando - domingo, 1 abril 2012

Realmente noto dificuldades para o descarte que se resolvidas contribuiriam bastante para um menor impacto ao meio ambiente.
E, no caso dos telefones - não sei aqui no sul -  mas em SP, nas lojas das operados de celular tem postos de coleta de baterias, recarregadores e aparelhos.

Fernando - domingo, 1 abril 2012

Penso que a separação dos resíduos nas residências dependem de conscientização e de uma estrutura de coleta seletiva que equilibre a causa com o interesse econômico em torno da atividade - talvez isso fosse possível com a valorização da reciclagem em si, e não somente com o valor de venda do material.
Todos os atores são responsáveis quanto às práticas em torno da reciclagem, porém o produtor tem poder e maiores condições de gerir o processo até o fim (tem autonomia sobre os materiais utilizados na produção, embalagem, distribuição e comunicação com o mercado). Por exemplo, o fabricante passaria a ser responsável por uma cota de reciclagem dos materiais utilizados como embalagem proporcional à quantidade destes materiais utilizados na produção.
Quanto aos catadores, como já mencionado pelos colegas, vejo se tratar de uma questão social e falta de melhores oportunidades de geração de renda. Situação na qual se desenvolveu o modelo brasileiro de coleta de recicláveis.
No futuro é provável que tenhamos maior quantidade de lixo devido ao aumento do consumo, porém é possível utilizar menor quantidade de materiais na produção. Portanto, assim, teríamos maior quantidade de resíduos em volume total, apesar da diminuição do volume produzido individualmente em níveis iguais de consumo.
Para reduzir o volume de lixo produzido é preciso haver uma diminuição dos materiais utilizados na produção e algum mecanismo que aumente a vida útil dos produtos.

Ismael - domingo, 1 abril 2012

Bom, vamos lá...bastante material e informações sobre o assunto.
Vou começar falando sobre o artigo Zero Waste, o qual abordou bastante o conceito de economia circular, voltada para a redução/eliminação na produção de resíduos (ciclo fechado) através do aproveitamento dos resíduos gerados para a produção de produto igual ou diferente de mesma qualidade, e não apenas na "disposição adequada" dos resíduos. Vejo que algumas soluções para os resíduos sólidos urbanos saiam dessa ideia, pois ele ataca de frente a origem do problema...a produção dos produtos. O mal precisa ser combatido pela raiz, e fazer produtos que possam ser aproveitados posteriormente sem gerar resíduos é o que fará a grande diferença.
 - vejam este vídeo apresentando o "Cradle to Cradle" - economia circular (é bem legal):
http://www.youtube.com/watch?v=ij3EIbc6otQ
 - Exemplo Whrilpol:  http://www.endeavor.org.br/endeavor_mag/estrategia-crescimento/cenarios-e-tendencias/as-oportunidades-na-economia-circular
 - Explicação sobre "Cradle to Cradle":
http://empreendedorglobal.wordpress.com/2009/11/12/dobercoaoberco/
Tem outro site que fala sobre o desafio da gestão dos resíduos sólidos urbanos e traz indicadores sobre a disposição do lixo (Ex: América do Norte tem 91.1% do lixo disposto em aterros sanitários, Europa recicla 10.7% do lixo).
 
http://www.gdrc.org/uem/waste/continuum/continuum.html
 http://www.gdrc.org/uem/waste/waste-factsheet.html
Quanto às perguntas:
1. Separação mais eficiente
 - educação ambiental
 - espaços para disposição dos resíduos
 - penalidades para quem não seguir a "cartilha" da separação
2. O custo do descarte dos resíduos gerados deve ser
 - solidário (todos devem cumprir para o correto destino do lixo)
 - devem haver medidas e políticas para facilitar o ciclo fechado (economia circular): precisa-se montar uma engrenagem que feche o ciclo.
3. Catadores é um problema social que deve ser eliminado. Mesmo que hoje possuem alguma importância para a limpeza das cidades, etc. Com o funcionamento adequado do sistema de economia circular e de coleta dos resíduos sólidos, naturalmente eles serão realocados para outras atividades.
4 e 5. No futuro teremos menos lixo que hoje. Se as medidas corretas forem tomadas e algumas soluções já estão disponíveis, basta ler o artigo Zero Waste e ver os blogs sobre as sacolas plásticas.
Abs.

LUIS FELIPE - domingo, 1 abril 2012

Olá Pessoal,
A discussão está ficando interessante. Quem não leu ainda o artigo recomendado, por favor leia. O vídeo "cradle 2 cradle" vai na mesma linha. Acho que podemos avançar na discussão refletindo sobre:
- Atualmente, seria possível termos a grande maioria dos produtos projetados pensando em ciclo fechado, no se reaproveitamento ao final da vida útil?
- Quais as condições necessárias para que isto venha a ocorrer?
Recomendo, para quem não viu ainda, o vídeo História das Coisas (the history of Stuff).
Abraços

Valeria - segunda, 2 abril 2012

Olá!
Em relação à diminuição do lixo no futuro, vejo que há uma equação de difícil solução, que é a do crescimento demográfico. Como conciliar o aumento cada vez maior da população pela capacidade limitada de reprodução dos recursos naturais? Ou, mais especificamente na questão dos resíduos sólidos, como será possível termos menos lixo no futuro se o crescimento demográfico é maior do que a capacidade que a população tem de processar o seu lixo? Não vejo como equacionar isso no curto e no médio prazos (talvez nem no longo prazo): quanto mais gente no mundo, mais lixo será produzido. Mesmo que se consiga reciclar grande parte disso, naturalmente mais lixo será produzido. Nós crescemos muito mais rápido do que cresce o nível de conscientização quanto aos problemas ambientais e do que a capacidade que temos de reciclar, reusar e reaproveitar o que geramos de resíduos ao mundo.
É mais uma questão que lanço para pensarmos...
Um abraço a
todo@s!

Patrícia segunda, 2 abril 2012

O artigo Zero Waste trata da questão fundamental, "preciclar"... Se é sabido, se é fato que vai haver desperdício, ao invés de corrigir, temos que evitar. A ideia de criar mecanismos, seja com selos, seguro, política governamental, pressão da sociedade/mercado, para uma economia circular é fantástica. Vejo que não é rápido nem fácil de conseguir, mas parece ideal. A inovação é o ponto chave, pois como ele cita no artigo, as pessoas vão continuar precisando de calor, mas se não usar gás e petróleo, novas fontes, meios de produzir tem que ser descobertos, utilizados. Começar na produção e envolver todo mundo no "círculo". Mas penso que é um processo que nós não vamos ver funcionando, apesar de já haver iniciativas no sentido. Lembro de um trabalho que fiz na graduação sobre a empresa Patagônia. Eles já buscam usar materiais que podem depois ser reciclados e reutilizados, buscam até (anti-venda?) conscientizar o consumidor, nas etiquetas das roupas que vendem eles perguntam "você realmente precisa disso?". O site da empresa:
http://www.patagonia.com/international
Creio que o conceito de economia circular apresentado no Zero Waste responde a questão de como não gerar tanto lixo no futuro: usar materiais que possam ser reciclados, e todos estarem envolvidos nesse processo, não apenas quem produz a "coisa", mas quem usa.
Quanto à separação, é preciso educação e informação, e isso de nada adianta sem ter onde levar as coisas depois de separadas, e esse onde precisa ser de fácil acesso. E todos tem que ser responsáveis, envolvidos.
Sobre os catadores, o ideal é que a educação sobre separação e a disponibilização de locais para descarte correto os tire das ruas, mas isso traz um outro problema: como essas pessoas vão ganhar seu sustento? A questão social nesse caso é mais difícil de resolver do que a ambiental, todo ser humano merece trabalho digno, catar lixo pode não nos parecer digno, mas, como costumo dizer às vezes "é o que a casa oferece"... Grande parte dessas pessoas vivem nas ruas, é uma questão complicada.

Patrícia - segunda, 2 abril 2012

Muito legal trazer a questão das pequenas empresas, porque, pensando na realidade nacional elas fazem toda a diferença. Nos links apresentados vemos que a maioria das iniciativas ainda é com "arrumar" ou minimizar, mas como a Valéria destacou, essa empresa que iniciou com a vontade de limpar as cascas de coco verde da cidade é muito interessante. Vejam, a pessoa quis achar utilidade para algo que vinha sendo descartado como inútil, lixo. Procurou a universidade, ou seja, buscou pesquisa ou quem tivesse capacidade para desenvolver tecnologia que pudesse apontar solução para o "lixo". A empresa deu certo e ela não desistiu de parcerias para efetivamente resolver as cascas de coco que continuam pelos parques da cidade, inclusive pensando em alternativas para gerar renda aos participantes como contrapartida. Muito legal.
Inovação, tecnologia e sustentabilidade: não estão ligados apenas no nome da nossa área de estudos, já que se falou em círculo, é como eu vejo esses 3 conceitos, interdependentes. Não se alcança a sustentabilidade sem inovação e tecnologia, assim como de nada adianta qualquer inovação ou tecnologia que não esteja considerando a sustentabilidade.
Achei bem joia também na Conde de sanduiche, outro desses links que a Valéria trouxe, quando o proprietário se orgulha de perceber que os empregados levam as práticas em prol da sustentabilidade para suas vidas domésticas. Já falamos em mudança de cultura, e o que não começou em casa ou na escola pode começar no trabalho, mostra que as pessoas se envolvem quando as propostas são bem fundamentadas e motivadoras.

Marcio - segunda, 2 abril 2012

Boa tarde pessoal,
Sobre as 1as perguntas do Felipe:
1) Separação dos resíduos nas residências - O que fazer para esta separação ser mais eficiente?
Estruturação de incentivos para os indivíduos, de preferência econômicos (um exemplo é o sistema de contêineres da Alemanha, citado pelo Felipe durante a aula). Outra coisa é trabalhar com a “compra/venda” de materiais direto no local de disposição - pelos valores do ppt, a prefeitura gasta R$ 0,10 por quilo de resíduo só de transporte;
Educação ambiental, em especial em escolas de 1o e 2o graus (ensino fundamental e médio) + campanhas municipais para população em geral;
Trabalho de monitoramento / regulação das prefeituras municipais - um exemplo é multa por amostragem em lixo mal separado que ocorre em Amsterdam, na Holanda;
Apelo à ética individual, com campanhas constantes;
2) Descarte de produtos e embalagens - quem são os responsáveis pelo correto descarte de produtos e embalagens? Quem deve para os custos do recolhimento e destinação adequada?
Apesar de gostar da ideia de responsabilidade compartilhada, fica difícil responsabilizar. Tendo a pensar que o melhor seria responsabilizar de maneira maior os produtores e distribuidores, de maneira a fazê-los pensar no design de produtos de maneira a serem “circulares” - ou porque as empresas recolhem tudo ou porque desenham os produtos de maneira que eles sirvam de insumo para outras indústrias;
Catadores - por que existem catadores nas ruas? Esta atividade deve continuar existindo?
Acredito que os catadores existem porque a atividade que eles realizam faz sentido econômico e gera renda suficiente em relação às outras opções disponíveis para eles. Em um pensamento filosófico/ético, a atividade deveria existir se condições mínimas forem garantidas, mas por outro lado, a atividade nunca deixará de existir enquanto valer a pena economicamente para os próprios catadores - o desaparecimento dos catadores está mais relacionado às condições econômicas gerais do que a iniciativas específicas para que existam ou deixem de existir. É um problema (sistema) complexo e precisamos encontrar os “pontos de alavancagem” para modificar o sistema, tal como descrito no artigo que fala sobre Zero Waste;
4) No futuro teremos uma sociedade com mais ou menos lixo do que hoje?
Se a busca por eficiência continuar focada na melhoria incremental, o consumo per capita diminuirá, mas o total sempre crescerá dado o crescimento populacional e a ascensão econômica das bilhões de pessoas que hoje fazem parte da camada mais pobre da população. No entanto, se o design dos produtos começar a ser mais pensado em termos “circulares”, teremos um fluxo maior de material, mas menos lixo do que hoje.
5) O que fazer para reduzir o volume de lixo gerado pela sociedade?
Creio que as sugestões dadas no artigo zero waste fazem bastante sentido - sem brecar a melhoria incremental da eficiência, alavancar mecanismos de mercado para que a econômica circular “aconteça e apareça”.
Sobre os comentários dos colegas:
Pequenos investimentos podem sim gerar bons resultados na questão dos resíduos sólidos urbanos, tanto nas nossas casas quanto para empresas de todos os tamanhos e governo em todas as esferas;
Um dos desafios para a “educação ambiental” é saber que é que paga a conta, enfim, de onde podem vir os recursos necessários para a execução das iniciativas;
Incentivos econômicos são fundamentais para qualquer iniciativa em qualquer “pedaço” da cadeia (ou melhor, do ciclo) dos resíduos sólidos urbanos;
Acho que ainda falta uma mensuração mais eficiente e transparente (divulgada para a população) para que seja possível entender como estamos evoluindo ao longo do tempo, permitindo que possamos imaginar futuros alternativos mais positivos, sem nos desesperarmos e perdermos a capacidade de sonhar (como mencionado no artigo Zero Waste);
Mudar o nosso mindset/maneira de olhar a questão dos RSU pode mudar significativamente os resultados - por isto gostei muito do artigo do Zero Waste;
Vou levar o livro “Cradle to Cradle” para a aula - é beeeeem interessante;
Sobre as 2as perguntas do Felipe:
Atualmente, seria possível termos a grande maioria dos produtos projetados pensando em ciclo fechado, no se reaproveitamento ao final da vida útil?
- Sim, do ponto de vista tecnológico (já há tecnologia e recursos disponíveis para tanto). O maior desafio são as escolhas individuais das pessoas no mercado, que hoje é a realidade dominante (e que determina o que e como se produz)
Quais as condições necessárias para que isto venha a ocorrer?
- De maneira mais ampla, os custos relacionados à produção e comercialização de produtos não circulares devem aumentar e/ou o valor percebido (preço que pode ser cobrado) nos produtos circulares devem aumentar.

RODRIGO - segunda, 2 abril 2012

Essa minhocasa é uma ideia bem legal. A Coordenadoria de Gestão Ambiental (CGA) da UFRGS possui uma em sua sala. Um local com característica administrativa mas em que a minhocasa não causa "sujeira" nenhuma.

Minelle - segunda, 2 abril 2012

Além dos questionamentos que vem norteando a discussão, podemos discutir aspectos relacionados com a divisão que o Felipe fez em aula (Produção, Consumo, Descarte, Destino final). Pelo meu entendimento toda a questão deve ser permeada pelo pensamento creadle-to-creadle, no qual uma reestruturação na produção deve ser realizada. Ah então seria assim apenas papel da empresa modificar sua prática? Não! Todo o meu pensamento e minhas discussões no campo da sustentabilidade se baseiam na ideia da corresponsabilidade.
Para que se produza alguém tem que consumir, mas para se consumir alguém tem que produzir. É uma relação que se observada numa tentativa macro é bastante complexa, portanto, a questão central é mudança coletiva. Como isso poderia ocorrer? Acredito que a partir do processo de auto compreensão de impacto no desenvolvimento de suas práticas. Nesse sentido, podemos pegar o exemplo da Valéria sobre a atuação responsável de micro e pequenas empresas.
Concordo com todos que comentam sobre o processo de conscientização, mas também sou adepto da ideia de autoconscientização, assumir suas responsabilidades. Acredito que se seguirmos por esse caminho, concordo com o Márcio, se houver maior eficiência isso se torna facilitado, mas creio que de alguma forma é possível criar mecanismos para a geração de lixo não seja tão exagerada, nem cause tanto impacto como atualmente.
Os questionamentos finais do Felipe, acredito que se observarmos a questão da obsolescência planejada e percebida, que muitas vezes é desenvolvido pelas empresas para que os produtos durem pouco e novos possam ser comprados, havendo uma mudança de comportamento novas foram de se observar o ciclo poderiam nos guiar em um novo sentido...

Alan - segunda, 2 abril 2012

Falando um pouco sobre a obsolescência programada, sugiro um vídeo. Achei agora e não o assisti completamente, mas parece muito interessante.
http://www.youtube.com/watch?v=TS0EBoEhJ9g
Ouvi casos bem interessantes sobre isso, principalmente com relação aos notebooks.
Dando uma breve opinião pessoal e usando algo dos comentários, até que essa obsolescência programada não seria tão ruim se as empresas a utilizassem juntamente com o C2C. Isto é, se meu notebook "está programado" para ficar ruim em dois anos de uso, a empresa deveria pagar algum valor pelo produto na troca por outro atual. Aí seria interessante para o comprador. Para a indústria, não sei, mas pode ser que sim se o design dos notes fossem sempre mantidos, mudando apenas o hardware interno e software. O cliente seria "ancorado"  pela empresa. De certa forma, o produto deixaria de ser obsoleto. Ainda não formei totalmente a opinião, mas me pareceu interessante...
Abs.

Ismael - segunda, 2 abril 2012

Respondendo aos questionamentos:
- Atualmente, seria possível termos a grande maioria dos produtos projetados pensando em ciclo fechado, no se reaproveitamento ao final da vida útil?
Sem dúvida alguma, é totalmente possível. Indiferente qual o tipo e a finalidade dos produtos.
- Quais as condições necessárias para que isto venha a ocorrer?
O que falta, acredito eu, seja viabilidade econômica para implantar projetos com produtos de ciclo fechado. Enquanto nenhuma empresa arrojada se comprometer a REINVENTAR, o último R da história, todo o seu aparato produtivo, vamos ficar dependendo de situações isoladas. Ou seja, já existem produtos de ciclo fechado, mas não sei de empresas que atuem totalmente dessa forma.
Talvez, para impor às organizações e sociedade este modelo de ciclo fechado, fosse necessário alguma imposição política e pressão social.
Outra coisa, quase todas as matérias-primas já podem ser produzidas em laboratório, então conhecimento e tecnologias para implantar esta ideia já há.

Gabriele - segunda, 2 abril 2012

Em relação à separação dos resíduos concordo com os colegas sobre a conscientização. Entretanto, a situação que vejo hoje em muitas cidades gaúchas por exemplo, é a falta de um sistema eficiente que realize a coleta e a reciclagem. Muitas cidades não tem sequer um sistema de coleta seletiva, como é o caso de São Leopoldo na região metropolitana. Em Viamão, a prefeitura adotou a estratégia de as pessoas levarem o lixo seletivo para as escolas municipais! Além do grande risco de as escolas virarem um grande depósito de resíduos com todos os riscos associados, as pessoas tem que elas mesmas transportar o seu resíduo (o que no meu ponto de vista é um desestímulo). Esses exemplos me fazem pensar que a conscientização das pessoas em relação à separação deve ser acompanhada de uma estratégia eficiente de coleta e reciclagem, caso contrário traz poucos resultados.
Em relação à produção de resíduos, acredito ser este o ponto chave. Pra mim é um pouco difícil de pensar em soluções eficientes quando estamos inseridos em um sistema que é baseado em consumo. Mas tenho lido alguns exemplos bem interessantes. É o caso de um fabricante americano de carpetes (esse exemplo consta no livro do nosso professor: Gestão Socioambiental Estratégica). Nesse caso, o fabricante deixou de simplesmente vender carpetes para vender uma "casa acarpetada". O cliente passa a comprar o serviço de ter uma casa com carpete limpo e novo e paga anualmente por esse serviço. Ou seja, o fabricante passa a lucrar com a redução da troca de carpete, e não mais com a venda por m2. Além disso, desenvolveu um projeto para reaproveitar o carpete trocado no seu processo produtivo. Essa me parece ser uma alternativa bastante interessante para reduzir a produção de resíduos, uma inversão da lógica da geração de lucro.
Outro ponto que acho importante é a participação do governo nessa questão. Encontrei um exemplo bem interessante no site do Instituto Akatu.
http://www.akatu.org.br/Temas/Residuos/Posts/Empresas-em-Sao-Paulo-sao-obrigadas-a-recolher-o-proprio-lixo
A prefeitura de São Paulo criou uma lei na qual  os estabelecimentos que produzissem mais de 200l de resíduos diários deveriam contratar coleta privada. Acho que quando a responsabilidade do destino (nesse caso só da coleta) do resíduo passa para as mãos dos responsáveis pela produção, essa questão passa a ser levada em conta, e muitas soluções são criadas no sentido da redução dos resíduos. Entretanto, acredito que a educação ambiental tem um papel importante, que deve ser uma estratégia conjunta a essas ações, pois a redução de custo e aumento do lucro, no meu ponto de vista, não podem ser os únicos fatores motivadores.

Raquel - segunda, 2 abril 2012

Olá pessoal,
Gostei particularmente da discussão proposta pela Valéria e Patrícia sobre os resíduos e as pequenas empresas, pois está diretamente relacionado ao tema da disciplina Gestão Ambiental e Competitividade. Entre as soluções encontradas pelas empresas, uma me chamou a atenção, a Ecosystem Reciclagem de Materais Automotivos Ltda. Tenho uma orientanda que está realizando seu estágio nesta empresa e assim tive contato com este trabalho. O dono da empresa é um engenheiro que faz pós-graduação em Gestão Ambiental lá na Feevale. O plano de negócios desta empresa também foi realizado em parceria com o SEBRAE em 2010 e como o nome diz, tem como objetivo reciclar peças do setor automotivo. A empresa recolhe, separa, recicla e faz a moagem principalmente de plásticos e vende para o setor automotivo, moveleiro, entre outros. Em pouco tempo a empresa já está em fase de ampliação e não consegue dar conta da demanda, pois as indústrias querem muito comprar o produto e as seguradoras querem vender a matéria-prima dos veículos com sinistro. Por enquanto, desconheço os detalhes do negócio, mas parece bastante inovador, além de contribuir com o meio ambiente. Caso queiram conhecer mais, segue o link da empresa:
www.ecosystemrs.com.br

Uiara - terça, 3 abril 2012

Bom dia turma,
1 - O que fazer para esta separação ser mais eficiente?
Para que a separação do lixo seja mais eficiente precisamos de um esforço coletivo. Os resíduos não vão deixar de existir, então é preciso, primeiramente, é preciso informação para que as pessoas façam o correto descarte dos materiais. Isso pode ser feito por meio de campanhas que ensinem às pessoas sobre o que pode ou não ser reciclado (resíduo ou rejeito), projetos que promovam a participação da comunidade, educação ambiental para as crianças... Em um segundo momento é necessário que a coleta também seja adequada. As prefeituras precisam ter mecanismos para assegurar a coleta separada do que pode ou não ser reciclável e proporcionar um destino adequado para o material que não tiver mais possibilidade de reaproveitamento.
2 - Quem são os responsáveis pelo correto descarte?
A responsabilidade pelo correto descarte somos todos nós, toda a sociedade. Não adianta que eu separe meu lixo em casa se eles vão parar no mesmo caminhão de lixo ou em um mesmo aterro.
3 - Quem deve pagar os custos de recolhimento e destinação adequados?
Quando tratamos de custo a situação fica mais delicada, pois quem fornece, quem compra, quem usa, todos nessa cadeia são responsáveis pela geração e disseminação desse lixo. Então creio que a responsabilidade passa por todos, sendo assim, esses custos precisam ser divididos.
4 - Por que existem catadores nas ruas? Esta atividade deve continuar existindo?
A razão de existência dos catadores nas ruas é variada. A condição dos países onde existem catadores proporciona que famílias que estão na miséria busquem alternativas para sua sobrevivência. O negócio da reciclagem pode ser considerado uma oportunidade para que essas pessoas tenham uma geração de renda, que muitas vezes é a única, para a sua família. Enquanto tivermos geração de lixo seco, miseráveis e compradores dessa matéria que pode ser reciclada, existirão catadores.
No Brasil temos o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) que tem estado a par das decisões tomadas na Assembleia Legislativa sobre o tema do lixo. O MNCR tem apoio dos ambientalistas nessa luta, cada um com seu objetivo.
Mas isso não acontece somente no Brasil.
Vi uma notícia sobre os catadores da China que protestaram contra o governo devido às medidas que determinam a queima de lixo para a geração de energia. (
http://www.ejolt.org/2012/03/residents-and-wastepickers-protest-against-waste-to-energy-incinerator-in-delhi/).
Bom, resumindo, a situação dos catadores poderia ser bem diferente. Os exemplos de associações ou cooperativas que já existem são uma boa alternativa, mas a coleta do lixo nas ruas não deveria ser feita pelos catadores da forma como ocorre. Até pode ser feita sob a responsabilidade da cooperativa ou associação, mas de uma forma limpa, organizada, que não atrapalhe o trânsito, suje as ruas ou deixe as cidades mais feias.
Essa mão de obra precisa ser mais bem aproveitada nesse segmento de reciclagem, por se tratar de um ramo rentável para muitas pessoas.
5 - No futuro, teremos uma sociedade com mais ou menos lixo que hoje?
Espero que tenhamos menos, devido aos projetos e esforços desenvolvidos. Se o governo aplicar a lei dos resíduos sólidos de forma correta, os fabricantes se preocuparem em pensar nos seus produtos não somente na fabricação, mas no descarte, os consumidores gerarem menos lixo e reduzirem seu consumo, e os catadores fizerem a seleção adequada do rejeito e do resíduo podemos sim ter menos lixo que hoje.
6 - O que fazer para reduzir o volume de lixo gerado pela sociedade?
Creio que, de imediato, seja mais eficiente a redução de consumo e aplicar precycling. Caso contrário a geração será a mesma ou até maior, o que pode ocorrer é aumentar a quantidade de produtos reciclados. Mas no longo prazo, o a proposta de fazer com que os produtos possam, ao final do seu ciclo de vida, virar matéria prima para mais um novo ciclo, certamente reduziria o lixo a quase zero.
7 - Atualmente, seria possível termos a grande maioria dos produtos projetados pensando em ciclo fechado, no se reaproveitamento ao final da vida útil? Quais as condições necessárias para que isto venha a ocorrer?
Sem dúvida é possível, entretanto isso demandaria das indústrias um investimento que, se não trouxer retorno em curto prazo, pode não ser aplicado sem uma regulamentação. Para que isso ocorra, então, penso na necessidade de regulamentação por parte do governo, em um ajuste de toda a cadeia de produção de determinado componente e o compromisso dos consumidores, como um agente que valorize essas medidas.
Abraço e até mais

Ana Paula - terça, 3 abril 2012

Bom dia, povo!!!
Acredito que para uma eficiente separação de lixo nas residências é preciso educar e conscientizar a população sobre a importância da separação do lixo doméstico, como já foi ressaltado. As ações de educação podem acontecer na escola, onde as crianças levam as informações adquiridas para suas casas. Encontrei um link sobre um livro gratuito voltado para o público juvenil (
http://reciclick.com.br/download/embalagens.pdf) sobre um grupo de amigos que conhece um menino que vive em uma pequena vila de pescadores onde o lixo vive espalhado. O download do livro é gratuito, e ele pode ser encontrado na biblioteca digital do site Reciclick (http://www.reciclick.com.br/biblioteca-digital/). Além disso, podem acontecer na empresa, onde os funcionários passam a realizar ações em suas próprias casas. Achei muito interessantes os links apresentados pela Valéria, que mostram que a mudança de comportamento dos funcionários em relação a práticas sustentáveis não se limita à organização – muitos adotam o comportamento em suas próprias casas. É preciso conscientizar também sobre quais materiais podem ser reciclados, bem como a forma como deverão ser descartados para que possam ser reciclados (o papel, por exemplo, deve ser cortado e não amassado).
Quanto ao descarte de produtos e embalagens, penso que a responsabilidade deveria ser de quem produz (assim como o Marcio, gosto da ideia de responsabilidade compartilhada, mas penso que seria complicado estabelecer os limites de cada responsabilidade). As empresas deveriam manter pontos de coleta para que os consumidores entregassem as embalagens e os produtos usados – os custos de recolher o lixo e lhe dar a correta destinação também deveriam ficar a cargo de quem produz. Além disso, acredito que se deve salientar a possibilidade de que o resíduo de uma empresa pode ser a matéria-prima de outra. Meu TCC foi baseado em um projeto de indústria de brita ecológica – brita fabricada a partir de resíduo de E.V.A. das indústrias calçadistas. Ao realizar pesquisa sobre fornecedores, várias empresas do pólo calçadista se mostraram preocupadas com a destinação de seu resíduo. Para realizar a doação, elas exigiam conhecer o tratamento que seria dado ao resíduo, uma vez que frisaram que o resíduo era de responsabilidade delas. Muitas empresas calçadistas trabalham com o reaproveitamento de seus próprios resíduos, realimentando seu processo produtivo.
Em relação à existência dos catadores, penso que é uma alternativa para a geração de renda de famílias, assegurando sua sobrevivência. Não conhecia o Movimento que a Uiara mencionou, mas as cooperativas e associações de catadores já estão muito presentes em nossas cidades. Acredito que o serviço dos catadores deveria ser organizado, de forma a garantir a coleta e triagem de maneira eficiente, bem como certificar a segurança desses trabalhadores no que diz respeito à coleta direta em aterros. Gostaria de indicar um documentário, que foi indicado ao Oscar de Melhor Documentário em 2011, que tem como cenário um dos maiores aterros do mundo: o lixão de Jardim Gramacho. O documentário na íntegra está disponível no Youtube, no link
http://www.youtube.com/watch?v=udpDCiLrg4k&feature=player_embedded. Para quem não tiver tempo, deem uma olhada no trailer oficial (http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=_pyR9qCd2F8).
No que diz respeito à redução do volume de lixo gerado, julgo que é preciso agir hoje para pensar no amanhã. É preciso rever certas práticas, como o de obsolescência planejada como citou o Minele, para que surjam novos comportamentos. Acredito que o governo também deve ter uma participação ativa para contribuir para a redução do volume de lixo, a partir de medidas como o incentivo para utilização de resíduos sólidos como matérias-primas, adquiridos diretamente de cooperativas de catadores de material reciclado (
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Decreto/D7619.htm). E, ainda, monitore efetivamente o cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Ana Paula - terça, 3 abril 2012

Encontrei uma reportagem que saiu no Jornal Nacional (
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2012/03/falta-de-coleta-seletiva-em-sao-paulo-desestimula-quem-separa-o-lixo.html), em março de 2012, abordando que o serviço da coleta seletiva ainda não está disponível para a maioria dos moradores de São Paulo. Não há estrutura e máquinas suficientes para dar conta do serviço. O lixo que não é reciclado vai para aterros sanitários. A matéria reforça a importância do governo para viabilizar as ações de coleta seletiva. Em São Paulo, apenas 1,7% do lixo recolhido é reciclado.
No Brasil, a cada ano são desperdiçados R$ 4,6 bilhões porque não se recicla tudo o que poderia ser reciclado. O país é considerado um grande "reciclador" de alumínio, mas ainda reaproveita pouco os vidros, o plástico, as latas de ferro e os pneus que consome. A cidade de São Paulo produz mais de 12.000 toneladas de lixo por dia. Com esta quantidade de lixo produzido, em uma semana, seria possível encher um estádio com capacidade para 80.000 pessoas.
(
http://ambientes.ambientebrasil.com.br/residuos/estatisticas_de_reciclagem/estatisticas_de_reciclagem_-_lixo.html).

Minelle - terça, 3 abril 2012

Com relação aos catadores creio que a melhor alternativa de fato seja a organização desses em cooperativas. Não sei como é aqui em POA, mas em Campina Grande - PB existem os catadores de rua e os de lixão (não lembro se aqui tem). Pois bem, em pesquisa para minha monografia de graduação ao estudar a problemática dos resíduos sólidos sob a ótica da sustentabilidade, eu consegui identificar que a realização de cooperativas melhoravam o sentimento de dignidade dessa população, pois ele tinham direitos e conseguiam se organizar frente a sociedade, assumindo a ideia que a Valeria comentou antes que estariam contribuindo com o contexto.
Assim, à medida que houver uma reestruturação na visão que se tem sobre essas pessoas torna-se facilitado uma melhora em suas vidas. Infelizmente não tenho conhecimento sobre como vem ocorrendo o processo de organização desses em cooperativas, mas fiquei feliz em saber (pela Ana e Uiara) que essa ideia está se apresentando como possível de ser praticada. No entanto, devemos pensar esse aspecto sobre uma visão macro com a intenção de perceber a interação desses com outros atores da sociedade e conseguir articular aquela ideia de corresponsabilidades.
Abs.

Rafael - terça, 3 abril 2012

Boa Noite a todos!
Também concordo com o desenvolvimento de cooperativas de catadores. Conforme conversamos em aula, devemos considerar também o impacto social...
Acredito  que o trabalho nas cooperativas deveria ser complementado por esforços educacionais no sentido de preparar as pessoas que realizam o recolhimento e separação de resíduos  para inserção no mercado de trabalho formal.
Alguém conhece mais profundamente alguma destas cooperativas, sabem se existem programas educacionais complementares dedicados aos participantes? Como alfabetização ou cursos profissionalizantes...

Ana Paula - terça, 3 abril 2012

Verifiquei na Internet informações sobre ações de empresas quanto ao descarte correto de seus produtos - na linha de pensamento que a responsabilidade deverá ser do produtor. Encontrei algumas coisas que podem se tornar alternativas para a redução do lixo produzido.
A Claro instalou em suas lojas (do Paraná e Santa Catarina) urnas para coleta de lixo eletrônico (descarte de celulares, baterias, carregadores, chips e outros acessórios eletrônicos). A iniciativa faz parte do projeto Claro Recicla e a proposta é que sejam instaladas urnas em lojas de todo o país (
http://atitudesustentavel.uol.com.br/blog/2012/01/10/claro-instala-urnas-para-recolher-lixo-eletronico/).
O Grupo Pão de Açúcar disponibilizou nos estacionamentos de suas lojas pontos de entrega de materiais recicláveis (
http://comatitude.com.br/tag/pao-de-acucar/). Além disso, o Grupo tem o projeto Caixa Verde, um programa de reciclagem pré-consumo. Caixas são instaladas junto com aos caixas, onde as pessoas colocam as embalagens dos produtos comprados (ex. um pacote com três barrinhas de cerais, o pacote fica na Caixa Verde) (http://paodeacucarsustentavel.com/internas/blog/caixa-verde-pao-de-acucar.htm).
A empresa Autoglass, que produz vidros automotivos, recolhe vidros de empresas parceiras do grupo, tanto de carros, caminhonetes e caminhões - que são encaminhados para empresas de reciclagem. Os vidros são moídos e utilizados como matéria-prima de outras empresa (
http://atitudesustentavel.uol.com.br/blog/2011/02/18/logistica-reversa-em-reciclagem-de-vidros-de-automoveis/).

Valeria - quarta, 4 abril 2012

Oi Rafael
Em uma cooperativa que visitei em Porto Alegre, já há bastante tempo, havia um espaço educacional para os filhos dos catadores, onde eles tinham aulas de informática e atividades educacionais complementares. Em relação aos próprios catadores, há diversas instituições que trabalham com cooperativismo e há projetos específicos que às vezes são implantados junto às cooperativas de catadores. Em Brasília, tínhamos um trabalho junto a uma dessas cooperativas e junto a associações de artesãs que produziam produtos com materiais de descarte (bolsas de lacre de latinhas, por exemplo). Faz bastante tempo que fiz essas visitas, teria que retomar os contatos junto ao SEBRAE, caso alguém se interesse.
Abraços,

Fernando - quarta, 4 abril 2012

Programado para morrer
Por Tatiana de Mello Dias
A obsolescência programada reduz a durabilidade de produtos para estimular o consumo, mas um documentário vem mostrar o lado sombrio desta prática raramente admitida pela indústria
http://blogs.estadao.com.br/link/programado-para-morrer-2/

Fernando - quarta, 4 abril 2012

‘Estamos criando montanhas de lixo’
Por Tatiana de Mello Dias
Diretora defende modelos alternativos de consumo
http://blogs.estadao.com.br/link/estamos-criando-montanhas-de-lixo/

Fernando - quarta, 4 abril 2012

Supermercado que der sacolinha grátis será responsável pela coleta
CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1071059-supermercado-que-der-sacolinha-gratis-sera-responsavel-pela-coleta.shtml

RODRIGO - quarta, 4 abril 2012

Pois olha, isso tem sido um dos maiores problemas atuais. Inclusive, "me fere a alma", pois estudo isso em disciplinas aqui do PPGEP. Produtos são desenvolvidos para ficarem obsoletos em data marcada para realimentar as indústrias. Já que isso tem demonstrado ser o padrão, acho que é de fundamental importância o desenvolvimento de eco design, com produtos que tenham facilitado seu descarte e/ou logística reversa. (facilidade de desmontabilidade, facilidade em segregação dos diferentes materiais, não utilização de compostos tóxicos...)

Gabriele - quarta, 4 abril 2012

A questão preciclar discutida no artigo do zero waste parece uma alternativa bastante interessante. Entretanto, também acredito que o papel do governo seja fundamental, principalmente no início dessa mudança.
Penso que é possível existir grande parte dos produtos gerados em um ciclo fechado, apesar de achar que essa mudança ainda leve bastante tempo. Mas o que creio ser o mais importante é a mudança de pensamento, é a disseminação dessa nova prática de produzir.
Em relação à questão dos catadores, também concordo com o Minele sobre as cooperativas. Os catadores não são vistos como trabalhadores, estão à margem da sociedade. Quando existe uma cooperativa, as chances de inclusão social são bem maiores. Encontrei um artigo muito interessante, é um pouco longo, mas vale a pena ler, que traz uma pesquisa realizada com associações de catadores. Uma delas é considerada referência nacional, e está localizada em Belo Horizonte. Ao se inserirem na associação, os trabalhadores foram tendo consciência dos seus direitos como cidadãos, como o direito a creches e escolas para seus filhos, melhores condições de trabalho e remuneração.  A associação, que existe desde 1990, fornece um curso de capacitação de três meses no qual, entre outras coisas, ressalta a importância do trabalho desenvolvido pelos catadores. Além disso, a associação possui um trabalho artístico, desenvolvido há mais de oito anos, através do qual a comunidade escolheu o carnaval como a festa típica para demonstrar seus trabalhos de arte. Em parceira com a prefeitura, surgiu também um bar próximo ao local de trabalho, construído com materiais recicláveis, onde o espaço é também utilizado para expor os trabalhos de arte produzidos pelas pessoas da comunidade (feitos com materiais provenientes da separação dos resíduos).
http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/630/63009908.pdf
Esse trabalho que os catadores desenvolvem, apesar da sua extrema relevância ambiental, é mal visto pela sociedade. Mas acredito que isso aconteça, principalmente, devido à falta de condições dignas de trabalho e a “bagunça” que algumas vezes causam na cidade. Detalhei bastante esse exemplo porque acho muito importante ressaltar as iniciativas que deram certo, ver alternativas e os resultados surpreendentes da inclusão social desses catadores.
Quanto à existência dessa atividade levantada pelo Felipe, acho, ainda, muito difícil pensar no seu desaparecimento em curto e médio prazo pelo menos. Mesmo que houvesse a incorporação do ciclo fechado de produção, penso que a população ainda teria um papel importante na “devolução” do resíduo, para que o ciclo se complete. A meu ver, quando é necessário um desenvolvimento de consciência e colaboração de todos, o processo torna-se mais lento. Mas claro que depende qual a escala de tempo que vamos adotar.

RODRIGO - quarta, 4 abril 2012

Estou achando muito boa a discussão, queria levantar um outro item abordado em aula e que julgo muito polêmico e importante: destinação final dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU). Tudo aquilo que não pôde ser aproveitável na parte de triagem por não possuir rentabilidade e/ou ineficiência do sistema (realidade brasileira).
Melhor solução seria:
a) Aterros sanitários;
b) Incineração;
c) outra.

Gabriele - quarta, 4 abril 2012

Encontrei uma reportagem muito interessante
http://www.bagnews.com.br/uma-ilha-de-lixo-no-pacifico
"Parece uma ideia lunática, mas a firma holandesa de arquitetura Whim Arctects planeja construir uma ilha no Oceano Pacífico com garrafas, embalagens e outros resíduos plásticos que boiam em suas águas. Com cerca de 10 mil km2 e capacidade para 500 mil habitantes, a ilha será quase do tamanho de Manaus".
Abs.

RODRIGO - quarta, 4 abril 2012

Eu, particularmente, acho muito perigoso lidarmos com passivos ambientais de décadas e talvez séculos (caso dos aterros sanitários). Julgo que a incineração é uma ótima solução sanitária pois acaba por esterilizar potenciais patógenos. Além disso, ela reduz um conflito territorial, uma vez que é capaz de reduzir em cerca de 90% o volume dos RSU. Para o caso atual brasileiro, os maiores produtores são justamente os maiores centros urbanos que têm disponibilidade territorial limitada. Logo, com 90% de redução em volume, se otimizaria a disposição final em solo com a necessidade de menores áreas. Ainda, considero importante que essa disposição final se dê em aterros sanitários para assegurar o controle do fim do ciclo e dos volumes gerados. Também, os RSU podem ser utilizados como coque na indústria cimenteira
http://www.cimento.org/site/coprocessamento.htm.
Não mencionei a economia energética de usinas de incineração que podem servir como fornecedoras de complementação da matriz energética brasileira.
E, para fins de informação, a FEPAM não está licenciando incineradores de RSU no estado do RS. Alega não possuir condição de fiscalizar os potenciais riscos do sistema.
Para concluir.
As vantagens são:
a) redução de volumes;
b) consequente minimização de custos em transporte;
c) garantia de descontaminação sanitária;
d) maior facilidade em quantificar os volumes enviados aos aterros (garantia de cobrança justa) devido a possibilidade de transportar as cinzas em tonéis.
Desvantagens:
a) Gases gerados (principalmente dioxinas e furanos) geram necessidade de um sistema de tratamento de gases muito eficiente.

Gabriele - quarta, 4 abril 2012

Eu acho que a incineração, como o Rodrigo comentou, apresenta muitas vantagens. Entretanto, penso que a extração de recursos naturais para a geração de novos produtos continuaria intensa, ou seja, a lógica de produção continuaria a mesma. Por isso achei bastante interessante o artigo do zero waste, que apresenta outra forma de pensar o sistema de produção. Além de se gerar menos resíduos, há menos extração de matéria-prima, pois um vai se tornando o outro. Mas considero importante em um período de transição considerar outras práticas de destino, como a incineração.
Achei interessante também a Fepam admitir que não tem condições de fiscalizar um processo de incineração. Como o professor Felipe comentou em aula, é extremamente caro realizar o tratamento dos gases, e muito provavelmente, as empresas tentariam minimizar custos. Por isso acho que deveria haver uma melhor estrutura do governo antes da instalação desses empreendimentos de alto risco.
Abs

Patrícia - quarta, 4 abril 2012

Rodrigo, eu acrescentaria nas desvantagens o custo de se manter esse tratamento de gases, sei que está subentendido, mas como o Felipe comentou na aula, custa muito caro e por isso as empresas acabam não tendo interesse em adotar (aqui no Brasil). O que poderia fazer contraponto a isso, seria pensar no que se poderia ganhar na redução dos custos com transporte e também pela geração da energia alternativa pelo uso dos gases resultantes da incineração (desde que de forma a não gerar mais poluentes/agressores à natureza.
Mas me voltando para o seu questionamento anterior, aterros sanitários, incineração ou outra solução, penso que mesmo na realidade brasileira que gera ainda muito de resíduos "inúteis", não se pode desistir de buscar insumos alternativos e também tecnologias de reciclagem. Volto a citar o artigo zero waste que trata disso, e como a Gabi comentou, para chegar ao "preciclar" leva-se muito tempo e a participação do governo é fundamental.
Na Europa existe o movimento "resource efficiency", que busca mostrar o lucro em todo esse processo ambiental. Esse link mostra bem a ideia:
http://envirowise.wrap.org.uk/uk/Our-Services/Resource-efficiency.html
Nesse outro link tem informações legais também: http://ec.europa.eu/resource-efficient-europe/.
O que eu acredito é que embora se precise de soluções para o aqui e agora (temos muito lixo que não se consegue aproveitar e precisamos resolver já), não temos como resolver de forma efetiva isolando as partes do todo, é mesmo uma cadeia complexa e que deve ser pensada naquele esquema que o Minelle lembrou vimos na aula: 1. Produção (aqui cabe buscar insumos recicláveis e desenvolver tecnologias e ações para o não desperdício, ou desperdício mínimo); 2.Consumo (responsabilidade ao consumir - eu preciso disso? Passa pela (difícil) mudança de cultura e educação para a sustentabilidade); 3.Descarte (já que eu "preciso" consumir tenho que ter responsabilidade ao descartar, e aqui é um conjunto entre quem consome e quem coleta, também passa por cultura e educação); 4. Destino final (aqui, quanto mais se evoluir nas fases anteriores, menos problemas vamos encontrar, leva muito muiiiiiiiiiiiiiito tempo, mas não vejo outro meio de se resolver, exige envolvimento e cooperação entre governo e sociedade como um todo).

SABRINA - quarta, 4 abril 2012

Concordo com o Alan, a educação é sempre melhor forma de se introduzir responsabilidade ambiental na sociedade. Mas é preciso que adultos sejam insistentemente lembrados dos danos causados pelos lixos nas ruas (enchentes nas grandes cidades, como São Paulo, por exemplo) e também dos danos ao meio ambiente da não separação dos lixos. É preciso sempre lembrar que com essa quantidade de lixo absurda que produzimos, vai chegar uma época em que teremos que morar no lixo (levando ao extremo da situação), pq não vai ter lugar para tanto lixo em aterros.
Nas lixeiras coloridas que fazem ajudam na separação, tem que ficar explicito qual tipo de lixo vai em cada uma. Muitos de nós, que somos esclarecidos, temos dificuldades em saber qual lixo pode ir em cada lugar, qual vai no saco preto, qual vai no saco azul, qual vai em cada lixeira, etc.
O descarte correto tem que ser responsabilidade de todos, mas a maior responsabilidade é do Estado, que deve educar e fazer a coleta. Outro ponto importante é a população ter conhecimento dos dias e horários de coleta seletiva, para poder descartar seu lixo corretamente.
Quanto aos catadores, ao meu ver, a situação tem dois lados. São importantes pois ajudam separação do lixo reciclado, principalmente latinhas, mas também acabam muitas vezes "bagunçando" o lixo que será recolhido pelos caminhões. São de grande valia se forem bem instruídos a fazer o serviço, como nas cooperativas de catadores.

SABRINA - quarta, 4 abril 2012

Concordo contigo, Val. Já tiveram várias matérias no Globo Repórter sobre a utilização de cascas, bagaços, restos de alimentos, para elaboração de novos alimentos e adubos. É bem interessante, e pode ser em escolas, universidades...
Pensem na quantidade de lixo que o RU produz. Muito desse "lixo" poderia ser reaproveitado para fazer outras coisas.

Marcio - quarta, 4 abril 2012

mais um vídeo interessante (e rápido) sobre o que acontece quando se busca somente aumentar a eficiência no uso de recursos...
http://www.youtube.com/watch?v=2S1mPOWRsSc&list=UUW7qIDEz8U6hj_Yn9CyyBxA&index=5&feature=plcp
Abs e até amanhã!

Minelle - quarta, 4 abril 2012

Se considerarmos a incineração como a alternativa mais viável (e de fato acredito que ela possa trazer um diferencial para a atuação de uma empresa no contexto setorial) caberia buscar respostas e tecnologias mais eficientes e dai então tentar minimizar as desvantagens apresentadas pelo Rodrigo e pela Patrícia.
No entanto, estou de pleno acordo com a Gabi quando ela fala da questão da produção, como apresentado no artigo se não houver uma mudança no processo produtivo na maneira como as organizações (ou firmas) se posicionem no mercado de nada adianta toda a discussão.

Ismael - quarta, 4 abril 2012

Respondendo a questão do Rodrigo.
Entre as alternativas mencionadas eu particularmente sou mais favorável à incineração, mesmo conhecendo pouco sobre esta prática. Mas me parece que, apesar de um custo inicial mais alto para sua implantação, seus benefícios para a saúde e o meio ambiente seria maiores. Um lixão ou aterro sanitário apenas minimiza, "esconde" todo a sujeira que geramos, e que podem vir a ser um sério problema no futuro.
Mas acima de tudo sou favorável ao reaproveitamento dos RSU como matéria-prima para geração de outros produtos, energia, etc. Porque queimar ou enterrar esta quantidade de RSU, na lógica gerencial, é um prática extremamente ineficiente. Precisamos ter um ciclo fechado para aproveitar ao máximo o lixo que geramos, esse deve ser, na minha opinião, o foco deste tema.

Fernando - quarta, 4 abril 2012

Outro aspecto relacionado à esse é quanto a distribuição de renda gerada à partir do crescimento econômico-emprego-salário. Somado ao crescimento vegetativo, a inserção de um número maior de pessoas no mercado de consumo - assim como o aumento do poder aquisitivo - gera um aumento exponencial da quantidade de resíduos produzidos.

Fernando - quarta, 4 abril 2012

Marcio, consoante ao seu comentário final, destaco um trecho da entrevista que mencionei acima:
Quais são as melhores práticas da indústria?
Eu acho que as melhores são as que calculam o custo total de um produto, e que pegam de volta os produtos quebrados para reciclá-los. Uma impressora barata parece barata apenas porque os custos reais não foram incluídos no preço, mas eles eventualmente terão de ser pagos na forma de problemas ambientais ou de saúde.

Raquel - quarta, 4 abril 2012

Achei bastante interessante esta perspectiva do artigo da minimização incremental dos impactos x prevenção. Acho que a proposta em princípio resolve dois problemas de uma só vez: diminuição do lixo e recursos para produção, podendo ser uma estratégia onde empresas e sociedade ganham.
Acho que é viável e pode ser aplicado, mas é uma tarefa bastante complexa. Além de incentivos, políticas públicas, legislação adequada e fiscalização, a estratégia teria que envolver alguma forma de talvez integrar a cadeia de produção, no sentido de uma empresa utilizar o lixo da outra como recurso e assim, sucessivamente. Alguns princípios já estão relacionados à reciclagem, como os exemplos de vários colegas, mas é uma abordagem bem mais integradora para gestão da cadeia produtiva.
Fiquei impressionada como a idéia é antiga, da década de 60!
Especificamente em relação à economia circular (ciclo fechado) e preciclar achei interessante. Quanto a idéia de seguro, achei bastante complicada. Vocês acham que é possível implantar este tipo de seguro?
Acho sempre importante a questão do equilíbrio relacionado à sustentabilidade, que o L. Felipe mencionou na primeira aula. O tão conhecido tripé (ambiental, social, econômico) não pode ser deixado de lado quando falamos em gestão. Como alguns colegas colocaram, não podemos, no caso dos catadores, entre outras questões, esquecer a perspectiva social.
Como outros colegas colocaram, também temos a perspectiva da gestão das empresas, que estão inseridas em um sistema capitalista, baseado em consumo. Precisamos de conscientização e educação ambiental e social, mas precisamos de gestão que garanta às empresas que serão competitivas investindo nisso. Pelo menos, na lógica atual.
Para a gestão de empresas vejo 2 alternativas para serem sustentáveis e competitivas:
- reduzir custo: melhorando processos e reduzindo custo dos recursos
- aumentando o lucro: maior valor agregado ao produto
O que os colegas acham do que está sendo feito e o que pode ser feito em termos de gestão pública e/ou gestão organizacional?

Raquel - quarta, 4 abril 2012

Sobre a questão dos catadores, acho que a cooperação e profissionalização é uma maneira de tornar esta profissão digna para as pessoas e com prestação de serviço otimizada. Ao contrário de Porto Alegre, muitos municípios ainda não têm condições de realizar a coleta seletiva, reciclagem e algumas formas de tratamento de lixo. Acho que o ideal é que os cooperados tenham as condições necessárias para desenvolvimento econômico e social desta atividade, como em qualquer profissão. Estas cooperativas muitas vezes fazem uma parceria com o governo, o que contribui para sua dignidade e subsistência, ao mesmo tempo em que prestam um serviço importante para o município.

Ana Paula - quarta, 4 abril 2012

Exatamente nosso tópico (meu, da Gabi e da Sabrina) de conversa do almoço, no RU. Não precisamos ir muito longe para perceber a necessidade de mudanças. A quantidade de lixo gerada pelo Restaurante Universitário (em copos plásticos, guardanapos e restos de comida) é muito significativa. Além disso, não há separação entre guardanapos e copos, e nos lixos algumas pessoas ainda jogam restos de comida - bem como guardanapos acabam indo com as comidas. Se formos pensar no volume gerado em almoços e jantas, nos vários RUs espalhados pela cidade, durante um mês, vamos longe... Será preciso uma medida da Universidade para que isso mude?

Valeria - quarta, 4 abril 2012

Sabe que eu acredito nisso da obsolescência programada? Já tive alguns produtos que, misteriosamente, logo após o término da garantia, apresentaram defeitos tão caros de consertar que não valia à pena o conserto. Um dos mais emblemáticos que tive foi uma máquina de fazer pão que tinha garantia de 12 meses. Aos 12 meses e 15 dias o motor do tambor onde se misturavam os ingredientes parou de funcionar. O preço para trocar a pecinha do motor era mais da metade do preço de uma panificadora nova. Fiquei com aquela tralha inútil em casa.

Ana Paula - quarta, 4 abril 2012

Acredito que é preciso repensar a maneira de como as coisas são produzidas, como falou a Gabi. É preciso parar de ver a produção como algo linear e passar a vê-la como algo circular. É preciso prevenir mais do que reduzir a acumulação do lixo gerado. Como afirma o artigo do Zero Waste, reciclar não está sendo suficiente, é preciso "preciclar" - realizar ações agora para que os recursos de agora sejam os recursos de amanhã. O Zero Waste não pode se tornar menos desperdício, e sim repensar uma nova maneira para que não aja desperdício. A economia pode se tornar cada vez mais circular de modo que os objetivos econômicos, ambientais e sociais possam ser alcançados em paralelo. Penso que precisamos imaginar o futuro que queremos, e a partir daí realizarmos ações hoje para alcançarmos essa imagem!!!
Concordo com a Gabi, a incineração deve existir juntamente com a economia circular. Mas, penso que o governo deveria fiscalizar as ações para evitar ainda mais danos para o meio ambiente. Como fala no artigo, o governo precisará de legislação e de monitoramento da economia circular, como em qualquer tipo de economia.
Ainda não tinha visto o vídeo que o Felipe falou, e achei muito interessante! Para quem não viu, vale a pena ver!

Valeria - quarta, 4 abril 2012

O que vou dizer agora não acrescenta nada ao fórum, mas preciso dizer que esse filme me fez sentir algo bem ruim... eu já pensava nisso, constantemente quando vejo pessoas consumindo e consumindo e quando tenho que comprar algo... mas ver assim, de forma tão direta e "crua", é meio intenso demais.
Abraços e até amanhã!

Fernando - sexta, 27 abril 2012
  
http://ciencia.hsw.uol.com.br/conversor-de-plasma3.htm

Ismael - sexta, 27 abril 2012

Pessoal,
Indicação de programa para hoje a noite.
Globo Repórter vai passar reportagem sobre o tema é RSU.
abs.
bom final de semana

Fernando - quinta, 10 maio 2012

Ponto de vista:
Incentivo fiscal e política de resíduos sólidos, artigo de Milton Fontes e Victor Penitente Trevizan
Milton Fontes e Victor Penitente Trevizan são advogados do escritório Peixoto e Cury Advogados. Artigo publicado no Valor Econômico de hoje (10).
O artigo 6º da Constituição Federal, ao disciplinar os direitos sociais, elege a saúde como um dos valores considerados como essenciais pelo ordenamento jurídico, nitidamente atrelado também à proteção do ambiente. Tanto que no artigo 170 estabelece que a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, observado o princípio da defesa do ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação.
Mais adiante, reza a Constituição, no artigo 225, que todos têm direito ao ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida. Portanto, o direito à saúde e ao ambiente, sem dúvida, são direitos assegurados à sociedade. O que os caracteriza como essenciais, cabendo à coletividade e poder público a sua proteção.
Nesse sentido, o governo federal, diante das inúmeras dificuldades que surgem em virtude da utilização desenfreada dos recursos naturais não renováveis, do aumento do consumo de produtos industrializados, do crescimento incessante das populações e do volume de resíduos gerados, instituiu, por meio da Lei Federal nº 12.305, de 2010, posteriormente regulamentada pelo Decreto Federal nº 7.404, de 2010, a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS).
No campo dos incentivos para aplicabilidade da norma, vale destacar "os incentivos fiscais, financeiros e creditícios", cujas análises e iniciativas deverão ser dadas pelo poder público a fim de provocar e incentivar a implementação dos procedimentos e objetivos da Política Nacional dos Resíduos Sólidos e, assim, minorar os prováveis impactos econômicos que recairão na iniciativa privada.
A Lei Federal nº 12.375 estabelece que "os estabelecimentos industriais farão jus, até 31 de dezembro de 2014, ao crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na aquisição de resíduos sólidos utilizados como matérias-primas ou produtos intermediários na fabricação de seus produtos." Até aqui andou bem o poder público, incentivando a reutilização e reciclagem de produtos sólidos utilizados como insumos no processo produtivo, em prefeita sintonia com os comandos constitucionais.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define resíduos sólidos como sendo resíduos nos estados sólidos e semissólidos, que resultam de atividades da comunidade, de origem: industrial, doméstica, de serviços de saúde, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Consideram-se também resíduos sólidos os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos, cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpo d'água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.
O problema surge quando a própria lei delegou ao Executivo a regulamentação de quais os materiais entendidos como resíduos sólidos são passíveis de viabilizar o direito ao crédito presumido de IPI. O decreto federal define resíduo sólido como sendo os materiais, substâncias, objetos ou bens descartados resultantes de atividades humanas em sociedade. Definição bem ampla, que compreende inúmeros materiais que podem ser inseridos novamente no ciclo da produção industrial.
Mas, de forma extremamente restritiva, elenca, com base na referida definição, quais são os resíduos sólidos capazes de proporcionar o incentivo fiscal, sendo eles: os oriundos de produtos de plástico, papel, vidro, ferro fundido, ferro, aço, cobre, níquel, alumínio, chumbo e zinco, deixando de lado outros tipos resíduos de importância, como resíduos de óleos, borrachas, solventes, da construção civil, madeira, bagaço de cana, areia de fundição, minerais não metálicos, matérias têxteis, entre outros.
Conforme o tipo de resíduo, o decreto estabelece que o crédito presumido será calculado com base no percentual de 50% a 10% aplicado sobre o valor da aquisição para cálculo do crédito, conforme a alíquota prevista na TIPI para o produto final resultante da fabricação. Há, portanto, tratamento diferenciado entre os diversos resíduos, o que não estimula certos setores da economia.
O caso das aparas de plástico e vidros, por exemplo, que contam com o percentual de 50% de base de cálculo do crédito presumido, enquanto que os resíduos de alumínio contam com um percentual de 10%. Provavelmente, quis o legislador fomentar maior reciclagem/reaproveitamento para os resíduos de aparas de plástico e de vidro, uma vez que o resíduo de alumínio possui alto nível de reciclagem por possuir valor expressivo em virtude da procura de mercado e, além disso, origina-se de matéria-prima sabidamente não renovável (bauxita).
Outro problema é que o crédito presumido será calculado mediante a aplicação da alíquota constante na TIPI a que estiver sujeito o produto final resultante do aproveitamento dos resíduos sólidos. Como na TIPI há produtos com conotação não tributados ou tributados com alíquota zero, não será possível a utilização do crédito presumido.
Mais grave ainda é a vedação do crédito na hipótese de o produto final que contenha resíduo sólido ser objeto de saída com suspensão, isenção ou imunidade, e, ainda, a utilização do crédito presumido do IPI somente com o próprio IPI a pagar, afastada a possibilidade de compensação com outros tributos federais, o que desestimula a aplicação da PNRS.
É tímida e restritiva a iniciativa da União em alavancar a utilização do instrumento ligado aos incentivos fiscais na área do IPI por meio do referido decreto federal. E não confere eficácia plena à Constituição que determina a proteção do ambiente e à lei que instituiu a Política Nacional dos Resíduos Sólidos.

Alan - sexta, 11 maio 2012

Olá pessoal.
Apareci para postar mais uma coisa neste fórum, pois discutimos um pouco ontem e com o que eu sabia não podia informá-los bem, pois faz pouco que comecei ler sobre o processo de incineração dos resíduos sólidos.
Bem, pelo que percebo não existe uma única definição sobre o processo de incineração, mas obviamente ela é utilizada para “dar fim” ao que não queremos mais. É um nome mais bonito para o ato de queimar. No caso dos resíduos sólidos urbanos, a incineração permite uma redução drástica no volume, chegando a mais de 90%, permitindo um maior tempo de vida para os aterros (geralmente os aterros para a disposição das cinzas são aterros controlados de produtos perigosos, uma vez que as cinzas possuem compostos tóxicos).
Algumas fontes citam que a incineração pode ser dividida em combustão, pirólise, gasificação e decomposição por plasma, ou seja, são todos processos térmicos. Outras fontes chamam a combustão de incineração. Os dados divergem de fonte para fonte, tanto na definição dos processos quanto nas faixas de temperatura utilizadas e ainda, cada um tem uma série de tipos que acabam se assemelhando. Assim temos resumidamente que:
Incineração de resíduos sólidos
Combustão
Processo de decomposição termoquímica exotérmico realizado a temperaturas de 900 a 1200 °C, com tempo de residência do resíduo controlado e uso de oxigênio como comburente. Nesse processo é necessário que os gases gerados da combustão permaneçam no mínimo 2 segundos em temperaturas acima de 850 °C para “quebrar” as moléculas das toxinas formadas, como a dioxina. Teoricamente, essas temperaturas somente são alcançadas com o uso de combustíveis auxiliares.
Produtos:
- gases: dióxido de carbono, compostos nitrogenados e sulfurados. Há a formação de gases altamente tóxicos;
- líquidos
- sólidos: os sólidos serão uma mistura de carvão com metais que foram decompostos durante o processo.
Vantagens: processo mais barato e capacidade maior dos equipamentos.
Desvantagens: gases tóxicos, cinzas perigosas e controle difícil devido às particularidades de cada resíduo.
Pirólise
Processo de decomposição termoquímica endotérmico realizado sem a presença de oxigênio (sem combustão) e a temperaturas entre 200 e 400 °C (errei aqui quando expliquei ontem!! Hehehe). Nesse processo, por ocorrer em temperaturas mais baixas, teoricamente não ocorre a formação de gases tóxicos (por isso me enganei ontem ao explicar) e por isso é uma vantagem sobre a combustão.
Produtos:
- gases: combustíveis (metano e outros hidrocarbonetos e hidrogênio) e dióxido de carbono;
- líquidos;
- sólidos: carvão que pode ser reutilizado e metais que não são decompostos pela baixa temperatura.
Vantagens: condições do processo mais amenas e facilmente controladas. Menor geração de produtos perigosos.
Desvantagens: menor capacidade, menor eficiência, mais sofisticado e caro.
Gasificação
Processo de decomposição endotérmica realizado na presença de baixo conteúdo de oxigênio e a temperaturas maiores que 800 °C. Permite a geração de gases de síntese (CO e H2) que são utilizados na produção de hidrocarbonetos (combustíveis ou não).
Produtos:
- gases: de síntese
- sólidos: cinzas praticamente inertes.
Vantagens: conversão dos resíduos em produtos de valor, possibilidade de produção de gases de síntese e cinzas não perigosas.
Desvantagens: muito sofisticado, baixa capacidade e processo caro.
Decomposição por plasma
Utiliza um gás de plasma que decompõe os resíduos em temperaturas superiores a 2.000 °C (a faixa de temperatura do plasma varia de 900 a 50.000°C!!).
Produtos:
- gases: de síntese
- sólidos: solido vítreo totalmente inerte que pode ser reutilizado em outras aplicações.
Vantagens: geração de subprodutos que podem ser reutilizados
Desvantagens: processo muito caro
Fontes:
http://plastics.americanchemistry.com/Sustainability-Recycling/Energy-Recovery/Environmental-and-Economic-Analysis-of-Emerging-Plastics-Conversion-Technologies.pdf
http://www.scdhec.gov/environment/lwm/regs/R61-107_12.pdf
http://fluid.wme.pwr.wroc.pl/~spalanie/dydaktyka/combustion_MiBM/waste/INTRODUCTION_TO_WASTE_INCINERATION.PDF
http://www.no-burn.org/downloads/Gasification,%20Pyrolysis,%20and%20Plasma%20Incineration.pdf
http://www.durhamenvironmentwatch.org/Incinerator%20Files/FS2pollution.pdf
Bom, é isso aí pessoal...
Abraço!


Fernando - domingo, 27 maio 2012

Iniciativa para descarte de medicamentos:
http://descarteconsciente.com.br/

Fernando - segunda, 4 junho 2012

Estudo mostra que desperdícios somam R$ 83 bilhões por ano
http://www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/1097440-estudo-mostra-que-desperdicios-somam-r-83-bilhoes-por-ano.shtml

Fernando - sexta, 8 junho 2012

16. USP ganha Centro Multidisciplinar de Resíduos Sólidos Urbanos
A área de resíduos sólidos ganhará mais um reforço para melhorar o gerenciamento do lixo, buscar soluções de novos materiais recicláveis e estudar o papel dos catadores do sistema com a oficialização do Centro Multidisciplinar de Resíduos Sólidos Urbanos (Cersu) na USP.
O lançamento oficial do Cersu será no dia 12 de junho, com a realização do 2º Encontro Internacional em Resíduos Sólidos e seus Impactos Socioambientais: Experiências Europeias na Gestão de Resíduos, no auditório da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU/USP), em São Paulo.
"Vamos juntar vários acadêmicos que já vêm pesquisando o tema", disse Sylmara Gonçalves Dias, professora de gestão ambiental da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (CEAH) da USP. Entre as disciplinas estão a engenharia, administração, sociologia e urbanismo entre outras.
Segundo Sylmara, o Cersu terá contribuições de universidades estrangeiras e tem como objetivo gerar conhecimento acadêmico nesta área. O evento tem o apoio do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE/USP); da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU/USP) e da Universidade de Borås.
Gratuito e com vagas limitadas, o evento terá tradução simultânea e contará com várias palestras ministradas por especialistas. Uma delas será a "Trajetória da Gestão dos Resíduos na Europa - as necessidades dos usuários e as barreiras do mercado", que será coordenada por Ed Brown, Sustainability Research School da Loughborough University, Inglaterra.
As inscrições são exclusivamente por e-mail
emcomunicacao@iee.usp.br e o evento terá transmissão ao vivo na web em www.iptv.usp.br.

Fernando - quinta, 14 junho 2012

14/06/2012 | DESCARTE RESPONSÁVEL
Entidades assistenciais transformam resíduos eletrônicos em recurso
A cidade de Sorocaba descarta, mensalmente, 800 quilos de pilhas e baterias
Voluntários do Gepaso disponibilizam tambores em pontos estratégicos como empresas, condomínios e supermercados para o descarte de aparelhos eletrônicos que seriam jogados no lixo comum - Por: Erick Pinheiro
Mais fotos...
Notícia publicada na edição de 14/06/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 6 do caderno B - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
Carolina Santana -
carolina.santana@jcruzeiro.com.br
A cidade de Sorocaba conta com nove pontos para descarte de pilhas e baterias de celular usadas e outros dois serão instalados em breve. Juntos, esses pontos somam, mensalmente, entre 700 e 800 quilos desses materiais que são encaminhados para uma empresa de reciclagem na cidade de Suzano. O trabalho é feito pelo Instituto Viver Sorocaba (Iviso) que comemora 12 anos de existência em agosto e trabalha também com outros resíduos eletrônicos como computadores e aparelhos de televisão. A coleta desses resíduos eletrônicos também está sendo feita pelo Grupo de Educação à Prevenção a Aids em Sorocaba (Gepaso) como uma forma de geração de renda.
Comemorando 12 anos no próximo dia 15 de agosto, o Iviso encaminhas as pilhas e baterias coletadas para uma empresa em Suzano, interior paulista. O material é totalmente desfragmentado e o produto final do processo de reciclagem é um pigmento utilizado nas indústrias de cerâmica, tintas de parede e vidros. O serviço, porém, não é gratuito e o instituto paga cerca de R$ 1 mil a cada tonelada enviada à reciclagem. Sem auxílios de verbas governamentais, o Iviso sustenta o projeto por meio de parcerias com empresas que apoiam a causa. Entre os parceiros estão a Gás Natural Fenosa, Unimed, Eletrosol, Banco de Olhos de Sorocaba (BOS), Carrefour e Extra.
O presidente do Iviso, Vladimir Maciel Campos, conta que a responsabilidade e o marketing ambiental foram os principais argumentos utilizados para convencer as empresas a participarem do projeto. O serviço é feito desde 1999. Segundo Campos, a ideia de realizar a retirada desses produtos do meio ambiente e dar a correta destinação aos produtos nasceu depois que uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) determinou que pilhas e baterias de celulares devem voltar para o fabricante. O posto de coleta instalado mais recentemente foi no Shopping Villàggio, que instalou pontos de descarte em todos os seus andares.
Uma das parceiras financeiras da coleta de pilhas e baterias do Iviso, a concessionária Gás Natural Fenosa, apoia o projeto há cinco anos. De acordo com o departamento de comunicação da empresa, o grupo tem a responsabilidade ambiental como um dos valores de atuação. Com um ponto de coleta instalado em sua loja no bairro Campolim, em Sorocaba, a concessionária recebe, mensalmente, cerca de 500 visitas para o descarte desses produtos. Com uma base de mais de 36 mil clientes, a Gás Natural informa, via fatura mensal de consumo, a existência do ponto de coleta em sua loja.
Geração de renda
Para o Grupo de Apoio à Prevenção a Aids em Sorocaba (Gepaso), a coleta de lixo eletrônico pode ser uma fonte de geração de renda. Voluntário da entidade, Reginaldo Almeida trabalha com a reciclagem de aparelhos eletrônicos e está à frente da implantação do projeto na cidade. Tambores estão deixados em pontos estratégicos como empresas, condomínios e supermercados para o descarte de aparelhos eletrônicos que seriam jogados no lixo comum.
As peças serão desmembradas na sede da instituição que venderá o produto dessa desmembração como sucata ou como peças de reposição. Eletrônicos, resume Almeida, são todos os aparelhos que funcionam por meio de energia elétrica. "Se vai na tomada é eletrônico. Também retiramos aparelhos como geladeiras e fogões", revela. Esses aparelhos maiores, porém, devem ter a retirada agendada com antecedência.
"Estou apresentando o projeto e levando os tambores para os pontos de coleta", comentou Almeida. A primeira retirada dos produtos descartados será em duas semanas e as expectativas são as melhores. "Vamos reverter as vendas em renda para o Gepaso que também é um dos pontos de coleta", diz o voluntário. Mais informações sobre o projeto ou outras formas de ajudar a entidade podem ser obtidas por meio dos telefones             (15) 9818-9706       ou 3233-3010.
Fernando - sexta, 15 junho 2012
III Feira de Descarte Tecnológico de Porto Alegre.
No dia 30 de junho a Leroy Merlin em conjunto com a Prefeitura de Porto Alegre estará patrocinando a III Feira de Descarte Tecnológico de Porto Alegre, com objetivo de conscientizar a sociedade sobre a importância do descarte correto dos equipamentos eletrônicos, a fim de garantir a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável.
Com esse propósito, convidamos vocês à participar fazendo doação de equipamentos tecnológicos, como computador, impressora, celular e etc.
O evento correrá próximo a usina do gasômetro das 9 horas até as 18 horas, será aberto ao publico sem cobrança de ingresso.
Aguardamos a sua presença.

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