quinta-feira, 12 de julho de 2012

Responsabilidade Social Corporativa


LUIS FELIPE - sexta, 1 junho 2012
 
Olá Pessoal,
Sobre RSC, iniciamos uma discussão na aula sobre o que as empresas fazem por obrigação legal e o que elas fazem indo além da legislação. 
Sugiro analisarmos os seguintes pontos na nossa discussão:
1) Qual a diferença entre Filantropia e RSC? Algumas ações divulgadas como de responsabilidade social de uma empresa não seriam mais filantrópicas do que RSC?
2) O que é RSC e o que é "RSC washing" (eu cunhei este termo)?
3) Quais os meios que as organizações utilizam para realizar suas ações de RSC? Os próprios colaboradores que fazem as ações? São criadas Fundações e Institutos para desenvolverem as ações de RSC enquanto os colaboradores dedicam-se apenas aos seus objetivos fins? Existem outras estruturas organizacionais para realizar ações de RSC?
4) O que dizem e qual a diferença entre as Normas ISO 26000, ISO 14001, AA 1000, SA 8000 e NBR16001 que orientam/regulam as ações de RSC? Leiam o artigo que compara algumas normas internacionais de RSC.
5) As ações de RSC realizadas são divulgadas nos Relatórios Socioambientais das empresas. A quem estes relatórios se dirigem? Existe um padrão ou cada organização publica o relatório ao seu modo, divulgando os dados que lhe interessa divulgar? Afinal, qual a importância dos Relatório Sociais ou Socioambientais das organizaçoes?
Prá início de conversa, acho que já temos bastante o que discutir. 
Um abração e bons debates. 
Felipe

Ana Paula - domingo, 3 junho 2012
 
Boa Noite povo,
Como temos muito o que discutir, resolvi postar por partes...
4. O que dizem e qual a diferença entre as Normas ISO 26000, ISO 14001, AA 1000, SA 8000 e NBR 16001 que orientam/regulam as ações de RSC?
Utilizei como fonte principal para responder às perguntas o trabalho de Oliveira, Pinto e Lima (2008), “Sistemas de Gestão: Um Estudo Comparativo das Normas Socioambientais”.
AS 8000: A norma foi desenvolvida pela SAI (http://www.sa-intl.org/), cuja missão é promover os direitos humanos dos trabalhadores em todo o mundo. Primeira norma com atuação na gestão da responsabilidade social, a AS 8000 se apresenta como instrumento de defesa dos direitos dos trabalhadores, apoiando-se nas principais convenções da Organização Internacional do Trabalho. A norma baseia-se em requisitos auditáveis como instrumento facilitador de verificação, envolvendo os aspectos: trabalho infantil; trabalho forçado; segurança e saúde no trabalho; liberdade de associação e direitos coletivos; discriminação; práticas disciplinares; carga horária de trabalho; remuneração; e, sistema de gestão. A SAI reconhece que a AS 8000 é o documento central de seu trabalho. Em seu site, é possível baixar o arquivo referente à norma AS 8000 atualizada (em 2008). Ainda, existe um documento sobre as perguntas mais frequentes relativas a AS 8000. O que eu achei interessante é que eles disponibilizam a norma traduzida para diversos idiomas, a partir de voluntários que fazem a tradução. Os créditos para o tradutor aparecem no site da SAI (http://www.sa-intl.org/index.cfm?fuseaction=Page.ViewPage&pageId=937).
AA 1000: Desenvolvida pelo ISEA (http://www.accountability.org/index.html), a AA 1000 tem como objetivo apoiar a aprendizagem organizacional e o desempenho geral (social e ético, ambiental e econômico) e a contribuição da organização para o desenvolvimento sustentável. A AA 1000 é uma norma de processo, que permite monitorar as relações entre a empresa e a comunidade onde está inserida, a partir de um estabelecimento de pontos de interação da organização com a comunidade e de um monitoramento das relações da empresa com os seus stakeholders. A AA 1000 adota oito princípios de qualidade, agrupados por área de referência: (a) escopo e natureza do processo (princípios de completude; materialidade, regularidade e conveniência); (b) significado da informação (garantia de qualidade dos dados, acessibilidade e qualidade de informação); (c) gestão de processo (integração de sistemas e melhoria contínua). De acordo com seu site, a AccountAbility é uma organização que fornece soluções inovadoras para os desafios mais críticos em responsabilidade corporativa e desenvolvimento sustentável. O centro do trabalho da AccountAbility é a série AA 1000 de normas (http://www.accountability.org/about-us/index.html). A meu ver, os princípios de qualidade da norma AA 1000 se assemelham com os Princípios de Contabilidade (o princípio da entidade, da continuidade, da oportunidade, do registro pelo valor original, da competência e da prudência –http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/principiosfundamentais.htm), integrados com preocupações sociais e éticas. Talvez por isso, a norma foque na contabilidade, auditoria e relato social e ético.
ISO 14001: A ISO 14001 focaliza o processo de gerenciamento das atividades da organização que possuem impacto no ambiente. Os requisitos da norma são baseados em: exigências gerais; política ambiental; planejamento; execução e operação; verificação e ação corretiva; e, revisão da administração (site dahttp://www.iso.org/iso/home.html). A ISO 14001 especifica requisitos para um sistema de gestão ambiental, permitindo a uma organização desenvolver e implementar uma política e objetivos que considerem os requisitos legais e outros requisitos significativos, bem como informações relevantes sobre aspectos ambientais. A norma é aplicável a qualquer organização que deseja estabelecer, implementar, manter e aprimorar um sistema de gestão ambiental, para se assegurar de conformidade com sua política ambiental. A norma pode ser baixada diretamente do site da ISO (http://www.iso.org/iso/iso_catalogue/catalogue_tc/catalogue_detail.htm?csnumber=31807).  
NBR 16001: A NBR 16001 foi elaborada pela ABNT (http://www.abnt.org.br/default.asp) e determina uma estrutura de requisitos mínimos relativos a um sistema de gestão da responsabilidade social, capazes de permitir à organização a implantação de uma política e objetivos compatíveis com as exigências legais, seu compromisso ético, sua preocupação com a promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável (econômico, ambiental e social), bem como a transparência das atividades. A norma prescreve o comprometimento dos funcionários e dirigentes de todos os níveis e funções – consultando as partes interessadas e assegurando que a mesma inclua o comprometimento com a promoção da ética e do desenvolvimento sustentável. A norma reconhece que o atendimento aos requisitos estabelecidos não significa que a organização é socialmente responsável, mas que possui um sistema de gestão da responsabilidade social. No site (http://portal.mj.gov.br/corde/arquivos/ABNT/nbr16001.pdf), é possível ter acesso ao arquivo que contém a norma brasileira. De acordo com o site da ABNT, a Certificação do Sistema de Gestão de Responsabilidade Social demonstra ao mercado que a organização contribui com o desenvolvimento social, através da realização profissional de seus colaboradores e da promoção de benefícios ao meio ambiente e às partes interessadas (http://www.abnt.org.br/m3.asp?cod_pagina=1007).
ISO 26000: No estudo de Oliveira, Pinto e Lima (2008), a norma ainda se encontrava em fase de elaboração, com a participação de um comitê brasileiro e um comitê sueco. Publicada oficialmente em 2010, a norma diz que a responsabilidade social se expressa pelo desejo e pelo propósito das organizações em incorporarem considerações socioambientais em seus processos decisórios e a responsabilizar-se pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente. Isso implica um comportamento ético e transparente que contribua para o desenvolvimento sustentável, bem como que a responsabilidade social esteja integrada em toda a organização, seja praticada em suas relações e leve em conta os interesses das partes interessadas (http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/iso26000.asp).
As semelhanças concentram-se nos seguintes aspectos: processo produtivo, relações com a comunidade e integração dos sistemas de gestão. Cabe salientar que não existe uma norma mais correta do que a outra – as características e o ambiente de cada organização determinarão a escolha da norma ou da combinação de normas mais adequada aos seus interesses e possibilidades.

Ana Paula - domingo, 3 junho 2012
 
Encontrei um blog sobre a ISO 26000 (http://www.iso26000qsp.org/); tem alguns vídeos sobre a ISO, materiais e cursos disponíveis. De acordo com uma matéria do blog, a ISO 26000 fornece diretrizes sobre os princípios subjacentes de responsabilidade social, os temas centrais e as questões relacionadas à responsabilidade social, e sobre as maneiras de integrar o comportamento socialmente responsável às estratégias, aos sistemas, às práticas e aos processos existentes na organização. A norma enfatiza a importância dos resultados e das melhorias no desempenho da responsabilidade social (http://www.iso26000qsp.org/2009/10/0310.html).
E falando em ISO 26000, encontrei um vídeo muito legal que se relaciona com a norma! Acredito que vale a pena ver, eu adorei: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=kYV5ZYdx2L4.

Uiara - domingo, 3 junho 2012
 
1) Qual a diferença entre Filantropia e RSC? Algumas ações divulgadas como de responsabilidade social de uma empresa não seriam mais filantrópicas do que RSC?
Segundo o Business for Social Responsibility ( BSR), a responsabilidade social corporativa (RSC) é “ o atingimento do sucesso comercial, respeitando os valores éticos, as pessoas, as comunidades e o meio ambiente. RSC também trata das expectativas legais, éticas, comerciais e outras que a sociedade tem com o negócio e a tomada de decisões justas e balanceadas entre as demandas dos stakeholders ”.
A filantropia está mais relacionada com a caridade, com a ação humanitária. Creio que a RSC englobe a filantropia, como parte de uma estratégia de ação em RSC, como bem coloca Porter e Kramer.
Porter e Kramer (2006) utilizam o termo responsabilidade social corporativa (RSC) e voltam às atenções da questão da RSC para um foco mais estratégico. Afirmam que existem quatro principais argumentos que motivam a adoção de uma gestão voltada para a RSC nas organizações. São eles: o apelo ou dever moral, a sustentabilidade, a licença para operar e a reputação.
O dever moral se relaciona com “fazer a coisa certa”, ou seja, a organização precisa agir conforme valores considerados corretos pela sociedade (nesse caso creio que a filantropia possa se enquadrar, mas não exclusivamente).
A sustentabilidade se traduz na eficiência operacional de forma que não se comprometa os recursos existentes para as gerações futuras.
A licença para operar retrata a aceitação das operações da empresa pelos stakeholders.
Por último a reputação, que liga a RSC à imagem da organização, fortalecimento da marca e valorização das ações. Os autores defendem que as questões de responsabilidade social, sendo visualizadas de forma estratégica, tendem a proporcionar grande avanço social, porque a organização aplica seus recursos em questões que a sociedade necessita.
Mas sobre a divulgação das informações com relação às práticas desenvolvidas pelas empresas é outra história. As empresas podem divulgar o que bem entenderem para o efeito sobre a sua imagem, para fortalecer o quarto argumento dos autores citados. Mas sem dúvida, divulgar o que não é verdadeiro seria um “socialwashing” ou "RSC washing".

Uiara - domingo, 3 junho 2012
 
2) Quais os meios que as organizações utilizam para realizar suas ações de RSC? Os próprios colaboradores que fazem as ações? São criadas Fundações e Institutos para desenvolverem as ações de RSC enquanto os colaboradores dedicam-se apenas aos seus objetivos fins? Existem outras estruturas organizacionais para realizar ações de RSC?
Creio que cada tipo de empresa (com base no seu setor de atuação, tipo de produto, quantidade de funcionários, país sede e de origem...) tem que definir as práticas mais ajustadas para si. Não é possível simplesmente importar um modelo e aplicar na empresa, cada caso é um caso. Mas existem diversos modelos que auxiliam, como é o caso do Balanço Social, que é um demonstrativo publicado anualmente pela empresa reunindo um conjunto de informações sobre os projetos, benefícios e ações sociais dirigidas aos empregados, investidores, analistas de mercado, acionistas e à comunidade. É também um instrumento estratégico para avaliar e multiplicar o exercício da responsabilidade social corporativa. Ou seja, o que a empresa vai desenvolver pode buscar a sugestão nos relatórios...

Alan - domingo, 3 junho 2012
 
Inicialmente, busquei o significado de cada um dos conceitos para tentar entender melhor as diferenças e encontrei uns artigos bem interessantes.
Filantropia
O termo foi criado por Flávio Cláudio Juliano, que foi imperador romano desde 361 até a sua morte. Uma das tarefas de Juliano como imperador foi a de restaurar o paganismo como religião dos romanos e, neste intento, imitou a igreja cristã. Assim criou o termo "filantropia" para concorrer com o termo cristão caridade, que era uma das virtudes da nova religião e que nunca tinha sido parte do paganismo em Roma ou Atenas. É descrita como “o amor pelo o que é humano”, a natureza e o propósito essenciais da humanidade, cultura e civilização – é intrinsicamente filosófico, contendo tanto a metafisica e a ética (Wikipedia).
RSC
Segundo o Livro Verde da Comissão Europeia (2001), a responsabilidade social é um conceito segundo o qual, as empresas decidem, numa base voluntária, contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo. Com base nesse pressuposto, a gestão das empresas não pode, e/ou não deve, ser norteada apenas para o cumprimento de interesses dos proprietários das mesmas, mas também pelos de outros detentores de interesses como, por exemplo, os trabalhadores, as comunidades locais, os clientes, os fornecedores, as autoridades públicas, os concorrentes e a sociedade em geral (Wikipedia).
De acordo com Bertoncello e Júnior (2007), a relação entre as empresas e a sociedade baseia-se num contrato social que evolui conforme as mudanças sociais e as consequentes expectativas da sociedade. Nesse contrato a sociedade legitima a existência da empresa, reconhecendo suas atividades e obrigações, bem como estabelecendo limites legais para sua atuação. A sociedade tem o direito de mudar suas expectativas do dos negócios como instrumento da própria sociedade.
http://www.faap.br/revista_faap/revista_facom/facom_17/silvio.pdf
Diferenças
De acordo com Santos (2003), Responsabilidade social é a maneira de conduzir os negócios na forma de uma parceria empresa-comunidade onde a empresa é corresponsável pelo desenvolvimento social da comunidade. Responsabilidade social não é sinônimo de filantropia, mas representa a sua evolução ao longo do tempo. Enquanto a filantropia trata das ações de benemerência da empresa por meio de participações em campanhas isoladas ou doações aleatórias que faz a instituições sociais, o conceito de responsabilidade social possui uma amplitude muito maior. Ao exercer a responsabilidade social corporativa, a empresa coloca todos os seus produtos, serviços e seus recursos financeiros a serviço da comunidade, tornando-se corresponsável, juntamente com o poder público, por seu desenvolvimento.
http://www.sanepar.com.br/sanepar/sanare/v20/art02.pdf
Verificando os conceitos apresentados, parece difícil classificar como filantrópicas as atitudes de uma determinada empresa que diz ter responsabilidade social. A menos que essa responsabilidade seja de fato percebida por alguém da sociedade ou que alguém da empresa divulgue “a verdade”. Tomando como exemplo uma empresa do Polo Petroquímico de Triunfo que estagiei, nela existem diversas políticas e programas de responsabilidade social. Porém, foram poucas vezes em que ouvi sobre essas políticas e para o restante dos colaboradores, não pareciam estar envolvidos com algum tipo de projeto social/ambiental (a não ser os envolvidos diretamente, como engenheiros de segurança e meio ambiente). Em um dos programas, eu e mais alguns colaboradores fomos dar aula de empreendedorismo para uma turma de sexta serie de uma escola de Nova Santa Rita, mas lembro de que alguns engenheiros achavam que isso era besteira. Em alguns casos, me parece que algumas atitudes são mesmo mais filantrópicas do que uma real responsabilidade social, pois as empresas tomam iniciativas pontuais e geralmente fazem questão de divulgar bastante...

Gabriele - domingo, 3 junho 2012
 
Boa noite!
bom primeiro queria comentar do artigo The Geographic, Political, and Economic Context for Corporate Social Responsibility in Brazil. Achei muito interessante! dá um resumo do contexto histórico do Brasil desde a chegada dos portugueses e mostra um pouco nossa situação como colônia até os dias atuais - pós-colônia. Achei muito interessante, porque, na minha opinião, para pensar em responsabilidade social, é preciso pensar também em igualdade, ou melhor, desigualdade social. Segundo esse artigo, o Brasil está entre os dez países com maior desigualdade social. Para refletir sobre isso,  também considero necessário olhar para nossa história e analisar o contexto de forma mais ampla. 
Além disso, o artigo mostra algumas iniciativas dos governos de F. H. Cardoso e Lula, como o bolsa escola e bolsa família. Em relação ao bolsa família, achei interessante um ponto que ela aborda, que apesar de todas as falhas e corrupção, a priorização de acabar com a fome tem ajudado o governo a analisar os reais problemas da pobreza e deixar um pouco de lado as prioridades da elite. 
Acredito que um dos pontos da responsabilidade social seja contribuir para a diminuição da desigualdade social, e nessa questão concordo com o ponto de vista da autora quando ela diz que isso é um grande desafio para o Brasil devido a sua situação social, política, econômica complexa, além de sua posição como pós-colônia. Acho que a responsabilidade social e a filantropia tem muito a contribuir, mas a lógica do desenvolvimento não deixar de ser analisada.
indo por partes....
abs

Ismael - segunda, 4 junho 2012
 
Analisando a comparação que o artigo se propõe acerca das diferentes normas socioambientais, a que mais me chamou a atenção foi a SA 8000 e segundo Leipziger (2003, p. 08), “as empresas estão optando por implementar a SA 8000 como forma de ressaltar suas reputações através da melhoria das condições no  ambiente do trabalho e também porque desejam agir corretamente”.
Eu já havia comentado na aula passada que uma das práticas mais importantes para mim, é a responsabilidade SOCIOAMBIENTAL INTERNA, preocupada com o trabalhador e suas condições: de trabalho, vida, saúde, educação, lazer, etc.
Os aspectos abordados pela SA 8000 são: trabalho infantil; trabalho forçado; segurança e saúde no trabalho; liberdade de associação e direitos coletivos; discriminação; práticas disciplinares; carga horária de trabalho; remuneração; e sistema de gestão. Para mim falou um bem importante, que é FAMÍLIA (moradia, relacionamento familiar, alimentação, etc). Ou seja, preocupado com o bem-estar do seu trabalhador fora da empresa. Até porque, os outros aspectos mencionados são obrigações mínimas das empresas, agora uma preocupação completa com o trabalhador é bem mais amplo.
Portanto, acrescentaria mais esse aspecto balizador na SA 8000.

Ismael - segunda, 4 junho 2012
 
Concordo com a Gabriela de que um dos pontos mais importantes da responsabilidade social do país é acabar com a desigualdade social e a miséria que assolam o Brasil. Nós sabemos que o país tem pessoas pobres e necessitadas, mas quando assistimos isso acontecer é que fica mais evidente. Em reportagem do Globo Rural do último domingo, sobre a seca que atingi o Nordeste brasileiro dá para perceber que nós somos privilegiados, mas que há muita gente pobre e morrendo de fome.
Por isso concordo com as políticas sociais e assistencialistas do governo federal, pois o direito a vida, moradia, etc, é um direito líquido e certo previsto na CF/88. É um dever do Estado praticar sua responsabilidade social, e diga-se de passagem, ainda insuficiente para dar conta da desigualdade em que vivemos.
As ações de responsabilidade social, seja do governo ou das empresas, não são soluções únicas e absolutas dos problemas que a sociedade enfrenta, mas são práticas inclusivas e salvadoras

Ana Paula - segunda, 4 junho 2012
 
Boa Noite Povo!!!
Indo nessa mesma linha de pensamento da Gabi, achei o artigo sobre RSC no Brasil muito interessante! A relação que a autora Margaret Griesse faz dos fatores geográficos, das questões referentes às diferenças sociais e econômicas e tendências na política e economia atuais é muito envolvente! Ela retoma questões referentes no processo de formação da sociedade brasileira para tentar compreender o motivo de tamanha desigualdade social e econômica no país. Como a Gabi comentou, o Brasil é considerado uma das 10 nações mais ricas do mundo em termos de seu Produto Interno Bruto. Entretanto, a renda per capita e os indicadores de qualidade de vida colocam o Brasil em posição inferior a de vizinhos, como a Argentina, Uruguai e Chile. O Brasil ainda está dentre as 10 nações com maior desigualdade de renda no mundo. Como explicar tal disparidade? A meu ver, a autora tentar compreender os motivos que levaram à desigualdade a partir do desenvolvimento do país - iniciando na "descoberta" pelos portugueses chegando ao governo Lula – bem como os problemas de cada época. Acredito que o apanhado que ela faz é muito relevante!
Achei muito boa também a parte que ela aborda as organizações do terceiro setor e a responsabilidade social corporativa. Margaret diz que o desenvolvimento do chamado terceiro setor tem, nos últimos anos, produzido iniciativas para as indústrias investirem em programas sociais. Em 1998, estimou-se que as doações para programas sociais totalizaram R$ 4 milhões, voltadas para assistência social e programas de combate à fome de famílias carentes. Aqui me surge uma dúvida: Qual será o volume de recurso financeiro de organizações privadas que são investidos em programas sociais?
Dentro da perspectiva do terceiro setor e da RSC, a autora aborda as organizações empresariais (por exemplo, o Instituto Ethos: http://www1.ethos.org.br/EthosWeb/Default.aspx), organizações civis (por exemplo, as organizações não governamentais) e o papel do governo. Uma informação que achei importante (quando se fala sobre as organizações civis) foi referente ao sociólogo Betinho – ele foi identificado como um dos primeiros a compreender a importância da inclusão do setor privado para ajudar a resolver os problemas sociais (Para quem tiver interesse em conhecer o trabalho do Betinho: http://www.direitos.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=1279&Itemid=25). Ainda, dentro do papel do governo, Margaret argumenta que o governo Lula tem incentivado o Estado e as empresas privadas a colaborarem juntos em projetos de mútuo interesse. Na conclusão, a autora argumenta que o Brasil tem experimentado novas fórmulas para combater a pobreza e para desenvolver estruturas iguais e democráticas – buscando ao mesmo tempo avanços na sua economia. No entanto, a complexidade da situação social brasileira, política e econômica, bem como a sua posição pós-colonial dentro do sistema global, apresenta enormes desafios na busca de uma sociedade justa e equitativa. Me questiono: o Brasil está indo pelo caminho certo?

LUIS FELIPE - terça, 5 junho 2012
 
Olá Pessoal,
Alguém está lembrado de que dia é hoje? Temos algo a comemorar no dia 5 de junho? 

Alan - terça, 5 junho 2012
 
É o DIA DO MEIO AMBIENTE!!!

Temos que comemorar sim! por isso hoje de noite irei tomar umas cevas...rsrsrs..
Sobre a semana do meio ambiente de Poa, aqui tem a programaçao:
http://www2.portoalegre.rs.gov.br/smam/default.php?p_noticia=152362&SEMANA
Acredito que um dia para "comemorar" o meio ambiente serve para nos lembrarmos que devemos nos preocupar com ele. É a mesma coisa com o dia da consciencia negra, dia da mulher, etc, nos quais lembramos de um feito da história em que foi possível mudar determinada situação. Porém, também acho que esses dias não precisariam existir se tivéssemos de fato atitudes lembradas nesses dias o ano todo. Apesar de estarmos sempre indo contra o tempo com relação aos problemas ambientais, temos tidos bons avanços em termos de Leis e até mesmo de responsabilidade ambiental (e social) por parte das empresas, mesmo que de certa forma obrigadas, como já comentamos nas nossas discussões.
Abs e boa bebemoraçao... :P


Patrícia - terça, 5 junho 2012
 
Olá pessoal! Bem, como diria a nossa colega Raquel, não tem muito o que acrescentar, a Ana, Uca, Gabi, Ismael e Alan trouxeram conceitos, diferenças, impressões sobre o artigo - realmente muito legal entender pelo contexto histórico e cultural de um país colonizado. 
Então, o que me ocorre é trazer exemplos que vi ou vivi.
Um exemplo de como uma empresa envolve colaboradores vem da serra gaúcha. A empresa Seibt, que fabrica máquinas para reciclagem, é, na pessoa da diretora Naira Seibt, uma entusiasta da qualidade, tendo inclusive prêmios na área http://www.seibt.com.br/programadaqualidade.php. Na cidade de Nova Petrópolis, onde está instalada, existe um corpo de bombeiros voluntários, cuja sede que era de chorar, em madeira, entrava vento, e as pessoas - voluntários - passavam frio lá enquanto esperavam os chamados de emergência. Quando tinha incêndio, havia só um banheiro pra na volta homens e mulheres esperarem em fila e poder fazer a higiene. Houve uma mobilização muito grande na cidade para construir a sede que existe hoje, a prefeitura entrou com a estrutura, e outras empresas e pessoas ajudaram como podiam. A Seibt não se contentou em ajudar com dinheiro, lançou a proposta aos colaboradores, para que fossem - sem obrigá-los - ajudar como pudessem, em suas horas vagas, na fase de acabamento. Ajudaram na pintura. Também fizeram isso no Hospital da cidade, que é administrado por uma entidade sem fins lucrativos, comandada pelas senhoras evangélicas luteranas. Contam que foi uma experiência gratificante, e que integrou as pessoas, fazendo com que se sentissem parte de uma causa importante.
Esse é um exemplo positivo... 
Por outro lado, a Parceiros Voluntários, tão alardeada, lá em Nova Petrópolis parece que poderia contribuir mais. Assim que se instalaram na cidade, em parceria com a Associação Comercial, eu me cadastrei para ajudar no que pudesse, independente do tipo de trabalho. Levou anos para me chamarem pra algo, o trabalho que acabei fazendo foi junto aos Bombeiros Voluntários, na organização de um evento nacional, em que participei da comissão organizadora e também fui mestre de cerimônias, em 2008. Mas estive cadastrada entre 2005 e 2011, e não fui indicada para qualquer outro trabalho. Sei que eles tem projetos interessantes, mas sei também de várias pessoas que como eu ficaram a espera de poder contribuir com o que fosse necessário e nunca foram chamadas, pessoas aposentadas, com muito tempo a dispor. E a Parceiros enquanto instituição faz o maior alarde de seu trabalho... então entra talvez na coisa de exagerar a propaganda, não quero condenar, não quero tirar o valor da entidade, apenas acho que quando se dispõe a pagar uma pessoa para estar numa cidade e coordenar o voluntariado, tem que ter capacidade de envolver a comunidade, e lá, mesmo que não pareça existe muita gente carente, na área rural principalmente, locais distantes.
Com relação ao que o Alan disse já em aula da responsabilidade começar com os próprios funcionários, concordo em gênero, número e grau.
Um exemplo legal de boa prática é o Grupo Randon. Trabalhei lá dentro, no posto que depois virou agência, do banco Bradesco, e o que eles fazem pelos funcionários chega a ser irreal. Eu costumava comentar com meus colegas no banco que a pessoa saia da Randon e não sabia nem mais o que fazer, porque se precisasse de um médico, a assistente social providenciava, tinham ônibus para ir e vir, almoço no local, auxílio para estudar, plano de carreira, valorização humana mesmo, nem tem como eu citar tantos exemplos que vi nos anos que estive por lá. Eles carregam os funcionários "no colo"! Um exemplo que me ocorre agora foi na Freios Master, pertence ao grupo, e teve em um ano uma crise, que trouxe a necessidade de reduzir pessoal, mas fizeram da seguinte forma: uma reunião geral com o pessoal de produção, explicando o que estava ocorrendo e que a empresa não teria condições de manter as pessoas nos postos de trabalho, e apresentaram as duas soluções possíveis: 1. demissão de uma parte das pessoas; 2. redução de carga horária, com redução proporcional do salário, até que se estabilizasse a produção. Colocado em votação, foi feito o que os funcionários decidiram, e vejam, a decisão foi por ganhar menos e manter mais pessoas empregadas, e assim, durante (se não me falha a memória) uns 8 meses nas sextas-feiras não havia expediente na produção da Freios Master, e todo mundo ficou contente! Alguns aproveitaram a sexta e conseguiram outros empregos, mas desses boa parte retornou quando a produção voltou a bombar.
Hoje fico por aqui!
Abraços 

Patrícia - terça, 5 junho 2012
 
É isso ai! Uns comemoram com cervejas (será que não aumentam as emissões... são gases... hehehe) e outros plantam árvores: http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2012/06/dia-do-meio-ambiente-e-marcado-por-plantio-de-mudas-em-manaus.html

Ana Paula - quarta, 6 junho 2012
 
Bom dia Povo!!!
Encontrei um artigo que também aborda a RSC no Brasil, que está em anexo para quem se interessar. O trabalho é de autoria de Cláudia Passador, socióloga e jornalista, professora da Universidade Estadual de Maringá.
A autora afirma que o Brasil econômico continua muito distante do Brasil social, marcado pela polarização social crescente, desintegração social e violência. No país, cresce o entendimento de que uma política de desenvolvimento social precisa da participação de novos atores. Trata-se, portanto, de buscar parceiros fora do Estado, isto é, na sociedade ou, mais especificamente, nas empresas privadas e no terceiro setor. A expressão Terceiro Setor nasceu da concepção de que a atividade humana é dividida em três setores: um primeiro setor (Estado), em que agentes públicos executam ações de caráter público e é responsável pelas questões sociais; um segundo setor (mercado), no qual agentes privados agem visando a fins particulares e é responsável pelas questões individuais; e um terceiro setor relacionado às atividades que são simultaneamente não-governamentais e não lucrativas.
Neste cenário, surge a grande discussão quanto à prática e ao conceito sobre responsabilidade social das empresas e sua forma de concepção junto às organizações brasileiras. A responsabilidade social de uma empresa consiste na sua decisão de participar mais diretamente das ações comunitárias na região em que está presente, apoiando o desenvolvimento da comunidade, preservando o meio ambiente, investindo no bem-estar dos seus funcionários e dependentes em um ambiente de trabalho saudável, além de promover comunicações transparentes, dar retorno aos acionistas e assegurar sinergia com seus parceiros e garantir a satisfação dos seus clientes e/ou consumidores. A atividade social da empresa pode ser efetivada por meio do voluntariado de seus profissionais, disponibilização de verbas, doação de produtos ou serviços, no sentido de colaborar e, a médio e longo prazo, dar autonomia a essas instituições sociais. Cabe salientar que não se trata apenas de doar dinheiro, mas sim de mobilizar a empresa em prol de uma causa e fazer parcerias bem articuladas com organizações da sociedade civil para estimular movimentos sociais organizados cada vez mais autônomos.
No Brasil, as primeiras manifestações envolvendo empresários, comunidade, políticos e meios de comunicação só aconteceram em 1996, através do Betinho, fundador do IBAS – com apoio da Gazeta Mercantil. Betinho lançou campanha convocando os empresários a um maior engajamento social e apresentou a ideia da elaboração e da publicação do Balanço Social Brasileiro (embora este instrumento já fosse utilizado na França desde 1977). A partir daí, o tema começou a se destacar no meio empresarial brasileiro, principalmente com a criação, em 1998, do Instituto Ethos – Empresas e Responsabilidade Social, que elaborou material para ajudar as empresas a compreenderem e incorporarem o conceito da responsabilidade social no cotidiano de sua gestão. Pode-se perceber que os exemplos apresentados também são vistos no artigo da Margaret Griesse.
A prática brasileira da responsabilidade social revela a preferência pela forma direta de atuar, através de projetos próprios ou em parcerias, ao invés da prática de doações, principalmente no caso das fundações. A maioria das ações realizadas pelas empresas brasileiras é em prol do público interno e a atuação se destaca no binômio “assistência médica e educação”. É possível observar que as ações ao público externo têm um perfil assistencialista, como doação a comunidades carentes; mas isso ainda ocorre de maneira aleatória e pulverizada. Percebe-se um envolvimento limitado à filantropia empresarial, revelando que os motivos que levam os empresários a algumas práticas sociais são os motivos humanitários; pode-se dizer que a responsabilidade social acontece na concepção da abordagem reativa, ou seja, a empresa mobiliza esforços e se envolve com a comunidade diante de um problema. 
Por fim, fiz um recorte de uma citação do artigo, de Oded Grajew: “[...] A responsabilidade social não é uma atividade separada do negócio da empresa. É a nova forma de gestão empresarial. E, para uma empresa ter sucesso, para conquistar e ampliar mercado, para ter competitividade, a responsabilidade social é indispensável. A empresa que não aumentar suas políticas e não for socialmente responsável não terá espaço no mercado”. A RSC é uma estratégia para agregar valor à imagem da empresa ou uma estratégia de sobrevivência para as empresas do mercado? Será que as ações de RSC serão consideradas como pré-requisito para se entrar no mercado?

Gabriele - quarta, 6 junho 2012
 
Bom dia
Acho bem importante a existência dos ISOs de responsabilidade social, como a Ana resumiu anteriormente. Assim, é possível haver um pouco mais de credibilidade, já que há uma auditoria para a implementação do ISO (parece que não ficamos somente na "confiança" da propaganda da empresa). O que eu me questiono é: as empresas tem abate nos impostos por serem filantrópicas. Logo, esse, na verdade, é um dinheiro público que está sendo investido e que, portanto, deveria ser muito bem gerenciado, fiscalizado e aplicado. Alguém sabe se esse abate de imposto também acontece com as socialmente responsáveis? Porque na verdade, no caso da filantropia, me parece que é apenas uma terceirização do serviço de assistência do governo, se a responsabilidade social for na mesma linha, então... 
Encontrei um artigo muito interessante sobre filantropia no Brasil, que mostra como a filantropia foi incorporada como departamento de governo por Getúlio Vargas (http://www.espacoacademico.com.br/086/86escorsim.pdf). Esta organização da assistência pública "legitimou o Estado patrimonialista e populista numa lógica conservadora da assistência social em sua versão filantrópica, reiterativa das práticas de cunho moral, subalternizadora para quem recebe a ajuda frente aquele que a oferece e, a manutenção da pobreza como condição “natural” da sociedade e não como subproduto da desigualdade capitalista, na lógica do não direito ou do favor”. 
Além disso, existem muitas instituições que se dizem filantrópicas apenas para se beneficiar da redução de imposto. Encontrei uma notícia bem antiga, de 2003, que diz que várias universidades perderam o status de filantropia após uma auditoria (http://www2.uol.com.br/aprendiz/n_noticias/ensino_superior/id270603.htm#1). Diz ainda que “A Previdência deixa de receber R$ 2,18 bilhões em contribuições das cerca de 4 mil entidades filantrópicas do País - dos quais R$ 959 milhões das instituições de ensino” (dados de 2003 também). 
Bom acho que essa questão é um pouco polêmica, mas vou pesquisar um pouco mais sobre isso!
abs

Raquel - quarta, 6 junho 2012
 
A Ana Paula resumiu e salientou muito bem as diferenças entre as normas, o que serve de ponto de partida para que a discussão seja bem embasada. Os conceitos esclarecidos pelo Alan e pela Uiara, também foram significativos para compreendermos melhor o tema.
Difícil é acreditar que a Patrícia tenha pouco a acresentar :D
Como a Gabriele e o Ismael já comentaram um dos artigos, vou comentar o artigo “The Role of Identity Salience in the Effects of Corporate Social Responsibility on Consumer Behavior” de Longinos Marin, Salvador Ruiz e Alicia Rubio (2009).
Incialmente gostaria de dizer que gostei muito do artigo, pois como já coloquei em outros fóruns ele traz não só a questão ambiental e social à tona, mas relaciona com a gestão e competitividade, objetivos centrais da disciplina e fundamentais para estudos em administração, especialmente das empresas com fins lucrativos.
A pesquisa trata dos efeitos da Responsabilidade Social das Empresas (RSE) sobre o comportamento do consumidor. Ela parte do pressuposto de que os consumidores irão recompensar as empresas pelo apoio a programas sociais e, assim, muitas organizações têm adotado práticas de RSE. Baseando-se na teoria da identidade social, a pesquisa visa criar e testar um modelo de influência da RSE na lealdade dos consumidores. Os resultados demonstram que as iniciativas de RSE estão ligadas a laços mais fortes do que somente aumentar o consumo de produtos e obter avaliação positiva. Os consumidores passam a relacionar estas ações à identidade da empresa, e se identificam com os valores desta, criando laços de lealdade mais profundos e duradouros.
Os autores também salientam que empresas e uma parte dos pesquisadores vê a efetividade destas ações com desconfiança, e que podem gerar benefícios apenas para os consumidores. Para os autores, a pesquisa prova o contrário, que além de ser bom para os consumidores, as ações de RSE são de grande importância, dada a sua contribuição para uma empresa ou a reputação da marca a longo prazo: “investir em iniciativas de RSE é uma importante tarefa estratégica que fornece uma lealdade do consumidor duradoura, com base em ativos intangíveis da empresa... as empresas vão além do mix de marketing convencional. Eles podem incluir ativos intangíveis a nível empresarial, tais como suas identidades e reputação associado a ser um bom cidadão corporativo, em suas iniciativas de marketing em um esforço para angariar vantagens competitivas sustentáveis”.
Muito importante!!! Pois acredito que para valores como responsabilidade social e ambiental serem adotados por um longo prazo pelas empresas em uma sociedade capitalista, precisa ser importante para sua competitividade também.

Raquel - quarta, 6 junho 2012
 
E Viva o Meio Ambiente!!!!




Uiara - quinta, 7 junho 2012
 
Respondendo a questão que a Ana Paula fez:
A empresa que não aumentar suas políticas e não for socialmente responsável não terá espaço no mercado”. A RSC é uma estratégia para agregar valor à imagem da empresa ou uma estratégia de sobrevivência para as empresas do mercado? Será que as ações de RSC serão consideradas como pré-requisito para se entrar no mercado?
Certamente não é pré-requisito. Se fosse assim os produtos chineses não teriam mercado. Nós não compramos alguma coisa por ela ser ambientalmente ou socialmente correta. Lógico que essa questão é considerada por muitos consumidores, principalmente quanto podemos comparar. Mas a questão preço é MUITO importante...
Agora, quem tem a intenção de se preocupar com as questões socio-ambientais, aí sim, precisa alinhá-la a estratégia. Ter um departamento separado, como o que ocorre em muitas empresas, e como ocorre com a qualidade, é um despropósito. Claro, novamente temos que ver caso a caso. Um departamento de RSC pode ser uma saída no início, quando a empresa quer começar a inserir essa conscientização, mas não pode ser para sempre...
Por enquanto é isso,
Bom feriadão.... tomara que neveeeeeee.... to na serra esperando....

Uiara - quinta, 7 junho 2012
 
Ah, Viva ao Meio Ambiente!!...atrasado, mas todo dia é dia do meio ambiente 

Ismael - quinta, 7 junho 2012
 
Aqui me surge uma dúvida: Qual será o volume de recurso financeiro de organizações privadas que são investidos em programas sociais?
Ana, acho que aqui há uma oportunidade de utilizarmos a nova Lei de Acesso à Informação, que tal?
Além disso, podíamos fazer uma lista com informações que gostaríamos de levantar e então fazermos um artigo, etc e tal.
Lista de infos:
- volume de recurso financeiro de organizações privadas que são investidos em programas sociais?
- volume de recursos gastos com tratamento dos RSU de POA?
- quanto é investido em mobilidade urbana em POA?
- qual a receita das empresas de transporte coletivo em POA e quanto é reinvestido?
- etc
Que acham dessa ideia?

Alan - quinta, 7 junho 2012
 
Pois é Uiara, eu tenho uma ideia parecida com a sua com relação ao questionamento (bastante importante) levantado pela Ana. Acredito que todo o tipo de empresa tem espaço no mercado, mesmo sendo do mesmo produto. Todos os produtos existentes no mercado possuem uma ampla faixa de qualidade/preço e cada um se encaixa no perfil de determinado consumidor; este não necessariamente se preocupa com o que a empresa faz ou deixa de fazer, desde que tenha o produto que quer em mãos. Agora, podemos entrar na mesma discussão de vários fóruns: este consumidor está mudando? Mesmo eu, que tenho relativa preocupação e maior discernimento com relação a isso, não me dou conta sobre todas essas questões sempre que compro algo. Ainda é difícil para fazermos isso, pois até para nós faltam informações. E obviamente, tudo isso varia bastante de acordo com o produto. 
Falando sobre a RSC, acredito que ela sirva mais para agregar valor à imagem da empresa, mas passa a ser estratégia de sobrevivência quando suas concorrentes diretas a utilizam. Sempre uma empresa que tem "uma coisinha" a mais que a outra chama mais a atenção do consumidor, e isso faz com que seja a mais lembrada. Como o caso da Todeschini SA, lá de Bento, que foi a mais lembrada por 8 anos consecutivos; os colaboradores gostam de trabalhar lá e a empresa promove ações de responsabilidade social. 
Bom, por enquanto é isso..
Abraço!

Ana Paula - sexta, 8 junho 2012
 
Bom dia Povo!!!
Eu estava vendo o Jornal da Globo ontem, e a coluna Sustentabilidade me chamou atenção. Ontem, a matéria falou da tribo indígena suruí, que é conhecida no mundo pelos meios que utiliza para preservar sua história, sua cultura e sua terra. O líder da comunidade Almir Suruí já visitou 33 países para pedir auxílio em prol do seu povo. Em 2007, o líder da tribo foi até a sede da empresa Google, nos Estados Unidos. O desejo dele era que a Google pudesse ajudar em termos tecnológicos a ação do povo Suruí: preservar a região da Reserva Suruí. Os índios suruís utilizam os equipamentos tecnológicos (celulares, filmadoras, computadores, GPS) para monitorar invasões na floresta e para fotografar todas as espécies animais e vegetais da região – é o biomonitoramento da Reserva Suruí.
Uma plataforma digital, inspirada em um pedido dos índios, foi elaborada pela empresa, sendo uma espécie de mapa cultural dos suruís. Em cada ícone, estará um pedaço da história suruí. É um pequeno passo em busca de um novo modelo para tornar o planeta mais sustentável.
A gestora do Google Rebecca Moore disse que, ao questionar sobre como a empresa poderia trabalhar junto com os índios, Almir respondeu: “os índios não sabem sobre tecnologia, mas a Google não sabe sobre floresta”. Ela afirma que o projeto junto à tribo é o mais poderoso que ela já participou e que aprendeu uma nova palavra em português – socioambiental. Ainda, ela alega que tem se sensibilizado com o povo suruí; eles não dizem que não podem tocar em nada, mas podemos tocar de uma maneira que mantenha a floresta saudável por milhares de anos.
http://globotv.globo.com/rede-globo/jornal-da-globo/t/edicoes/v/indios-suruis-usam-celulares-e-gps-para-defender-a-terra-do-desmatamento/1983089/
Além disso, encontrei uma matéria que fala de um evento da Google que lançou uma nova ferramenta que promete aumentar a capacidade de gestão dos recursos naturais pelas populações tradicionais, usando o Projeto Carbono Suruí como modelo. A empresa Google e sua organização sem fins lucrativos Google Earth Outreach lançaram sua nova ferramenta (Google Earth Engine), que possibilita o processamento de um grande volume de imagens de satélite em poucos segundos. Com o Google Earth Engine é possível usar programas de monitoramento da cobertura florestal de desmatamento ou de distúrbio florestais, como o Carnegie Institution for Science e o Sistema de Alerta do Desmatamento.
http://www.idesam.org.br/noticias/cop16/noticias/COP16%20-%20Projeto%20Carbono%20Surui%20e%20lancamento%20Google.php
Na matéria, tem um vídeo que explica a parceria entre Google e os Suruís: http://vimeo.com/17445513.
De acordo com o seu site (http://www.google.com/earth/outreach/index.html), a Google Earth Outreach disponibiliza, a entidades sem fins lucrativos e organizações de utilidade pública, o conhecimento e os recursos necessários para que elas contem sua história no Google Earth e Maps, possibilitando que milhões de pessoas possam visualizar suas causas. Acredito que vale a pena dar uma olhada na aba “Histórias de Sucesso” (que aparece a Reserva Suruí), que evidenciam como as organizações têm integrado as ferramentas do Google de mapeamento em seu trabalho (http://www.google.com/earth/outreach/stories/index.html).

Patrícia - sexta, 8 junho 2012
 
Tentando responder as questões que a Ana levantou:
A RSC é uma estratégia para agregar valor à imagem da empresa ou uma estratégia de sobrevivência para as empresas do mercado? 
Em termos de imagem, creio que podemos considerar que sim, as empresas podem ter intenção de agregar valor através da divulgação de suas ações sociais. Sempre penso que nada pode ser generalizado "tudo depende", mas no que toca a sobrevivência no mercado há que se considerar que o mercado sobreviva. O que quero dizer é que se formos a fundo no conceito de sustentabilidade, é para que a própria condição de produzir e consumir seja mantida que se pensa em preservar e mitigar efeitos dos estragos já causados no ambiente - tanto a natureza quanto a sociedade são parte desse ambiente. 
Uma questão importante para as empresas maiores é a fonte de financiamento de longo prazo, no caso através de negociação de ações, que é um dos meios mais interessantes de financiamento para longo prazo, face a flexibilidade de investimento. Quando uma empresa vai ao mercado financeiro buscar financiamento para alguma atividade, tem que justificar o uso do dinheiro, seja pra compra de máquinas, insumos, ampliação do parque industrial, etc... Ao negociar ações em bolsa ela tem que garantir que suas ações sejam atrativas, ou seja, que tenham liquidez, histórico de valorização constante, etc... E aqui entra a RSC: há investidores que só compram ações de empresas consideradas socialmente/ambientalmente responsáveis. Então, não é só o preço dos produtos que conta, no caso das grandes empresas, que são as que divulgam balanço, e inclusive balanço social, contam as ações sociais/ambientais para que ela tenha condições de gerar recursos e financiar suas atividade.
Será que as ações de RSC serão consideradas como pré-requisito para se entrar no mercado?
Não creio que sejam pré-requisito, aqui meu pensamento vai na mesma linha do que a Uiara e o Alan já escreveram. 
Pode ser que com o tempo, a conscientização possa produzir uma nova consciência ou ética que leve a sociedade a não comprar, por exemplo, os produtos chineses, por saber que as condições sociais por lá são desumanas, mas hoje isso não acontece. E nem é por falta de informação, apenas existem interpretações diferentes. Quem nunca ouviu o tal discurso de que "para os chineses está sendo bom, antes eles não tinham emprego". Enfim, como falam no vídeo do youtube que a Ana postou no início do Fórum "tenho um sonho" que a dignidade humana seja, realmente, um dia, igual para todos

Patrícia - sexta, 8 junho 2012
 
Ismael
Acho muito legal levantar essas informações, só que a Lei de acesso a informação que você menciona, até onde eu sei se aplica a organizações públicas.

Patrícia - sexta, 8 junho 2012
 
Nesse link tem as informações dos índices para investimento "responsável":
http://www.bmfbovespa.com.br/novo-valor/pt-br/iniciativas/iniciativas-indices.asp
Empresas como a Gerdau, por exemplo, vivem controlando o investimento em projetos sociais para garantir estar no ISE Bovespa, as regras desse índice, pra quem se interessar: http://www.bmfbovespa.com.br/Indices/download/ISE.pdf

Valeria - sexta, 8 junho 2012
 
Oi pessoal,
Li todos os comentários e, como estou de acordo com a análise feita do material e opiniões sobre se a questão da responsabilidade social é pré-requisito ou não (para mim também não, ainda, mas se espera que no futuro seja mais um requisito de conscientização), vou tentar acrescentar algo ao comentário da Pati. O Índice de Sustentabilidade Empresarial - ISE, da Bovespa, reflete o desempenho de ações de empresas comprometidas com a responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial. É um indicador de referência para quem quer investir em empresas socialmente responsáveis e atua como indutor de boas práticas no meio empresarial brasileiro. Não são todas as grandes empresas que integram o ISE. Há alguns anos, a Petrobras saiu dessa lista e foi um baque nas ações da empresa, junto com a crise econômica que vem se alastrando desde 2008 (sim, ela ainda não acabou e os preços das ações refletem a instabilidade do mercado desde então). Há outros indicadores (ou índices) medidos pela Bovespa e relacionados à sustentabilidade e um dos que me chamam a atenção é o ICO2, índice de carbono eficiente, que considera a divulgação das empresas da quantidade de emissão de gases de efeito estufa. Esse, por acompanhar quadrimestralmente a emissão de gases de efeitos estufa das empresas que compõem o índice está diretamente relacionado à responsabilidade ambiental. O BNDES está lançando um novo fundo agora, que será negociado no Ibovespta, chamado ECOO11, e que está atrelado ao ICO2. As empresas que comporão o fundo serão algumas das que fazem parte do IBrX-5- (Índice Brasil 50), que comporta as 50 empresas com maior volume e liquidez negociadas em bolsa. Digo que são algumas, pois são somente as que divulgam suas emissões de gases de efeito estufa.
Abraços,

Valeria - sexta, 8 junho 2012
 
Olá de novo!
Achei alguns artigos do Luciano Barin Cruz, nosso conhecido, sobre CSR - Corporate Social Responsibility. Um deles, originado de um estudo em organizações multinacionais, analisa a influência da introdução de uma estrutura centralizada ou descentralizada na condução de uma estratégia de responsabilidade social corporativa em organizações multinacionais. O artigo está em anexo.
No artigo, os autores definem a estrutura de CSR transversal como: (1) the existence of a CSR directory at the headquarters level and a CSR representative at the subsidiary level, and (2) the existence of representatives from different areas who participate in meetings or committees to make decisions about CSR strategy.
Um trecho bem interessante, que relaciona as ações de CSR (que originam “ecoiniciativas”) com os valores dos indivíduos que integram a empresa e com o estímulo à educação, treinamento e disponibilidade de informação é o seguinte: “The different kinds of CSR governance can influence ecoinitiatives from the employees (Ramus & Steger,2000) and the consequent improvement in companies’ environmental performance. In this sense, Bansal and Roth (2000) and Bansal (2003) insist on individual action. The former affirms that one of the important aspects to consider with regard to corporate ecological responsibility is the salience and interest of ecological questions for the individuals who compose the company. In other words, to what extent does an ecological question make sense to these individuals, and to what extent will they act regarding to their possible ecological values? The latter affirms that individual interests can be stimulated through education, training and information availability, which allow the individuals to make connections between poverty and environmentally and socially unsustainable practices. The way CSR is structured in the MNC may have an impact on the behavior of individuals inside the firm. There are other potential impacts of CSR structure. Sometimes, it makes companies change values and create new needs (Fergus & Rowney, 2005). Furthermore, it can encourage environmental matters to be viewed as opportunities rather than threats (Sharma, 2000). These different types of CSR governance can also influence the behavior and, consequently, evolution of a company’s CSR strategy, as stated by Raiborn and Payne (1990) and Payne and Raiborn (2001), from the basic level (reactive approach to environmental and social laws) to a more practical level, and finally ending at a theoretical level (proactive approach to environmental and social laws).”
Os três pontos que são trabalhados na influência de uma estrutura de CSR transversa na integração entre sede e sucursais são: a troca de informações, o conhecimento das atividades e a definição de objetivos.
Vale a pena dar uma olhada, em especial, as implicações gerenciais mais ao final do artigo.
Abraços,

SABRINA - sexta, 8 junho 2012
 
Ahhh Ana, eu vi a chamada dessa reportagem, e fiquei bem curiosa, vou assistir ela agora na globo.com, pq pela chamada me lembrou muito do Artigo da Maria Ceci que eu e a Gabi apresentamos na aula de TO. Não sei se tem a ver, mas me chamou a atenção por essa relação. O título do artigo é World visions in dispute in contemporary Latin America: development x harmonic life. (se alguém se interessar eu tenho a versão digital dele)
Entrei também no site que a Ana comentou da ONG Google Earth Outreach e achei uns links muito legais, que foi o do Instituto Jane Godall http://www.google.com/earth/outreach/stories/jgi.htmlque realiza um trabalho para monitorar projetos na Uganda e Tanzânia. O objetivo do Programa é preservar os grandes símios africanos e seus habitats, com ênfase em chimpanzés. Para ser eficaz, projetos de preservação exigem a melhor ciência e os dados disponíveis para projetar, implementar, medir e monitorar o sucesso das ações de conservação. Também deve envolver as partes interessadas de forma participativa e transparente - desde as comunidades locais para as autoridades governamentais.
Outro link muito interessante é o do Halo Trust http://www.google.com/earth/outreach/stories/halo.htmlque o trabalho deles é desativar minas terrestes. Com a missão de "desativar minas, agora," A HALO Trust é a mais antiga do mundo, a maior e mais bem sucedida agência de desminagem humanitária, retirando mais de 13 milhões de minas terrestres e outros explosivos remanescentes de guerra. Hoje, a HALO tem mais de 8.000 funcionários recrutados localmente. Eles investem na liderança local, mantendo as comunidades afetadas parte integrante do processo e proporcionando emprego em áreas que oferecem poucas oportunidades.

Fernando - sexta, 8 junho 2012
 
Marketing Social
Autor: Marcella Lima Verdolin
O marketing social corporativo, de acordo com Dias (2007, p. 64), "compreende as atividades desenvolvidas pela empresa com o objetivo de obter um determinado comportamento socialmente benéfico para a sociedade, favorecendo, ao mesmo tempo, os interesses da empresa, sua posição no mercado e sua imagem".
Suas iniciativas, segundo Vaz (1995), buscam melhorar a qualidade de vida da população, bem como atenuar ou eliminar problemas sociais relacionados, principalmente, com questões de higiene e saúde pública, trabalho, educação, transporte e nutrição.
Muitos dos problemas sociais têm origem comportamental, como o consumo de cigarros, os acidentes no trânsito, o crescimento da Aids, entre outros. O marketing social oferece um mecanismo para enfrentar estes problemas, incentivando as pessoas a adotar estilos de vida saudáveis. Pode influenciar não somente os indivíduos, mas também as organizações, os políticos e os grupos de interesse. (DIAS, 2007, p. 55)
A utilização das estratégias de marketing social corporativo, segundo Dias (2007), incide na modificação da imagem da empresa, em longo prazo, de modo que o valor social buscado converta-se em atributos para a marca. Para Machado Filho (2006), a implementação racional destas estratégias abre oportunidade para que as empresas possam reverter imagens negativas já estabelecidas, bem como minimizar os riscos da perda de reputação, explorando oportunidades de diferenciação frente aos concorrentes.           
Novos termos, como responsabilidade social, ética empresarial, investimento social privado, balanço social, sustentabilidade social, filantropia corporativa, voluntariado, entre outros, vêem sendo associados ao marketing social, segundo Fontes (2008), numa tentativa das instituições explicarem e justificarem os seus investimentos sociais, diante das mudanças que vêem ocorrendo no mercado. Esta associação é possível, segundo Zenone (2006), pelo fato destes termos estarem no mesmo campo semântico.
No âmbito corporativo, a atuação socialmente responsável adotada pela maioria das grandes empresas incide, segundo Acar et al (2006), na busca por soluções para os problemas sociais que o governo sozinho não consegue solucionar. Esta filosofia, voltada para a prática de ações que levem as empresas a se comprometerem com a comunidade onde está inserida, vem sendo incluída no planejamento estratégico de algumas empresas que, segundo Mello et al (2008), buscam desenvolver um sistema produtivo mais sustentável, sem, porém, deixar de obter lucros.
A ênfase no bem-estar da sociedade amplia os objetivos do marketing social e abre um espaço importante para que a vinculação de suas estratégias com as políticas sociais nacionais e internacionais possam ocorrer na prática. Com um profundo conhecimento da dinâmica ampliada das motivações e fundamentos do mercado social (o benefício para a sociedade), as técnicas de marketing social servirão como ferramentas importantes de atuação nesse mercado. (FONTES, 2008, p. 80)
Este paradigma de atuação na área social, segundo Acar et al (2006), surge da necessidade atual das empresas em obter relacionamentos mais éticos, a fim de obter vantagens mais competitivas, que beneficie a sociedade e os negócios. Desta forma, segundo Fontes (2008), os investimentos em ações sociais tornam-se bastante atrativos e lucrativos para as instituições, seja no ponto de vista qualitativo, econômico, público ou social.
ACAR, Thaís; REGIO, Silvana Hyppoliyo; EUGÊNIO, Nancy Franco; et al. A Responsabilidade Social das Empresas: A contribuição das universidades, volume 5. São Paulo: Peirópolis: Instituto Ethos, 2006.
DIAS, Reinaldo. Marketing Ambiental. São Paulo: Atlas, 2007.
FILHO, Cláudio Pinheiro Machado. Responsabilidade Social e Governança: o debate das implicações. São Paulo: Pioneira Thomson Learning: 2006.
FONTES, Miguel. Marketing Social:novos paradigmas. Rio de Janeiro: Elsevier; Brasília, DF: JSB, 2008.
ZENONE, Luiz Cláudio. Marketing Social. 1ª ed. São Paulo, Editora Thomson, 2006.

Fernando - sexta, 8 junho 2012
 
Segundo Montana e Charnov (1998) e Donnelly et al. (2000), a aproximação das empresas das questões sociais pode se dar por meio de três abordagens: abordagem de obrigação social, abordagem de reação social e abordagem de sensibilidade social.
Na prática, uma empresa pode estar situada em qualquer posição dentro dos limites indicados.
No limite menor situa-se a obrigação social: comportamento do negócio que reflete a responsabilidade econômica e legal da empresa, que, nesta abordagem, se restringe aos aspectos legais do negócio impostos pela sociedade.
O limite intermediário representa a reação social: comportamento exigido por grupos (associações comerciais, sindicatos, consumidores etc.) que têm participação direta nas ações da empresa, ou seja, reagem para satisfazer determinadas pressões.
No limite maior, a sensibilidade social: tem um comportamento antecipador, pró-ativo e preventivo. Este é o estágio que melhor representa o conceito de Responsabilidade Social Empresarial.
As diferentes formas de aproximação sugerem que o geralmente aceito como responsabilidade social varia em diferentes sociedades em função de suas características culturais e econômicas, e também se altera no decorrer do tempo. É importante apresentar como ocorreu a evolução histórica, o que ajudará a compreender melhor a dimensão do tema e suas diferentes formas de atuação.
Autor: Luiz Cláudio Zenone

Fernando - sexta, 8 junho 2012
 
Evolução do conceito de Responsabilidade Social Empresarial

O termo responsabilidade social começou a ser discutido no meio empresarial e acadêmico, nos Estados Unidos, no fi  nal da década de 1960, e posteriormente na Europa.
Segundo Nociolini (1999, p. 63), isso ocorreu em conseqüência do “aumento das contestações sociais de vários movimentos da sociedade civil e devido à maior disseminação deste assunto no meio acadêmico”.
Porém, no início, as empresas desenvolviam ações de características filantrópicas. Empresários agiam de forma assistencialista, ou seja, a proposta que estava por trás das ações era retribuir à sociedade os ganhos de suas empresas, em um ato de caridade e benevolência. Foi a partir da década de 1970 que a noção de Responsabilidade Social Empresarial começou a tomar corpo e passou a ser divulgada e, até de certa forma, assegurada, por meio dos balanços ou relatórios sociais, que surgiam como documentos de prestação de contas das ações das empresas no campo social.
Por isso, entende-se que a fi  lantropia nesta fase caracteriza-se pelas atitudes individuais, baseadas no assistencialismo, no auxílio aos pobres, aos desfavorecidos, excluídos e enfermos.
O objetivo das ações era contribuir para a sobrevivência de grupos sociais desfavorecidos. As ações fi  lantrópicas assumem a forma de doações a entidades já existentes, pois para tal não é necessário planejamento, organização, acompanhamento e avaliação. No máximo uma “inspeção” para verificar em que a doação (dinheiro, alimento ou produto) foi usada.
Após a visão filantrópica, que alguns especialistas consideram um estágio de pré-responsabilidade social, as empresas assumem uma nova postura, adotando um modelo de empreendendorismo social, e passam a incorporar gradativamente esse conceito à gestão empresarial.
O conceito de empreendedorismo atribuído nesse momento refere-se ao ato de empreender, ou seja, criar e desenvolver fatos a ações novas a partir da realidade existente, por mais que essa realidade possa parecer nebulosa e difícil, sem perspectivas e insegura.
Empreendedorismo é um neologismo derivado da livre tradução da palavra  entrepreneurship.
Autor: Luiz Claudio Zenone

Fernando - sexta, 8 junho 2012
 
Machado Filho (2002) reconhece que acadêmicos de distintas correntes de pensamento compartilham a percepção de que a atividade de negócios possui uma dimensão ética, complementar às dimensões econômica e legal. Dienhart (2000,  apud MACHADO FILHO, 2002) argumenta que diversos autores do tema concordam com a idéia de que as empresas possuem uma função social a cumprir, e desta forma, possuem atribuições éticas. No entanto, divergem a respeito de qual a natureza destas atribuições éticas e quais públicos devem ser considerados.  
Em meio a esta discussão, podemos destacar duas linhas de pensamento, com visões distintas a respeito da natureza das atribuições éticas da organização empresarial. A primeira defende a “visão dos  stockholders”, segundo a qual os executivos devem buscar única e exclusivamente a maximização do valor da empresa, e conseqüentemente, da riqueza de seus acionistas. Ao agir desta forma, os executivos estariam cumprindo suas atribuições éticas, uma vez que, de acordo com defensores desta visão, este tipo de comportamento maximiza o bem-estar social.
A outra corrente, defensora da “visão dos stakeholders”, argumenta que os executivos têm por obrigação ética levar em consideração grupos e indivíduos que afetam e são afetados pela atuação da empresa no processo de tomada de decisão, e não apenas os interesses dos seus acionistas. Entre estes grupos, destacam-se os empregados, clientes, fornecedores, acionistas e comunidade local.  
Ainda que ambas as visões preguem o comportamento ético por parte das empresas, elas divergem frontalmente a respeito das atribuições e responsabilidades que este comportamento acarreta. Discordam também dos objetivos que  o executivo deve perseguir de forma que a empresa assuma uma postura ética.
Se a primeira vista parece impossível desenvolver o presente trabalho sem definir-se por um dos dois lados, o autor do presente trabalho acredita que, ao utilizar o aparato teórico da Nova Economia Institucional, em especial a teoria de incentivos, a discussão a respeito da natureza do comportamento ético fica em segundo plano. Machado Filho (2002, op. cit.) propõe e adota esta abordagem em estudo semelhante, na qual o conceito de ambiente institucional desenvolvido por Douglas North  (1990) é determinante para a definição do comportamento assumido pela empresa. North afirma o seguinte: 
As instituições, em conjunto com as limitações tradicionais da teoria econômica, determinam as oportunidades existentes em determinada sociedade. As organizações [dentre elas inclusas as empresas] são criadas  para tirar proveito destas oportunidades, e conforme as organizações evoluem, elas alteram o marco institucional (NORTH, 1990, p.7). 
Utilizando o conceito desenvolvido por North, o conjunto de oportunidades decorrentes dos limites definidos pelo marco institucional vigente determinaria o comportamento e tipos de ações adotados pela empresa. Dessa forma, num contexto em que práticas de RSC são valorizadas e por muitas vezes requeridas, as empresas terão fortes incentivos para adotá-las, 
sob o risco de serem penalizadas e/ou pelos mecanismos de  enforcement [fazer valer] do ambiente institucional.

Fernando - sexta, 8 junho 2012
 
O debate a respeito de qual a abrangência adequada das responsabilidades sociais e éticas a serem assumidas pelas empresas, bem como quais os comportamentos empresariais que maximizam o bem-estar social. 
As duas principais visões apresentadas (stockholders vs. stakeholders) divergem a respeito da natureza do comportamento ético das empresas e das formas de atuação destas que maximizam o bem-estar social. O aparato teórico da teoria das instituições relega este debate para um plano menor, dando maior ênfase ao ambiente institucional em que as empresas estão 
inseridas. Conforme teoria desenvolvida por Douglas North (1990) o comportamento dos agentes econômicos é função direta do conjunto de oportunidades criadas pelo ambiente institucional vigente. Desta forma, em uma sociedade que valorize comportamentos socialmente responsáveis haverá fortes incentivos para que as empresas ajam de tal forma. 
Tal abordagem permite observar a convergência de duas visões aparentemente opostas, na qual o desenvolvimento de ações de responsabilidade social corporativa cria imagem e reputação positivas para as empresas, conforme modelo proposto por Fombrun e Gardberg (2006), maximizando o valor para o acionista e o bem-estar social. 
Os casos desenvolvidos como programas de responsabilidade social agregam valor às empresas que os desenvolvem, através da atração e fidelização de clientes, melhora do clima organizacional, redução do custo de capital e criação de ativos intangíveis como reputação. 
Tal fato valida a teoria de North de que o ambiente institucional influencia o 
comportamento das empresas ao determinar o conjunto de oportunidades existentes para elas. Em linha com as idéias defendidas por Jensen (2001), segundo o  qual a função-objetivo da empresa é maximizar seus lucros, porém o cumprimento  de tal objetivo necessariamente inclui o atendimento das demandas dos diversos públicos da empresa.
Uma das principais dificuldades estão relacionadas ao desenvolvimento de sistemas de avaliação e mensuração de resultados das ações de responsabilidade social desenvolvidas. Como grande parte dos 
benefícios auferidos são de caráter intangível, como melhora de imagem, criação de capital reputacional, melhora do clima organizacional, são muitas as dificuldades em avaliar a eficácia de suas ações sociais.
Autor: Fábio Kono

Patrícia - sábado, 9 junho 2012
 
Parece muito interessante, não li o artigo ainda, mas estou lendo a tese do Luciano que, acreditem, conseguiu usar a complexidade, e trata de formação de estratégias para o desenvolvimento sustentável em multinacionais. http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/12416
Outra coisa que andei pensando foi em ações das universidades na questão da responsabilidade social corporativa. Alguém sabe o que a UFRGS faz, por exemplo? Procurei no site, mas não encontrei nada. Pesquisando um pouco achei um artigo interessante que fala da extensão universitária como promotora de inclusão:
http://www.sare.unianhanguera.edu.br/index.php/reduc/article/view/207/205
Já citaram assistencialismo nesse fórum. Particularmente, creio que o assistencialismo tem limites... sabem aquele velho ditado "não dar o peixe e sim ensinar a pescar" ?  Pois é. É "sustentável" ser assistencialista? Não seria mais útil e eficaz gerar formas de quem necessita de assistência obter renda e trabalho digno? Eu penso que o assistencialismo é sim necessário em certos casos, dependendo da situação pode ser a única coisa a se fazer, mas não me parece ser sustentável em longo prazo. O que vocês acham? 
Para que o desenvolvimento ocorra existem diversos tipos de iniciativa, e uma que foi também citada pelo Barin na defesa do projeto do Márcio (quem não foi perdeu duas aulas - os comentários do Eugênio e do Luciano foram bem importantes) é o empreendedorismo social.  Encontrei um artigo bem interessante que compara as iniciativas de empreendedorismo social com as de assistencialismo do estado, no sentido de redução da exclusão social. As conclusões apontam para a necessidade de existência de ambos os meios, vale a pena dar uma lida: http://www.revistas.unifacs.br/index.php/rgb/article/view/1134/966

Ana Paula - sábado, 9 junho 2012
 
Boa Noite Povo!!
Encontrei um documentário muito interessante sobre a Monsanto. Intitulado “O Mundo segundo a Monsanto”, o documentário foi produzido pela jornalista francesa Marie-Monique Robin, que também escreveu um livro com o mesmo nome. Ele é bem longo (são quase 2 horas), mas acho que vale a pena dar uma olhada – tirar um pouco os olhos dos estudos, afinal é o que estamos fazendo num sábado a noite...
Filme na íntegra, legendado em português: http://www.youtube.com/watch?v=gkQN5gopWSU.
Mas... e como é o mundo segundo a Monsanto? O documentário apresenta um mundo cheio de pesticidas e com um imenso monopólio, que teve início com a permissão das patentes das sementes, na década de 80, chegando aos royalties sobre os transgênicos, que permitem que as multinacionais cobrem parte do lucro da colheita dos fazendeiros (que seria o pagamento das patentes da empresa). Após a liberação da venda dos transgênicos, a Monsanto começou a comprar todas as produtoras de sementes do mundo. Hoje, a empresa é a maior produtora de biotecnologia e organismos geneticamente modificados do mundo, cujos grãos de soja, milho e algodão se proliferam pelo mundo. De acordo com Robin, o resultado é que se um fazendeiro quiser mudar sua produção de transgênicos, e voltar ao tradicional, daqui a alguns anos, provavelmente ele não vai conseguir mais, uma vez que só vão existir sementes transgênicas, e da Monsanto. Essa já é uma realidade com a soja dos Estados Unidos, e o trigo, na Índia. Cabe salientar que a empresa, que monopoliza os transgênicos ao redor do mundo, começou como uma indústria química, produzindo venenos e armas químicas – como o agente laranja, despejado por tropas americanas no Vietnã – e de hormônios de aumento da produção de leite proibidos na Europa.
O documentário destaca os perigos do crescimento exponencial das plantações de transgênicos (em 2007, cobriam 100 milhões de hectares, com propriedades genéticas patenteadas em 90% pela Monsanto). O estudo durou longos anos três anos, e levou Robin aos Estados Unidos, Brasil, Índia, Paraguai e México, comparando as virtudes e benefícios dos organismos geneticamente modificados com a realidade de agricultores mergulhados pelas dívidas com a multinacional, de moradores das imediações das plantações pessoas que sofrem com problemas de saúde ou de variedades originais de grãos ameaçadas pelas espécies transgênicas. Ainda, o filme mostra propagandas enganosas, rótulos mentirosos e pesquisas forjadas pela Monsanto em várias partes do mundo (também no Brasil).
(fonte: http://www.plantandoconsciencia.org/mons.htm)
Me lembrei da palestra da Vandana Shiva, pelo Fronteiras do Pensamento, (http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2012/05/vandana-shiva-afirma-que-a-humanidade-passa-por-um-periodo-de-incertezas-3772734.html), onde ela disse ser contra às atividades da empresa Monsanto: o herbicida Roundup, produzido pela empresa, mata todo o verde que entra em contato com ele. Na Índia, havia 200 mil variedades de arroz e ficaram reduzidas a um punhado. Além disso, o algodão, por sua vez, se tornou nova fonte de escravidão, porque a semente de algodão foi tomada pela Monsanto. A combinação de sementes e herbicidas caras levou os agricultores a grandes dívidas. A cada ano, a Monsanto coleta 13 bilhões de royalties de agricultores empobrecidos que ficam endividados e não têm condições de pagar, e está havendo algo que antes nunca havia acontecido: suicídio de agricultores (em uma década, 25 milhões de agricultores cometeram suicídio, principalmente das plantações de algodão).
Então... me despertou a curiosidade e fui até o site da Monsanto no Brasil (http://www.monsanto.com.br/sustentabilidade/projetos_socioambientais/comunidade/comunidade.asp). No site, existe uma aba para a “Sustentabilidade” da empresa, com um espaço específico para Projetos Socioambientais e Comunidade. “Ser parceira da sociedade e apoiar iniciativas que atendam às necessidades da população demonstra o respeito da empresa e seu compromisso no desenvolvimento das comunidades onde está presente. [...] Desde 2005, a Monsanto obtém, do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente e Instituto Ethos, o índice AAA (o mais alto) de avaliação do grau de responsabilidade social de empresas e organizações, colocação que ainda permanece. Com o enraizamento da cultura de responsabilidade social na empresa, várias ações têm sido realizadas nas diversas regiões do Brasil onde a Monsanto possui unidades, dentro do conceito de empresa cidadã”. É, talvez um pouco contraditório... Não? Pode uma empresa como a Monsanto ser considerada socialmente responsável? Será que levam em consideração os prós e contras para classifica-la no mais alto grau? É... polêmico.

Ana Paula - domingo, 10 junho 2012
 
Tentando responder à questão da Gabi: "Alguém sabe se existe abate do Imposto de Renda para empresas socialmente responsáveis?". A verba destinada a projetos socialmente responsáveis pode ser considerada doação da empresa para algum projeto, fundo ou organização do terceiro setor. A doação é considerada uma "Adição" ao lucro líquido na determinação do lucro real (que é uma forma de tributação que chegará ao valor devido de IRPJ). O lucro real é a base de cálculo para se chegar ao valor do IR devido. Dessa maneira, quanto maior for o lucro real, maior será o imposto devido).
A Receita Federal considera uma doação como adição ao valor para cálculo do IR como maneira de impedir que a empresa faça diversas doações para reduzir o valor do lucro líquido, que consequentemente diminuirá o valor do lucro real, que diminuirá o valor do IR. Entretanto, existem algumas doações que são consideradas dedutíveis, ou seja, o valor é excluído do lucro líquido na determinação do lucro real. Procurei alguns materiais da minha graduação, mas acho que esse site apresenta um melhor entendimento: http://www.fisconet.com.br/user/materias/irpj/doacoes_dedutiveis.htm.
São consideradas dedutíveis: doações aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente; em favor de Projetos Culturais e Artísticos; a Instituições de Ensino e Pesquisa; a Entidades Civis; ao UNICEF; a Partidos Políticos. Além disso, existem as contribuições dedutíveis, isto é, contribuições que não são exigidas por lei destinadas a custear seguros, planos de saúde e benefícios assemelhados aos da Previdência Social, instituídos em favor dos trabalhadores e gestores. Cabe salientar que cada doação tem um limite máximo a ser descontado, que geralmente é uma percentagem sobre o lucro (daqui surgem os valores anuais que as empresas estipulam que podem direcionar para projetos).
Nesse contexto, o balanço social surge como um meio de dar transparência às atividades corporativas - de modo a ampliar o diálogo da organização com a sociedade. É uma ferramenta de gestão da responsabilidade social, pela qual a empresa entende de que forma sua gestão atende à sua visão e a seus compromissos estabelecidos em direção à sustentabilidade. Um bom Balanço Social, deve ser claro, ter profundo compromisso com a verdade, e ser amplamente disponibilizado ao público por todos os meios possíveis. As informações contidas não devem ser apenas um “check-list” de requisitos socioambientais, mas devem descrever de forma precisa o retrato da atividade social da empresa, em certo período de tempo (http://www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/guia_relatorio/default.htm). Em minha opinião, a transparência é importante vantagem competitiva para empresas!

Fernando - domingo, 10 junho 2012
 
Como os chamados "projetos incentivados", bastante comum ná área esportiva e cultural.
No caso da cultura:
O Incentivo Fiscal (Renúncia Fiscal) é um dos mecanismos do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), instituído pela Lei Rouanet (Lei 8.313/1991). É uma forma de estimular o apoio da iniciativa privada ao setor cultural. O proponente apresenta uma proposta cultural ao Ministério da Cultura (MinC) e, caso seja aprovada, é autorizado a captar recursos junto às pessoas físicas pagadoras de Imposto de Renda (IR) ou empresas tributadas com base no lucro real para a execução do projeto.
O apoio a um determinado projeto pode ser revertido no total ou em parte para o investidordo valor desembolsado deduzido do imposto devido, dentro dos percentuais permitidos pela legislação tributária. Para empresas, até 4% do imposto devido; para pessoas físicas, até 6% do imposto devido.
Mais em: http://www.cultura.gov.br/site/acesso-a-informacao/projetos-incentivados/

Minelle - domingo, 10 junho 2012
 
Olá pessoal, bastante coisa pra se discutir não? Apesar de ser uma temática relativamente nova em comparação com outras no campo da administração sua evolução é apresentada como significativa, principalmente no esclarecimento do que é e do que não é RSC, bem como quais são os limites que podem ser assumidos pelas organizações. No entanto, também existem muitos trabalhos no campo acadêmico que não tiveram a preocupação de entender diferenças e contribuir positivamente com a discussão. As certificações citadas e resumidas pela Ana demonstram que as ações podem ocorrer de forma pontual focando apenas um tipo de questão ou mesmo abordando um grupo maior como é o caso da ISO 26000. O mais interessante disso é ver a aplicação na prática, de como são efetivadas as certificações e como elas conseguem se alinhar ao processo estratégico de uma empresa. Isso eu tive a oportunidade de fazer e aprendi bastante porque sai de um campo de imaginação e mostra-se como possível no mercado. Fiz uma pesquisa na JBR engenharia instalada no Recife, uma empresa que possui todas as certificações possíveis e por meio de um sistema de gestão integrado consegue dar continuidade as suas ações. De sua prática, outras vão surgindo como o Instituto da empresa, a atuação na comunidade local, a construção de uma cidadania corporativa, entre outros... Vale a pena da uma olhadinha, é bem interessante (http://www.simpoi.fgvsp.br/arquivo/2011/artigos/E2011_T00054_PCN64018.pdf). 

Minelle - domingo, 10 junho 2012
 
Outro ponto interessante a ser observado é que os indicadores de responsabilidade social podem ser desenvolvidos em diferentes contextos: seja para empresas, arranjos de empresas (APL por exemplo), para localidade, ou mesmo práticas individuais. Discutimos bastante de empresas, vou tentar contribuir de duas formas: (1) trazendo algumas discussões sobre empresa e (2) sobre localidades. Para que a responsabilidade possa ser avaliada indicadores são desenvolvidos de maneira tal que demonstrem o que pode ser e o que de fato está sendo praticado, isso pode ser visualizado em um compêndio (http://www.compendiosustentabilidade.com.br/2008/index.asp) que demonstram as ações a serem desenvolvidas. Se vocês observarem são conjunto de indicadores divididos em dimensões específicas que facilitam a compreensão das ferramentas de gestão (pública ou privada) que podem ser utilizadas para que responsabilidades possam ser disseminadas. Vale ressaltar que mesmo que o foco esteja em um ou outro ator, todos possuem responsabilidade e devem estar atuando paralelamente. No caso das empresas a RSC pode ser observada a partir da incorporação de um novo comportamento (socioambiental) no qual existe um alinhamento entre o estratégico e a operação, o que favorece um atuação diferenciada (Porter e Kramer tem um modelo que demonstra claramente o que pode ser realizado, acho que a Uiara comentou sobre). No contexto das localidades, isso pode ocorrer em diferentes níveis municipal, estadual e/ou nacional, a partir de programas que muitas vezes se confundem com indicadores de sustentabilidade que veremos em próximas aulas, mas que traduzem o papel responsável dessas áreas na sociedade. Um bom exemplo que surge pra mim agora é o Bogotá como Vamos (http://mais.uol.com.br/view/x45vmpjg2q2j/bogota-como-vamos-0402396EC0B13366?types=A) desenvolvido na Colômbia que está relacionado com essa ideia de responsabilidade. No Brasil temos algumas iniciativas que estão relacionadas com essa ideia: Rede Nossa São Paulo (http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/) e o Observatório do Recife (http://www.observatoriodorecife.org.br/) que demonstram as visões de responsabilidade na sociedade, buscam trazem a transparência. Acho que podemos retomar na aula de indicadores de sustentabilidade se for o caso!! 
Até mais,

Marcio - domingo, 10 junho 2012
 
Oi Ana,
A Monsanto ser classificada como AAA em Responsabilidade Social é assustador, mas não chega a ser surpresa. 
Principalmente porque RSC não é sustentabilidade, portanto os indicadores não são os mesmos - as empresas de tabaco também são "responsáveis socialmente", basta pesquisar nos índices/rankings de RSC existentes. "Sem julgamento de valor" (como se isto fosse possível, eheh), várias empresas seguem indicadores que as qualificam como AAA em RSC, mas não as faz mais sustentáveis ou até mesmo benéficas para a sociedade =)
A reflexão vale para empresas de tabaco, de bebidas alcoólicas, de armas, extrativistas, etc... no fundo os rankings de RSC acabam sendo uma forma de reconhecer as "menos piores"... e, para piorar, mesmo o Instituto Ethos e o Akatu têm o "rabo preso" já que dependem de doações de empresas associadas... um prêmio para quem adivinhar algumas destas empresas!
Abs,

Marcio - domingo, 10 junho 2012
 
Mais alguns centavos adicionados ao debate:
2) O que é RSC e o que é "RSC washing"?
Sei que a resposta será curta, mas acho que valem os mesmos pecados do greenwashing - informações que não podem ser comprovadas, mentiras descaradas, foco em coisas irrelevantes... etc.
O "RSC washing" me faz lembrar de:
- empresas de tabaco que investem em educação / apoio a escolas primárias (mas vendem...?)
- bancos que dão bolsas de estudo (mas cobram os olhos da cara de juros)
- e por aí vai...
Que outros exemplos vêm na cabeça de vcs?
Abs,

Valeria - segunda, 11 junho 2012
 
Bom dia, pessoal
Acho bem pertinente associarmos à discussão de responsabilidade social corporativa o conceito de ética e tudo o que o envolve. Encontrei um ensaio interessante de Margaret Ann Griesse, que faz uma análise da “Ética Empresarial e Responsabilidade Social Corporativa à Luz do Julgamento Moral, de Lawrence Kohlberg”. O resumo do ensaio, segundo a autora, é o seguinte: “(...) trata da relação entre a ética e as ciências econômicas. Para tanto, discute o interesse na ética empresarial e a evolução da preocupação com a responsabilidade social corporativa, tomando por base as teorias de Swift e Zadek. A seguir, apresenta a teoria do julgamento moral de Kohlberg, comparando os estágios evolutivos nela definidos com as categorias das discussões sobre ética empresarial. Mostra também a necessidade de se reconhecer que a responsabilidade social corporativa surgiu em resposta às reivindicaçõesda sociedade. Indica que a ação da maioria das empresas ainda corresponde aos estágios mais elementares de desenvolvimento moral e que as expectativas quanto ao seu papel, como fundamental para reverter o quadro de pobreza global e a degradação ambiental dificilmente, poderão ser cumpridas por cada uma delas, isoladamente. Conclui sobre a necessidade de maior comunicação e colaboração entre os vários setores da sociedade para desenvolver uma ética econômica e empresarial aplicada à transformação social.”
A autora diz que “São várias as suas (de responsabilidade social corporativa) definições e múltiplas as dimensões subentendidas: desde a tentativa de definir o compromisso das empresas com seus próprios empregados e clientes, passando pela normatização de seus procedimentos internos e chegando ao compromisso com a sociedade, com os direitos humanos, com a preservação do meio ambiente e com o desenvolvimento sustentável.”
No artigo também são mencionadas as normas ISO e de Responsabilidade Social (SA) comentadas e explicadas pela Ana, em um dos primeiros posts do fórum.
Depois, parte para a considerações sobre as gerações evolutivas da responsabilidade social corporativa, tendo por base o trabalho desenvolvido por Swift e Zadek, no mercado europeu. Estes, delineiam três estágios ou gerações de responsabilidade social corporativa. “O primeiro é o estágio básico. Nele, a empresa considera a responsabilidade social corporativa como mera obrigação de cumprir com as leis referentes a impostos, segurança e saúde, direitos trabalhistas, direitos do consumidor, regulamentação sobre meio ambiente e outras normas vigentes. Para ser considerada boa e responsável, ela deve simplesmente atuar de acordo com as regras do jogo. Esse estágio não significa necessariamente uma política de responsabilidade social, e sim o mínimo a se esperar de uma empresa em termos de comportamento moral, pois cumprir as leis não seria necessariamente uma grande virtude, mas o simples exercício de uma cidadania que visa a que suas ações não sejam consideradas criminosas. Mais além desse estágio inicial, Swift e Zadek definem a primeira geração da responsabilidade social corporativa (low-level business case), em que a empresa percebe a importância de evitar riscos ou crises e, para tanto, implementa processos de risk-management de curto prazo, ações pró-ativas e doações filantrópicas. A expressão business case trata de uma justificativa apoiada nos benefícios que poderiam melhorar o funcionamento da empresa, e não em qualquer princípio ético além do interesse próprio.
Já na segunda geração (responsabilidade social corporativa estratégica), a empresa incorpora tal responsabilidade em sua estrutura, criando-lhe uma gerência geral. Isso ocorre quando ela percebe, por exemplo, que pode agregar valor a seus produtos e serviços, ao relacioná-los com programas sociais e benefícios e, assim, atrair e manter funcionários talentosos. Com uma estratégia de constante diálogo a longo prazo com a comunidade, a empresa pode desenvolver sensibilidade às necessidades do consumidor ou usuário e criar produtos de acordo com elas. Nessa condição, a responsabilidade social corporativa é vista como uma boa estratégia empresarial e há a tentativa de sistematizar a questão ética em todos os setores da empresa.
Por fim, na terceira geração (reformulação dasvantagens competitivas), a responsabilidade social corporativa é vista não quanto ao comportamento exemplar de algumas empresas particulares, mas como parte do tecido da economia. Isso inclui o desenvolvimento de um modelo de participação generalizada de múltiplos stakeholders, parcerias, construção de instituições e políticas públicas. Esse modelo teria de incluir, necessariamente, um processo de diálogo e comunicação entre os vários setores do país e até mesmo as organizações internacionais.”
A autora tem a preocupação, no ensaio, de não necessariamente registrar a ampliação no uso do conceito de responsabilidade social corporativa em si, mas questionar de que modo relacionar as práticas econômicas com a concepção de ética, para melhor definir o que é ou não ética empresarial. Ressalta que “a visão da responsabilidade social corporativa segundo estágios oferece uma boa base para realizar esse intento, pois podemos compará-los com os estágios do desenvolvimento moral e ético, sobre os quais existe ampla literatura ainda não utilizada extensivamente para tratar esse tema. Consideramos, então, necessária uma avaliação da atuação da empresa, com base em teorias mais abrangentes, como os estudos empíricos e as reflexões teóricas desenvolvidas por Lawrence Kohlberg”, que preocupou-se em definir os níveis de consciência moral dos indivíduos, levando em conta os estudos de Jean Piaget. Julgamento moral refere-se, no caso, à maneira como uma pessoa resolve dilemas e chega a decisões valendo-se de um fundamento ético.
Kohlberg argumenta que as estruturas de pensamento moral são comuns a todas as pessoas, independentemente da cultura, e desenvolveu uma teoria de desenvolvimento moral que incorpora três níveis: pré-convencional, convencional e pós-convencional, cada um deles constituído por dois estágios. Dessa forma, chegou a um total deseis estágios progressivos de desenvolvimento moral.
Acho que vale a pena dar uma olhada nesse ensaio, pois tem fundamentos bastante interessantes que relacionam ética e economia, mencionando vários dos autores que temos estudado em outras disciplinas (teorias organizacionais e economia da inovação).
Abraços,

Ismael - segunda, 11 junho 2012
 
Concordo plenamente Patrícia, o assistencialismo não é sustentável a longo prazo, e não deve ser uma ação definitiva, como diz Higa (2006) no artigo por ti indicado "a prática do assistencialismo existe para sanar problemas imediatos. Assim,  suas ações não são duradouras e os resultados são apenas momentâneos. Afirma que quando uma família precisa de uma cesta básica ou remédio e recebe doação é apenas para sanar o momento da dificuldade e não para sanar problema como um todo".
Eu incluiria nesse rol, como já mencionado em outro post meu, a RSC. Que para mim também não é uma medida para resolução do problema por completo, assim como o assistencialismo, estas 2 práticas servem, muitas vezes apenas para incluir, salvar da pobreza, dar um alento e esperança. 
Portanto, a RSC e o assistencialismo possuem seu papel social fundamental, mas não podem ser tomadas como práticas definitivas e absolutas, para uma sustentabilidade econômica, social, política e ambiental, muitas outras ações precisam caminhar juntas.

Ismael - segunda, 11 junho 2012
 
Eu concordo com o Márcio acerca da crítica em relação às práticas, processos e produtos de algumas empresas. Como ele citou, os bancos que cobram juros estratosféricos, as empresas de bebidas e cigarro (cujos produtos são um veneno social). Sou contra todo esse tipo de abuso e mal que estas empresas praticam.
Mas discordo do Márcio quando ele classifica ações verdadeiras de RSC dessas empresas como RSC washing, porque não dá para equiparar uma empresa que manipula informações como vimos no exemplo da EasyJet, com uma empresa cujo produto é maléfico mas que pratica importantes ações sociais na sociedade em que está inserida.
Portanto, em minha opinião, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Mas logicamente que é contraditório alguém que vende bebidas e cigarros, causadores de muitas mortes, praticar ações sociais em benefício dessa mesma população.
Para mim, RSC washing é dizer que faz ações sociais, mas de fato não faz. É divulgar estatísticas de ações e não poder comprovar.

Raquel Engelman Machado - segunda, 11 junho 2012, 18:46
 
Olá pessoal,

Obrigada pelas contribuições para o Blog, vou aumentar a letra.

Quero sim que me enviem o que têm sobre a palestra e visita ao museu.

Sobre a divulgação dos nomes, acho que vou considerar definirmos em aula se querem que divulgue ou não.

Esta semana foi publicado o relatório de responsabilidade social da Feevale (anexo). Acho que publicar estes balanços sociais e ambientais vão se tornar uma prática usual e os consumidores vão considerar cada vez mais o que as empresas fazem.
Os relatórios em geral, mesmo que tenham ainda alguns problemas e talvez algumas distorções, já são um enorme avanço: antes pouco, do que nada.

Gabriele - terça, 12 junho 2012
 
Sabrina! acho que tem uma relação bem legal do artigo da Ceci com a reportagem que a Ana postou, que aliás achei fantástica!!! Principalmente para nos fazer refletir sobre uma outra questão também, as vezes converso com amigos sobre isso e muitos dizem: "ah, mas esses índios que usam celular e computador nem são mais índios" e coisas do gênero.....acho que é uma questão antropológica bem complicada, mas acho importante pensar sobre isso. Acredito que a cultura não é estática, todas as culturas se modificam, e nem por isso deixam de ser o que são. Acho que devemos cuidar com os rótulos que fazemos baseados em simples ações, ou pouca informação sem ter conhecimento da história, do contexto (desculpem o desabafo, mas foi a Sabrina que tocou no assunto! hehehhe). Mas enfim, pra não perder o fio da meada, apesar de a montanha ter ido até Maomé, e não Maomé até a montanha, achei legal a Google ter topado realizar esse projeto...
Voltando ao artigo, acho que vale bastante a pena ler, principalmente para ver exemplos de comunidades que possuem valores bem distintos da sociedade capitalista ocidental, e que aspiram um "bem-estar" que não está baseado no crescimento econômico. Enfim, bem interessante!
Abs

Gabriele - terça, 12 junho 2012
 
Boa noite!
com certeza essa questão da Monsanto que a Ana trouxe e das empresas que o Márcio e o Ismael levantaram são bastante polêmicas e abrangem questões mais amplas, como o próprio processo de certificação e de indicadores. Acho que as análises precisariam ficar mais complexas () e que a moda poderia ser - além da simples informação desconexa,  exigir que essas informações sejam interligadas. Porque do jeito que estão as coisas, parece que tenho que decidir se compro o produto que é ecologicamente mais correto, se compro o que é socialmente mais justo (aí só levando em consideração as ações que a empresa faz como responsabilidade social, não as consequências dos seus produtos na sociedade e no ambiente), se compro o produto que economizou mais energia, enfim parece que esses aspectos na maioria das vezes não estão interligados! Me parece que isso acontece, entre outros motivos, porque o conceito de desenvolvimento sustentável é tão abrangente e sem consenso que parece que permite que apenas um "recorte" da ação da empresa já a enquadre como sustentável....
Abs

Anelise - terça, 12 junho 2012
 
Sei que estou meio atrasada nas postagens, mas fiquei acompanhando tudo. Muitas questões pertinentes e pontos de vista bem expostos.
Minha contribuição é para o debate de utilizar-se da RSC como estratégia. Gostei da provocação da Ana sobre se a RCS é uma estratégia para agregar valor à imagem da empresa ou uma estratégia de sobrevivência para as empresas do mercado? Será que as ações de RSC serão consideradas como pré-requisito para se entrar no mercado? Concordo com as colocações que a Uiara e o Alan fizeram. Eu acrescentaria que hoje as empresas são impulsionadas a adotar novas posturas diante de questões ligadas à ética e à qualidade da relação empresas-sociedade. Estas questões vêm influenciando, e em muitos casos impondo, mudanças nas dinâmicas de mercado e no padrão de concorrência e de competitividade, a exemplo das preocupações ligadas ao meio ambiente. Assim, como já amplamente discutido, não se deve pensar em sustentabilidade como algo restrito ao meio ambiente, assim como responsabilidade social não se limita a ações ou investimentos em projetos sociais. E da mesma forma, responsabilidade social corporativa significa entender e agir em resposta a essa nova demanda da sociedade, que é a de que o valor gerado por uma empresa se reflita em benefícios não somente para seus acionistas, mas que tenha também um impacto positivo para o conjunto dos afetados por suas operações, em particular o meio ambiente e a comunidade (seus próprios funcionários e o restante da sociedade), respeitando sua cultura e agindo de forma ética e transparente. Penso que a responsabilidade social corporativa passou a ser considerada um elemento tão importante para o desenvolvimento dos negócios e para estabelecer relações positivas das empresas com os stakeholders, que neste sentido se torna um praticamente um pré requisito!

Uiara - quarta, 13 junho 2012
 
5) As ações de RSC realizadas são divulgadas nos Relatórios Socioambientais das empresas. A quem estes relatórios se dirigem? Existe um padrão ou cada organização publica o relatório ao seu modo, divulgando os dados que lhe interessa divulgar? Afinal, qual a importância dos Relatórios Sociais ou Socioambientais das organizações?
Uma coisa acho bastante importante quando se trata de Responsabilidade Social, seja ela corporativa, governamental ou comunitária (das pessoas comuns) é a questão da essência, que o Minelle tanto enfatiza. Não adianta mil e uma práticas para os funcionários, comunidade, meio ambiente, relatórios divulgados se a essência não mudar.
Feito esse parênteses, muitas empresas têm optado pelos relatórios com base no GRI, pelo menos é o que eu tenho visto. Como um padrão internacional. Mas nem todos os indicadores são contemplados. Acho que a utilização desse modelo em detrimento do IBASE (balanço social) se dá mais em função da dimensão econômica. O GRI é voltado para a sustentabilidade e não para a responsabilidade social, como é o caso do IBASE.
Percebo que as empresas têm se preocupado mais com a sustentabilidade, pois ela contempla a variável “economicamente viável”, tudo que as empresas queriam..hehe...
Entretanto, independente da forma com que os dados sejam publicados é importante que as empresas tenham ações sociais e ambientais. E por que não divulgá-las? A divulgação é importante para conferir melhor reputação e legitimidade às empresas. A questão é que realmente só é publicado o que interessa publicar, assim como uma propaganda na mídia, a empresa veicula o que ela quer, encomenda pesquisas, enfim, faz parte do jogo dos negócios. Cabe à população não crer em tudo o que vê, ouve e lê. A capacidade crítica das pessoas, através da educação e da informação precisa ser desenvolvida.
**Pensando no oportunismo acadêmico, a divulgação desses relatórios nos oferece possibilidade de obtenção de dados para pesquisas.

RODRIGO - quinta, 14 junho 2012
 
Só para adicionar, nos acréscimos, meu maior conhecimento sobre o que vem sendo discutido se dá a respeito de NBR ISO14001 e responsabilidade ambiental. 
Então, sobre a ISO 14001 eu gostaria de comentar que penso não ser ela uma certificação que assegura a responsabilidade ambiental de uma empresa. É uma norma muito semelhante a ISO9001 cujo principal objetivo (a meu ver) é garantir o controle sobre as possíveis atividades impactantes que uma empresa venha a desempenhar. Isso, por si só, não garante que a empresa esteja adotando MDLs, substituição de insumos de tidos como poluentes, etc. Logo, ela apenas atesta que a empresa segue os requisitos legais e tem um controle sobre seus aspectos ambientais.
Conversando um pouco sobre responsabilidade socioambiental, eu ando mudando um pouco minha visão sobre o tema. Em minha graduação eu achava que tudo era pensado e desenvolvido pelas empresas através da ótica capitalista, de falso marketing verde e/ou social... sem real interesse sobre o ambiente.
Hoje, tenho atuado em alguns projetos privados e públicos que visam conceder premiações do tipo: Empresa mais verde, loja mais ecológica, loja sustentável, etc e, portanto, mudei minha visão. 
Apesar de achar que sim, o real interesse é sempre ganhar mais $ e melhorar a imagem da empresa perante a sociedade, julgo que isso é válido e deve ser premiado. Por menor que seja a melhoria ambiental proposta, e garantindo que ela não esteja prevista em lei (por exemplo substituição de lâmpada incadescente por LED) sua origem foi altuísta. Talvez um falso altruísmo, mas o importante é que isso representará ganhos para o ambiente que a meu ver é o objetivo principal. 
Sendo assim, ando reduzindo meu discurso (pra não me tornar hipócrita) sobre a real motivação das empresas a adotarem principios de responsabilidade socioambiental e passo a valorizar as consequência de cada atitude isolada em pról da melhoria na qualidade ambiental. Se uma petrolífera (que tem uma atividade fim muito impactante) adotar um rigoroso sistema ambiental e social, porque não valorizar a atitude dela? Mais vale um pouco do que nada e, tendo em vista que essa empresa não fechará as portas (solução pontual para finalizar seu impacto ambiental mas geradora de um novo impacto social e econômico) que esse pouco seja efetivamente realizado.

Anelise - quinta, 28 junho 2012
 
Oi pessoal, boa tarde
Quem tiver interesse, segue o link da revista digital da Johnson&Johnson deste mês, que tem como tema principal a sustentabilidade. A reportagem fala das práticas que vem sendo adotadas pela empresa, bem como a sinergia de suas metas com o Health Future 2015. http://www.emrevistajnjbrasil.com.br/junho/Default.aspx

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